Autor Tópico: pergunte a um místico  (Lida 1376 vezes)

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Offline Pedro Reis

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Re:pergunte a um místico
« Resposta #25 Online: 06 de Dezembro de 2019, 14:35:52 »

Isso te responde?

Eis a bela porcaria.

Offline JJ

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Re:pergunte a um místico
« Resposta #26 Online: 06 de Dezembro de 2019, 14:49:17 »
Na vertente esoterista de Louis-Claude de Saint-Martin (a que sigo), por exemplo, todos os acontecimentos bíblicos são alegorias de uma transformação espiritual - a Criação e a Queda no Genesis não se tratam de figuras literais de um passado mágico, mas acontecimentos interiores. Nesse sentido, a "Queda de Adão" é a história de todos nós - a individuação, a separação, a vinda do homem a este mundo e sua solidão existencial são verdades essenciais mascaradas pelas imagens figuradas da religiosidade.

É disso que falo, irmãozinho.

O místico/esotérico é um reducionista que diminui a realidade para que caiba dentro dos seus próprios anseios.

O "materialista" permite que as coisas sejam como são. Infinitamente mais fantásticas, assombrosas.



O materialista não permite que as coisas sejam como são pois ele não tem poder evitar/impedir que as coisas sejam como ele concorda como os especialistas/cientistas dizem que é. Ele apenas concorda e conforma, pois sabe que não tem mesmo poder para alterar as chamadas leis físicas. Então, na sua impotência ele simplesmente conforma.


 :biglol:
"Conforma", não, "se conforma". Oras, "conforma" tem o  mesmo peso de ação transformadora do termo "permite" que  você pimpãomente questionara.



permitir
Aprenda a pronunciar
verbo
1.
transitivo direto e bitransitivo
dar liberdade, poder ou licença para; consentir, conceder.
"a lei não permite a baderna"


Offline Sergiomgbr

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Re:pergunte a um místico
« Resposta #27 Online: 06 de Dezembro de 2019, 14:51:11 »
 ::)
Até onde eu sei eu não sei.

Offline JJ

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Re:pergunte a um místico
« Resposta #28 Online: 06 de Dezembro de 2019, 15:01:20 »


Isso te responde?

Eis a bela porcaria.


Não vou colocar imagens ou vídeo,  mas  imagine  ou pesquise imagens de pessoas ou mesmo outros bichos com doenças sérias,  ou sendo predados  (e os que mais sofrem com isso são os outros bichos, pois nós  dificilmente somos predados hoje em dia, e já conseguimos tratar muitas doenças que antes nos matavam), inclusive há a predação em vida feita por terríveis e asquerosos parasitoides,  pesquise também imagens de cadáveres de pessoas, inclusive crianças,  e outras coisas semelhantes.   

E de qualquer forma isso são tragédias atuais,  muitas com o desenvolver científico, tecnológico e ético nós poderemos evitar no futuro.  Entretanto,  mesmo toda essa melhoria e desenvolvimento irá num futuro longínquo virar nada, na perspectiva do conhecimento atual. 



Offline JJ

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Re:pergunte a um místico
« Resposta #29 Online: 06 de Dezembro de 2019, 15:09:31 »

Isso te responde?

Eis a bela porcaria.



E além disso, ainda temos que seria muitíssimo melhor que a perspectiva religiosa fosse verdadeira,  pois  essas bonitas imagens atuais   (deixando de lado os horrores e as tragédias que esse vídeo não mostra)  prosseguiriam por toda a eternidade, a própria vida prosseguiria pela eternidade,  já   com o conhecimento científico nós sabemos que se os humanos ou alguma civilização extraterrestre inteligente e avançada não der um jeito de afastar a órbita da Terra, está será primeiramente transformada num desertão quente e talvez depois engolida pelo Sol em expansão na sua fase de gigante vermelha.

Offline JJ

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Re:pergunte a um místico
« Resposta #30 Online: 06 de Dezembro de 2019, 15:25:46 »


Isso te responde?

Eis a bela porcaria.



Um exemplo muito simples: você não permitirá a morte de seus familiares próximos, simplesmente você não terá poder para impedir isso.

Isso não será bonito.   Será uma tragédia ... (a não ser que você seja um psicopata   :hihi:   ). 




Offline Gigaview

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Re:pergunte a um místico
« Resposta #31 Online: 06 de Dezembro de 2019, 15:54:49 »

Isso te responde?

Eis a bela porcaria.

Nada disso existe. Ilusão computadorizada.
Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.

Offline Pedro Reis

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Re:pergunte a um místico
« Resposta #32 Online: 06 de Dezembro de 2019, 19:29:14 »

Não vou colocar imagens ou vídeo,  mas  imagine  ou pesquise imagens de pessoas ou mesmo outros bichos com doenças sérias,  ou sendo predados  (e os que mais sofrem com isso são os outros bichos, pois nós  dificilmente somos predados hoje em dia, e já conseguimos tratar muitas doenças que antes nos matavam), inclusive há a predação em vida feita por terríveis e asquerosos parasitoides,  pesquise também imagens de cadáveres de pessoas, inclusive crianças,  e outras coisas semelhantes.   

