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Deve-se utilizar de dinheiro público para impedir a quebra da Varig?

SIM.
NÃO.

Autor Tópico: A Varig deve ser salva com nosso dinheiro?  (Lida 5834 vezes)

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ukrainian

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Re: A Varig deve ser salva com nosso dinheiro?
« Resposta #25 Online: 19 de Abril de 2006, 21:05:01 »
A voz do povo é a voz de Deus... por isso que sou ateu :lol:

Offline Oliver

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Re: A Varig deve ser salva com nosso dinheiro?
« Resposta #26 Online: 19 de Abril de 2006, 22:11:16 »
A voz do povo é a voz de Deus... por isso que sou ateu :lol:

Na antiga Sovietica, a voz do povo era a voz de Lenin e outros malucos vermelhos...isto vem a demonstrar que a voz do povo trocada por minhoca é cara...

ukrainian

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Re: A Varig deve ser salva com nosso dinheiro?
« Resposta #27 Online: 21 de Abril de 2006, 14:18:58 »
Governo agora admite dar ajuda à Varig

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EDUARDO SCOLESE
HUMBERTO MEDINA
da Folha de S.Paulo, em Brasília

Numa linha contrária do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da colega Dilma Rousseff (Casa Civil), o ministro Waldir Pires (Defesa) admitiu ontem a possibilidade de o governo injetar dinheiro público para amenizar a crise financeira da Varig.

Questionado sobre essa possibilidade ontem no Palácio do Planalto, ele não deu detalhes, mas sugeriu que a ajuda financeira à Varig não está descartada, como Dilma tem repetido nas últimas semanas. "Desde que ela [ajuda pública] possa ser legal", afirmou.

O ministro da Defesa apenas citou o BNDES como uma opção. Mas não apresentou nenhuma outra alternativa para que essa suposta ajuda ocorra. Limitou-se a dizer que há estudo no governo.

"Se estiver legal e se chegar a uma governança da Varig ou do conjunto de empresas que se componha com a Varig para que a bandeira brasileira em todo o comércio de aviação civil do mundo permaneça presente e respeitada, claro [que há possibilidade de ajuda]. E, se isso ocorrer, sem dúvida o governo fará o esforço que for possível. Porque sobre todas as formas é inclusive conveniente isso, porque, do contrário, o prejuízo já está feito", disse Pires.

Anteontem, Dilma afirmou que o governo já socorreu a Varig em anos anteriores e que aportar mais dinheiro poderia prejudicar ainda mais a empresa. Lula disse na semana passada que o governo não iria usar recursos públicos para socorrer a Varig.

Pires foi mais flexível. "O governo apóia que a Varig, que foi um patrimônio de presença do Brasil no mundo, possa vir a ser preservada. Há um pedaço de tempo muito grande em que as coisas não se concluíram e não se resolveram. Só se agravaram. O governo só pode gastar dinheiro público na forma da lei. O governo está empenhado nisso, está desejando que isso ocorra."

Ontem, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) publicou no "Diário Oficial" da União decisão na qual considera nula a operação de venda da Varig Log para a Volo. Segundo a decisão, a operação não teve validade porque não houve pedido prévio de autorização para a venda. A agência deu dez dias úteis para que os interessados na operação protocolem os documentos na agência.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u107054.shtml

Rhyan

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Re: A Varig deve ser salva com nosso dinheiro?
« Resposta #28 Online: 21 de Abril de 2006, 18:50:28 »
Viu que ia perder votos, pqp esse país não leva jeito mesmo!

Offline Ícaro Morto

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Re: A Varig deve ser salva com nosso dinheiro?
« Resposta #29 Online: 28 de Abril de 2006, 22:02:20 »
Eu também tenho uma empresa que precisa ser salva. Cadê o Lula?
"O filme passou sobre mim
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Offline Ícaro Morto

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Re: A Varig deve ser salva com nosso dinheiro?
« Resposta #30 Online: 28 de Abril de 2006, 22:02:43 »
Alguém tem o telefone dele?
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Offline Hugo

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Re: A Varig deve ser salva com nosso dinheiro?
« Resposta #31 Online: 28 de Abril de 2006, 22:05:24 »
Viu que ia perder votos, pqp esse país não leva jeito mesmo!

