Que tal colocar as coisas como realmente estão no livro de Sagan:
"Poucos respondem a esse desafio com tanta energia quanto James “O Incrível” Randi, que se auto-descreve acuradamente como um homem zangado. O que lhe provoca a ira não é tanto a sobrevivência, até os nossos dias, do misticismo e da superstição antediluvianos, mas o fato de a aceitação acrítica do misticismo e da superstição contribuir para que se trapaceie, humilhe e às vezes até se mate. Como todos nós, ele é imperfeito: às vezes Randi é intolerante e arrogante, incapaz de empatia para com as fraquezas humanas que estão por baixo da credulidade. Em geral é pago pelas suas palestras e apresentações, mas nada que se compare ao que poderia receber se declarasse que seus truques provêm de poderes mediúnicos ou de influências divinas ou extraterrestres. (A maioria dos magos profissionais, em todo o mundo, parece acreditar na realidade dos fenômenos mediúnicos – segundo pesquisas de opinião.) Como mago, ele já fez muito para desmascarar pessoas que alegam poder ver à distância, curar pela fé e ser “telepáticos”, e que desse modo têm enganado o público. Demonstrou os logros simples e as informações erradas que os entortadores de colher mediúnicos empregam para levar teóricos da física de renome a inferir novos fenômenos físicos. Randi tem boa reputação entre a maioria dos cientistas, e recebeu a bolsa prêmio (apelidada de “gênio”) da Fundação MacArthur. Um crítico o repreendeu por ser “obcecado pela verdade”. Gostaria que o mesmo pudesse ser dito de nossa nação e de nossa espécie."
"Nos últimos tempos, Randi tem contribuído mais do que qualquer outra pessoa para desmascarar a pretensão e a fraude no lucrativo negócio da cura pela fé. Ele examina cuidadosamente os refugos. Reporta os boatos. Intercepta a corrente de informações “miraculosas” que chega ao curandeiro itinerante – não pela inspiração espiritual de Deus, mas pela freqüência de rádio de 39,17 megahertz, transmitida pela esposa nos bastidores. Descobre que todos aqueles que se levantam de suas cadeiras de roda e são declarados curados nunca estiveram confinados em cadeiras de roda – foram convidados por um funcionário a sentar-se nelas. Desafia os que curam pela fé a apresentar evidências médicas sérias para validar as suas afirmações. Convida os órgãos do governo local e federal a aplicar as leis contra a fraude e a imperícia médica. Critica os programas de notícias por evitarem estudadamente a questão. Revela o profundo menosprezo dos que curam pela fé para com seus pacientes e seguidores. Muitos são charlatões conscientes – usando a linguagem e os símbolos da Nova Era ou dos cristãos evangélicos para explorar a fraqueza humana. Talvez haja alguns que não tenham motivos venais."