Autor Tópico: Trabalhar menos, para que trabalhem todos  (Lida 6156 vezes)

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ukrainian

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Trabalhar menos, para que trabalhem todos
« Online: 22 de Fevereiro de 2006, 22:21:35 »
O MUNDO PELO AVESSO

Trabalhar menos, para que trabalhem todos


As centrais sindicais brasileiras iniciam campanha para diminuição da jornada de trabalho, reivindicação que deveria ser encampada por todos os que têm espírito democrático e republicano. Não há democracia com a maioria dos brasileiros sem contrato formal de trabalho.

Emir Sader

Dois fenômenos principais caracterizam as transformações impostas pelo neoliberalismo a nossas sociedades: a financeiração e a precarização.
A primeira, produzida pela desregulação econômica, atrai o capital para os ramos onde ele tem maior liquidez e ganha mais. E como nada compete com o investimento especulativo, mais de 95% dos movimentos de capital no mundo se dão nessa esfera.

Ao mesmo tempo, os Estados se financeirizam, porque o grosso da sua arrecadação é canalizada para o pagamento dos juros de suas dívidas. As grandes empresas, por sua vez, investem cada vez mais no setor financeiro, muitas vezes dispondo elas mesmas de bancos. Quanto ao conjunto da sociedade, incluindo as pequenas e médias empresas, costuma ser devedor dos bancos e/ou deixa de se expandir pela alta taxa de juros.

No outro pólo da sociedade, a maior parte dos trabalhadores não possui carteira de trabalho, ficando relegada ao que se costuma chamar de “informalidade”, mas que tem outro nome, seu nome real: a “precariedade”. “Informalidade” é mais uma dessas expressões enganosas. O que você prefere: a formalidade ou a informalidade? Passa-se uma idéia positiva desta.

A revista Veja chegou a publicar uma capa com um reluzente executivo, com uma maleta OO7 na mão, ascendendo para as nuvens, com a convocação: você pode se libertar do seu patrão. Sem que nenhum dos jornalistas da revista ou da editora que a publica tenham feito essa enganosa opção, induzia-se, no começo eufórico do governo FHC, à política de demissões voluntárias – um convite à precariedade.

Depois que FHC afirmou peremptoriamente que ia “virar a página do getulismo no Brasil”, virou uma das melhores páginas do getulismo: a carteira de trabalho assinada. Não para ele, mas para a maioria dos trabalhadores brasileiros, que vivem sem direitos fundamentais: indenização por demissão, 13º salário, licença maternidade etc, conquistados pelas lutas dos sindicatos durante décadas.

Quem não tem carteira de trabalho, na verdade não é cidadão, em termos sociais – que é onde está o cotidiano das pessoas. Porque cidadão é o sujeito de direitos, e quem não tem contrato de trabalho não está nessas condições.

E quem trabalha, com salários baixos em sua grande maioria – e os novos empregos formais criados tem estado sempre nessa faixa – tratam de complementar seus salários com horas extras – situação em que se encontram 78% dos trabalhadores, praticamente 4 de cada 5. A jornada de trabalho deles termina sendo de mais de mais de 55 horas, a ponto de que a reivindicação das centrais sindicais é limitá-las a no máximo 10 horas. Isto significa que a grande maioria dos trabalhadores que tem carteira de trabalho tem uma jornada semanal de cerca de 60 horas, isto é, trabalha dez horas por dia, durante seis dias.

O direito ao trabalho é toca à grande maioria dos brasileiros, porque quase todos vivem do seu trabalho. Nunca tanta gente viveu do seu trabalho, revelando que na passagem para o neoliberalismo não é o trabalho que tende a desaparecer, mas o trabalho formal.

As centrais sindicais brasileiras iniciam campanha para diminuição da jornada de trabalho, reivindicação que deveria ser encampada por todos os que têm espírito democrático e republicano. A proposta é diminuir as atuais 44 horas semanais para 40 horas, sem redução de salários. Já há propostas sobre o tema tramitando no Congresso.

Não há democracia com a maioria dos brasileiros sem contrato formal de trabalho, assim como não haverá extensão do nível de emprego sem diminuição da jornada de trabalho e limitação das horas extras. “Trabalhar menos, para que trabalhem todos” – é o lema do sindicalismo europeu, que deveria ser também o nosso.


*Emir Sader, cientista social, é professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.

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Offline Perseus

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Re: Trabalhar menos, para que trabalhem todos
« Resposta #1 Online: 22 de Fevereiro de 2006, 23:23:37 »
Ou seja, o cara quer beneficios para o povo. Medida que acarreta também na qualidade de vida da turma mais pobre.


Mãos às pedras, direita.
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Offline uiliníli

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Re: Trabalhar menos, para que trabalhem todos
« Resposta #2 Online: 23 de Fevereiro de 2006, 13:05:18 »
A França já tentou isso e não deu muito certo por lá. Na prática só encarece o custo da mão de obra para as empresas.

Offline Diegojaf

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Re: Trabalhar menos, para que trabalhem todos
« Resposta #3 Online: 23 de Fevereiro de 2006, 13:57:26 »
E bota encarecer nisso...

Diminuir as horas trabalhadas sem redução de salário? Pagar 2 vezes mais direitos trabalhistas, tributos da previdência...