E de qualquer forma isso são tragédias atuais,  muitas com o desenvolver científico, tecnológico e ético nós poderemos evitar no futuro.  Entretanto,  mesmo toda essa melhoria e desenvolvimento irá num futuro longínquo virar nada, na perspectiva do conhecimento atual. 





E quanto ao juízo de valor [...] o próprio Universo é no final uma porcaria destinada ao sem sentido e ao nada.  E não vejo nada de assombroso e fantástico a ausência de sentido e o nada. è uma bela duma porcaria, isso sim.


 :biglol:

A realidade é terrível. E não é você quem está me trazendo esta novidade.

Lá em cima, no post ao qual você reagiu, me refiro ao  "terror proporcional ao maravilhamento diante da incerteza sobre o presente e sobre o destino". E ainda afirmo preferir isto a ideia insuportavelmente medíocre de ser um mero peixinho nadando na segurança do grande aquário do Senhor.

Assombro é isto, o equilíbrio entre o terror de existir e a maravilha de existir.

Minha própria insignificância resulta da grandiosidade imensurável da experiência que é estar aqui, parte desta experiência fantástica. Imerso neste maravilhoso mundo.

É terrível o descaso e indiferença que essa coisa assombrosa, chamada universo, tem por mim. Mas em contrapartida, minha infinitesimal significância é relativa à infinitamente portentosa experiência de existir.

O que eu quero dizer é que o Homem se sentiria muito mais confortado se o universo todinho fosse feito para ele. Nada mais que uma Terra; plana e protegida pelo grande domo. Meramente uma espécie de aquário adornando a sala de visitas de Papai do Céu. E nós seus queridos peixinhos ornamentais, dos quais ele cuida muito bem. Com muito zelo e carinho.

Mas só assim o Homem amplia infinitamente sua significância: com uma fantasia mediocrizando de maneira infinitamente proporcional a realidade da existência.

A consciência da sua própria e irremediável finitude é a fonte de onde você deve extrair a sabedoria de não se importar com todas as besteiras. Porque no final das contas as bobagens que o Homem julga importantes são tão insignificantes quanto ele próprio. Mas sem a consciência desta insignificância desperdiça em protocolos sociais e ridículas atribulações cotidianas, o mágico presente da vida. Além disso, a percepção de sua completa insignificância é a chave para se alcançar a plena liberdade.

Misticismo pode dar ao homem a ilusão reconfortante de auto-importância e eternidade.

Mas a que preço? 

Exemplo de um homem que se imagina importante e pensando que vai viver para sempre:



Offline Fenrir

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Re:pergunte a um místico
« Resposta #33 Online: 07 de Dezembro de 2019, 10:17:39 »
Boa a analogia com animais ornamentais num aquário
Boa parte da humanidade quer pompa, circunstância e ser bajulada/cuidada/favorecida** por divindade(s) ou pelo universo, mas essa visão de mundo, ao menos para mim, faz o homem parecer mais medíocre e insignificante que aquela dos assim chamados "materialistas".
Prefiro ser livre num universo insensível e desumanamente vasto, que preso num espaço qualquer, a mercê dos caprichos e da vontade de qualquer entidade superior, seja de que natureza for (e como são caprichosas e mimadas essas entidades...).

Chegaria ainda mais longe: mesmo na hipótese do tal aquário e seu dono serem de fato reais (o que duvido), ainda assim preferiria me agarrar a visão de um universo indiferente a nós e tudo o mais que vem de carona com o "materialismo". Nesse cenário, por assim dizer invertido, escolheria a pílula azul sem pensar duas vezes e me recolheria em minhas ilusões.
Já no atual estado de coisas, me vejo pegando a vermelha.

** ou desfavorecidos/odiados/etc, o outro lado da mesma moeda... o que também é pompa e circunstância, só que com sinal trocado. A visão místico-religiosa não parece combinar muito com uma indiferença universal. Ame ou odeie, mas ignorar jamais.
« Última modificação: 07 de Dezembro de 2019, 10:27:16 por Fenrir »
"Nobody exists on purpose. Nobody belongs anywhere. Everybody's gonna die. Come watch TV" (Morty Smith)

"The universe is basically an animal. It grazes on the ordinary. It creates infinite idiots just to eat them." (Rick Sanchez)

