Autor Tópico: Funcionário questiona politica de diversidade do Google  (Lida 2332 vezes)

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Re:Funcionário questiona politica de diversidade do Google
« Resposta #25 Online: 09 de Agosto de 2017, 21:29:40 »
Eu não tenho certeza, muitas pessoas criticam ações afirmativas, acho que somente depois de um estudo sobre este fenômeno para saber qual é a opinião da população sobre elas (será que um estudo neste sentido já existe?).
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

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Re:Funcionário questiona politica de diversidade do Google
« Resposta #26 Online: 12 de Agosto de 2017, 14:43:55 »
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‘CEO do Google deveria ser demitido’
Com a sutileza em falta nos EUA de hoje, Sundar Pichai deveria ter feito o possível para eliminar a tensão na empresa e ter defendido o fluxo de informação
David Brooks/The New York Times
12 Agosto 2017 | 07h06


O CEO do Google, Sundar Pichai, que demitiu o engenheiro James Damore por supostos comentários preconceituosos. Foto: Akintunde Akinleye/Reuters

Há muitos atores no drama sobre diversidade que se desenrola no Google, mas diria que a pior atuação foi a do CEO da companhia, Sundar Pichai. Mas o primeiro deles é James Damore que escreveu o memorando, onde tentou explicar porque 80% dos empregados na área de tecnologia do Google são homens.  Ele admitiu que são muitos os preconceitos de caráter cultural, mas também citou o componente genético. E descreveu algumas das maneiras pelas quais a distribuição de qualidades é diferente no caso dos homens e das mulheres.

Damore deu início a um longo e polêmico debate sobre genes e comportamento. De um lado há os que acreditam que os seres humanos nascem como uma folha em branco e são formados pelas estruturas sociais. De outro, estão os psicólogos evolucionistas que afirmam que o gene interage com o ambiente e tem importante papel na nossa formação. No geral, os psicólogos estão vencendo o debate.

No tocante às diferenças genéticas entre o cérebro masculino e o feminino, diria que a opinião convencional é de que as capacidades masculina e feminina são as mesmas em muitos campos  – QI, talentos para a matemática, etc. Mas há outros domínios em que em média, o cérebro difere. Parece existir mais conectividade  entre os hemisférios, na média, no cérebro feminino. A exposição pré-natal a diferentes níveis de hormônios masculinos  produz efeitos diferentes durante toda a vida de uma pessoa.

Em seu memorando Damore cita uma série de estudos, defendendo, por exemplo que os homens tendem a se interessar mais por coisas e as mulheres por pessoas. (Interesse não é o mesmo que capacidade). Vários cientistas da área respaldaram os dados oferecidos por ele. “Apesar da maneira como foi descrito, o memorando foi justo e preciso quanto aos fatos”, escreveu Debra Soh no The Globe and Mail, de Toronto.

Geoffrey Miller, psicólogo conhecido, escreveu no Quillette: “Em minha opinião,  todas as afirmações empíricas do memorando são cientificamente exatas”.

Damore foi especialmente cuidadoso ao afirmar que sua pesquisa se aplicava apenas a populações, não indivíduos. “Muitas dessas diferenças são pequenas e muita coisa importante coincide no caso de homens e mulheres, de modo que você não pode afirmar nada sobre um indivíduo levando em consideração as distribuições a nível de população”.

Este é um ponto crucial. Mas naturalmente não vivemos como populações, cada um vive sua vida individualmente.  Deveríamos ter muita simpatia pelo segundo grupo de atores neste drama, que são as mulheres do setor de tecnologia, que sentiram que o memorando de Damore tornou sua vida mais difícil. Imagine-se num ambiente hostil dominado por homens, ser interrompida quando fala nas reuniões, ou ser ignorada, ver sua capacidade colocada em dúvida e alguém dizer que as mulheres têm menos fome de status a são mais vulneráveis ao estresse. Naturalmente você rebateria tais afirmações.

Existe uma tensão que é legítima. Damore descreve uma verdade em um nível; suas críticas contemplam uma verdade diferente, que existe, mas em outro nível. Ele defende no seu memorando a pesquisa científica; elas a igualdade de gênero. É necessária alguma sutileza para harmonizar os dois aspectos, mas é possível.

Claro que sutileza na América moderna está em escassez. O terceiro protagonista nesse drama é Danielle Brown, diretora da área de diversidade no Google.  Danielle não combateu nenhuma das evidências apresentadas por Damore. Apenas escreveu que as opiniões dele eram “suposições incorretas sobre gênero”. Neste caso a ideologia anula a razão.

O quarto ator é a mídia. E a cobertura da imprensa desse caso tem sido atroz.

Conor Friedersdorf escreveu no The Atlantic. “Não me lembro qual foi a última vez que tantas agências de notícias e observadores descaracterizam tantos aspectos de um texto”. Vários jornalistas e críticos aparentemente decidiram que Damore se opõe a tudo que as pessoas esclarecidas acreditam, portanto eles não consideram que ele tenha agido com imparcialidade intelectual.

Essa turba que tem acossado Damore é semelhante à que observamos em muitos campi universitários. Temos nossas teorias sobre a razão pela qual essas manias moralistas se tornaram repentinamente tão comuns.  Diria que a incerteza extrema sobre moralidade, o sentido das coisas e a vida e geral vem provocando uma intensa ansiedade. Algumas pessoas defendem o absolutismo moral num esforço desesperado para encontrar uma base sólida. Elas têm uma rara e reconfortante sensação de certeza moral quando castigam alguém que viola um dos seus tabus sagrados.

