Autor Tópico: Alckmin não leu o próprio programa de governo, ou então...  (Lida 3602 vezes)

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Re: Alckmin não leu o próprio programa de governo, ou então...
« Resposta #25 Online: 14 de Outubro de 2006, 16:06:18 »
Pensei que o debate estava evoluindo.
Infelizmente, parece que não.

quereu, corte de gastos é prática comum.
Até em nosso orçamento familiar é assim. Aqueles que como eu mantêm um domicílio sabem disso.

Lula dise que: não era necessário cortes de gastos para haver maiores investimentos.

Isso é verdade, e não significa que não haverá corte de gastos. Aliás, Lula sempre deixou claro que isso é e continuará sendo feito. Não houve desmentido nenhum.
Há quinze dias atrás foram cortados R$1,0 bilhão do Orçamento.


A crítica não é ao corte de gastos, que a campanha de Lula admite e põe em discussão. Mais do que correto.

O lamentável é o programa de governo tucano-pefelista dizer que irá atacar o déficit público através de cortes orçamentários (o que não se consegue de forma efetiva) e ainda por cima o candidato vir negar, de forma mentirosa e descarada, que istó não está no programa.
« Última modificação: 14 de Outubro de 2006, 16:15:13 por HSette »
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Re: Alckmin não leu o próprio programa de governo, ou então...
« Resposta #26 Online: 14 de Outubro de 2006, 16:27:46 »
Não há necessidade de cortes.

Eu não me lembro mais do que disse...
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Re: Alckmin não leu o próprio programa de governo, ou então...
« Resposta #27 Online: 14 de Outubro de 2006, 16:46:58 »
Não há necessidade de cortes.

Eu não me lembro mais do que disse...

quereu, você está viajando geral.

Eu não sou o Lula.  :histeria:

E tenho opinião própria. Na minha opinião, não há, no momento, necessidade de corte.

Nem no país, e nem no meu domicílio, felizmente.  :D

Se achasse que houvesse essa necessidade, comunicaria o fato aos meus familiares e acharia totalmente natural que se o fizesse.
« Última modificação: 14 de Outubro de 2006, 16:49:59 por HSette »
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Re: Alckmin não leu o próprio programa de governo, ou então...
« Resposta #28 Online: 14 de Outubro de 2006, 17:06:38 »
Eu adoro os conceitos dos economistas, você funde duas palavras e corte já não significa mais corte. Não há necessidade de cortes para investimentos, mas há necessidade de corte para o quê? Por que eu corto gastos? Porque o orçamento é defictário. Ou falando a língua dos mortais, porque falta; se sobrasse não se cortaria. Pode-se misturar ao bel-prazer as palavras mas jamais a lógica.

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Re: Alckmin não leu o próprio programa de governo, ou então...
« Resposta #29 Online: 14 de Outubro de 2006, 17:16:03 »
quereu, você parece não querer entender.

Já disse e repito: na minha opinião, não há necessidade de cortes.

Já no caso geral, cortes podem ser feitos para efeito de realocações.

Um exemplo recente: há poucos dias, foi feito um corte orçamentário na área da Defesa. Dias depois, foi feito uma realocação em outros setores.

Como vê, não há mistura de conceitos.

Outra coisa: há leis regulamentando a execução orçamentária. Se houver excesso, devem ser feitos cortes por força de lei, de modo a se adequar a execução à legislação.

Isso é extremamente comum. Inclusive ocorreu no último ano do governo Alckmin em São Paulo, e muitos disseram, maldosamente, ser isso indício de rombo, mas parece que já foi esclarecido.
« Última modificação: 14 de Outubro de 2006, 17:18:15 por HSette »
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Re: Alckmin não leu o próprio programa de governo, ou então...
« Resposta #30 Online: 14 de Outubro de 2006, 17:18:03 »
H7 não há necessidade de você ficar repetindo a mesma coisa. Responda para mim por que o Governo Lula terá que cortar gastos?
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Re: Alckmin não leu o próprio programa de governo, ou então...
« Resposta #31 Online: 14 de Outubro de 2006, 17:25:32 »
quereu, de novo esclareço-lhe:

não sou petista, e muito menos responsável pelo programa de governo da campanha de Lula.

