Mas desprezando outros fatores, se focando apenas na questão de estupro, a coisa tenderia a ficar equilibrada. Porque para o macho ser um bom estuprador seria aptidão, e para a fêmea ser mais estuprável é que seria aptidão. E ao mesmo tempo, os dois se anulam.
você entende o conceito de panmítico? os genes só se mantém estáveis em populações panmíticas, ou seja sem distinção sexual (combinações aleatórias de genes).
se há uma predisposição para seleção sexual nesse caso, o resultado da próxima geração vai ser diferente da anterior.seguidamente.
outros fatores podem funcionar para manter o fenótipo, mas o genótipo com certeza se alterará.
nos resta avaliar qual seria a diferença.
Numa situação se seleção sexual normal, sim. Mas nesse caso, força é reprodutivamente vantajosa para metade da população (machos), e fraqueza é reprodutivamente vantajosa para a outra metade (fêmeas). A maior força não tem sempre vantagem, nem fraqueza tem sempre vantagem, então fica estável, apesar de não ser aleatório.
Nas fêmeas, os genes de fraqueza, "estuprabilidade" é que levariam vantagem. E eles vão junto quando são estupradas pelos mais que tem genes para serem mais fortes.
Os genes para "fraqueza", nos machos, seriam análogos aos de forte resistência ao estupro nas fêmeas, menor aptidão. Em ambos os casos, só seriam favorecidos por flutuações de condicionamento.
aí é que tá, não necessariamente.
haveria alguma relação, certamente, mas não relação total. por que as vias fisiológicas que definem força em machos e fêmeas são disitintas.em machos a seleção seria provavelmente total quanto à força, nas fêmeas seria parcial, a herdabilidade da força seria menor, enquanto machos aumentariam de força mais rápido no decorrer das gerações, as fêmeas fariam isso mais pausadamente. mesmo assim elas ainda produziriam machos mais fortes que a média, mesmo que por exemplo tivessem filhos com machos médios.
Bem, dá para inventar os parâmetros necessários para o que se quiser, pelos mesmos mecanismos que garantem isso, poderia-se defender o contrário. Sem "roubar" para uma conclusão, adicionando parâmetros, que por exemplo fizessem com que maior força nos machos não significasse maior força nas fêmeas (podendo até significar menor), ou vice-versa, ficaria "empatado", não seria como o caso lince-coelho.
haveria um equilibrio se houvesse uma dificuldade geográfica de contato, por exemplo a femea encontraria 1 ou 2 machos durante o periodo fértil e nesse caso uma maior resistencia ao estupro, causaria realmente um índice de partos menor.
se tivessemos numa população onde qualquer tipo de fêmea tivesse alguma chance de acasalar com qualquer tipo de macho, ai não.
mas tanto a muito estuprável como a pouco estupravel, teria mais genes dos melhores estupradores, no decorrer do tempo.
E as muito estupráveis, então, mesmo sendo estuprada pelos genes dos melhores estupradores,
transmitiriam os genes para machos fracos, estupradores ineficientes, que estou considerando serem os mesmos que fazem das fêmeas muito estupráveis.
E por elas serem muito estupráveis, levariam vantagem com relação às pouco estupráveis, compensando a situação em queos genes estão nos outros sexos, onde o para maior capacidade de estupro é que leva vantagem sobre os de fraqueza.
De qualquer maneira, na geração seguinte, o sucesso dos genes para machos fortes representaria um obstáculo para eles mesmos quando estivessem em fêmeas. Aí então as fêmeas médias e mais fracas, estupráveis é que teriam maior sucesso, e mesmo que novamente fosse um macho mais forte que a fecundasse, todos os genes iriam juntos, tanto o para maior força, quanto o para fraqueza.
não só para eles mesmos, para todos os machos.
Sim, mas isso não importa, não neguei isso. O ponto é que agora os genes que nos machos estavam em vantagem, estão tendo desvantagem proporcional nas fêmeas. E na mesma geração, outros machos com esses mesmso genes, terão maior chance de passá-los adiante ao estuprar fêmeas com os genes para estuprablidade/fraqueza, que na geração seguinte aparecerão em machos também. Ou seja, genes para bons estupradores ajudam os genes para estupradores ineficientes ao estuprar as fêmeas que os têm. É uma ajuda mútua. Compensando a dificuldade que esses genes tem de serem passados adiante quando estão nos machos.
aconteceria que cada vez mais, existiriam femeas que só se deixarão acasalar por aquele padrão genético, gerando por consequência, o mesmo padrão genético.nas femeas fracas não há esse isolamento, elas estão abertas a todos os machos que vierem
Não vejo as fêmeas mais resistentes sendo selecionadas, considerando só a situação de estupro. Na verdade, quanto mais fracas, fáceis de estuprar, mais selecionadas são. E na geração seguinte, isso resulta na transmissão de genes para baixa capacidade de estupro em machos, mesmo que elas tenham sido estupradas pelos melhores estupradores, ou pelos medíocres. (ambos os tipos de genes vão juntos).
a cada geração os machos mais fracos ficariam cada vez mais fora da festa. as femeas que eles podem se acasalar, sendo dóceis ou não.
Os machos mais fracos vêm a existir não em função do seu sucesso, mas pelo maior sucesso das fêmeas fracas, em relação às fêmas fortes.