Quantos votos? dá pra eleger um deputado?

Nada a ver...
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Rhyan

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Re: A Varig deve ser salva com nosso dinheiro?
« Resposta #32 Online: 28 de Abril de 2006, 22:29:55 »
Então pq dudara o discurso?

O PT é bem sacana...

Offline Ícaro Morto

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Re: A Varig deve ser salva com nosso dinheiro?
« Resposta #33 Online: 28 de Abril de 2006, 23:13:21 »
É sacana mesmo.

PT e PSDB deviam se fundir num mesmo partido.

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Offline Taleb

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Re: A Varig deve ser salva com nosso dinheiro?
« Resposta #34 Online: 28 de Abril de 2006, 23:39:44 »
Ouvi na CBN essa semana algumas pessoas que defendiam a ajuda da Varig e reclamavam como esse caso estava sendo divulgado, pois na realidade a Varig não estava pedindo dinheiro do governo e sim um acerto de contas, já que o governo estava devendo algo em torno de 4 bilhões pra Varig e a Varig estava uns 7 bi negativos.

Offline Ícaro Morto

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Re: A Varig deve ser salva com nosso dinheiro?
« Resposta #35 Online: 29 de Abril de 2006, 00:38:54 »
Bem, nesse caso.


Se a dívida realmente existir, entre governo e Varig....


O governo deve... dar calote!  :hihi:

O melhor é esperar essa empresa falir, daí não tem mais divida coisa nenhuma.

Os empresários que aprendam a trabalhar direito....

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Offline Hugo

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Re: A Varig deve ser salva com nosso dinheiro?
« Resposta #36 Online: 29 de Abril de 2006, 11:18:54 »
Então pq dudara o discurso?

O PT é bem sacana...

Nada mudou!!

http://oglobo.globo.com/online/economia/plantao/2006/04/28/246991312.asp

http://oglobo.globo.com/online/economia/mat/2006/04/28/246991960.asp

O que o governo se propõe é CONSEQUIR um comprador para a Varig ou uma "Solução de mercado".
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Rhyan

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Re: A Varig deve ser salva com nosso dinheiro?
« Resposta #37 Online: 02 de Maio de 2006, 18:19:56 »
Ok, então, veremos.

Offline Luis Dantas

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Re: A Varig deve ser salva com nosso dinheiro?
« Resposta #38 Online: 02 de Maio de 2006, 18:31:24 »
Bem, nesse caso.


Se a dívida realmente existir, entre governo e Varig....


O governo deve... dar calote! :hihi:

O melhor é esperar essa empresa falir, daí não tem mais divida coisa nenhuma.

Os empresários que aprendam a trabalhar direito....

Espero que você esteja brincando.  Uma coisa é não ficar subsidiando empresa privada com dinheiro público.  Outra, bem diferente, é fraudá-las.
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Offline Oliver

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Re: A Varig deve ser salva com nosso dinheiro?
« Resposta #39 Online: 02 de Maio de 2006, 21:30:13 »
Neste caso é justo que haja uma compensação entre governo e Varig...o novo codigo civil (art. 368) diz: "Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações extinguem-se, até onde se compensarem"

Offline Rodion

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Re: A Varig deve ser salva com nosso dinheiro?
« Resposta #40 Online: 02 de Maio de 2006, 21:32:11 »
desdobramento lógico...
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Offline Unknown

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Re: A Varig deve ser salva com nosso dinheiro?
« Resposta #41 Online: 03 de Maio de 2006, 09:50:09 »
Notícia relacionada...

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"Deixar a Varig quebrar é burrice"

Economista diz que o fim da empresa aérea custaria pelo menos R$ 10 bilhões ao País e que o novo discurso do governo só serve aos concorrentes interessados em criar um duopólio na aviação

