Antigamente diziam que era antinatural "junção carnal pelo vaso póstero". Mulheres inclusas. Caracterizava pecado de sodomia, e crime, no caso de ser entre homens. Hoje a gente pensa que não é crime nem pecado a moça dar o cu, e vê isso como uma maneira saudável e válida de prazer sexual. Na época a que me refiro, também não era vista com bons olhos o que se chamava de "moliície", o que hoje a gente chamaria de preliminar e sexo oral - mas que também englobava, na época, aquele amasso inocentíssimo, e beijo de língua, em alguns casos. E esta prática também se tornou difundida, vista com bons olhos, e inclusive fator essencial para sexo de qualidade.
Agora, por que este tipo de prática só é vista como ok entre heteros? Por que, quando é entre gente do mesmo sexo, a gente cisma em fechá-la nas nossas gavetas clássicas de classificação, como "doença", ou como "determinante genética", ou como "criação inadequada", ou como "perversão por livre e espontânea vontade"?
(E é facílimo compará-los com a escala de classificação inquisitorial.)
Querendo ou não, o caráter de perversão da prática homossexual parece que não vai embora. Talvez a pergunta que se queira fazer é "homossexualiidade é perversão ou não?"