Economicamente inviável, acho eu... ninguém ia topar investir no Brasil...
A não ser é claro que haja alguma contrapartida por parte do governo, com incentivos fiscais pesados... daí, se fosse vantajoso, ou menos prejudicial, as empresas até poderiam topar...

« Última modificação: 23 de Fevereiro de 2006, 13:59:17 por DiegoJaf »
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

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Offline Washington

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Re: Trabalhar menos, para que trabalhem todos
« Resposta #4 Online: 23 de Fevereiro de 2006, 16:43:38 »
É bem capaz que os próprios trabalhadores procuraria ter dois trabalhos´isto duplicaria seu salário, fazendo que a ideia desse errado. Mas as pessoas teria mais dinheiro, em consequencia inflação.

Mas diminuir uma hora ou duas seria legal.

Offline Roberto

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Re: Trabalhar menos, para que trabalhem todos
« Resposta #5 Online: 24 de Fevereiro de 2006, 16:13:07 »
Mãos às pedras, direita.

Não sei se faço parte da "direita", mas, de qualquer forma, não é preciso recorrer a pedras. É bastante questionável -- e bota questionável nisso -- que a redução da jornada de trabalho por si só resulte no aumento do nível de emprego. Pode resultar, pelo contrário, na redução dos níveis de investimento, o que causaria mais desemprego.
Se eu disser ou escrever hoje algo que venha a contradizer o que eu disse ou escrevi ontem, a razão é simples: mudei de idéia.

Offline Roberto

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Re: Trabalhar menos, para que trabalhem todos
« Resposta #6 Online: 24 de Fevereiro de 2006, 16:15:03 »
Mas diminuir uma hora ou duas seria legal.

Na base da canetada? Num momento de baixo crescimento econômico, em que as empresas, particularmente as de médio e pequeno porte, morrem feito moscas e não se vê lá muita propensão dos capitalistas em investir? Temerário, pra dizer o mínimo.
Se eu disser ou escrever hoje algo que venha a contradizer o que eu disse ou escrevi ontem, a razão é simples: mudei de idéia.

Offline Pregador

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Re: Trabalhar menos, para que trabalhem todos
« Resposta #7 Online: 24 de Fevereiro de 2006, 17:04:35 »
Isso é horrível. Esqueçam que as empresas vão contratar mais. O que elas farão é pagar mais horas extras ou sonegar ainda mais. Pequenas empresas que necessitam de 1 ou 2 empregados correm o risco de tornarem-se inviáveis pois os encargos tributários e trabalhistas são muito elevados já. O segredo não está em diminuir a jornada de trabalho, mas sim em diminuir os encargos e cortar literalmente alguns direitos dos trabalhadores. Assim, por certo haverá fomento ao empreendedorismo e geração de mais empregos por consequência. Chegamos a um ponto tal que o excesso de direitos e encargos trabalhistas prejudica ao invés de proteger o trabalhador.
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Re: Trabalhar menos, para que trabalhem todos
« Resposta #8 Online: 26 de Fevereiro de 2006, 20:33:12 »
Por quê os idiotas do PC do B, que estão no poder, não apresentam um projeto para diminuir a carga tributária?

E o texto que abre o tópico é alarmante! O cara que escreveu esse lixo dá aulas numa universiade estadual!

Karl Rove

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Re: Trabalhar menos, para que trabalhem todos
« Resposta #9 Online: 27 de Fevereiro de 2006, 02:27:28 »
Ao ser assinado por Emir Sader esse texto já nasceu refutado.

Mas cheguei em casa insone embora sem fôlego e condições mentais para encarar uma atividade mais exaustiva ou construtiva, ou seja, por pura falta do que fazer, vou refutar essa exposição de propaganda rasteira e pueril.



Ele começa com a mentira sistematicamente repetida de que o Brasil já experimentou algum regime <<neoliberal>>.

Arrecadação de 40% do PIB em tributos, máquina estatal inchada, gastos públicos exorbitantes, esmolões e mensalões, protecionismo atroz, juros altos decorrentes disso tudo, burocracia mordaz, moratória, intervencionismo, paternalismo, confisco do dinheiro público, violação dos direitos de propriedade pelo Estado, populismo et caterva, não fazem parte da agenda <<neoliberal>>, embora sejam políticas velhas conhecidas dos brasileiros.

Assim, já começa o texto comprometido por usar do chavão #1 de 9 entre 10 intelectuais de esquerda (culpar o neoliberalismo por tudo), a partir do momento em que as tais <<transformações impostas>> não poderiam ocorrer em função do liberalismo nunca ter se instalado aqui

A segunda conclusão errada se dá logo na segunda frase (e essa será uma constante no texto, uma frase, uma besteira ou até duas). O liberalismo não induz o investimento em áreas de maior liquidez e retorno a curto prazo. O que induz isso é o receio do investidor, receio esse gerado por países com históricos de intervencionismo e irresponsabilidade fiscal, além de falta de respeito a contratos. Quando o Estado cumpre simples regras, como gastar menos do que arrecadar, intervir menos no mercado e respeitar contratos firmados, o investidor se sentirá seguro para optar pelo longo prazo, com retornos maiores para ambos os lados.

