Tópico: É possível ser cético e budista?

[Zeichner]

Sobre o Budismo, parei para analisar um dia e saquei que o gautama descobriu o mais lógico sentido da vida, dentro da religião.

Ele analisou o mundo e viu que esta diversidade de pessoas, umas com mais capacidade intelectual, outra meros animais bípedes, umas artistas, outras políticas, umas fortes e atléticas, outras com deficiencias sensoriais e físicas, bom, isso tudo poderia ser explicado de uma forma lógica,pela religião, que seriam passos que a alma teria que atravessar para aprender, rumo a um momento, depois de várias vidas, em que o indivíduo teria acumulado bondade e intelig~encia para não mais precisar reencarnar, alcançando o nirvana... ( me corrijam se eu estiver errado, mas me parece que essa é a base da religião, não é mesmo?).

Pois bem... dentro de uma linha metafísica, tem muito mais lógica que as religiões ocidentais, porque sem acreditar na reencarnação, não tem como explicar porque Deus quer que uns tenham deficiências, etc. Não existe explicação lógica, mas o budismo tem... 

Porém... eu disse porém....

eu acho isso apenas uma explicação para o mundo, encarando nossa realidade como tendo um lugar onde espíritos invisíveis estariam vivendo também, só esperando o momento de reencarnar.

A outra explicação lógica é mais incrível ainda. Não existe deus nenhum, espírito nenhum, morremos e acabou. Nascemos defeituosos ou virtuosos por caprichos genéticos, alimentares, etc. Vivemos melhor ou pior graças a nós mesmos. É o mais difícil de aceitar, mas é a única coisa que sabemos com certeza que mais se aproxima da verdade.

[Luis Dantas]

Juro que não entendo de onde vem essa convicção de que há espíritos ou reencarnação no ensinamento budista…   a doutrina não poderia ser muito mais clara quanto a isso não ser possível.

[Zeichner]

Juro que não entendo de onde vem essa convicção de que há espíritos ou reencarnação no ensinamento budista…   a doutrina não poderia ser muito mais clara quanto a isso não ser possível.

O Budismo tibetano defende esta roda de reencarnações, não defende?

[Luis Dantas]

Não... o Budismo tibetano continua sendo Budismo e tendo como base o Tipitaka.

Ou seja, ele usa os conceitos de Impermanência, Vacuidade, etc.

Renascimento não é reencarnação, e "espíritos invisíveis" são apenas uma alegoria para estados emocionais mais brutos.

[Raphael]

Luiz.

Ensinamento moral e religioso; "a estrada que outros trilharam".

Não, nem seria justo esperar que o fizesse.  O objeto de estudo da ciência é a Verdade, não o Moralmente Válido.

Defina o seu conceito de moral por favor.

Isso eu sei, mas o seu entendimento de religião é bem diferente do meu.

E o que você entende por "entendimento religioso"?

Não entendi… há uma pergunta embutida neste trecho?

Não, não há pergunta, é uma conclusão minha sobre a sua afirmação. Você disse:

Motivação e esperança são boas coisas e fazem falta, sim.  E podem ser aprendidas e cultivadas, o que já é motivo suficiente para que se tente.

E eu rebati este argumento com o coceito de ideologia pra Marx, neste, Marx afirmava no sistema capitalista, há uma espécie de "mascaramento da realidade" para a sociedade, com isso, a mesma, no sistema capitalista, sempre está sujeita a ser enganada, descaradamente, e isso se dá com as leis que regem tal sistema. Entendeu?. Mas isso não é o assunto e eu não quero criar/reviver outro tópico pra isso.

Abraços.

[Luis Dantas]

Moral é a disciplina aplicada que trata do que é ou não válido em intenções, atitudes e ações.  Para o meu uso é sinônimo de Ética.

Eu disse "entendimento de religião", não "entendimento religioso".  Significando que o que você entende quando vê a palavra "religião" é bem diferente do que eu vejo.

Marx eu desconsidero sumariamente, porque sinceramente, não há muito mais a fazer com o que ele escreveu.

[Pregador]

No budismo tibetano é feita muita alusão a idéia da "compaixão", como você vê ela aplicada a vertente que você pratica do budismo?

[Andre]

E qual vertente você pratica? [desculpa se você já respondeu, não lembro de ter visto]

[Luis Dantas]

No budismo tibetano é feita muita alusão a idéia da "compaixão", como você vê ela aplicada a vertente que você pratica do budismo?

Compaixão é importante em qualquer linha budista.  É basicamente um apelo ao cultivo da empatia e da lembrança de que justa, mesmo, a vida não é com ninguém e não adianta reclamar.

Eu sou relativamente não-sectário; meu interesse inicial era muito centrado no Theravada, mas com o tempo fui me familiarizando e até tomando refúgio em outras linhas também - Zen, Terra Pura, Vajrayana.

[criso]

O monge ordenado da tradição SOTOZEN que me ensinou o Mayahana é ateu e cético, qual foi minha a surpresa ao saber disso quando lhe trouxe tudo quanto era pergunta advinda de minhas trajetórias esotéricas!!