Autor Tópico: O tradicional tópico "por onde anda...?" da Guinevere  (Lida 6101 vezes)

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Offline Flautista de Hamelin

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Re:O tradicional tópico "por onde anda...?" da Guinevere
« Resposta #100 Online: 26 de Outubro de 2018, 15:32:42 »
Ninguém tem que querer começar a saber.

Quem não quer, já não precisa, e não tem que querer.

Quem precisa, quer, e invariavelmente encontrará o caminho.

De uma forma ou de outra, tudo já está ordem, e o resto é resto.

E onde fica o ''só sei que nada sei'' nessa?
« Última modificação: 26 de Outubro de 2018, 15:41:17 por Flautista de Hamelin »
Churi Churin Fun Flais

Offline Peter Joseph

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Re:O tradicional tópico "por onde anda...?" da Guinevere
« Resposta #101 Online: 26 de Outubro de 2018, 15:33:52 »
Que tópico profundo! Vejo pessoas falando de alma que evolui e conhecimentos sobre este mundo do além, mas ocorre que até hoje não conseguiram sequer provar a existência do seu pretenso objeto de estudo central, imagine-se então todo "conhecimento" que a cerca. O fato é que não há evidência factual de que exista uma alma/espírito trabalhando de forma independente do organismo material. Quando provarem isto, aí dá pra começar os estudos e a aquisição de conhecimento de verdade.

Não tem como comparar sistemas socioeconômicos (socialismo, comunismo etc.) com estas crenças, pois Sociedade e Economia sabemos que existe, estes sim podem ser estudados e teorizados e comprovados ou não.
"Não é sinal de saúde estar bem adaptado a uma sociedade doente." - Krishnamurti

"O progresso é a concretização de Utopias." – Oscar Wilde
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Offline Sergiomgbr

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Re:O tradicional tópico "por onde anda...?" da Guinevere
« Resposta #102 Online: 26 de Outubro de 2018, 15:34:52 »
Ninguém tem que querer começar a saber.

Quem não quer, já não precisa, e não tem que querer.

Quem precisa, quer, e invariavelmente encontrará o caminho.

De uma forma ou de outra, tudo já está ordem, e o resto é resto.
Dogmas são imposições.
A Verdade é um dogma?
Não, verdade é axioma.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Flautista de Hamelin

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Re:O tradicional tópico "por onde anda...?" da Guinevere
« Resposta #103 Online: 26 de Outubro de 2018, 15:36:13 »
Muito simbolismo, Pasqually, não serve nem para quem nada sabe querer começar a saber nem para quem já sabe.

O Sergiomgbr gosta de se expressar com charadas do tipo ''o primo do meu primo pode ser meu primo?'...   :biglol:
Acertou metade da assertiva, a parte que diz que gosto de me expressar é fato, já a outra parte é só uma ilação vinda da sua idiossincrasia.

E isso traduzido para o português quer dizer o quê?
Quer dizer que sim, eu gosto de me expressar mas não do modo falacioso como você colocou a coisa. Questionar o argumentador em vez do argumento é falácia de pouco bom tom.

É que eu levo a vida (e dou o bom tom só) na flauta.

Traduzindo:

Você é melhor nas palavras que eu, mas isso significa que você só é superior a mim em relação ao cérebro esquerdo.
Você sabia que o segredo da genialidade consiste em desenvolver o cérebro direito?  :biglol:
Churi Churin Fun Flais

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Re:O tradicional tópico "por onde anda...?" da Guinevere
« Resposta #104 Online: 26 de Outubro de 2018, 15:37:18 »
Muito simbolismo, Pasqually, não serve nem para quem nada sabe querer começar a saber nem para quem já sabe.

O Sergiomgbr gosta de se expressar com charadas do tipo ''o primo do meu primo pode ser meu primo?'...   :biglol:
Acertou metade da assertiva, a parte que diz que gosto de me expressar é fato, já a outra parte é só uma ilação vinda da sua idiossincrasia.

E isso traduzido para o português quer dizer o quê?
Quer dizer que sim, eu gosto de me expressar mas não do modo falacioso como você colocou a coisa. Questionar o argumentador em vez do argumento é falácia de pouco bom tom.

É que eu levo a vida (e dou o bom tom só) na flauta.