Por Leonardo Attuch

O economista Paulo Rabello de Castro, formado na Universidade de Chicago, reduto do pensamento liberal, fica possesso quando ouve alguma autoridade de Brasília – e têm sido muitas nos últimos dias – repetindo o bordão de que o “governo não deve colocar dinheiro numa empresa quebrada como a Varig”. O motivo da indignação: esse discurso tem certa lógica, parece responsável e soa até liberal. “Só que é um discurso desinformado e burro, que só serve aos concorrentes”, diz ele. Rabello de Castro, que é consultor dos pilotos da Varig, fez um estudo em que aponta o prejuízo do País com o fim da companhia aérea: R$ 10 bilhões. Seriam perdas decorrentes do corte de empregos, do fim dos impostos e dos aumentos de tarifas com um duopólio formando por TAM e Gol, entre outros fatores. Além disso, ele diz que o que está em jogo não é o resgate da Varig com dinheiro público, mas sim uma solução privada, em que os atuais acionistas controladores seriam punidos e a empresa preservada. “É assim que se faz em qualquer parte do mundo capitalista”, diz ele, que também critica a postura errática do governo Lula no caso. Leia a seguir sua entrevista à DINHEIRO.

DINHEIRO – O sr. diz que o Brasil perderia R$ 10 bilhões com o fim da Varig. Por quê?
PAULO RABELLO DE CASTRO –
Há muita coisa que se perde e que não se repõe pela concorrência. Essa é a primeira coisa, que já indica ser falso o argumento de que novos entrantes tomariam rapidamente o espaço da Varig. Haveria perdas fiscais e não fiscais. Só a queda do PIB do setor aéreo no Brasil seria da ordem de R$ 4 bilhões. Isso inclui a marca Varig, a sua operação e tudo que vem junto com ela, como o Smiles.

DINHEIRO – Por que é falsa a tese de que novos entrantes tomariam o lugar da empresa?
CASTRO –
O discurso do “deixa quebrar para que o mercado resolva” é o dos concorrentes, ao qual eu, um autêntico liberal, me oponho. Não haveria a destruição criadora, na linha do economista Joseph Schumpeter, mas sim a destruição de uma empresa, que teria seu espaço ocupado por um duopólio. E não tem graça nenhuma país pobre sair destruindo suas companhias. A nova Lei de Falências é inteligente. Ela preserva a empresa e tira o acionista.

DINHEIRO – Até agora, estamos em R$ 4 bilhões. E o restante?
CASTRO –
Eu fiz uma conta referente também aos empregos, considerando que, dos 11 mil trabalhadores, cerca de 7 mil poderiam ser absorvidos, mas com salários aviltados. Isso criaria uma perda para a economia de R$ 700 milhões. Estou confrontando dois cenários: a Varig existindo versus a Varig não existindo.

DINHEIRO – O que mais?
CASTRO –
Eu coloco mais R$ 300 milhões como perda de eficiência nas linhas nacionais, estimando um aumento de tarifas da ordem de 7% após a confirmação de um duopólio entre TAM e Gol. E isso já pode ser pressentido. Já não se voa barato na Gol. Além disso, perde-se muito tempo nas filas. Estão roubando o tempo do cliente. É uma combinação de perda de eficiência e aumento de preços.

DINHEIRO – E as rotas internacionais?
CASTRO –
Nesse caso, com a Varig deixando de voar para o exterior, é óbvio que companhias internacionais prestarão o serviço. Eu apontei um valor de R$ 670 milhões, que é inferior ao que a Varig fatura no exterior todos os anos, mas que representa o valor agregado desse PIB do transporte internacional. Mas isso pode estar bem subestimado.

DINHEIRO – Gol e TAM não passariam a voar nas rotas internacionais da Varig?
CASTRO –
Não existe nem aparelho para isso. Os horários de chegada lá não são passados para outras companhias de bandeiras brasileiras. Ou é a Varig ou não é. Mas as perdas maiores são as que vêm na seqüência.

DINHEIRO – Quais?
CASTRO –
No campo tributário são R$ 3,5 bilhões. É uma tunga no contribuinte.

DINHEIRO – Mas pode-se dizer que a Varig já não paga os impostos?
CASTRO –
Esse valor é uma dívida do passado, que seria negociada mediante um crédito também do passado, referente ao congelamento tributário. É bom que se diga que esse crédito em favor da Varig já transitou em julgado e que o governo tem adotado apenas medidas protelatórias. O resultado disso é que a União vai acabar tendo que pagar a indenização referente ao congelamento para uma massa falida – e não para uma empresa em operação. Se eu pago para alguém que está vivo, eu posso cobrar os impostos. Se eu pago para um morto, fico numa situação ruim.