E isto nos leva a Pichai, o suposto adulto do grupo. Ele poderia ter feito o possível para eliminar a tensão. Poderia ter defendido o livre fluxo de informação, mas não o fez e se juntou à turba. Despediu Damore e escreveu: “sugerir que um grupo de colegas possui características que o torna biologicamente menos apto a este trabalho é ofensivo e não correto”.

Esta é uma caracterização visivelmente desonesta do memorando. Damore não escreveu nada sobre seus colegas do Google.  Ou Pichai estava despreparado para compreender a pesquisa (improvável),  não é capaz de gerir fluxos de dados complexos (o que é mau no caso de um CEO), ou simplesmente teve medo de enfrentar o grupo enfurecido.

Independentemente disto, o episódio sugere que ele deve assumir uma posição não de liderança. Estamos num momento em que multidões furiosas à esquerda e à direita ignoram as evidências e sacrificam bodes expiatórios. É quando mais precisamos de bons líderes.

 / Tradução de Terezinha Martino

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Re:Funcionário questiona politica de diversidade do Google
« Resposta #27 Online: 12 de Agosto de 2017, 18:41:20 »
O assunto está rendendo:
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Precisamos falar sobre o Google

    por Alexandre Borges [ 11/08/2017 ] [ 19:36 ] Atualizado em [ 11/08/2017 ] [ 22:20 ]

O episódio envolvendo o agora ex-funcionário do Google James Damore, 28, e a gigante do Vale do Silício, levanta algumas das questões mais importantes deste século. E você realmente deveria prestar atenção.

A Alphabet, holding controladora do Google, não é uma empresa qualquer. Dona da marca mais valiosa do mundo ao lado da Apple, a empresa fundada por Larry Page e Sergey Brin em 1998 é praticamente monopolista no mercado de buscas na internet com quase 80% de participação. Grande parte das bilionárias receitas do grupo vêm da publicidade digital, num duopólio dividido com o Facebook. Juntos, Google e Facebook possuem 50% do mercado segundo a consultoria eMarketer.

Os produtos e serviços mais conhecidos da Alphabet como o Google Maps, YouTube, Chrome, Gmail, entre outros, ultrapassaram a marca de um bilhão de usuários. Os aparelhos que usam o sistema operacional Android, segundo o Google, já superam dois bilhões de usuários ativos. A holding registrou receitas de US$ 26 bilhões no último trimestre, valor 28% acima do registrado no mesmo período no ano passado. Só a receita de publicidade cresceu 18% comparada ao segundo trimestre de 2016. A Comissão Européia recentemente condenou o Google, num processo antitruste, dando uma multa recorde equivalente a R$ 9 bilhões. A condenação foi comemorada por vários acionistas pelo “baixo valor”.

Os números impressionam mas não contam toda história. O Google não é apenas um gigante empresarial, é também o símbolo maior da geração internet, fornecedor de alguns dos serviços mais populares e essenciais da sociedade da informação, patrocinador e entusiasta de um estilo de vida despojado, com escritórios coloridos e “divertidos”, repletos de nerds geniais num ambiente jovem e amigável como mostrado na comédia “Os Estagiários” de 2013. O Google adotou o lema “Não Seja Mau” como uma síntese de suas práticas empresariais, tema que se confunde com a empresa mesmo depois de “aposentado”.

Uma imagem positiva do Google é crucial para que seu poder incomparável não gere pesadelos e calafrios na opinião pública. Se uma única empresa concentra quase toda informação digital que existe, que sabe praticamente tudo sobre todo mundo que faz parte do mercado consumidor no planeta, é preciso acreditar que a empresa é tão impessoal e racional nas suas decisões como governos e empresas públicas deveriam ser.

Assim como a Receita Federal não deve escolher contribuintes para jogar na malha fina por motivos políticos, uma empresa com acesso a uma quantidade inimaginável de informação sobre o que quase todo habitante do planeta conversa por email, como usa seu celular, por onde anda ou o que busca na internet, precisa também contar a mesma confiança da população de que toma decisões com critérios apenas técnicos e sempre em nome da melhor prestação de serviço ao consumidor. O Google precisa necessariamente “não ser mau” para poder coletar, armazenar, processar, ordenar, classificar e utilizar o universo de dados que tem em seus servidores e na “nuvem”.

Nos últimos dias, o mundo começou a se dar conta, antes tarde do que nunca, de que a empresa dos jovens geniais que usam roupas surradas e casuais, das paredes coloridas e salas repletas de almofadas e videogames, dos quase indispensáveis serviços “gratuitos” que servem de infraestrutura para a vida digital de todos nós, é tudo menos uma corporação inofensiva, aberta e democrática, com motivações puramente técnicas e que tem na “diversidade” um dos seus valores mais fundamentais.

Os titãs do Vale do Silício, que concentram a parte que realmente interessa do fluxo de informações e da inovação tecnológica do mundo atual, já davam sinais desde os anos 80 que namoravam com a política e abraçavam ideologias muito mais à esquerda do que a média da população americana. Na última eleição, 90% das doações de campanha originadas no Vale foram para o Partido Democrata, um índice alto até para padrões californianos.

Em 2012, Obama teve nada menos que 84% dos votos do Vale do Silício. Entre funcionários do Google, 97% das doações foram para o democrata. Dos funcionários da Apple, 91% do valor arrecadado foram doados para o antecessor de Donald Trump. Em 2016, 99% de todo dinheiro levantado entre funcionários das empresas de tecnologia da região foram para Hillary Clinton. O Partido Democrata, que representa a esquerda americana, reina sozinho entre os nerds que mandam na internet. A mais emblemática exceção é Peter Thiel, o mítico bilionário fundador do PayPal e um dos investidores responsáveis pela saída do brasileiro Eduardo Saverin do Facebook.