Traduzindo:

Você é melhor nas palavras que eu, mas isso significa que você só é superior a mim em relação ao cérebro esquerdo.
Você sabia que o segredo da genialidade consiste em desenvolver o cérebro direito?  :biglol:
Tanto faz.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Flautista de Hamelin

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Re:O tradicional tópico "por onde anda...?" da Guinevere
« Resposta #105 Online: 26 de Outubro de 2018, 15:39:31 »
Que tópico profundo! Vejo pessoas falando de alma que evolui e conhecimentos sobre este mundo do além, mas ocorre que até hoje não conseguiram sequer provar a existência do seu pretenso objeto de estudo central, imagine-se então todo "conhecimento" que a cerca. O fato é que não há evidência factual de que exista uma alma/espírito trabalhando de forma independente do organismo material. Quando provarem isto, aí dá pra começar os estudos e a aquisição de conhecimento de verdade.

Não tem como comparar sistemas socioeconômicos (socialismo, comunismo etc.) com estas crenças, pois Sociedade e Economia sabemos que existe, estes sim podem ser estudados e teorizados e comprovados ou não.

Muita rabugice para um tópico do Papo Furado. Relaxa!
Churi Churin Fun Flais

Offline Peter Joseph

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Re:O tradicional tópico "por onde anda...?" da Guinevere
« Resposta #106 Online: 26 de Outubro de 2018, 15:44:37 »
Até papo furado tem alguma lógica ou sentido. Isto aqui deveria estar no setor de piadas  :histeria:
"Não é sinal de saúde estar bem adaptado a uma sociedade doente." - Krishnamurti

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Re:O tradicional tópico "por onde anda...?" da Guinevere
« Resposta #107 Online: 26 de Outubro de 2018, 16:28:28 »
Até papo furado tem alguma lógica ou sentido.

Depende.
Churi Churin Fun Flais

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Re:O tradicional tópico "por onde anda...?" da Guinevere
« Resposta #108 Online: 26 de Outubro de 2018, 16:30:45 »
Ninguém tem que querer começar a saber.

Quem não quer, já não precisa, e não tem que querer.

Quem precisa, quer, e invariavelmente encontrará o caminho.

De uma forma ou de outra, tudo já está ordem, e o resto é resto.
Dogmas são imposições.
A Verdade é um dogma?
Não, verdade é axioma.

Discordo.

Axiomas são afirmações que não precisam de comprovação, mas existem algumas verdades que necessitam sim de comprovação.

Traduzindo:

Todo axioma é uma verdade, mas nem toda verdade é um axioma.

(E olha que nem estamos falando ainda do elemento ilusório e cultural contido em algumas verdades.)
« Última modificação: 26 de Outubro de 2018, 16:37:14 por Flautista de Hamelin »
Churi Churin Fun Flais

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Re:O tradicional tópico "por onde anda...?" da Guinevere
« Resposta #109 Online: 26 de Outubro de 2018, 16:37:31 »
Ninguém tem que querer começar a saber.

Quem não quer, já não precisa, e não tem que querer.

Quem precisa, quer, e invariavelmente encontrará o caminho.

De uma forma ou de outra, tudo já está ordem, e o resto é resto.
Dogmas são imposições.
A Verdade é um dogma?
Não, verdade é axioma.

Discordo.

Axiomas são afirmações que não precisam de comprovação, mas existem algumas verdades que necessitam sim de comprovação.

Traduzindo:

Todo axioma é uma verdade, mas nem toda verdade é um axioma.

(E olha que nem estamos falando ainda do elemento ilusório contido em algumas verdades.)
Todo axioma é uma verdade e toda verdade é verdade,  a não ser que não seja verdade. Foi só isso o que você disse.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Flautista de Hamelin

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Re:O tradicional tópico "por onde anda...?" da Guinevere
« Resposta #110 Online: 26 de Outubro de 2018, 16:39:02 »
Ninguém tem que querer começar a saber.

Quem não quer, já não precisa, e não tem que querer.

Quem precisa, quer, e invariavelmente encontrará o caminho.

De uma forma ou de outra, tudo já está ordem, e o resto é resto.
Dogmas são imposições.
A Verdade é um dogma?
Não, verdade é axioma.

Discordo.

Axiomas são afirmações que não precisam de comprovação, mas existem algumas verdades que necessitam sim de comprovação.

Traduzindo:

Todo axioma é uma verdade, mas nem toda verdade é um axioma.

(E olha que nem estamos falando ainda do elemento ilusório contido em algumas verdades.)
Todo axioma é uma verdade e toda verdade é verdade,  a não ser que não seja verdade. Foi só isso o que você disse.

Verdade é verdade, uai. Isso é o que você está dizendo.
Churi Churin Fun Flais

Offline JungF

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Re:O tradicional tópico "por onde anda...?" da Guinevere
« Resposta #111 Online: 27 de Outubro de 2018, 10:32:12 »
Citação de: Pasqually
Falar em utilidade/benefício já desperta, em si, reflexão. É útil para quem? É útil para o quê? Nesse fórum já teve gente dizendo, por exemplo, que arte é inútil. Enfim, para o benefício do Ego, vai depender do que se almeja.