DINHEIRO – O encontro de contas no futuro só terá uma ponta?
CASTRO –
Exatamente. Só a ponta do governo pagador.

DINHEIRO – E como seria a perda do fundo de pensão dos funcionários, o Aerus?
CASTRO –
É o que fecha a conta dos R$ 10 bilhões. A despesa vai cair nas costas da sociedade. É só ver o que a Justiça já decidiu no caso do Aero, o fundo de pensão da Vasp. E agora, com a intervenção do governo no Aerus, no momento em que os funcionários apresentavam uma solução para a Varig, essa questão ficou ainda mais líquida e certa.

DINHEIRO – Por quê?
CASTRO –
Houve uma falha clara na regulação, que deve ser sempre antecedente aos fatos. Eu mesmo fui ao governo ainda em 2002 para alertá-los sobre os problemas no Aerus. Os empregados pediram intervenção com muitíssima antecedência. Onde é que estava a Secretaria de Previdência Complementar nesse tempo todo? Só eu fiz denúncias formais várias vezes.

DINHEIRO – E por que eles decidiram intervir só agora?
CASTRO –
Eles só acordaram do distraído sono para atrapalhar a única coisa que ainda poderia fazer o Aerus ser coberto parcialmente pela própria máquina da Varig. Os trabalhadores pegariam parte dos recursos para fazer a empresa voltar a operar. O que pouca gente sabe é que os trabalhadores são os principais credores da empresa. Portanto, é natural que eles queiram ser os donos de uma nova empresa, que seria a Varig Operacional. As dívidas não são com bancos privados.

DINHEIRO – O governo joga pela quebra da empresa?
CASTRO –
É o que se depreende do discurso oficial, que além de burro é desinformado. Até porque a Varig não quer dinheiro público e nem está quebrada. Ela está agindo em conformidade com a lei de recuperação judicial.

DINHEIRO – O governo vetou a proposta de US$ 400 milhões feita pela Varig Log, por meio de uma decisão da Agência Nacional de Aviação Civil. Por quê?
CASTRO –
É estranho. Parece que há um movimento orquestrado na direção da quebra e que existem dois pesos e duas medidas. Dependendo da situação, a lei vale ou não.

DINHEIRO – E por que o governo, que antes dizia que a Varig era estratégica, mudou tanto?
CASTRO –
Eu fui ao José Dirceu no início de 2003. Ele me disse que gostava de aviação e que conhecia tudo – tudo mesmo – do setor. No primeiro momento, eu fiquei animado. Depois, quando perguntei se ele conhecia a situação do Aerus, percebi que ele não conhecia tanto assim.

DINHEIRO – Ele articulou o compartilhamento de vôos com a TAM. Isso foi bom?
CASTRO –
Já ficou claro que isso foi bom para a TAM e contribuiu para a asfixia da Varig. Aliás, eu disse ao Dirceu que o problema da Varig era simples, uma vez que a empresa não devia a bancos privados ou internacionais. Ela devia a fornecedores, empregados e empresas com participação do governo, como BR e Infraero. A Globo, que devia a bancos internacionais, contratou a Goldman Sachs, chamou todos e renegociou. Sempre há solução, dentro das regras de mercado. O discurso do “deixa quebrar” é o discurso da conveniência.
 
DINHEIRO – Qual o papel da Fundação Rubem Berta, dona da Varig, na crise?
CASTRO –
É o papel do Drácula, que foi sugando o sangue da empresa. O Drácula vai inoculando a vítima e só se alimenta do sangue necessário. Mas a questão é que a boa solução é aquela que mata o Drácula e salva a vítima – no caso, a Varig.

DINHEIRO – Alguém no governo já tentou efetivamente contribuir para uma solução?
CASTRO –
O Carlos Lessa, que estava no BNDES, parecia disposto a contribuir, mas numa entrevista recente disse que suas iniciativas vinham sendo bloqueadas. Proibiram-no de fazer qualquer coisa a respeito.

DINHEIRO – E o José Alencar, no Ministério da Defesa?
CASTRO –
Ele atuou para que a Fundação Rubem Berta contratasse uma consultoria do Unibanco. Mas a solução foi esdrúxula, pois dependia de mudanças na Lei de Falências no Senado. Por isso, não prosperou. E depois vieram os notáveis que ingressaram em maio de 2005.