Eric Schimdt (foto abaixo), 62, CEO do Google entre 2001 e 2011, atual chairman da Alphabet e dono de uma fortuna avaliada em US$ 11 bilhões, é um dos mais ativos membros e doadores do Partido Democrata. Foi assessor de Barack Obama nas duas campanhas presidenciais, fez parte do conselho de seu governo para assuntos de tecnologia e é considerado um importante influenciador do partido em assuntos ligados a energias renováveis. Se fosse brasileiro, seria um dos bilionários socialistas que bancam Marina Silva.



O Vale do Silício fala em “diversidade” mas é o paraíso do pensamento único quando o tema é política. E as consequências nefastas da opção ideológica hegemônica e radical do centro mundial da internet e especificamente do Google começam a dar os primeiros sinais. E eles não são nada positivos.

O Google é alvo preferencial de ativistas de extrema-esquerda por conta da composição do seu quadro de funcionários. Segundo a própria empresa, 80% dos seus funcionários da área de tecnologia são homens. Em cargos de liderança, 75%. São dados comuns em corporações de tecnologia, mas como o Google é particularmente permeável a pressões políticas de esquerda e tende a aceitar alegremente a patrulha ideológica, criou uma série de ações internas e de publicidade para mostrar aos investidores e ao mundo como está preocupado com o assunto, mesmo que as preocupações ainda não se reflitam significativamente em números.

Além da predominância masculina entre os googlers, há também uma presença notável de 40% de asiáticos entre seus quadros de tecnologia contra 3% de hispânicos e 1% de negros, o que também não coincide com a média da população americana que é composta de 5% de asiáticos, 16% de hispânicos e 13% de negros. Para quem não politiza decisões empresarias de negócios privados, não há qualquer problema numa empresa escolher quem quiser para contratar ou demitir, mas não é assim que as coisas funcionam, especialmente no ambiente cada vez mais problematizador do Vale do Silício.

Asiáticos costumam representar um incômodo tão grande às teses racialistas da esquerda que costumam ser simplesmente ignorados. Se a causa da “falta de diversidade” numa corporação como o Google é da sociedade ocidental branca cristã patriarcal heteronormativa, ou qualquer outro clichê cafona do tipo, como explicar que 2 entre cada 5 funcionários da área de tecnologia da empresa são oriundos da Ásia, uma proporção dez vezes maior que a média total do país?

Um dos quadros mais destacados do Google, membro de um grupo formado por apenas 1% dos seus funcionários com classificação máxima de desempenho, ousou tentar abrir uma conversa honesta sobre “diversidade” após participar de um evento fechado da empresa para funcionários. Ele tem tem uma sólida formação acadêmica, foi campeão de xadrez na infância e é mestre em Biologia Sistêmica por Harvard. O agradecimento recebido pela contribuição foi uma demissão com direito a ataques públicos de vários executivos do grupo, o que deverá render no futuro uma boa indenização para ele.



James Damore (foto acima) fez circular um memorando de 10 páginas em que citava pesquisas que provam o que qualquer um com um mínimo de bom senso sabe: há diferenças biológicas entre homens e mulheres e estas diferenças podem explicar, em parte, o motivo da “baixa” representação de mulheres em cargos de tecnologia. Damore deixou claro em seu texto que é um entusiasta da diversidade e sua intenção com o documento era buscar formas mais eficientes e criativas de engajar mulheres na área e não “perpetuar estereótipos”, como foi lamentavelmente dito sobre o assunto.

O jovem pesquisador não fez um panfleto ideológico mas um paper acadêmico que deveria ser levado a sério num ambiente onde a diversidade de pensamento fosse realmente um valor e houvesse uma busca desinteressada, impessoal, despolitizada e honesta pela verdade. O psicanalista canadense Jordan Peterson, 55, que ganhou fama mundial e conquistou uma legião de fãs ao enfrentar a patrulha ideológica de gênero em seu pais recentemente, revisou o documento e atestou sua qualidade científica.

Ao demitir de forma sumária e ruidosa um de seus melhores funcionários, o Google agiu de forma particularmente autoritária e condenável. O episódio lembra a constrangedora demissão da ex-superintendente do Banco Santander Sinara Polycarpo em 2014, quando uma análise assinada por seu departamento e direcionada apenas aos clientes VIPs trouxe, veja você, uma previsão negativa sobre a reeleição de Dilma Rousseff para a economia brasileira.

Lula pediu sua cabeça para o presidente do banco, Emilio Botin, que sucumbiu à pressão. Sinara, que trabalhou oito anos no banco, não poderia estar mais certa em suas previsões, técnicas e apartidárias. A executiva descobriu depois, assim como James Damore, que nem sempre a verdade é bem vinda. Sinara venceu em primeira instância um processo trabalhista contra o banco pela tentativa de assassinato público de reputação.

Por mais preocupante que pudesse ser a decisão do Santander para bajular Lula, a reação da sociedade poderia ser desde manifestações de repúdio até um boicote aos seus serviços, já que a troca de fornecedores de serviços bancários é algo relativamente simples no Brasil. O caso Google é muito mais complexo.

Os serviços prestados pelo Google são tão importantes para o fluxo de informações da internet que já há um movimento para classificar a empresa e seus concorrentes como “utilidade pública”, assim como são classificadas empresas de luz, água, esgoto, transportes de passageiros, serviços financeiros, planos de saúde, entre outros. A mudança acarreta na criação de uma legislação regulatória específica e muito mais rígida, com a participação de agências reguladores específicas.