Offline Fenrir

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Re:pergunte a um místico
« Resposta #34 Online: 07 de Dezembro de 2019, 10:47:46 »
Vou, inclusive, aproveitar e perguntar aos sr(s) místico(s), porque não veem (ou aparentam não ver) o profundo misticismo naquilo que a ciência e os cientistas fazem em querer entender o que é a natureza e o universo e desvendar seus segredos. Um grande físico ou matemático parece a mim muito mais mago/místico que um Levi ou Saint-Martin jamais foram.
Por exemplo, vejo algo de mágico e profundo nas palavras de Galileu, de que o livro da natureza esta escrito em caracteres matemáticos... é espantoso que possamos contar com uma ferramenta tão efetiva para nos ajudar nessa empreitada exploratória, é espantoso até mesmo que exista algo assim.. Vendo a coisa dessa forma, um livro de cálculo parece um grimório cheio de encantamentos prontos para serem aprendidos e aplicados em inúmeras situações.
Descobrir e desvendar a natureza era inclusive o ideal de muitos filosomísticos do renascimento, por exemplo Telésio ou Bruno. E me pergunto se isto não é precisamente o que os cientistas fazem e vem fazendo há tempos.
« Última modificação: 07 de Dezembro de 2019, 11:18:21 por Fenrir »
"Nobody exists on purpose. Nobody belongs anywhere. Everybody's gonna die. Come watch TV" (Morty Smith)

"The universe is basically an animal. It grazes on the ordinary. It creates infinite idiots just to eat them." (Rick Sanchez)

Offline Gigaview

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Re:pergunte a um místico
« Resposta #35 Online: 07 de Dezembro de 2019, 11:54:57 »
Boa a analogia com animais ornamentais num aquário
Boa parte da humanidade quer pompa, circunstância e ser bajulada/cuidada/favorecida** por divindade(s) ou pelo universo, mas essa visão de mundo, ao menos para mim, faz o homem parecer mais medíocre e insignificante que aquela dos assim chamados "materialistas".
Prefiro ser livre num universo insensível e desumanamente vasto, que preso num espaço qualquer, a mercê dos caprichos e da vontade de qualquer entidade superior, seja de que natureza for (e como são caprichosas e mimadas essas entidades...).

2

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Chegaria ainda mais longe: mesmo na hipótese do tal aquário e seu dono serem de fato reais (o que duvido), ainda assim preferiria me agarrar a visão de um universo indiferente a nós e tudo o mais que vem de carona com o "materialismo". Nesse cenário, por assim dizer invertido, escolheria a pílula azul sem pensar duas vezes e me recolheria em minhas ilusões.
Já no atual estado de coisas, me vejo pegando a vermelha.

** ou desfavorecidos/odiados/etc, o outro lado da mesma moeda... o que também é pompa e circunstância, só que com sinal trocado. A visão místico-religiosa não parece combinar muito com uma indiferença universal. Ame ou odeie, mas ignorar jamais.