DINHEIRO – É a turma do David Zylberstajn?
CASTRO –
Isso. E foi então que a empresa aderiu à Lei de Falências. O problema é que a postura do governo em relação à Varig sempre foi errática. Mesmo sem ser credor.

DINHEIRO – BR e Infraero não são credores?
CASTRO –
São empresas com participação acionária da União, com créditos relativamente pequenos. E é bom lembrar que operam em situações de monopólio. Será que é justa a tarifa aeroportuária cobrada no Brasil?

DINHEIRO – A Varig Operacional geraria caixa positivo?
CASTRO –
Claro que sim. Se você separa essa empresa da Varig antiga, ela passa a valer, no dia seguinte, US$ 1 bilhão. E é uma conta até conservadora, porque a Gol, por exemplo, vem sendo avaliada em US$ 5 bilhões. É por isso que faz sentido, para muitos investidores, inclusive os funcionários, apostar no futuro da Varig.

DINHEIRO – E a Varig podre fica então com o governo?
CASTRO –
Não é verdade. O desequilíbrio entre ativos e passivos é irreal. Existe só um descasamento temporal entre as cobranças feitas no presente à companhia e os diversos recursos processuais que o governo tem à disposição para não pagar o que deve à Varig.

DINHEIRO – Estatizar a Varig, como aconteceu com outras empresas aéreas importantes até na Europa, seria uma solução?
CASTRO –
Essa é uma proposta que cria só confusão, porque não é necessária. Há soluções disponíveis de mercado, que, portanto, seriam mais eficientes.

DINHEIRO – O sr. ainda acredita numa solução?
CASTRO –
O tempo joga contra. E nesse relógio o ponteiro dos segundos se acelera. O problema é que o efeito tempo age sobre a percepção do cliente – e isso é que me deixa desesperado. Mas deixar quebrar seria burrice, um neomercadismo da pior espécie. É a representação mais nítida de que o País já não toma decisões estratégicas.

DINHEIRO – Deixar quebrar é uma tese que vem travestida de discurso liberal.
CASTRO –
É isso que me enfurece. Eu sou do time liberal, e não os que hoje atuam pela quebra da Varig. Propor a quebra não é liberalismo. É entreguismo aos concorrentes nacionais e internacionais. Mas tudo isso é reversível. A marca Varig é tão forte que basta um sinal contundente na direção positiva para que os clientes voltem.

http://www.terra.com.br/istoedinheiro/450/entrevista/index.htm

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Offline Rodion

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Re: A Varig deve ser salva com nosso dinheiro?
« Resposta #42 Online: 03 de Maio de 2006, 15:23:21 »
Citar
CASTRO – É isso que me enfurece. Eu sou do time liberal, e não os que hoje atuam pela quebra da Varig. Propor a quebra não é liberalismo. É entreguismo aos concorrentes nacionais e internacionais. Mas tudo isso é reversível. A marca Varig é tão forte que basta um sinal contundente na direção positiva para que os clientes voltem.

e ainda se diz liberal...

esse é um daquelas figuras satirizadas que apregoam a não intervenção do governo, mas quando a coisa fica preta chama o governo de novo.
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Offline Luis Dantas

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Re: A Varig deve ser salva com nosso dinheiro?
« Resposta #43 Online: 03 de Maio de 2006, 16:13:09 »
Realmente, é estranho ver alguém com esse discurso se dizer liberal.
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Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline Quasar

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Re: A Varig deve ser salva com nosso dinheiro?
« Resposta #44 Online: 03 de Maio de 2006, 19:46:59 »
Mas eu concordo com o cara quendo ele diz que a quebra da Varig seria impactante, diferente da PanAm quem perderia é o consumidor pois a TAM e a Gol ficariam a vontade para ocupar o espaço deixado e aumentra a tarifa a vontade.

Não seria uma quebra do tipo Vasp e Transbrasil que foram morrendo aos poucos e não faziam diferença para a concorrência.

O mesmo aconteceu com a Pan Am que mesmo sendo uma empresa grande na época que faliu, concorria com muitas outras empresas grandes num mercado muito mais aberto.

