A estrutura do DNA foi descoberta por uma dupla de cientistas, um dos quais ateu declarado e o outro cristão convicto que afirmava estar pesquisando as digitais do Criador em sua criação.
Ainda assim é ciência pura porque na bíblia não deve ter algo como "E deus disse: procurais a estrutura molecular do DNA, e verás minhas digitais ali.
Acho que eu não deveria ter incluído a parte final da frase, e ter encerrado dizendo que ele é um cristão convicto. Porque parece que minhas palavras fizeram você ter umas interpretações estranhas sobre minhas intenções ao escrever.
Não quis insinuar que o ilustre cientista faz suas pesquisas baseado na Bíblia. Fiz a referência unicamente porque alguém aí em cima fez insinuações de que a ênupla inteligência x capacidade intelectual x objetividade científica x racionalidade x honestidade intelectual só é compatível com o ceticismo, e que alguém que saiba pensar será levado, senão à descrença, pelo menos ao evolucionismo. Não sei se foi essa mesma pessoa que citou mais adiante o exemplo da descoberta do DNA. Eu apenas quis usar o mesmo exemplo para mostrar que a coisa não é assim. Um cientista prêmio Nobel (sim!, em Biologia!), e que fez uma das mais fundamentais descobertas da Ciência moderna, é um cristão de carteirinha. Enquanto seu companheiro de descoberta é ateu convicto. Quer dizer, não existe essa correlação.
esse exemplo foi meio tosco..... porque não é literal.... talvez outro pudesse ser, dos cruzametos de ovelhas.... esqueci de quem era o episódio....há duas possíveis teorias aí, uma de que as cores das ovelhas são determinadas de acordo com o ambiente em que estão (como o cara pensou que ocorria), e que dependiam de determinados cruzamentos (como alguém disse que um anjo falou que verdadeiramente ocorreu... não lembro se especificava os cruzamentos)... são coisas que se pode testar..... a primeira hipótese, está errada..... a segunda, depende se são especificados os cruzamentos que ocorreram...
aí está se fazendo ciência "pura" apesar da inspiração religiosa....
O diálogo foi comigo, lá no fórum da STR. Chamei a atenção para o fato do anjo ter uma interpretação diferente da de Jacó sobre os motivos de estarem nascendo bezerros malhados e salpicados. Observei que era de se esperar que um lavrador que vivia numa era pré-científica, milênios atrás, fosse presa de superstições. A narrativa é coerente com o contexto histórico. Ao mesmo tempo, seria de se esperar que um anjo, vivendo lado a lado com o Criador, tivesse pleno conhecimento científico, e não cometesse erros. É o que acontece na narrativa. Novamente o relato é coerente com o que seria de se esperar.
.... mas deixa de ser ciência quando se inventa tantos ad hocs quantos forem preciso para salvar a hipótese que vai de acordo com uma narrativa religiosa qualquer, e é isso que os criacionismos fazem.
Ok. Essa é uma concessão que faço sem maiores problemas. Não acho essencial alguém considerar o criacionismo como científico. Se alguém me diz que o criacionismo faz parte de um ramo da Teologia chamado Apologética, aceito isso sem problemas. O grande papel do criacionismo, no meu entender, é fornecer hipóteses de trabalho.
A todo instante hipóteses de trabalho originadas de fontes externas à Ciência são introduzidas para testes. As filosofias, as ideologias, as crenças, as preferências pessoais, as lendas, os mitos, a sabedoria popular (no caso de fitoterápicos), tudo isso fornece pistas de hipóteses que merecem ser testadas. A Ciência não dá conta sozinha de fornecer todas as hipóteses de trabalho necessárias. E está longe de ser uma forma de conhecimento que consiga explicar toda a realidade. Nenhum tipo de conhecimento consegue. Todos são complementares. Aliás, de todos os tipos de conhecimento, a Ciência é o que tem o âmbito mais restrito. Não há por que excluir a priori as contribuições do conhecimento por revelação. Ele também pode fornecer alternativas de explicações, além de hipóteses de trabalho a serem trabalhadas.