 :ok: é isso aí...
Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

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Offline Eliphas Levi

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Re:pergunte a um místico
« Resposta #36 Online: 07 de Dezembro de 2019, 16:14:32 »
Agradeço à contribuição de todos. Como os temas e questões levantadas se cruzam, decidi respondê-los com um único post.
Mas em outras oportunidades você já fez referência, por exemplo, a uma suposta moralidade subjacente no universo.
Se você abrir um livro para um cachorro, ele verá estímulos visuais e sensoriais -
cores, folhas, capa, rabiscos (letras), material, espessura, peso. A profundidade, a essência de um livro, lhe é vedada, selada, terrível.
Ele pode cheirar, morder, esconder, brincar, mas não pode ir além disso, por não ter, ele mesmo, um princípio inteligível.
Quando lemos um livro, ou este texto, nossos olhos, que são sensíveis, captam essas luzes, que são também sensoriais.
Mas algo em nós que não é nem sensível e nem visível, apreende o que também não é nem sensível e nem visível.
Platão chamou isso de alma racional; outros, de espírito eterno.
O livro aberto diante do cão é um caos, uma bagunça visual-sensorial, um objeto desprovido de valor e significado, terrível.
A Sonata para piano n.º 14 de Beethoven, para um inseto, pode ser uma profusão caótica de barulhos incoerentes, terrível.
Da mesma maneira, o que achamos que entendemos do que vemos ao nosso redor não se deve à sua natureza inerente,
mas à imperfeição de nosso atual veículo físico e infantilidade de nosso desenvolvimento mental.
No martinezismo, nós chamamos isso de Queda. O Advaita chama de Maya. O esoterismo tibetano, de Samsara.
Quer você chame isso da Caverna de Platão, ou de 'perder o Pleroma' para os antigos gnósticos,
estamos falando de diversos ensinamentos e abordagens de uma só Tradição Perene e Primordial.
Seu segredo consiste no fato de que, quando percebemos o Bom e o Belo, o fazemos com órgãos
tão verdadeiros quanto olhos e ouvidos, ainda que não sejam visíveis nem sentidos em nosso atual estado.
Se um bebê recém-nascido for exposto ao discurso de Martin Luther King, chorará com o barulho terrível.
Da mesma maneira, só estamos aptos a Ler o Livro da Natureza após desenvolvermos os órgãos que lhe são devidos.
Os rosacruzes os chamaram de "rosa do coração"; os budistas, de "mente de compaixão"; os gnósticos, "corpo de luz".
A que todos esses termos se referem? A algo que deve nascer em nós para ler a "Assinatura das Coisas".
Que é este algo? Para ver luzes, preciso de olhos; para ouvir sons, ouvidos; para saborear, língua.
O que tem de nascer em mim para ver e escutar a língua universal do Amor, do Bem e do Belo?
A resposta é a mais simples (na teoria) e o mais difícil na prática:
Assim como percebo coisas sensíveis com os meus sentidos sensoriais, e coisas inteligíveis com o meu intelecto,
é só no meu coração, com o desenvolvimento de seu próprio organismo moral, que o homem se torna sensível
para a dimensão ética-estética do mundo. Isso não tem a ver com nenhuma crença ou religião específica.
A profundidade da existência, a dignidade do Real, a valiosidade do Amor, da Verdade, do Respeito,
só podem ser enxergados, lidos e produzidos por aquele semeou, regou, cultivou e colheu esses frutos em Si.
Assim como o bebê chora pela sequência absurda de ruídos do discurso de Martin Luther King,
o homem espiritualmente morto está embotado e cego para a dimensão espiritual das coisas, dos seres e dos valores.
O universo se entreabre para ele como uma "máquina do mundo" sem valor ou significado,
ele vê a luta pela sobrevivência, os jogos de contrastes, o nascimento e decaimento das coisas,
e é incapaz de penetrar além dessa camada. Está cego para ela como um cão para os Versos Áureos de Pitágoras.
Pra mim não tem ficado clara a diferenciação entre este ocultismo de vocês e o Espiritismo
Gorducho, de fato, ambos (em sua versão moderna) se desenvolveram Lyon e compartilharam membros e conceitos.
Faz-se mister estabelecer aqui uma distinção entre as definições.
1- 'Ocultista' denota o estudioso intelectual das relações entre o homem, a natureza e o universo
ex: o texto Como está constituído o ser humano do médico Gérard Encausse faz uma análise analógica da estrutura da anatomia humana.
2- 'Esoterista' refere-se ao praticante da interpretação profunda de uma doutrina exterior
ex: o livro Novo Homem de nosso mestre situa os acontecimentos e revelações bíblicas como etapas da jornada interior de transformação espiritual.
3- 'Místico' denota alguém que abre-se pessoal e diretamente para a experiência transformadora da Unidade
ex: o livro Noite Escura da Alma de São João da Cruz relata o processo de sua abertura direta para a experiência de união com o Absoluto.
4- 'Teósofo' refere-se a quem obteve uma revelação direta de princípios divinos e universais
ex: o livro Science, Meaning and Evolution do físico teórico contemporâneo Basarab Nicolescu fala das visões do teósofo alemão Jakob Böhme,
um simples sapateiro que, escrevendo sobre as visões que lhe eram reveladas,
acabou por influenciar profundamente o pensamento filosófico e científico ocidental.
Respondendo à sua pergunta, o espiritismo, especialmente no Brasil, é uma religião como qualquer outra.
Há uma forma exterior, crenças literais, dogmas, livros canônicos, uma doutrina oficial e instituições reguladoras.
Existem grupos que são somente esoteristas, como o Rito Escocês Retificado, e também apenas místicos, como os pietistas,
mas é comum que uma Ordem trabalhe os quatro aspectos, como é feito atualmente pela O.M.
No Ocultismo, como na vida, nada é o que parece ser, e 99% trata-se de metáfora e símbolo.
Sobre a associação com o socialismo idealista francês, é um fato. Não à toa, muitos líderes ocultistas,
de Eliphas Levi à Constant Chevillon, passando por Leon Denis, por exemplo, foram também líderes socialistas,
pois é inconciliável pregar a Igualdade e a Fraternidade, e crer na comunhão universal da humanidade e,
ao mesmo tempo, compactuar com a opressão e a exploração do homem. Acabo de fazer upload de um pequeno trecho que,
creio, será uma leitura definitiva para a solução de suas indagações:
Discurso iniciático relativo a uma iniciação martinista
Você é um místico terraplanista?
Gigaview bem humorado, como sempre!
A realidade é terrível.
::)
Vou, inclusive, aproveitar e perguntar aos sr(s) místico(s), porque não veem (ou aparentam não ver) o profundo misticismo naquilo que a ciência e os cientistas fazem em querer entender o que é a natureza e o universo e desvendar seus segredos.
Respondido no meu segundo post deste tópico, na resposta ao Sergiomgbr.
« Última modificação: 07 de Dezembro de 2019, 16:22:25 por Eliphas Levi »
as above so below

Offline Pedro Reis

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Re:pergunte a um místico
« Resposta #37 Online: 07 de Dezembro de 2019, 18:39:59 »
A realidade é terrível porque coisas terríveis podem acontecer. E acontecem.