E se o grosso da arrecadação é canalizada para o pagamento das dívidas, isso se deve a falta de responsabilidade de gastadores do passado, que assumiram contratos com os quais não podiam arcar e legaram para os próximos, passando a banana deficitária adiante. E como não aparece ninguém para fazer o óbvio, para enxugar o Estado de tudo que lhe é perdulário, de tudo que apresenta ineficiência assombrosa, de tudo que suga recursos num volume assombroso, e apresentar propostas que permitam ao mercado desenvolver-se de maneira racional e livre, o quadro tende a estender-se. Enquanto a máquina de propaganda se esforçar em proclamar coisas como superávit primário, quando há um déficit nominal mesmo havendo arrecadação recorde de tributos, e a mídia e a intelligentzia defenderem esse tipo de impostura, não veremos a luz no fim desse túnel.

E questionar a alta taxa de juros por si só, como se ela não fosse dependente de uma conjuntura complexa, é um expediente sórdido de delegar os efeitos colaterais de suas próprias ações a ideologia alheia.

Informalidade do mercado de trabalho, o próximo ponto do autor. O mesmo delega tal informalidade ao mecanismo liberal, mas seria uma tarefa digna de um hábil contorcionista intelectual descobrir como a informalidade, isto é, a existência de trabalhadores desempenhando seus serviços sem os avais estatais e sem pagar impostos, pode originar-se no liberalismo quando o este pauta-se exatamente pela facilitação na aquisição dessas permissões e na redução de impostos. É de uma miséria intelectual de dar dó, miséria essa que exigiria do leitor analfabetismo total em termos de economia, política e lógica, simultaneamente, para ser aceita.

Depois de uma sessão de louvor ao populismo e ao marxismo, ele volta com a teoria chave de sua exposição: a velha conhecida redução de horas de trabalho para que mais pessoas trabalhem.

Numa economia amarrada por leis trabalhistas extremamente desvantajosas para o setor produtivo, seja na extrema dificuldade de se realizar processos simples, como demitir ou contratar um funcionário, seja no sem número de direitos trabalhistas e last but not least nos impostos pagos pelo empregador que tornam um funcionário duas vezes mais caro que o seu salário.

Diminuir as horas de trabalho, ao invés de estender as oportunidades para um maior espectro do mercado de trabalhadores, vai é criar maiores dificuldades para as já escassas empresas formais, o que resultará numa redução do investimento e do crescimento, e um aumento da informalidade (ou precaridade, dada a preferência do autor).

Fora que a manobra de impedir um trabalhador de alcançar seu máximo potencial, demonstrando assim seu empenho e motivação, reflexos de valores elevados e o espírito motor do capitalismo saudável ao longo da história, para que o espaço seja ocupado por gente menos competente e disposta do que ele, é simplesmente uma ofensa a qualquer um que não se encaixe como uma luva no perfil do Imbecil Coletivo. É moralmente degradante. É favorecer o preguiçoso, o inerte em prejuízo da disposição e dos valores daqueles que merecem de fato estar trabalhando. Só não é surpreendente pois já conhecemos a laia e a capacidade de fabricar excremento travestido de idéias do referido autor. Na verdade, é até lisonjeiro para com tal verme dizer que ele fabrica, quando de fato ele apenas regurgita a lavagem ideológica da qual se alimenta. E, é claro, haverá sempre idiotas para trazê-lo a discussão.

As relações de trabalho devem envolver cargas horárias que sejam satisfatórias tanto para o empregador quanto para o empregado, ou seja, que encontrem um ponto de equilíbrio entre produtividade e satisfação com o trabalho, estabelecendo assim a justiça de um contrato livre e voluntário, e não serem manifestações de iluminados engenheiros sociais, que julgando-se mais capazes que os próprios envolvidos em determinar aquilo que é justo e que gerará mais felicidade para todos, acabam por produzir apenas miséria e morte em escala industrial.

Isso mostra o quanto o esquerdismo, além de ser estupidamente ineficiente na gestão politico econômica, é ainda fomentador de uma moral inversa, de valores ao avesso, e para conseguir tal feito introduzem conceitos relativistas que apesar da baixeza, encontram um público muito grande. Pois é só nisso que o comunismo é competente, na disseminação do caos dentro de tudo que lhe é alheio. É um sistema de destruição, não de construção.

 A imensidão do erro socialista, que facilmente pode ser considerado o maior flagelo que já acometeu a humanidade em toda a História, parece não ser grande o suficiente para desmotivar novos arautos de novas revoluções de outubro. Ou talvez, na cabeça desses, a desproporção alarmante do caráter criminoso das idéias comunistas frente a qualquer tipo de ideologia já ou passível de ser formulada apenas funciona como estímulo a sua torpeza, numa espécie de deleite macabro com aquilo que já se mostrou efetivamente como manifestação do Mal.
« Última modificação: 27 de Fevereiro de 2006, 10:12:15 por Karl Rove »

Offline Guinevere

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Re: Trabalhar menos, para que trabalhem todos
« Resposta #10 Online: 28 de Fevereiro de 2006, 01:21:28 »
Ao ser assinado por Emir Sader esse texto já nasceu refutado.
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Offline Siegfried

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Re: Trabalhar menos, para que trabalhem todos
« Resposta #11 Online: 28 de Fevereiro de 2006, 01:56:48 »
Por quê os idiotas do PC do B, que estão no poder, não apresentam um projeto para diminuir a carga tributária?