A PanAm quebrou por causa da mesma doença da Varig, a estrutura pesada demais sustentada pelo governo, por não ter acordado para um novo mercado inaugurado pela TAM e modernizado pela Gol, ficou estagnada num modelo que é insustentável.

Mas mesmo combalida a Varig representa uma fatia grande de mercado que se for disponibilizada de repente vai ser prejudicial a nós usuários, se for para quebrar a Varig é melhor que seja lentamente, como aconteceu com a Transbrasil e Vasp
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Rhyan

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Re: A Varig deve ser salva com nosso dinheiro?
« Resposta #45 Online: 04 de Maio de 2006, 17:02:41 »
O mercado se ajusta, Quasar.

[]'s

Offline Quasar

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Re: A Varig deve ser salva com nosso dinheiro?
« Resposta #46 Online: 05 de Maio de 2006, 00:23:52 »
O mercado se ajusta, Quasar.

[]'s

Sim, mas não rápido o suficiente nos setor aeroviário.
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Offline Luis Dantas

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Re: A Varig deve ser salva com nosso dinheiro?
« Resposta #47 Online: 05 de Maio de 2006, 01:09:37 »
Rápido o suficiente para que exatamente, Quasar?

Talvez não haja mesmo necessidade da Varig.
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Rhyan

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Re: A Varig deve ser salva com nosso dinheiro?
« Resposta #48 Online: 05 de Maio de 2006, 01:25:36 »
Pq, Quasar?

Offline Quasar

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Re: A Varig deve ser salva com nosso dinheiro?
« Resposta #49 Online: 05 de Maio de 2006, 11:59:03 »
O setor aéreo é complicado, o preocesso de concessão de linha envolve várias coisas, que vai desde o estudo de viabilidade de operação de uma determinada aeronave, remanejamento de tripulação, logistica de manutenção etc.

Quando uma companhia pequena encerra as atividades como a Transbrasil e Vasp que foram reduzindo a participação de mercado e quando quebram não detêm uma fatia grande dos passageiros isso as outras companhias conseguem absorver a demanda com seus assentos vagos e mesmo assim ocorreram transtornos.

A Varig ainda é uma companhia grande num mercado restrito, onde restarão apenas dus empresas, diferente do mercado americano onde dezenas de empresas absorveram o mercado deixado pela Pan-Am.

Aqui se a Varig parar de um dia para ou outro a TAM e a Gol não vão conseguir absorver o movimento, pois eles nem tem aviões suficiente para isso, até estas empresas comprarem aviões, adaptarem eles para uso nas linhas, contratarem e treinarem mais tripulações, aumentarem a estrutura de trânsito de bagagem e mais um monte de detalhes, o mercado de transporte aéreo vai ficar saturado por bastante tempo.

Para o usuário o resultado vai ser doloroso, a Gol e a Tam iam lotar os aviões de um dia para outro e naturalmente os descontos seriam suspensos até o mercado se acomodar. Vale lembrar que uma passagem que, por exemplo, Curitiba - Cuiabá, que a Gol vende por R$300,00 custa na verdade R$800,00 essa diferença de R$500 é desconto, e se a demanda subir de repente esses descontos ficam comprometidos.

Por isso que é um problema tão grande se a Varig parar, essa crescente acessibilidade das viagens de avião para nós pobres mortais será comprometida por falta de concorrência entre as companhias, lembrem como era antes da Gol entrar no mercado, os preços eram astronômicos, ninguém poderia imaginar voar de Curitiba a são paulo por R$100,00 ou em alguns casos R$50,00 o trecho.

Os desempregados da Varig serão em grande parte absorvidos pelas outras companhis, naturalmente com salários menosres e isso vai levar tempo.

Outro problema é o crédito que a Varig tem com o Governo, se não me engano são 4 Bilhões de Reais que o governo está enrrolando para pagar, se a Varig parar a diîvida não acaba, nós contribuintes além de pagarmos passagem mais caras teremos que pagar 4 Bilhões para uma massa falida,

Se o governo der dinheiro a Varig (já que terá que pagar de qualquer jeito), a empresa continua no ar, as passagens continuam baratas e a empresa continua gerando impostos e os empregado continuam com seus empregos.
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