A dor física e outras formas não menos terríveis de sofrimento foram e são essenciais para o surgimento,
desenvolvimento e manutenção da vida nesse universo. O universo é terrível porque ele pode gerar vida. E vida significa a possibilidade de martírios maiores do qualquer ser vivo seria capaz de suportar.

Contudo eventualmente suporta.

Sabendo ou não ler "o livro da Natureza", desenvolvendo ou não seu "organismo moral", você não estará a salvo da crueldade do universo. E quanto mais compaixão, mais você sofrerá o sofrimento do outro.

E ainda que um Lama qualquer seja capaz de sublimar a própria dor, essa conquista será sempre pessoal e a natureza continuaria sendo esta usina cruel, gerando dores e sofrimentos que aterrorizam as vidas que ela mesmo cria. Vidas que só existem em suas manifestações mais complexas e sofisticadas, mais inteligentes e conscientes, porque o sofrer lhes é inerente.

Neste sentido a realidade é terrível. Porque um animal pode ser devorado ainda vivo, porque uma criança pode ficar cega apenas para satisfazer o apetite de um verme, porque toda alegria pelo nascimento de um filho é acompanhada da preocupação pela vida deste filho, e porque muitas vezes existirá a dor de perdê-lo. É terrível porque apesar de tudo, somos feitos para querer viver mas vivemos com a consciência que tudo se acaba: a juventude, a saúde, a própria vida enfim. Para nós e para todos aqueles que amamos. Por fim o próprio universo, a própria realidade deixará de existir, e tudo se revela despropositado quando, perplexos, entendemos que o tudo que o nada criou colapsa inexoravelmente para o retorno definitivo ao próprio nada.

Quando já não haverá mais dor. Nem maravilhas.

Offline Pedro Reis

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Re:pergunte a um místico
« Resposta #38 Online: 07 de Dezembro de 2019, 18:46:36 »
E quanto ao resto que o mano Levi escreveu... Eu posso desenvolver em mim potencialidades específicas do ser humano como a moralidade, o amor, a compaixão, a ética, etc... E estas qualidades possivelmente tornarão minha vida mais rica e significante.

Porém, contudo, todavia... são atributos ou potencialidades subjacentes à minha natureza humana. E não do mundo a volta com o qual me relaciono.

Esta é a minha divergência com o ponto de vista do irmão Levi.

Offline Gigaview

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Re:pergunte a um místico
« Resposta #39 Online: 07 de Dezembro de 2019, 21:54:54 »
Agradeço à contribuição de todos. Como os temas e questões levantadas se cruzam, decidi respondê-los com um único post.
Mas em outras oportunidades você já fez referência, por exemplo, a uma suposta moralidade subjacente no universo.
Se você abrir um livro para um cachorro, ele verá estímulos visuais e sensoriais -
cores, folhas, capa, rabiscos (letras), material, espessura, peso. A profundidade, a essência de um livro, lhe é vedada, selada, terrível.
Ele pode cheirar, morder, esconder, brincar, mas não pode ir além disso, por não ter, ele mesmo, um princípio inteligível.
Quando lemos um livro, ou este texto, nossos olhos, que são sensíveis, captam essas luzes, que são também sensoriais.
Mas algo em nós que não é nem sensível e nem visível, apreende o que também não é nem sensível e nem visível.

Isso é óbvio e não tem nada de terrível aí. O "software" humano, desenvolvido num processo de evolução da espécie, é apenas aplicável ao "hardware" humano.

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Platão chamou isso de alma racional; outros, de espírito eterno.

Muitos chamaram isso de muitas coisas. Por que essa predileção pela "alma"? Um viés misticóide para fundamentar bullshits místicos?

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O livro aberto diante do cão é um caos, uma bagunça visual-sensorial, um objeto desprovido de valor e significado, terrível.
A Sonata para piano n.º 14 de Beethoven, para um inseto, pode ser uma profusão caótica de barulhos incoerentes, terrível.
Da mesma maneira, o que achamos que entendemos do que vemos ao nosso redor não se deve à sua natureza inerente,
mas à imperfeição de nosso atual veículo físico e infantilidade de nosso desenvolvimento mental.

Para o cão e para o inseto são apenas sinais ambientais nada diferentes da imagem de um carro que passa ou do ruído da chuva que cai. Quem está atribuindo um significado terrível é VOCÊ quando se imagina como se fosse um cão diante de um livro ou de um inseto ao som de Beethoven.

Isso também é um viés misticóide, atribuir significado ao que é imaginado para criar fatos fantasiosos. É onde se inicia a longa viagem na maionese.

Citar
No martinezismo, nós chamamos isso de Queda. O Advaita chama de Maya. O esoterismo tibetano, de Samsara.