O problema não é reconhecimento de tributos, se eles fossem usados para melhorar a vida das pessoas, o governo poderia cobrar até 90%. Seria, por exemplo, como uma grande rede de supermercados recolhendo dinheiro para fazer uma compra conjunta, diminuir preços, diminuir impostos, custos de transporte, etc. O grande problema é que o tributo não é usado da forma devida, o dinheiro público não tem essa característica multiplicadora que a iniciativa privada consegue dar a ele. Se o governo fosse competente não precisava me obrigar a dar dinheiro a ele, eu daria por livre e espontânea vontade porque teria a certeza de um retorno, e quem não quer sair ganhando? A poupança bancária tem rendimentos ridículos, mas depósito meu dinheiro lá por vontade própria! :)

Já que não tenho retorno do governo, quando mais diminuir impostos melhor. Bem, em nossa realidade, se você quer reduzir impostos alguém vai sair perdendo: os serviços públicos ou os ALTOS PENSIONISTAS (entenderam?) do governo! :D. E o povo que não luta sempre sai perdendo.  :x

(Só especulando, nada entendo de política  :?)
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Re: Trabalhar menos, para que trabalhem todos
« Resposta #12 Online: 28 de Fevereiro de 2006, 06:53:24 »
Por quê os idiotas do PC do B, que estão no poder, não apresentam um projeto para diminuir a carga tributária?

O problema não é reconhecimento de tributos, se eles fossem usados para melhorar a vida das pessoas, o governo poderia cobrar até 90%. Seria, por exemplo, como uma grande rede de supermercados recolhendo dinheiro para fazer uma compra conjunta, diminuir preços, diminuir impostos, custos de transporte, etc. O grande problema é que o tributo não é usado da forma devida, o dinheiro público não tem essa característica multiplicadora que a iniciativa privada consegue dar a ele. Se o governo fosse competente não precisava me obrigar a dar dinheiro a ele, eu daria por livre e espontânea vontade porque teria a certeza de um retorno, e quem não quer sair ganhando? A poupança bancária tem rendimentos ridículos, mas depósito meu dinheiro lá por vontade própria! :)

Já que não tenho retorno do governo, quando mais diminuir impostos melhor. Bem, em nossa realidade, se você quer reduzir impostos alguém vai sair perdendo: os serviços públicos ou os ALTOS PENSIONISTAS (entenderam?) do governo! :D. E o povo que não luta sempre sai perdendo.  :x

(Só especulando, nada entendo de política  :?)

Me refiro, evidentemente, à carga tributária sobre o setor produtivo.

Empresas não existem para dar alegria e bem estar para a população. Elas existem para dar LUCRO aos seus donos, investidores, etc.

E se não for no Brasil, será na China ou India.

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Re: Trabalhar menos, para que trabalhem todos
« Resposta #13 Online: 28 de Fevereiro de 2006, 14:05:44 »

Offline Siegfried

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Re: Trabalhar menos, para que trabalhem todos
« Resposta #14 Online: 28 de Fevereiro de 2006, 14:51:10 »
Me refiro, evidentemente, à carga tributária sobre o setor produtivo.

:) Falava dos impostos de maneira geral. Todos os impostos que o governo recolhe e usa para o bem-estar da nação, claro! :P

Empresas não existem para dar alegria e bem estar para a população. Elas existem para dar LUCRO aos seus donos, investidores, etc

Você não está errado, mas acho que não é bem assim. Uma empresa existe para suprir necessidades, gera algum tipo de benefício para alguém. Ninguém daria seu dinheiro para uma empresa sem que ela desse algum tipo de retorno em produtos, serviços ou capital. A Micro$oft enriquece vendendo seu Window$, mas seu sistema operacional agiliza e muito várias tarefas de trabalho.

É, claro, que essas empresas também possuem uma força de dominação, por exemplo: as empresas petrolíferas não procuram investir muito em outras fontes de energia além do petróleo, até compram empresas que tente fazer isso. Já ouvi dizer que a própria Micro$oft comprou empresas de pequeno porte. Elas acabaram no esquecimento e sem seus projetos desenvolvidos.

Uma empresa deveria concorrer com a outra usando a qualidade dos seus produtos, mas a força do seu dinheiro pode ser o mais determinante para dominar um mercado. Exemplo: os altos investimentos em marketing que uma empresa rica pode fazer. :?

(Novamente, nada entendo de economia e política, só especulando. Quem me mostrar algum erro de pensamento ou acrescentar alguma informação que desconheço fico muito contente. :))
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Offline Siegfried

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Re: Trabalhar menos, para que trabalhem todos
« Resposta #15 Online: 28 de Fevereiro de 2006, 15:17:58 »
Acredito que a redução da carga horária de trabalho seja uma tendência futura. Cada vez mais o trabalho vai exigir raciocínio, criatividade, imaginação. Nesse ritmo de acordar, trabalhar, dormir e acordar novamente fica complicado. Vamos precisar de mais tempo para os estudos (reduzir do trabalho e substituir pelo estudo), por exemplo. Todos terão que ter algum ensino especializado. O trabalho manual cada vez é tomado mais pelas máquinas. É preciso um ser humano bem preparado para usar da melhor forma o tempo que possui. Não acho que uma pessoa trabalhando 10 horas diárias: só por obrigação, sem preparo, sem vontade e sei saber como melhorar o que faz; seja melhor que um trabalhador preparado e criativo.