Se as fêmeas tivessem inversamente, as A, apenas 60% de sucesso reprodutivo ("estuprabilidade"), as B, 80%, e as mais fracas, 100%, acabaria equilibrando. Mesmo que mais machos A tivessem sido bem sucedidos na geração anterior, agora 50% do sucesso deles se transformaria em obstáculo; ao mesmo tempo, a desvantagem da menor aptidão dos machos mais fracos seria compensada por 50% de fêmeas que teriam, nesse modelo ideal, o mesmo sucesso dos machos fortes. E os médios permaneceriam sempre na mesma.
o que voce fala é certo se a femea encontrar somente 1 macho durante o seu periodo fértil, se ela entrar em contato com os 3 tipos de machos,não.
Independe disso.
Assim como está considerando taxas de sucesso fixa para machos bons, médios e ruins estupradores, estou considerando taxas inversas para fêmeas resistentes, médias, e frágeis.
As fêmeas mais resistentes, tem menor sucesso reprodutivo que as médias e que as fracas, contrabalançando o sucesso dos mesmos genes quando em machos. E as fêmeas mais frágeis tem o maior sucesso, contrabalançando o baixo sucesso desses genes nos machos.
as 3 teriam sucesso reprodutivo proximo se comparado somente essa variável tendo contado com os 3 fenotipos de macho.
Não vejo por que. Só se considerar arbitrariamente que sim, que entre as fêmeas não faz muita diferença, que apesar das fêmeas mais resistentes serem mais resistentes, vão ter ser estuprada tanto quanto as mais frágeis. Mas as mais resistentes, para ser justos, por sorte, seriam estuprada apenas de vez em quando por machos equivalentes, ou com muito mais sorte por outros machos, enquanto as médias poderiam ser estupradas mais facilmente por qualquer macho, e as menos resistentes então nem se fala, teriam o maior sucesso.
mas claro padrões de femenas inestupráveism se existirem, vão ser eliminados. para esse tipo de seleção é fundamental que machos sejam na média, mais fortes que fêmeas.
Exato, elas são mais ou menos análogas aos machos mais incapazes de estuprar.
Mas depois, na geração seguinte (na verdade, na mesma também), o sucesso dos machos A, B e C, e das fêmeas também, seria dividido em 50% de machos e fêmeas. E com as fêmeas o sucesso deve ser inverso.
como eu disse o macho A se acasala com 100% das fêmeas que ele tenta, e que as femeas não-estupráveis são análogas a descendentes estéreis, ou com baixo indice de partos.
voce asssumiu que as femeas não se acasalam com alguns machos. então é um outro exemplo de seleção contrária, nesse caso sim, por um motivo qualquer as femeas estão ficando mais fortes que todos os machos, e nesse caso o estupro seria eliminado com o decorrer do tempo.
Bem, acho que seria eliminado como forma exclusiva de reprodução quase instantâneamente (em muitos casos), porque qualquer fêmea que em vez de ter que ser estuprada para se reproduzir, simplesmente fosse, não menos resistente, mas realmente conivente com a cópula, teria mais sucesso até que as facilmente estupráveis, provavelmente.
Claro, é outro caso que não dá para generalizar, talvez o estupro pudesse ser mantido justamente por seleção sexual, e outras coisas que venham junto com o estupro tenham algum valor adaptativo, assim sendo conivente, não selecionando os melhores estupradores, está perdendo a seleção dessa outra coisa ao mesmo tempo.
Em outros casos, as fêmas "AB" e "AC", também estariam em desvantagem com relação as BB, BC, e CC. Sendo que as CC seriam as que teriam maior vantagem. MAs novamente, na geração seguinte, o sucesso dessas fêmeas seria perdido em 50% de machos.
está certo, mas novamente se, e somente se, elas encontrarem somente 1 macho durante o periodo reprodutivo. se não, as porcentagens vão variar.
Simplesmente não consigo entender como a fêmea mais resistente ao estupro teria sucesso reprodutivo próximo ao da fêmea mais suscetível, considerando o estupro como única forma de reprodução. E não vejo muita relação com quantos machos tentam estuprar, claro que, se fosse apenas um, isso apenas deixaria mais óbvio. Mas mesmo assim, se as mais resistentes é estuprada, por exemplo, a cada 10 tentativas, as médias a cada 5, e as fracas a cada 1 ou 2, vejo aí uma diferença considerável de sucesso.
Bem, pelo menos é assim que vejo. Talvez tivesse que fazer umas contas, mas acho que levando em conta uma coisa "justa", a vantagem de machos representando uma desvantagem proporcional nas fêmeas e vice-versa. Se for para inventar mais parâmetros aí dá para tanto supor vantagem para maior força quanto para menor.
na prática seriam contas bem complexas e envolveriam uma "constante" chamada herdabilidade, que é a capacidade de um individiuo passar adiante determinado fenótipo.
Não da pra fazer contas usando a genética básica, por que temos aqui milhares de genes relacionados para o mesmo efeito final, muitos dos quais desconhecidos, teriamos provavelmente "vigor do hibrido" na primeira geração (manutenção das caracteristicas da mãe e pai em mais de 50% por causa dos genes heterozigotos) e teriamos que elaborar um padrão de distribuição populacional para a espécie.
abraços.
É realmente complicado mesmo, acho que não dá para generalizar, vão ter variáveis diferentes de acordo com cada espécie.