O místico confundiu alho com bugalhos. Revise os seus conceitos.

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Quer você chame isso da Caverna de Platão, ou de 'perder o Pleroma' para os antigos gnósticos,
estamos falando de diversos ensinamentos e abordagens de uma só Tradição Perene e Primordial.

Agora virou salada. Misturou tudo. O místico precisa ser mais claro e didático com os ateuzinhos.

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Seu segredo consiste no fato de que, quando percebemos o Bom e o Belo, o fazemos com órgãos
tão verdadeiros quanto olhos e ouvidos, ainda que não sejam visíveis nem sentidos em nosso atual estado.

Essa conversa mole de órgãos (verdadeiros) invisíveis é bullshit. Lógico que, se não colar, você vai apelar para um sentido metafórico mais escorregadio do que um peixe ensaboado.

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Se um bebê recém-nascido for exposto ao discurso de Martin Luther King, chorará com o barulho terrível.
Da mesma maneira, só estamos aptos a Ler o Livro da Natureza após desenvolvermos os órgãos que lhe são devidos.

Do jeito que está escrito é bullshit. O bebê vai chorar exposto a qualquer barulho e nada tem a ver com o que segue.  Você está querendo dizer que para estar apto para ler o texto acima é preciso de (verdadeiros) órgãos invisíveis? Isso é bullshit em cadeia.

Citar
Os rosacruzes os chamaram de "rosa do coração"; os budistas, de "mente de compaixão"; os gnósticos, "corpo de luz".

A salada continua. O místico tem que controlar sua empolgação verborrágica.

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A que todos esses termos se referem? A algo que deve nascer em nós para ler a "Assinatura das Coisas".

É esse é o nome da salada?

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Que é este algo? Para ver luzes, preciso de olhos; para ouvir sons, ouvidos; para saborear, língua.
O que tem de nascer em mim para ver e escutar a língua universal do Amor, do Bem e do Belo?
A resposta é a mais simples (na teoria) e o mais difícil na prática:
Assim como percebo coisas sensíveis com os meus sentidos sensoriais, e coisas inteligíveis com o meu intelecto,
é só no meu coração, com o desenvolvimento de seu próprio organismo moral, que o homem se torna sensível
para a dimensão ética-estética do mundo. Isso não tem a ver com nenhuma crença ou religião específica.
A profundidade da existência, a dignidade do Real, a valiosidade do Amor, da Verdade, do Respeito,
só podem ser enxergados, lidos e produzidos por aquele semeou, regou, cultivou e colheu esses frutos em Si.
Assim como o bebê chora pela sequência absurda de ruídos do discurso de Martin Luther King,
o homem espiritualmente morto está embotado e cego para a dimensão espiritual das coisas, dos seres e dos valores.
O universo se entreabre para ele como uma "máquina do mundo" sem valor ou significado,
ele vê a luta pela sobrevivência, os jogos de contrastes, o nascimento e decaimento das coisas,
e é incapaz de penetrar além dessa camada. Está cego para ela como um cão para os Versos Áureos de Pitágoras.

 :violao:

Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.

Offline Gigaview

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Re:pergunte a um místico
« Resposta #40 Online: 07 de Dezembro de 2019, 22:01:00 »
Citar
Sobre a associação com o socialismo idealista francês, é um fato. Não à toa, muitos líderes ocultistas, de Eliphas Levi à Constant Chevillon, passando por Leon Denis, por exemplo, foram também líderes socialistas...

 :histeria:

Isso faz todo o sentido. Tudo é maionese na cabeça desse pessoal.
Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

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Offline Fenrir

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Re:pergunte a um místico
« Resposta #41 Online: 07 de Dezembro de 2019, 22:07:46 »
E quanto ao resto que o mano Levi escreveu... Eu posso desenvolver em mim potencialidades específicas do ser humano como a moralidade, o amor, a compaixão, a ética, etc... E estas qualidades possivelmente tornarão minha vida mais rica e significante.

Porém, contudo, todavia... são atributos ou potencialidades subjacentes à minha natureza humana. E não do mundo a volta com o qual me relaciono.

Esta é a minha divergência com o ponto de vista do irmão Levi.

2
Ja bati nesta tecla nesse forum: muitos tentam antropomorfizar o universo, por exemplo tornando-o etico/moral, tomando
preceitos etico/morais como se fossem leis físicas, vendo-o como criação de um super-ser antropomorfizado (somos criados a sua imagem e semelhança...), como se tudo que existisse tivesse necessariamente que ter sido criado por outrem (porque fazemos isso, criamos coisas tanto no mundo físico como em nossas mentes), vendo finalismo e propósito em tudo.
Percebem um padrão?
Em suma, transferindo e generalizando assuntos da esfera humana** para todo o resto, como sugere o Pedro no quote acima.
Isso me parece disparatado, mais até do que antropomorfizar animais como se fazem nos cartoons. E conhecemos melhor
e temos mais em comum com eles que com muita coisa "lá fora". Coisas que inclusive sequer sabemos o que são (matéria escura)
ou que sequer sabemos se existem ou não (outras forças fundamentais).
O homem deveria tentar parar de olhar tanto para seu próprio umbigo e considerar a possibilidade de não ser assim tão importante e
especial, deixar de ver todo o resto como um mero espelho refletindo sua imagem e ressonando seus anseios/medos, etc.

