Este pessoal ficou tão impressionado com o papel do sujeito na construção do conhecimento que esqueceu que o mundo independe das nossas crenças.
Fechou. Mas, sério, o que o pobre do Paulo Freire tem que ver com isso?
Qual a chance de o cara estar fazendo uma extrapolação? Afinal, a FORMULAÇÃO da lei é nossa, apesar de ela existir com ou sem a gente - e é possível que outra CULTURA formulasse ela de maneira diferente, mesmo que com resultados menos precisos.
Até onde me recordo, aconteceu assim na astronomia: apesar de uma percepção de "universo" que tinha a terra no centro e Deus na "superfície" da esfera, com anjos no meio do caminho e número de corpos celestes finitos, os resultados dos cálculos de órbita e mudança das estações e previsão de eclipse e taltatal eram semelhantes aos nossos.
Enfim. Não tive acesso à matéria inteira, mas acontece mutas vezes de o escritor querer inventar uma frase de impacto que no fim não tem muito a ver com os resultados dele. Bobeando o que ele pretende dizer é que o "índio" e o "europeu" dão ênfase a coisas diferentes: um assume que a disparidade é fruto de uma falha do corpo em perceber a realidade como ela é, o outro dá ênfase a uma natureza externa a ele que se rege por leis próprias - ou seja, este fala em "fenômeno de refração" enquanto o outro fala simplesmente em olhos tortos.
Nesse sentido, é até possível que escrevam que "sobre este pressuposto construímos a nossa ciência". O índio em questão "parou" naquilo, e naquilo ficou. Se o membro da cultura judaico-cristã se "conformasse" com a natureza como ela é, não tinha ciência porra nenhuma, hm.
Agora, se é pra botar juízo de valor nisso... eu não acho que o índio seja legal não. Mas o autor aparentemente acha. Então ok.
De todo modo sou contra escrever pra SciAm. Vocês é que não estão acostumados a ler essas coisas
![Laughing :lol:](../forum/Smileys/default/icon_lol.gif)