DiegoJaf,
Parece comum aos simpáticos ao marxismo ignorarem as modificações nas relações de trabalho, e acreditarem que os lucros de uma empresa só são obtidos através da exploração do empregado.
Isso não é fato. O taylorismo e posteriormente o fordismo já demonstraram, no começo do século passado, o ledo engano desse tipo de raciocínio.
A produtividade do trabalhador não está ligada diretamente a quantas horas por dia ele vai trabalhar, mas quão eficiente serão essas horas. E isso também não está diretamente ligado ao desgaste físico/mental do trabalhador nesse tempo, mas como a organização do trabalho pode ser feita de maneira a otimizar a produtividade com uma mesma quantidade de esforço.
A eficiência poderia ser aumentada e diminuir-se o desgaste apenas reorganizando o espaço e a divisão do trabalho, e a forma como cada funcionário exerceria sua parte na atividade.
Também foi Ford que implementou o modelo de satisfação, onde seus empregados ganhavam bem mais do que os concorrentes e refletiam isso numa produtividade maior.
Durante o século houve diversas mudanças no enfoque de produção, e nem por isso hoje vemos empresas produtivas explorando a mão-de-obra escrava como você disse, ou uma situação deveras pior como previa Marx.
Quanto aos países cujos trabalhadores ainda são mais <<explorados>>, cabe observar que quando uma multinacional entra naquele país, ela oferece novos empregos que em geral são de qualidade e remuneração muito melhores do que os que existiam lá previamente. Se ainda não são ideais, pelo menos promovem uma melhora substancial na qualidade de vida daqueles agricultores de subsistência, encantadores de serpentes e o que mais eles faziam antes da entrada das fábricas.
Até porque, se não fosse assim, essas fábricas não teriam mão-de-obra disponível, pois as pessoas prefeririam continuar plantando arroz para o Estado ao invés de trabalhar montando Hello Kittys.
A riqueza gerada por essa atividade em parte serve a população, e serve bem melhor do que as atividades antes praticadas, e mudanças nas formas e organizações do trabalho podem ser efetuadas portanto.
É claro que é horrível pensar em exploração da mão-de-obra infantil. Mas entre ser oferecido um emprego, ainda que ruim, ou deixá-la sem nada e passando fome, ou trabalhando num emprego pior ainda, é muito pior.
Temos que pensar que as multinacionais não são de forma alguma promotoras da miséria nesses países, e sim empresas que entram lá oferecendo melhores condições de vida para aquele povo, e em contra partida recebendo mão-de-obra mais barata do que teriam em outros países. Mas, no saldo, são agentes de transformação social muito mais benéficos do que políticas de bem-estar social ou resoluções manifestando repúdio da ONU.
Quanto ao FGTS e o INSS, é claro que isso demandaria uma mudança de postura e cultura das pessoas. Elas teriam agora que tomar conta de suas próprias vidas, e não ficar contando os dias para <<se encostar>>. Mas como saldo geral, estaríamos nos livrando de uma máquina burocrática enorme, que além de atribular as coisas ainda gera grandes sangrias em forma de corrupção, e mantendo a riqueza onde ela deve estar, no mercado e circulando.
Se a pessoa por irresponsabilidade sua ficasse incapacitada de trabalhar, seja por velhice, seja por invalidez, ela teria de dar um jeito de sobreviver às custas da caridade de instituições privadas, de familiares ou de amigos. Se fosse por responsabilidade de outros, ela poderia processá-los, mesmo quando os outros fossem o Estado.
Hoje, muita gente capaz ganha pensão e ajudas de custo que são subtraídas da renda de quem produz. E muitos empregos desnecessários e improdutivos são artificialmente criados por uma burocracia estúpida, que mais atrapalha do que ajuda, além de servir aos interesses de ladrões.