Até onde se sabe, o "as above, so below" funciona razoavelmente bem para as leis físicas. O resto não é muito diferente de horóscopo:
Plutão em sagitário*** influenciando sua vida financeira e amorosa.
Inclusive me ocorreu que místicos na verdade invertem a coisa transformando-a num "as below, so above", e este below
somos nós nos projetando em tudo graças a esse ultra-narcisismo, esse ego coletivo mais inflado e rarefeito que mil Betelgeuses.

** ou terrícola, como diria o sr. Gorducho
*** ou um planeta anão dentre outros 20 ou 30, projetado a frente de um campo com estrelas não relacionadas entre si, com as mais
brilhantes formando uma figura que, com muita, mais muita imaginação e forçação de barra se parece com um centauro, um
ser fantástico da mitologia grega, portando um arco e influenciando a vida de alguem cuja data de nascimento se situa entre 22 de novembro e 21 de dezembro...  a astrologia e sua cadeia interminável de non sequiturs e relacionamentos espúrios e imaginários é o exemplo acabado do "as above, so below" dos místicos. Não há simbologia ou metáfora que salve isso.
« Última modificação: 07 de Dezembro de 2019, 22:46:58 por Fenrir »
"Nobody exists on purpose. Nobody belongs anywhere. Everybody's gonna die. Come watch TV" (Morty Smith)

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Offline Gorducho

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Re:pergunte a um místico
« Resposta #42 Online: 07 de Dezembro de 2019, 23:22:52 »
Para o cão e para o inseto são apenas sinais ambientais nada diferentes da imagem de um carro que passa ou do ruído da chuva que cai. Quem está atribuindo um significado terrível é VOCÊ quando se imagina como se fosse um cão diante de um livro ou de um inseto ao som de Beethoven.
O 🐈 cá de 🏠 vai é se deitar no 📖 (agora por exemplo ele se deitou nuns papéis e num lápis que ele vai acabar derrubando).
Os 🐕 não trepam nas mesas então não chegam perto de 📖
Se sim provavelmente iam destruir :chorao:

M/próximo passo de iniciação ao Ocultismo é ver no Tratado da Reintegração dos Seres por que 🤔 houve queda.
« Última modificação: 07 de Dezembro de 2019, 23:50:44 por Gorducho »

Offline Fenrir

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Re:pergunte a um místico
« Resposta #43 Online: 07 de Dezembro de 2019, 23:41:29 »
Oh, my not-god! me ocorreu algo deveras assombroso.

Será o Levi alguem que saiu da caverna, vislumbrou o Liber Mundi e voltou aqui ao CC para tentar libertar os trogloditas CCzentos e traze-los das sombras ilusórias a luz do conhecimento?
Ou somos nós que estamos dizendo a ele para parar de cair e tatear no escuro, obcecado como está com quedas e vir cá para a luz do sol?

as .:.above.:. so :.:below:.:


asabovesobelow
 sabovesobelo
  abovesobel
    bovesobe
      ovesob
       veso
         es
          .
         se
       osev
     bosevo
   ebosevob
  lebosevoba
 olebosevobas
wolebosevobasa


vejam o as above so below nos lados  a esquerda, ">", da dupla pirâmide, de cima para baixo
vejam o as above so below nos lados a direita, "<", da dupla pirâmide, de baixo pra cima
vejam o fluxo de mão dupla, a conexão, com o ponto, o uno no meio, ao mesmo tempo emanando e absorvendo as duas metades
Vejam o as above so below sumindo no uno e aparecendo invertido no outro lado
vejam o as above convergindo para o uno a esquerda acima e a direita abaixo
vejam o so below divergindo do uno a direita acima e a esquerda abaixo
vejam o as above so below na linha mais superior...
...e o as above so below de tras para frente na linha mais inferior

...e piramides evocam o egito e ...

...a cereja do bolo é estar estampado na cara do Olve Eikemo!
...de uma banda chamada "immortal", como são imortais as almas!!

nao consigo parar, ai meu santo TOC!

Eis que descobri o símbolo móvel, animado, o selo supremo da intima conexão das esferas, da unicidade na multiplicidade, da comunhão dos opostos, o yin-yang ocidental, do triunfante e epifânico retorno ao uno após se erguer da queda. Preguem a rosa de volta na cruz! Antes que se murche e estiole!