Por mais antiliberal que possa parecer um novo marco regulatório para empresas como Google, Facebook ou Whatsapp, é inegável que a interrupção abrupta da prestação de seus serviços ou uma ideologização radical de suas decisões empresariais poderiam ter impactos profundos na vida do cidadão, assim como aconteceria com uma administração politizada de empresas de serviços essenciais e considerados como de utilidade pública.

Tente imaginar, por absurdo, ativistas dirigindo a AES Eletropaulo, fornecedora de serviços de luz da região metropolitana da cidade de São Paulo. Estes diretores poderiam decidir cortar a energia para hospitais que não realizassem abortos? Liberais e conservadores já defenderam o direito de confeiteiros americanos de não vender bolos para festas de uniões homoafetivas, mas é possível comprar bolos e doces em qualquer esquina e a decisão destes confeiteiros evidentemente abre um nicho de mercado potencial para seus concorrentes. É possível aplicar o mesmo critério a produtos e serviços essenciais e que não poderiam, em tese, ser interrompidos ou substituídos com facilidade?

Ninguém vai sequer admitir a possibilidade de que o Google espione as contas de Gmail de seus clientes por motivos políticos, mas a asfixia financeira que o YouTube vem promovendo em canais de vídeo conservadores não ajuda muito a eliminar suspeitas. A própria CEO do YouTube fez declarações públicas duríssimas contra James Damore e seu memorando, dando uma interpretação radicalmente ideológica ao seu conteúdo.

O Google não está sozinho neste caminho preocupante. O Facebook é alvo constante de denúncias sobre suas análises com viés ideológico de esquerda sobre o conteúdo de posts e eventuais punições a usuários e páginas. A rede de Mark Zuckerberg, um bilionário com aspirações políticas e provável candidato a presidente do país no futuro, é também acusada de classificar como “fake news” notícias publicadas usando critérios político-ideológicos.

O Twitter, cujo viés de esquerda é público e notório, chegou ao cúmulo de censurar recentemente um tweet do filho do presidente, Eric Trump, comemorando os números de geração de empregos na economia americana. O tweet foi apagado pelo sistema porque teria “conteúdo sensível”. Sensível para a esquerda americana, evidentemente.



É preciso uma discussão urgente, madura e equilibrada, sobre como lidar com a crescente politização das principais empresas de tecnologia e que possuem o controle de grande parte da informação que circula no mundo. A esquerda pedirá a estatização ou o “controle social”, um eufemismo para intervencionismo fascistóide. Liberais mais ideológicos dirão que “o mercado regula” e pedirão menos regras como solução.

Sou liberal na economia e tenho uma aversão natural a qualquer tipo de regulação estatal autocrática, mas há argumentos respeitáveis dos que pedem ao menos o reconhecimento destes serviços como de “utilidade pública”, o que abre a possibilidade de serem sujeitos a regras como já acontece com empresas de setores também considerados essenciais.

Não tenho ilusões de perfeição até com conselhos setoriais privados ou da sociedade civil, como acontece com o Conar, o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária, que mesmo não sendo um órgão estatal já foi influenciado por patrulhas ideológicas e tomou decisões esdrúxulas como proibir uma propaganda de cerveja por ter modelo de biquíni no cartaz alegando ser “sensual demais”, mesmo no país do Carnaval e de todo tipo de vulgaridade na TV.

Vou sempre preferir a livre concorrência e menos regulações para atrair novos concorrente ao mercado e desafiar a liderança de empresas que estejam prestando um desserviço ao consumidor ou à sociedade. Independente da sua posição sobre como não deixar a sociedade da informação refém de meia dúzia de corporações cada vez mais ideológicas, não é mais possível ignorar o problema e adiar o debate.
« Última modificação: 12 de Agosto de 2017, 18:57:16 por Gabarito »

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Re:Funcionário questiona politica de diversidade do Google
« Resposta #28 Online: 12 de Agosto de 2017, 18:50:35 »
Com a palavra, o demitido:
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Why I Was Fired by Google
James Damore says his good-faith effort to discuss differences between men and women in tech couldn’t be tolerated in the company’s ‘ideological echo chamber’
Former Google software engineer James Damore.Photo: Peter Duke
James Damore
Aug. 11, 2017 3:54 p.m. ET

I was fired by Google this past Monday for a document that I wrote and circulated internally raising questions about cultural taboos and how they cloud our thinking about gender diversity at the company and in the wider tech sector. I suggested that at least some of the male-female disparity in tech could be attributed to biological differences (and, yes, I said that bias against women was a factor too). Google Chief Executive Sundar Pichai declared that portions of my statement violated the company’s code of conduct and “cross the line by advancing harmful gender stereotypes in our workplace.”

My 10-page document set out what I considered a reasoned, well-researched, good-faith argument, but as I wrote, the viewpoint I was putting forward is generally suppressed at Google because of the company’s “ideological echo chamber.” My firing neatly confirms that point. How did Google, the company that hires the smartest people in the world, become so ideologically driven and intolerant of scientific debate and reasoned argument?

We all have moral preferences and beliefs about how the world is and should be. Having these views challenged can be painful, so we tend to avoid people with differing values and to associate with those who share our values. This self-segregation has become much more potent in recent decades. We are more mobile and can sort ourselves into different communities; we wait longer to find and choose just the right mate; and we spend much of our time in a digital world personalized to fit our views.