Bem, viajando um pouquinho! Talvez seja uma previsão! :P
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Re: Trabalhar menos, para que trabalhem todos
« Resposta #16 Online: 28 de Fevereiro de 2006, 16:08:02 »
Me refiro, evidentemente, à carga tributária sobre o setor produtivo.

:) Falava dos impostos de maneira geral. Todos os impostos que o governo recolhe e usa para o bem-estar da nação, claro! :P

Empresas não existem para dar alegria e bem estar para a população. Elas existem para dar LUCRO aos seus donos, investidores, etc

Você não está errado, mas acho que não é bem assim. Uma empresa existe para suprir necessidades, gera algum tipo de benefício para alguém. Ninguém daria seu dinheiro para uma empresa sem que ela desse algum tipo de retorno em produtos, serviços ou capital.



Ou seja: Empresa existe para dar LUCRO.

Ninguém dá dinheiro para empresa alguma. As pessoas investem dinheiro.

E se o investimento der um resultado inferior a outras aplicações, a empresa quebra. Não precisa nem dar prejuizo. Basta dar menor resultado que uma aplicação em algum banco.

Por isso, o argumento dos funcionários públicos ou politicos comunistóides sobre a estatal que dá lucro é BESTEIRA. Não interessa somente se dá lucro.


Karl Rove

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Re: Trabalhar menos, para que trabalhem todos
« Resposta #17 Online: 28 de Fevereiro de 2006, 16:15:15 »
Acredito que a redução da carga horária de trabalho seja uma tendência futura. Cada vez mais o trabalho vai exigir raciocínio, criatividade, imaginação. Nesse ritmo de acordar, trabalhar, dormir e acordar novamente fica complicado. Vamos precisar de mais tempo para os estudos (reduzir do trabalho e substituir pelo estudo), por exemplo. Todos terão que ter algum ensino especializado. O trabalho manual cada vez é tomado mais pelas máquinas. É preciso um ser humano bem preparado para usar da melhor forma o tempo que possui. Não acho que uma pessoa trabalhando 10 horas diárias: só por obrigação, sem preparo, sem vontade e sei saber como melhorar o que faz; seja melhor que um trabalhador preparado e criativo.

Bem, viajando um pouquinho! Talvez seja uma previsão! :P

Sim, essa é uma possibilidade, de fato. Mas não deve ser determinada por lei, a título de "socialização do mercado de trabalho", o que é um conceito ridículo por demais.

As empresas e os empregados é que devem chegar a conclusão de que tanto da parte da produtividade quanto da parte da satisfação, menos horas de trabalho satisfazem os dois lados, gerando lucro e melhorando a vida do empregado.

Mas não é esse o argumento proposto pelo autor. Ele propõe algo que só assimilável por comunistas babões acéfalos.

Offline Siegfried

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Re: Trabalhar menos, para que trabalhem todos
« Resposta #18 Online: 28 de Fevereiro de 2006, 22:39:43 »
Ou seja: Empresa existe para dar LUCRO.

Uma empresa existe para dar lucro e não quer saber de outra, isso garante sua sobrevivência. Quanto maior o lucro mais seus donos têm dinheiro. E são capazes de fazer de tudo: desde explorar a mão-de-obra a financiar políticos que favoreçam seus interesses.

Uma poderosa companhia petrolífera não se importa se o petróleo é a melhor maneira de fornecer energia aos automóveis, só quer lucrar. Impedirá que outra empresa tente tirar seu domínio econômico, mesmo que ela tenha um produto de melhor qualidade para as necessidades da nação.

Se uma empresa não se importa com a nação, exemplo: as produtoras de cigarro que dão mais prejuízo do que benefícios a um país, por que essa nação que também tem o interesse de defender seus próprios interesses nada faria?

Por isso, digo que a empresa também tem que suprir necessidades da população, ser algo que não apenas consuma o dinheiro do povo para se fortalecer, mas que também seja indispensável para suprir necessidades que uma nação possua. É um jogo de trocas.

Poxa, acho que meu texto ficou confuso.  :?
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Offline Siegfried

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Re: Trabalhar menos, para que trabalhem todos
« Resposta #19 Online: 28 de Fevereiro de 2006, 22:56:51 »
"As empresas e os empregados é que devem chegar a conclusão de que tanto da parte da produtividade quanto da parte da satisfação, menos horas de trabalho satisfazem os dois lados, gerando lucro e melhorando a vida do empregado."

Concordo! :)

Mas o grande problema é que os empregados não possuem força para negociar. Se os brasileiros exigirem uma carga horária de 6 horas diárias, os investimentos vão para países que aceitem uma carga horária maior. Para negociar é preciso existir um equilíbrio de forças. É preciso uma interdependência, senão a parte que tem "as cartas nas mãos" dita as regras do jogo.

Como resolver esse problema? :?