(na verdade o ponto é o topo da pirâmide, do tetraedro sagrado, o uno que transcende o above e o below e os conecta e conosco abaixo e dentro dela!)
« Última modificação: 08 de Dezembro de 2019, 00:48:53 por Fenrir »
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Offline Sergiomgbr

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Re:pergunte a um místico
« Resposta #44 Online: 07 de Dezembro de 2019, 23:50:45 »
asaboveasbelow asabovasbelu asa ovo é belo

Asa = o que está acima, aves nos céus

Ovo = o que está embaixo, nos ninhos

As above as below ---> O que está acima é como o que está embaixo

O que está acima = pássaro, ave = o que está embaixo = ovo

ALQUIMIA!


              :susto:

 
     
« Última modificação: 08 de Dezembro de 2019, 08:34:33 por Sergiomgbr »
Até onde eu sei eu não sei.

Offline JJ

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Re:pergunte a um místico
« Resposta #45 Online: 08 de Dezembro de 2019, 08:52:03 »
A realidade é terrível porque coisas terríveis podem acontecer. E acontecem.

A dor física e outras formas não menos terríveis de sofrimento foram e são essenciais para o surgimento,
desenvolvimento e manutenção da vida nesse universo.


O universo é terrível porque ele pode gerar vida. E vida significa a possibilidade de martírios maiores do qualquer ser vivo seria capaz de suportar.




“O universo é terrível porque ele pode gerar vida”

Traduzindo =>  A causa de coisas ruins acontecerem no Universo é que a vida, que é produto de aleatoriedade, pode acontecer.


Olha, tem coisa errada nesse raciocínio...





Offline Pedro Reis

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Re:pergunte a um místico
« Resposta #46 Online: 08 de Dezembro de 2019, 18:39:54 »
A realidade é terrível porque coisas terríveis podem acontecer. E acontecem.

A dor física e outras formas não menos terríveis de sofrimento foram e são essenciais para o surgimento,
desenvolvimento e manutenção da vida nesse universo.


O universo é terrível porque ele pode gerar vida. E vida significa a possibilidade de martírios maiores do qualquer ser vivo seria capaz de suportar.




“O universo é terrível porque ele pode gerar vida”

Traduzindo =>  A causa de coisas ruins acontecerem no Universo é que a vida, que é produto de aleatoriedade, pode acontecer.


Olha, tem coisa errada nesse raciocínio...






O universo é terrível porque coisas terríveis só podem acontecer a seres vivos conscientes.

Depois que você estiver morto nada de ruim pode te acontecer. Muito menos algo terrível.

O universo implica na possibilidade de existir algo como eu. E eu, tenho que reconhecer, estou sujeito a coisas terríveis.

Se o universo só tivesse planetas, estrelas e meteoros, nada de terrível poderia ocorrer.

Offline Fenrir

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Re:pergunte a um místico
« Resposta #47 Online: 08 de Dezembro de 2019, 20:51:51 »

Depois que você estiver morto nada de ruim pode te acontecer. Muito menos algo terrível.

O universo implica na possibilidade de existir algo como eu. E eu, tenho que reconhecer, estou sujeito a coisas terríveis.

Se o universo só tivesse planetas, estrelas e meteoros, nada de terrível poderia ocorrer.

na ordem:

Segundo espíritas, se voce tiver contas karmicas a quitar, pode ir para o umbral ouvir forró.
(ja estou ouvindo uma bosta de forró nesse exato momento - estão me fazendo pagar adiantado, devo ter contas demais a quitar)

Porque, raios, o universo implica na possibilidade de existir algo como você?

Poderia sim: planetocídios provocados por supernovas e buracos negros,
isso fora a inxorável marcha rumo ao caos e a desordem.
« Última modificação: 08 de Dezembro de 2019, 20:55:22 por Fenrir »
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Offline Gigaview

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Re:pergunte a um místico
« Resposta #48 Online: 08 de Dezembro de 2019, 21:21:18 »
Citar
Porque, raios, o universo implica na possibilidade de existir algo como você?

É a doce ilusão do autoengano. Todo mundo precisa se iludir de alguma forma para aguentar o rojão da realidade. Uns mais outros menos. Tem gente que até precisa acreditar que a Terra é plana para se sentir anestesiado para aguentar a trolha. Outros respiram prana, entoam mantras, acendem velas, bebem a própria urina, etc e tal para se sentirem super homens com o poder da Força ou chutam o pau da barraca e descambam de vez para o lado do demônio.
Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.

Offline Pedro Reis

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Re:pergunte a um místico
« Resposta #49 Online: 08 de Dezembro de 2019, 22:23:24 »
Ué, implica na possibilidade porque eu existo.

Se eu existo é uma prova de que essa é uma possibilidade e não uma impossibilidade.

Sacis existem? Não, é uma impossibilidade.

Mas se alguém me mostrar um saci, sou obrigado a admitir que são possíveis.

 

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