Quanto às faculdades psíquicas, para quem já não sofre pela abertura involuntária ou descontrolada das mesmas, não vejo vantagem em ansiar por elas. Volta e meia vejo pessoas querendo "desenvolver mediunidade" e considero isso de uma tolice irremediável. Tudo em seu próprio tempo. Todos somos médiuns, mesmo que de intuição, então para quem consiga aperfeiçoar-se e servir sem ter que passar por essas coisas, ótimo e já está na senda.


O desenvolvimento anímico independe de trilhar ou não um caminho iniciático. Todas as almas estão destinadas a crescer e se desenvolver, seja através do amor ou da dor, seja trilhando conscientemente o caminho da sabedoria ou debatendo-se na torrente do sofrimento invariavelmente causado pelos apegos e vícios.

Enxergando a condição humana, o Homem da Torrente envergonha-se de sua condição;
Ansiando cavar masmorras a seus vícios e erguer templos à virtude, o Homem de Desejo planta as sementes do Logos em sua alma;
Colhendo os frutos e servindo, o Novo Homem trabalha com compaixão e cumpre seu Ministério.

A grande lei é o serviço e se resume no sagrado Quaternário:
amor-vontade-sabedoria-atividade
   
Isto é seu, ou transcreveu de algum lugar? Simplesmente admirável!

Offline Pasqually

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Re:O tradicional tópico "por onde anda...?" da Guinevere
« Resposta #112 Online: 27 de Outubro de 2018, 10:54:10 »
Citação de: Pasqually
Falar em utilidade/benefício já desperta, em si, reflexão. É útil para quem? É útil para o quê? Nesse fórum já teve gente dizendo, por exemplo, que arte é inútil. Enfim, para o benefício do Ego, vai depender do que se almeja.

Quanto às faculdades psíquicas, para quem já não sofre pela abertura involuntária ou descontrolada das mesmas, não vejo vantagem em ansiar por elas. Volta e meia vejo pessoas querendo "desenvolver mediunidade" e considero isso de uma tolice irremediável. Tudo em seu próprio tempo. Todos somos médiuns, mesmo que de intuição, então para quem consiga aperfeiçoar-se e servir sem ter que passar por essas coisas, ótimo e já está na senda.


O desenvolvimento anímico independe de trilhar ou não um caminho iniciático. Todas as almas estão destinadas a crescer e se desenvolver, seja através do amor ou da dor, seja trilhando conscientemente o caminho da sabedoria ou debatendo-se na torrente do sofrimento invariavelmente causado pelos apegos e vícios.

Enxergando a condição humana, o Homem da Torrente envergonha-se de sua condição;
Ansiando cavar masmorras a seus vícios e erguer templos à virtude, o Homem de Desejo planta as sementes do Logos em sua alma;
Colhendo os frutos e servindo, o Novo Homem trabalha com compaixão e cumpre seu Ministério.

A grande lei é o serviço e se resume no sagrado Quaternário:
amor-vontade-sabedoria-atividade
   
Isto é seu, ou transcreveu de algum lugar? Simplesmente admirável!
Escrevi, mas não posso de maneira alguma me apropriar. É como aprendi.
Elus Cohen

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Re:O tradicional tópico "por onde anda...?" da Guinevere
« Resposta #113 Online: 27 de Outubro de 2018, 11:01:14 »
Citação de: Pasqually
Falar em utilidade/benefício já desperta, em si, reflexão. É útil para quem? É útil para o quê? Nesse fórum já teve gente dizendo, por exemplo, que arte é inútil. Enfim, para o benefício do Ego, vai depender do que se almeja.

Quanto às faculdades psíquicas, para quem já não sofre pela abertura involuntária ou descontrolada das mesmas, não vejo vantagem em ansiar por elas. Volta e meia vejo pessoas querendo "desenvolver mediunidade" e considero isso de uma tolice irremediável. Tudo em seu próprio tempo. Todos somos médiuns, mesmo que de intuição, então para quem consiga aperfeiçoar-se e servir sem ter que passar por essas coisas, ótimo e já está na senda.


O desenvolvimento anímico independe de trilhar ou não um caminho iniciático. Todas as almas estão destinadas a crescer e se desenvolver, seja através do amor ou da dor, seja trilhando conscientemente o caminho da sabedoria ou debatendo-se na torrente do sofrimento invariavelmente causado pelos apegos e vícios.