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Re: Trabalhar menos, para que trabalhem todos
« Resposta #20 Online: 01 de Março de 2006, 17:37:41 »
Jornada de trabalho menor é prejuízo para a empresa certamente.  Primeiro não dá pra fazer isso se a carga tributária não baixar em no mínimo 60%. Segundo, se isso ocorresse, mesmo assim haveria prejuízo para as empresas tendo em vista que os gastos para contratar mais empregados e a logística que isso envolveria, poderia tornar os reajustes de produtos bem altos. O certo é manter a jornada de oito horas e deixar livre a negociação de jornadas menores. Afinal quem é bem qualificado pode exigir, quem não é não pode. Empresa serve para dar lucro. Deve atuar dentro dos ditames legais sempre. Só isso e pronto. Elas não devem nada para os seus empregados além dos pagamentos de seus salários e repeito aos seus direitos, além do recolhimento de tributos. Não existe esta de responsabilidade social e blá blá. Isso é coisa de comunista acéfalo, como diz o Karl Rove.
"O crime é contagioso. Se o governo quebra a lei, o povo passa a menosprezar a lei". (Lois D. Brandeis).

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Re: Trabalhar menos, para que trabalhem todos
« Resposta #21 Online: 01 de Março de 2006, 18:39:08 »
"O certo é manter a jornada de oito horas e deixar livre a negociação de jornadas menores. Afinal quem é bem qualificado pode exigir, quem não é não pode."

Então, você diz que um trabalhador pouco qualificado tem a obrigação de ficar completamente insatisfeito com a sua jornada de trabalho?

EM TEORIA, o trabalho existe para proporcionar qualidade de vida? Ou é apenas uma questão de sobrevivência?

E todas as pessoas têm oportunidades iguais? O que faz uma pessoa ser mais qualificada que a outra? (Só para pensar, essa questão é bem complicada)

"Empresa serve para dar lucro"
Sim, existe para dar lucro! Ela só defende os próprios interesses. O Brasil pode estar em guerra com a Argentina, e a empresa de armamentos do Brasil vai vender armas para a Argentina. Da mesma forma que uma empresa defende somente seus interesses, cada brasileiro faz o mesmo. E um brasileiro não tem interesse de ver uma empresa lucrando: esgotando os solos do meio ambiente; explorando a mão-de-obra; criando hábitos consumistas ridículos; vendendo armamento aos inimigos; vendendo produtos prejudiciais à saúde, etc. Entendeu? É um equilíbrio de forças: Se a empresa não é útil para uma nação, este povo quer mais que essa empresa não exista sobre o seu solo.

Uma empresa defende somente seus interesses, poderia pensar que todos os impostos são um absurdo total. Mas terá que pagar porque o governo tem exércitos e prisões para fazer a sua vontade ser a lei. Equilíbrio de forças; entende? Cada um "defendendo o próprio pão". E cada um jogando com as cartas que possui. Tudo uma questão de interesses: tanto dos empregadores, empregados e do governo. Quem é forte decide as regras do jogo.


(brincando)
O governo tem o exército; os empregradores uma crise social para explorar; os empregados tem "Deus". :P hehehe...

Se isso tudo é certo não sei! :?
Mas estou vendo corretamente como as coisas são? :?
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Re: Trabalhar menos, para que trabalhem todos
« Resposta #22 Online: 01 de Março de 2006, 19:07:25 »
Então, você diz que um trabalhador pouco qualificado tem a obrigação de ficar completamente insatisfeito com a sua jornada de trabalho?

Pode pedir demissão, ir fazer outra coisa, ser seu próprio patrão. A relação empregado/empregador é a troca de mão-de-obra por dinheiro. Se o empregado está insatisfeito, ele que deve tentar negociar ou procurar outro emprego, o empregador não tem nada a ver com isso.

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EM TEORIA, o trabalho existe para proporcionar qualidade de vida? Ou é apenas uma questão de sobrevivência?

Apenas uma questão de sobrevivência, que está sériamente relacionada à qualidade de vida.

Veja, eu acharia ótimo se amanhã todo mundo pudesse trabalhar só seis horas por dia, mas hoje isso é impraticável. Se puder acontecer em alguns casos, deve ser por acordo entre empregado e empregador, não por decreto oficial.

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E todas as pessoas têm oportunidades iguais? O que faz uma pessoa ser mais qualificada que a outra? (Só para pensar, essa questão é bem complicada)

Aí é outra questão, estamos falando sobre as conseqüencias para os mais e os menos qualificados, não sobre as causas. Mas se for pra resolver isso, aposto em educação, não em mudanças na jornada de trabalho.

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Sim, existe para dar lucro! Ela só defende os próprios interesses. O Brasil pode estar em guerra com a Argentina, e a empresa de armamentos do Brasil vai vender armas para a Argentina.

Qual o problema?

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Da mesma forma que uma empresa defende somente seus interesses, cada brasileiro faz o mesmo.

Estando dentro da lei e da honestidade, não consigo ver problemas nisso. Todo mundo defende os seus interesses, diria até que o mundo dira em torno disso, é natural.

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E um brasileiro não tem interesse de ver uma empresa lucrando: esgotando os solos do meio ambiente;

Imagino que exista legislação sobre isso. Mas, convenhamos, o que isso tem a ver com a redução na jornada de trabalho?

Acredito que esteja defendendo que isso deveria ser feito, mesmo que causasse problemas para "o interesse das empresas, o lucro". É preciso perceber que se as empresas perdem, o país inteiro perde. Se os empregadores tem dificuldades, os empregados sofrerão por consequencia.