Google is a particularly intense echo chamber because it is in the middle of Silicon Valley and is so life-encompassing as a place to work. With free food, internal meme boards and weekly companywide meetings, Google becomes a huge part of its employees’ lives. Some even live on campus. For many, including myself, working at Google is a major part of their identity, almost like a cult with its own leaders and saints, all believed to righteously uphold the sacred motto of “Don’t be evil.”

Echo chambers maintain themselves by creating a shared spirit and keeping discussion confined within certain limits. As Noam Chomsky once observed, “The smart way to keep people passive and obedient is to strictly limit the spectrum of acceptable opinion ( :!:), but allow very lively debate within that spectrum.”

But echo chambers also have to guard against dissent and opposition. Whether it’s in our homes, online or in our workplaces, a consensus is maintained by shaming people into conformity or excommunicating them if they persist in violating taboos. Public shaming serves not only to display the virtue of those doing the shaming but also warns others that the same punishment awaits them if they don’t conform.  :!: :!:

In my document, I committed heresy against the Google creed by stating that not all disparities between men and women that we see in the world are the result of discriminatory treatment. When I first circulated the document about a month ago to our diversity groups and individuals at Google, there was no outcry or charge of misogyny. I engaged in reasoned discussion with some of my peers on these issues, but mostly I was ignored.

Everything changed when the document went viral within the company and the wider tech world. Those most zealously committed to the diversity creed—that all differences in outcome are due to differential treatment and all people are inherently the same—could not let this public offense go unpunished. They sent angry emails to Google’s human-resources department and everyone up my management chain, demanding censorship, retaliation and atonement.

Upper management tried to placate this surge of outrage by shaming me and misrepresenting my document, but they couldn’t really do otherwise: The mob would have set upon anyone who openly agreed with me or even tolerated my views. When the whole episode finally became a giant media controversy, thanks to external leaks, Google had to solve the problem caused by my supposedly sexist, anti-diversity manifesto, and the whole company came under heated and sometimes threatening scrutiny.

It saddens me to leave Google and to see the company silence open and honest discussion. If Google continues to ignore the very real issues raised by its diversity policies and corporate culture, it will be walking blind into the future—unable to meet the needs of its remarkable employees and sure to disappoint its billions of users.

—Mr. Damore worked as a software engineer at Google’s Mountain View campus from 2013 until this past week.
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Bem fundamentado.

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Re:Funcionário questiona politica de diversidade do Google
« Resposta #29 Online: 12 de Agosto de 2017, 21:04:03 »
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Eticista Peter Singer: Google errou ao demitir James Damore

James Damore, um engenheiro de software na Google, escreveu um memorando em que argumentava que há diferenças entre homens e mulheres que podem explicar, em parte, por que há menos mulheres que homens nessa área de ocupação. Por isso, a Google o demitiu.
O CEO da Google, Sundar Pichai, mandou a seus funcionários um memorando dizendo que “muito do que estava naquele memorando era digno de debate”, mas que partes dele passam dos limites ao avançar “estereótipos danosos de gênero no nosso ambiente de trabalho”.
Pichai não especificou que seções do memorando discutiam questões que são justas de serem debatidas, e que porções passam dos limites. Isso seria difícil de fazer, porque o memorando inteiro diz respeito a se certos estereótipos de gênero têm base na realidade. Damore argumenta que há evidências para mostrar que as mulheres, comparadas aos homens, tendem a:

  • ser mais interessadas em pessoas
  • ser menos interessadas em analisar ou construir sistemas
  • ter maior ansiedade e menor tolerância a estresse
  • ter uma motivação menor pelo status
  • ser mais interessadas em equilibrar vida social e trabalho

Damore é cuidadoso em apontar que as evidências para essas alegações não mostram que todas as mulheres têm essas características em um nível maior que os homens. Ele diz que muitas dessas diferenças são pequenas, que há uma intersecção significativa entre homens e mulheres, e que “não se pode dizer nada sobre um indivíduo dadas essas distribuições em nível populacional”. Ele mostra isso com um gráfico, também. Ele diz que reduzir pessoas à sua identidade de grupo é ruim.

Há pesquisas científicas apoiando as opiniões expressadas por Damore. Há também bases para questionar algumas dessas pesquisas. Ao avaliar a ação da Google ao demitir Damore, não é necessário decidir qual lado está certo, mas somente se a opinião de Damore é algo que um funcionário da Google deveria ter permissão para expressar.

Eu acho que sim. Primeiro, como eu disse, não é alguma opinião distorcida e maluca. Há artigos sérios, publicados nos principais periódicos científicos revistos por pares, apoiando a opinião.

Em segundo lugar, ela lida com uma questão importante. A Google está certa em se preocupar com o fato de que grande parte de sua força de trabalho é masculina. O sexismo em muitas áreas do emprego é bem documentado. Os empregadores devem estar alertas para a possibilidade de que estão discriminando as mulheres, e devem tomar medidas para prevenir tal discriminação. Algumas orquestras agora conduzem seleções cegas — o músico toca por trás de uma tela, de forma que quem está julgando não saiba se estão ouvindo um homem ou uma mulher [tocando]. Isso levou a um aumento dramático no número de mulheres nas orquestras. Mais empresas deveriam considerar possibilidades de similarmente cegar a si mesmas, no ato de contratação, ao gênero dos candidatos.
Mas uma vez que tais medidas anti-discriminação tenham sido tomadas ao máximo, o fato de que uma força de trabalho numa indústria em particular é predominantemente masculina prova que houve discriminação? Não, se o tipo de trabalho oferecido provavelmente é mais atrativo para mais homens que mulheres.

