Apesar do meu ceticismo ranzinha, ao menos duas coisas de útil eu vejo nessas tradições:
1) É uma forma de se socializar, interagir, ajudar e ser ajudado por pessoas que pensam de forma igual ou parecida com a sua.
Mas aí, existem clubes ou associações (fora os místico-esotérico-religiosos), que tambem podem servir a este propósito.
2) O que se faz ali pode trazer algum resultado/benefício do ponto de vista Psicológico (e só, penso eu).
É um benefício de natureza similar aquele que o evangelico desfruta quando libera suas tensões no meio da cantoria do culto
ou do espírita quando recebe uma mensagem consoladora. Por exemplo, Confúcio admitia que por sí só os rituais não tinham valor algum.
Eles eram úteis na medida em que tinham uma função social de aproximar e integrar as pessoas de uma comunidade ou família e promover
organização e disciplina mediante a correta execução do ritual.
Mas, assim como no caso 1, pode-se tambem obter benefício similar fora de um contexto místico-esotérico-religioso.
Tavez o lado místico-religioso da coisa funcione como catalizador facilitando essas coisas. Mas não funciona assim pra todo mundo.
Usando isso como gancho para explicar a visão cetica
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Ja a fé num dogma, devoção a um deus (ou deuses) e outras coisas que vem de carona com a religião ou o esoterismo nada significam
para algumas pessoas, dentre as quais me incluo.
Não consigo me interessar por elas, a não ser talvez num contexto histórico-filosófico, como forças que influenciam o decorrer da história
e o desenvolvimento das idéias.
Sendo assim e constatando que se se pode obter os benefícios de 1) e 2) por outras vias, de que forma eu ou outros aqui se interessariam por
estas coisas da mesma forma que um devoto ou adepto? Não creio que elas sejam negadas por puro e simples amor a polêmica, para vencer debates, se sentir superior, por rebeldia, etc.
Fosse isso verdade, não haveriam pessoas aqui, como por exemplo, o Gorducho e o Andarilho, que conhecem tão bem o espiritismo.
Eles perderam sua fé após terem experimentado e vivenciado aquilo, por bastante tempo. Sequer teriam começado, caso se opusessem ao espiritismo por puro negacionismo, polêmica, etc.
Acho que trata-se apenas de ser consistente com o que se Pensa e acredita.
Por certo que existem debates aguerridos aqui, trollagems (minhas inclusive), egos inflados, atitudes estúpidas e outras coisas mais que podem
dar a impressão aos "do outro lado" que o que se diz aqui se faz movido primordialmente por essas coisas que citou e não por uma convicção do
cético, muitas vezes forjada após longa reflexão ou mesmo vivência ali "no outro lado".
Eu nem de longe me aprofundei como fez o Gorducho, mas passei por mais de um culto / religião, fui a encontros, fiz perguntas e nenhum deles
me cativou.
Por exemplo, na minha jornada cheguei a cogitar algumas formas de neopaganismo, mas me decepcionei quando comecei a ler e pesquisar mais a fundo sobre o assunto. O caso da wicca, que a Brienne citou: toda aquela tradição que remontaria a eras pré-cristãs desvaneceu um segundo depois de constatar que a mesma surgiu de idéias totalmente equivocadas da Margaret Murray, amplamente desmentidas por historiadores.
Noutro exemplo, a GD, que já mencionei: Fraülein Sprengler sequer existiu e os tais manuscritos cifrados não passam de invenção do W. W. Westcott.
E de carona com isso, ainda vem coisas como (argh!) astrologia... Para um astrônomo (ainda que amador) é o fim da picada.
É uma pena não ser de outra forma.