O lucro não serve apenas para comprar casas em Campos do Jordão ou em Angra dos Reis - e mesmo para essas coisas não consigo ver críticas honestas. Serve para expandir a empresa, investir no aumento de produção, na capacitação de novos funcionários. O que faz a economia crescer e o lucro das empresas que é investido novamente. Cortar o lucro é querer matar a economia.

E, bom, até parece que o empresário vai pensar "oh, que pena, vou ganhar menos dinheiro". Vai subir os preços finais das mercadorias, do pãozinho ou do litro de gasolina. Aí já viu...

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explorando a mão-de-obra;

O que é exploração para você?

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criando hábitos consumistas ridículos;

Como quais? Qual a responsabilidade da Nokia se as pessoas passaram a gostar de ter celulares cada vez mais modernos, se elas gostam de, além de falar, tirar foto e assistir TV pelos aparelhos?

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vendendo armamento aos inimigos;

Nunca ouvi falar nisso acontecendo, sério mesmo.

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vendendo produtos prejudiciais à saúde, etc.

Compra quem quer também, se eu te vender cocô de vaca, você souber que é cocô de vaca, e ainda assim comprar, que culpa eu tenho?

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Entendeu? É um equilíbrio de forças: Se a empresa não é útil para uma nação, este povo quer mais que essa empresa não exista sobre o seu solo.

Que tipo de empresa é útil para a nação, na sua opinião? Toda empresa, estando dentro da lei, é extremamente útil.

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Uma empresa defende somente seus interesses, poderia pensar que todos os impostos são um absurdo total.

Depende. A maioria não reclamaria em pagar impostos se eles fossem bem aplicados na infra-estrutura do país, no fornecimento de mão-de-obra qualificada, etc. E ninguém está dizendo que qualquer interesse das empresas deve estar acima de tudo. Se for interesse da Coca-Cola tacar fogo na fábrica da Pepsi, isso não significa que deve ser feito, que é certo. Estamos defendendo apenas o interesse mais legítimo: o lucro.

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Mas terá que pagar porque o governo tem exércitos e prisões para fazer a sua vontade ser a lei. Equilíbrio de forças; entende? Cada um "defendendo o próprio pão". E cada um jogando com as cartas que possui. Tudo uma questão de interesses: tanto dos empregadores, empregados e do governo. Quem é forte decide as regras do jogo.

E o que isso tem a ver com a jornada de trabalho?

Offline Siegfried

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Re: Trabalhar menos, para que trabalhem todos
« Resposta #23 Online: 02 de Março de 2006, 01:29:56 »
Primeiro, como disse, nada entendo de política e economia. Tenho a impressão que você encarou algumas perguntas minhas como conclusões. :?

Pode pedir demissão, ir fazer outra coisa, ser seu próprio patrão. A relação empregado/empregador é a troca de mão-de-obra por dinheiro. Se o empregado está insatisfeito, ele que deve tentar negociar ou procurar outro emprego, o empregador não tem nada a ver com isso.

Concordo com cada palavra. Lembrando que eu só estava fazendo uma pergunta. :). Lembrando também que fiz uma outra pergunta:

Para negociar é preciso existir um equilíbrio de forças. É preciso uma interdependência, senão a parte que tem "as cartas nas mãos" dita as regras do jogo.
Como resolver esse problema? :?

Apenas uma questão de sobrevivência, que está sériamente relacionada à qualidade de vida.

Veja, eu acharia ótimo se amanhã todo mundo pudesse trabalhar só seis horas por dia, mas hoje isso é impraticável. Se puder acontecer em alguns casos, deve ser por acordo entre empregado e empregador, não por decreto oficial.

Novamente concordo com cada palavra. E volto à citação da pergunta que fiz acima a respeito do equilíbrio de forças.

Aí é outra questão, estamos falando sobre as conseqüencias para os mais e os menos qualificados, não sobre as causas. Mas se for pra resolver isso, aposto em educação, não em mudanças na jornada de trabalho.

Novamente concordo. Mas perguntava sobre as causas. E lembrando que perguntava sobre oportunidades iguais. Você citou a educação como solução. Bem, faço outra pergunta: Você fala de um mesmo nível de educação, ou seja, oportunidades iguais?

Aproveitando para lembrar um meu comentário sobre o que especulava ser uma tendência futura: "Vamos precisar de mais tempo para os estudos (reduzir do trabalho e substituir pelo estudo)". Ou seja, não penso que vá mudar o tempo de trabalho.

Sim, existe para dar lucro! Ela só defende os próprios interesses. O Brasil pode estar em guerra com a Argentina, e a empresa de armamentos do Brasil vai vender armas para a Argentina.

Qual o problema?
Estava apenas exemplificando, comentando, que uma empresa defende seus próprios interesses. Não refletindo se uma situação dessas é ou não errada.

Da mesma forma que uma empresa defende somente seus interesses, cada brasileiro faz o mesmo.
Estando dentro da lei e da honestidade, não consigo ver problemas nisso. Todo mundo defende os seus interesses, diria até que o mundo dira em torno disso, é natural.

Assim com você, também não vejo problema algum na situação, penso que é completamente natural.
No contexto falei isso para deixar claro que os empregados também são negociadores.