Se a opinião que Damore defende está certa, isso será verdade para a engenharia do software. Se é, então seria questionável ir para além de evitar a discriminação nas contratações e promover uma política de dar preferência a mulheres acima de homens.
Isso não é o mesmo que dizer que seria impossível justificar. Por exemplo, em algumas profissões, ter modelos exemplares femininos é importante, e uma razão válida para dar preferência a mulheres, quando há outros candidatos que de outra forma são igualmente qualificados. Pode haver também outras razões, específicas de diferentes indústrias e profissões, para pensar que é desejável ter um equilíbrio mais paritário de homens e mulheres. Mas argumentos precisariam ser dados para isso, na área particular de emprego em que tal política fosse sugerida.

Então, numa questão importante, Damore ofereceu uma opinião que tem apoio científico razoável, e sobre a qual é improtante saber quais são os fatos. Por que, então, ele foi demitido?

Pichai, CEO da Google, diz que “sugerir que um grupo de nossos colegas têm características que os fazem menos biologicamente adequados para aquele trabalho é ofensivo e não OK”. Mas Damore explicitamente, e mais de uma vez, deixou claro que ele não estava reduzindo indivíduos a um grupo, e dessa forma não estava dizendo que todas — ou mesmo, necessariamente, quaisquer — mulheres empregadas pela Google como engenheiras de software fossem menos biologicamente adequadas para o seu trabalho que os homens. A Google é um empregador muito seletivo, e assim é muito provável que os processos de seleção da Google levaram à contratação de mulheres que são, em características específicas, não típicas de mulheres como um todo. O alvo do memorando de Damore era a ideia de que devemos esperar que mulheres integrem metade da força de trabalho da engenharia do software, que a Google deveria tomar medidas direcionadas a atingir esse resultado.

Pichai também cita o Código de Conduta da Google, que espera que “cada funcionário da Google faça o seu melhor para criar uma cultura de ambiente de trabalho que seja livre de assédio, intimidação, viés e discriminação ilegal”. O memorando de Damore não assediou ou intimidou ninguém, e numa sociedade que protege a liberdade de expressão não havia nada ilegal nele. Era enviesado? Para mostrar que era, seria necessário demonstrar que Damore foi enviesado ao selecionar certos estudos científicos que apoiavam sua opinião enquanto desconsiderou outros que fossem contra ela. Talvez tal argumento pudesse — ou devesse — ser feito, mas fazê-lo demandaria algum tempo e pesquisa. De qualquer forma, Pichai não tenta, nem mesmo de forma passageira, fazê-lo.
Ironicamente, o que Pichai fez, ao demitir Damore, é precisamente o contrário da passagem que ele cita. Ele criou uma cultura de ambiente de trabalho em que aqueles com opiniões como a de Damore serão intimidados a ficarem em silêncio.

***
Peter Singer, 71, é um dos filósofos eticistas mais bem-sucedidos ainda em atividade no mundo, professor de bioética na Universidade de Princeton, autor de Ética Prática, entre outros bestsellers, e mais recentemente de Ethics in the Real World. Publicado originalmente em New York Daily News, 10 de agosto de 2017.

O Google errou não somente em demitir Damore, mas primeiramente em pintar seu memorando como um texto sexista e anti-diversidade (coisa que ele está longe de ser).
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

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Re:Funcionário questiona politica de diversidade do Google
« Resposta #30 Online: 13 de Agosto de 2017, 03:38:00 »
Aqui seguiu-se um debate interessante entre dois cientistas que discordaram entre eles sobre as afirmações sobre diferenças de gênero no memorando do engenheiro da Google.
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
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Re:Funcionário questiona politica de diversidade do Google
« Resposta #31 Online: 16 de Agosto de 2017, 16:11:49 »
O Pirula comentou sobre o assunto:
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline Skeptikós

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Re:Funcionário questiona politica de diversidade do Google
« Resposta #32 Online: 16 de Agosto de 2017, 16:14:59 »
O resumo é que ele discordou das conclusões do cara sobre os artigos científicos que ele citou, mas discordou também da interpretação da mídia sobre o memorando. Para ele, o memorando foi educado e sensato (apesar de conter erros na interpretação dos dados dos estudos citados).
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

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Offline Gabarito

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Re:Funcionário questiona politica de diversidade do Google
« Resposta #33 Online: 17 de Agosto de 2017, 09:41:07 »
Algo vai esquisito lá pelas bandas do Google.
Acabei de checar e não é Teoria da Conspiração:

Google apaga brancos da história

Se digitar "American inventors", Google retorna isso:


Se digitar "White couple", volta isso:


Mais exemplos no artigo acima.

Offline Gabarito

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Re:Funcionário questiona politica de diversidade do Google
« Resposta #34 Online: 17 de Agosto de 2017, 09:48:40 »
Fiz minha própria pesquisa no Google Images para "Happy american couple":


Offline Luiz F.

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Re:Funcionário questiona politica de diversidade do Google
« Resposta #35 Online: 17 de Agosto de 2017, 09:51:22 »
A resposta desse cara faz sentido:

Citar
Gustavo Ats · Etec Fernando Prestes
Ahh isso eh explicável pela técnica de Google bomb.
Entendendo o algoritmo de busca deles, é fácil entender por que isso acontece.

O Google trabalha com robôs de busca (os chamados bots) eles saem navegando de link em link e contam os resultados. Quanto mais links pra aquela página, mais alta ela fica nas buscas.

Ultimamente o Google vem investindo em inteligência artificial e "espionagem" pra melhorar os resultados das buscas também.

