Mas o perfil da dívida é curto
O perfil atual não é curto.
Aliás, nos últimos três anos, ele foi alongado a níveis recordes.
Só acho que o volume de troca deve ser aumentado. E o mercado tem dado mostras que está disposto a aceitar ofertas crescentes.
Se quiser aprofudar no assunto, recomendo-lhe visitar os sites do Bacen e do Ministério da Fazenda.
e os juros são altos, justamente porque se gasta demais,
Isso é uma simplificação extremada. A dívida interna brasileira tem um histórico de décadas. Uma análise acurada da série histórica não mostra essa relação de causalidade direta.
e também porque falta credibilidade,
Não falta credibilidade. O Risco país está, atualmente, em seus menores níveis históricos. A curva descendente se acentuou drasticamente nos últimos três anos.
O grande nó está na excessiva regulamentação ao livre fluxo de capitais externos.
até penso que as duas coisas poderiam ser feitas juntas, fazer um ajuste fiscal e uma política de diminuição de juros ao mesmo tempo,
De fato, as duas coisas não são alto excludentes.
Porém, temos de ser pragmáticos. Nâo há ambiente político para ajuste fiscal. Aliás, o superávit fiscal do governo, parte de acordo com organismos internacionais, já está em níveis elevados.
Uma reforma tributária dificilmente encontrará respaldo no Congresso, do qual depende.
O Executivo deve agir, então, com os mecanismos que tem a mão.
Outra coisa: é triste que esse debate não tenha sido trazido à luz durante o processo eleitoral. Seria uma boa oportunidade para envolver a sociedade nessa questão.
Está mais do que claro que se nada for feito em relação ao déficit público, estamos armando uma bomba que estourará mais cedo ou mais tarde.