Enxergando a condição humana, o Homem da Torrente envergonha-se de sua condição;
Ansiando cavar masmorras a seus vícios e erguer templos à virtude, o Homem de Desejo planta as sementes do Logos em sua alma;
Colhendo os frutos e servindo, o Novo Homem trabalha com compaixão e cumpre seu Ministério.

A grande lei é o serviço e se resume no sagrado Quaternário:
amor-vontade-sabedoria-atividade
   
Isto é seu, ou transcreveu de algum lugar? Simplesmente admirável!
Escrevi, mas não posso de maneira alguma me apropriar. É como aprendi.

Tem cara de psicografia. Deve ser o espírito de algum forista desencarnado que se recusou a seguir a "luz" e agora está penando em fóruns da internet. Devemos orar por ele.
Brandolini's Bullshit Asymmetry Principle: "The amount of effort necessary to refute bullshit is an order of magnitude bigger than to produce it".

Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.

Offline Pasqually

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Re:O tradicional tópico "por onde anda...?" da Guinevere
« Resposta #114 Online: 27 de Outubro de 2018, 11:04:32 »
hasuhasasuhuhas
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Re:O tradicional tópico "por onde anda...?" da Guinevere
« Resposta #115 Online: 27 de Outubro de 2018, 17:30:12 »
Ninguém tem que querer começar a saber.

Quem não quer, já não precisa, e não tem que querer.

Quem precisa, quer, e invariavelmente encontrará o caminho.

De uma forma ou de outra, tudo já está ordem, e o resto é resto.
Dogmas são imposições.
A Verdade é um dogma?
Olha só uma forma interessante de falar com símbolos.

Citar
Quem nunca leu esse livro? Muito bacana.

O Pequeno Príncipe e a Raposa
Antoine de Saint-Exupéry

(...)

E foi então que apareceu a raposa:

- Bom dia, disse a raposa.

- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.

- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...

- Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita...

- Sou uma raposa, disse a raposa.

- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste...

- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. não me cativaram ainda.

- Ah! desculpa, disse o principezinho.

Após uma reflexão, acrescentou:

- Que quer dizer "cativar"?

- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?

- Procuro os homens, disse o principezinho. Que quer dizer "cativar"?

- Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que fazem. Tu procuras galinhas?

- Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?

- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços..."

- Criar laços?

- Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...

- Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor... eu creio que ela me cativou...

- É possível, disse a raposa. Vê-se tanta coisa na Terra...

- Oh! não foi na Terra, disse o principezinho.

A raposa pareceu intrigada:

- Num outro planeta?

- Sim.

- Há caçadores nesse planeta?

- Não.

- Que bom! E galinhas?

- Também não.

- Nada é perfeito, suspirou a raposa.

Mas a raposa voltou à sua idéia.

- Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra.

O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...

A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:

- Por favor... cativa-me! disse ela.

- Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.

- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer alguma coisa. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!

- Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.

- É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto...

No dia seguinte o principezinho voltou.

- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração... É preciso ritos.

- Que é um rito? perguntou o principezinho.

- É uma coisa muito esquecida também, disse a raposa. É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, possuem um rito. Dançam na quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta-feira então é o dia maravilhoso! Vou passear até a vinha. Se os caçadores dançassem qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu não teria férias!

Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:

- Ah! Eu vou chorar.

- A culpa é tua, disse o principezinho, eu não queria te fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...

- Quis, disse a raposa.

- Mas tu vais chorar! disse o principezinho.

- Vou, disse a raposa.

- Então, não sais lucrando nada!

- Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo.

Depois ela acrescentou:

- Vai rever as rosas. Tu compreenderás que a tua é a única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te farei presente de um segredo.

Foi o principezinho rever as rosas:

- Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativastes a ninguém. Sois como era a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu fiz dela um amigo. Ela á agora única no mundo.

E as rosas estavam desapontadas.

- Sois belas, mas vazias, disse ele ainda. Não se pode morrer por vós. Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus sob a redoma. Foi a ela que abriguei com o pára-vento. Foi dela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa.

E voltou, então, à raposa:

- Adeus, disse ele...

- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.

- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.

- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.

- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.

- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa...

- Eu sou responsável pela minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
../forum/topic=609.0.html#msg10986
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Pasqually

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Re:O tradicional tópico "por onde anda...?" da Guinevere
« Resposta #116 Online: 27 de Outubro de 2018, 17:55:21 »
"É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos."

Excelente.
Elus Cohen

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Re:O tradicional tópico "por onde anda...?" da Guinevere
« Resposta #117 Online: 26 de Dezembro de 2018, 21:43:35 »
Forista Gauss?

 

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