Junte isso a bilhões de sites de textões e de mímimi politicamente correto e pimba: os robôs do Google entendem que aqueles são os melhores resultados para vc.

Como é escrito um texto sobre um inventor negro : fulano foi o primeiro negro a..
Um branco:
Ciclano foi o inventor de...

Junta isso tudo a vários site lá de justiceiros sociais dizendo que a importância do invento x por um negro (linkando a Wikipédia e tal) é zero citando o inventor branco ....

No fim , tudo isso é preocupante. As pessoas se preocupando mais com a cor da pele do que com os avanços que ocorreram em determinadas áreas, mas culpar o Google por isso é besteira ( no nível daqueles que chamaram a Sony de racista pq o detector de face não funcionava direito em pessoas negras sob baixa iluminação)

Dica: pesquise o mesmo em outros buscadores. :wink:
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Offline Gabarito

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Re:Funcionário questiona politica de diversidade do Google
« Resposta #36 Online: 17 de Agosto de 2017, 09:54:57 »
A resposta desse cara faz sentido:

Citar
Gustavo Ats · Etec Fernando Prestes
Ahh isso eh explicável pela técnica de Google bomb.
Entendendo o algoritmo de busca deles, é fácil entender por que isso acontece.

O Google trabalha com robôs de busca (os chamados bots) eles saem navegando de link em link e contam os resultados. Quanto mais links pra aquela página, mais alta ela fica nas buscas.

Ultimamente o Google vem investindo em inteligência artificial e "espionagem" pra melhorar os resultados das buscas também.

Junte isso a bilhões de sites de textões e de mímimi politicamente correto e pimba: os robôs do Google entendem que aqueles são os melhores resultados para vc.

Como é escrito um texto sobre um inventor negro : fulano foi o primeiro negro a..
Um branco:
Ciclano foi o inventor de...

Junta isso tudo a vários site lá de justiceiros sociais dizendo que a importância do invento x por um negro (linkando a Wikipédia e tal) é zero citando o inventor branco ....

No fim , tudo isso é preocupante. As pessoas se preocupando mais com a cor da pele do que com os avanços que ocorreram em determinadas áreas, mas culpar o Google por isso é besteira ( no nível daqueles que chamaram a Sony de racista pq o detector de face não funcionava direito em pessoas negras sob baixa iluminação)

Dica: pesquise o mesmo em outros buscadores. :wink:

Pode ser uma boa explicação.
Mas fica esquisito.
 :confuso:

Offline Luiz F.

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Re:Funcionário questiona politica de diversidade do Google
« Resposta #37 Online: 17 de Agosto de 2017, 10:07:54 »
De fato...
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Offline Lorentz

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Re:Funcionário questiona politica de diversidade do Google
« Resposta #38 Online: 17 de Agosto de 2017, 11:18:09 »
Pesquisei por "o maior ladrão do brasil" e o resultado nas imagens foi este:



Acho que o Google está calibrado.
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Offline Fabrício

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Re:Funcionário questiona politica de diversidade do Google
« Resposta #39 Online: 17 de Agosto de 2017, 12:52:27 »
Pesquisei por "o maior ladrão do brasil" e o resultado nas imagens foi este:



Acho que o Google está calibrado.

Complexo de vira-latas detectado. Digite "o maior ladrão do mundo" e o resultado será o mesmo.
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Offline Skeptikós

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Re:Funcionário questiona politica de diversidade do Google
« Resposta #40 Online: 17 de Agosto de 2017, 12:58:35 »
Dica: pesquise o mesmo em outros buscadores. :wink:


A explicação do algoritmo e dos boots faz sentido.
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
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Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline AlienígenA

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Re:Funcionário questiona politica de diversidade do Google
« Resposta #41 Online: 17 de Agosto de 2017, 13:41:56 »
Calma, gente! Se vocês pesquisarem por "inventores americanos" os brancos voltam a protagonizar a história. Embora negros e até algumas mulheres sejam forçosamente introduzidos no mesmo balaio, onde já se viu (ironia).  :P

Offline Skeptikós

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Re:Funcionário questiona politica de diversidade do Google
« Resposta #42 Online: 17 de Agosto de 2017, 15:10:14 »
A pesquisa em português é menos viesada mesmo. Brancos e negros aparecem nos resultados (com os brancos superando um pouco os negros) de maneira mais próxima e proporcional com a realidade.
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Offline Lorentz

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Re:Funcionário questiona politica de diversidade do Google
« Resposta #43 Online: 17 de Agosto de 2017, 15:20:45 »
Eu li o texto do Rodrigo Constantino ainda antes do Gabarito postar e achei um absurdo mesmo. Mas depois estava pensando um pouco e concluí que não poderia ser influência do Google os resultados porque eles estão pouco de lixando para o que o google retorna.

A prova disso é pesquisar por filmes e o resultado vir com mais preferência aos filmes completos postados ilegalmente no youtube que aos filmes oficialmente alugáveis via google play. Já presenciei isso uma vez.
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Offline Luiz F.

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Re:Funcionário questiona politica de diversidade do Google
« Resposta #44 Online: 17 de Agosto de 2017, 15:24:41 »
A questão é que o Google e similares são apenas o sintoma. O que ocorre é que se tem criado e difundido muito mais conteúdo ""revisionista"" nos últimos tempos. Isso acaba influenciando muito nos resultados das pesquisas dos buscadores. É mais um reflexo do momento mimimi que vivemos hoje.
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Re:Funcionário questiona politica de diversidade do Google
« Resposta #45 Online: 17 de Agosto de 2017, 15:32:25 »
Eu li o texto do Rodrigo Constantino ainda antes do Gabarito postar e achei um absurdo mesmo. Mas depois estava pensando um pouco e concluí que não poderia ser influência do Google os resultados porque eles estão pouco de lixando para o que o google retorna.