Mas, fugindo um pouco ao assunto, curiosamente pergunto: qual é o seu conceito de legislação e de honestidade? (É uma pura pergunta! Particularmente, questiono muito esses conceitos)

E um brasileiro não tem interesse de ver uma empresa lucrando: esgotando os solos do meio ambiente;
Imagino que exista legislação sobre isso. Mas, convenhamos, o que isso tem a ver com a redução na jornada de trabalho?

Estava exemplificando que um empregador usará todos os meios disponíveis para lucrar. A frase é uma parte da idéia do texto.

Uma pergunta, essa legislação é respeitada quando a certeza de não punição é quase certa?

O que faz a economia crescer e o lucro das empresas que é investido novamente. Cortar o lucro é querer matar a economia.

Concordo.

E, bom, até parece que o empresário vai pensar "oh, que pena, vou ganhar menos dinheiro". Vai subir os preços finais das mercadorias, do pãozinho ou do litro de gasolina. Aí já viu..."

O empresário não tem que pensar em outra coisa que não seja o lucro. A preocupação com os preços é daquele que compra o pão e a gasolina.

O lucro não serve apenas para comprar casas em Campos do Jordão ou em Angra dos Reis - e mesmo para essas coisas não consigo ver críticas honestas"

Cada um faz o que bem entende com o lucro que tem! :)

explorando a mão-de-obra;
O que é exploração para você?

Este foi mais um exemplo (extremo) que o empregador faz de tudo para defender seus interesses. Bem, quanto ao que entendo por explorar a mão-de-obra é um conceito que vai depender da situação. Por exemplo: oferecer comida aos trabalhadores de um país que acaba de ser arruinado totalmente por uma guerra, não vejo como uma exploração. Agora, um país desenvolvido como EUA precisa oferecer um salário que assegure vários benefícios sociais. Ou um país também pode gerar riquezas deixando seu povo na miséria? (Isto é uma pergunta)

criando hábitos consumistas ridículos;
Como quais? Qual a responsabilidade da Nokia se as pessoas passaram a gostar de ter celulares cada vez mais modernos, se elas gostam de, além de falar, tirar foto e assistir TV pelos aparelhos?

Se o celular é mais moderno, por que o consumo seria ridículo?

vendendo armamento aos inimigos;
Nunca ouvi falar nisso acontecendo, sério mesmo.

Realmente, eu imaginei. Mas, acho, já ouvi falar numa guerra que EUA fez isso.

vendendo produtos prejudiciais à saúde, etc.
Compra quem quer também, se eu te vender cocô de vaca, você souber que é cocô de vaca, e ainda assim comprar, que culpa eu tenho?

Estava mais uma vez exemplificando "de forma extrema": que uma empresa faz de tudo para defender seus interesses. A frase é parte da idéia do texto.

Que tipo de empresa é útil para a nação, na sua opinião? Toda empresa, estando dentro da lei, é extremamente útil.

Todas que existem. Uma empresa precisa ser útil para suprir necessidades de uma nação.

Depende. A maioria não reclamaria em pagar impostos se eles fossem bem aplicados na infra-estrutura do país, no fornecimento de mão-de-obra qualificada, etc. E ninguém está dizendo que qualquer interesse das empresas deve estar acima de tudo. Se for interesse da Coca-Cola tacar fogo na fábrica da Pepsi, isso não significa que deve ser feito, que é certo. Estamos defendendo apenas o interesse mais legítimo: o lucro.

Concordo com cada palavra.

Mas terá que pagar porque o governo tem exércitos e prisões para fazer a sua vontade ser a lei. Equilíbrio de forças; entende? Cada um "defendendo o próprio pão". E cada um jogando com as cartas que possui. Tudo uma questão de interesses: tanto dos empregadores, empregados e do governo. Quem é forte decide as regras do jogo.
E o que isso tem a ver com a jornada de trabalho?

Falava daquela minha pergunta nas primeiras citações: o equilíbrio de forças é necessário para negociar, se não o que tem mais força sempre dita as regras do jogo de modo a favorecer ele e não visando regras que sejam "justas" (complicado: conceito de Justiça).

Poxa, acho que não fui muito claro. Sou meio enrolado e confuso mesmo. Concordei com você em quase tudo, não entendo porque você pensou que estava defendendo idéias contrárias. Acho que fugi um pouco do tema "jornada de trabalho" e isso deu confusão. Eu acabei falando mais de interesses.  :?
"Nada neste mundo nos torna necessários a não ser o amor." (Goethe)

Pug

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Re: Trabalhar menos, para que trabalhem todos
« Resposta #24 Online: 02 de Março de 2006, 14:35:29 »
A França é mau exemplo, aqui diminuiram para 35h semanais.
Foi demais para um mundo em que os direitos dos trabalhadores está em queda.

O normal na europa é 40h semanais. Pelo que vejo no Brasil não só o salário é baixo como ainda trabalham mais

É com muito desagrado que vejo cada vez mais livre comércio mundial sem antes definirem os direitos dos trabalhadores, afinal trata-se de direitos humanos, o direito á dignidade. Como competir com pessoas que trabalham 12h ou mais por dia?
O salário de miséria que alguns ganham por esse mundo fora, leva a que as empresas fechem na europa e vão para lá. Nem nós melhoramos nem eles que irão ser explorados.

dumping social é a nova realidade...

 

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