A prova disso é pesquisar por filmes e o resultado vir com mais preferência aos filmes completos postados ilegalmente no youtube que aos filmes oficialmente alugáveis via google play. Já presenciei isso uma vez.

A questão é que o Google e similares são apenas o sintoma. O que ocorre é que se tem criado e difundido muito mais conteúdo ""revisionista"" nos últimos tempos. Isso acaba influenciando muito nos resultados das pesquisas dos buscadores. É mais um reflexo do momento mimimi que vivemos hoje.

Acho que pode mesmo ser falha na programação desse gigantesco Big Data que tem se transformado o mundo digital na internet, com seus robôs e scripts.
Mesmo assim, procuro entender como uma falha de programação pode direcionar todos os resultados de "Happy american couple" ou "White couple" para casais negros, bi-raciais ou homossexuais.
Tudo bem para "American inventors" ou coisa mais técnica/histórica, mas "felicidade"?
 :confuso:

Offline Lorentz

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Re:Funcionário questiona politica de diversidade do Google
« Resposta #46 Online: 17 de Agosto de 2017, 15:34:30 »
A questão é que o Google e similares são apenas o sintoma. O que ocorre é que se tem criado e difundido muito mais conteúdo ""revisionista"" nos últimos tempos. Isso acaba influenciando muito nos resultados das pesquisas dos buscadores. É mais um reflexo do momento mimimi que vivemos hoje.

Eu vou ser polêmico aqui, mas acho meio incômodo a falta de representatividade das demais etnias na mídia e publicidade em geral como era antigamente. Hoje esses movimentos pró minoria estão passando dos limites, mas antigamente fazia sentido.

Há 15-20 anos praticamente não apareciam negros ou pardos nas peças de publicidade, pois o ideal de modelos sempre foram os branquinhos, mesmo a gente vivendo num país miscigenado.
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Offline Lorentz

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Re:Funcionário questiona politica de diversidade do Google
« Resposta #47 Online: 17 de Agosto de 2017, 15:40:53 »
Eu li o texto do Rodrigo Constantino ainda antes do Gabarito postar e achei um absurdo mesmo. Mas depois estava pensando um pouco e concluí que não poderia ser influência do Google os resultados porque eles estão pouco de lixando para o que o google retorna.

A prova disso é pesquisar por filmes e o resultado vir com mais preferência aos filmes completos postados ilegalmente no youtube que aos filmes oficialmente alugáveis via google play. Já presenciei isso uma vez.

A questão é que o Google e similares são apenas o sintoma. O que ocorre é que se tem criado e difundido muito mais conteúdo ""revisionista"" nos últimos tempos. Isso acaba influenciando muito nos resultados das pesquisas dos buscadores. É mais um reflexo do momento mimimi que vivemos hoje.

Acho que pode mesmo ser falha na programação desse gigantesco Big Data que tem se transformado o mundo digital na internet, com seus robôs e scripts.
Mesmo assim, procuro entender como uma falha de programação pode direcionar todos os resultados de "Happy american couple" ou "White couple" para casais negros, bi-raciais ou homossexuais.
Tudo bem para "American inventors" ou coisa mais técnica/histórica, mas "felicidade"?
 :confuso:

Não é falha. É estatística.

Eu acabei de pesquisar pelos mesmos termos no banco de imagens www.gettyimages.com, que jornais usam para ilustrar matérias por exemplo, e lá temos quase os mesmos resultados. E as imagens são deles mesmos, e não de buscas pela web.

Eu pesquisei por "happy couple" e aparecem casais bem variados. Quando pesquisamos por "happy american couples", aparecem mais negros. Então isso parece ser uma tendência da publicidade, para talvez atingir mais este público em específico.
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Offline Gabarito

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Re:Funcionário questiona politica de diversidade do Google
« Resposta #48 Online: 17 de Agosto de 2017, 15:43:03 »

Não é falha. É estatística.

Eu acabei de pesquisar pelos mesmos termos no banco de imagens www.gettyimages.com, que jornais usam para ilustrar matérias por exemplo, e lá temos quase os mesmos resultados. E as imagens são deles mesmos, e não de buscas pela web.

Eu pesquisei por "happy couple" e aparecem casais bem variados. Quando pesquisamos por "happy american couples", aparecem mais negros. Então isso parece ser uma tendência da publicidade, para talvez atingir mais este público em específico.

Explicadíssimo!
Assunto encerrado.
Pode mandar para arquivo.
:)

Offline Lorentz

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Re:Funcionário questiona politica de diversidade do Google
« Resposta #49 Online: 17 de Agosto de 2017, 16:36:30 »

Não é falha. É estatística.

Eu acabei de pesquisar pelos mesmos termos no banco de imagens www.gettyimages.com, que jornais usam para ilustrar matérias por exemplo, e lá temos quase os mesmos resultados. E as imagens são deles mesmos, e não de buscas pela web.

Eu pesquisei por "happy couple" e aparecem casais bem variados. Quando pesquisamos por "happy american couples", aparecem mais negros. Então isso parece ser uma tendência da publicidade, para talvez atingir mais este público em específico.

Explicadíssimo!
Assunto encerrado.
Pode mandar para arquivo.
:)

Nunca está encerrado. O dia que a Google mudar o nome para SkyNet, estamos ferrados.
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