De qualquer forma, até onde sei, o que o programa de Lula fala é:

Déficit público será combatido através de retomada do crescimento do PIB e queda da taxa de juros.

Em caso de pressões sobre o superávit primário, poderão ser feitos cortes graduais em despesas correntes.
« Última modificação: 14 de Outubro de 2006, 17:36:55 por HSette »
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Re: Alckmin não leu o próprio programa de governo, ou então...
« Resposta #32 Online: 14 de Outubro de 2006, 17:36:34 »
Bem, se ambos candidatos terão de cortar gastos só posso concluir que os petistras querem demonizar o Alckmin nesse pontinho específico do debate visando mostrar que o projeto desse candidato é sinistro em contra-partida ao projeto do PT. O Alckmin cortará gastos sociais e essênciais, Lula cortará gastos domésticos e irrelevantes. É o terrorismo do PT em plena forma...
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Re: Alckmin não leu o próprio programa de governo, ou então...
« Resposta #33 Online: 14 de Outubro de 2006, 17:41:56 »
A questão é programática: os mentores econômicos de Alckmin propõem um corte imediato e cavalar, buscando redução do déficit.

Os de Lula entendem que cortes orçamentários, além do desgaste político e social, não atingem os objetivos de forma efetiva, no que se refere ao déficit público. Entendem que a retomada do crescimento e a redução dos juros serão mais do que suficiente. Uma questão de custo-benefício, com a qual concordo.
O programa de Lula vincula cortes no caso de haver pressões sobre o superávit primário, algo que não ocorre no momento, havendo inclusive certa folga.

E o que acho estranho: por que Alckmin nega o próprio programa? Teme o debate? Seria meritório revê-lo, caso não concorde. Acho que isso não o desmereceria.
« Última modificação: 14 de Outubro de 2006, 17:44:28 por HSette »
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Re: Alckmin não leu o próprio programa de governo, ou então...
« Resposta #34 Online: 14 de Outubro de 2006, 17:54:45 »
Citar
E o que acho estranho: por que Alckmin nega o próprio programa. Teme o debate? Seria meritório revê-lo, caso não concorde. Acho que isso não o desmereceria.
Porque em época de campanha não fica bem falar em corte de gastos, não é mesmo? Mas não confundamos as mentirinhas do Alckmin, inerentes à qualquer político, das mentiras patológicas do PT. Esse tópico todo é o batido argumento dos petistas: São Jorge matando a lagartixa e dizendo que mata o dragão.



Citar
O programa de Lula vincula cortes no caso de haver pressões sobre o superávit primário, algo que não ocorre no momento, havendo inclusive certa folga.
Isso é manipulação petista na tentativa de demonizar o programa do Alckmin. Todos os jornalistas estão falando que os cortes serão inevitáveis. O Lula é que é desonesto quando diz que o seu governo pode não vir a fazê-lo.
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Re: Alckmin não leu o próprio programa de governo, ou então...
« Resposta #35 Online: 14 de Outubro de 2006, 18:09:04 »
quereu, sinto muito que você veja por esse ângulo. :olheira:

Meu objetivo era discutir a questão de forma produtiva.
Inclusive trouxe links e textos que julguei pertinentes para enriquecer a discussão.

Como não fui bem sucedido, de novo para mim chega. Fui.  :ok:
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Offline Huxley

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Re: Alckmin não leu o próprio programa de governo, ou então...
« Resposta #36 Online: 14 de Outubro de 2006, 21:06:21 »
Acho que o governo deveria cortas gastos sim.Fazendo a reforma administrativa e  privatizando, sobraria mais dinheiro para investir em educação e infra-estrutura.Na verdade, o déficit público só não aumentou no governo Lula porque a carga tributária aumentou.Alterar o perfil da dívida é dífícil.O mercado se viciou em títulos indexados a taxa Selic e no Overnight.A solução é reduzir gradualmente, assim como já foi feito com o passivo atrelado em moeda estrangeira.Acho que a nossa taxa de juro real nem devia está a 10% ao ano e melhor solução era acelerar a sua queda mesmo.Esse nível de juros está de acordo com os ditames ideológicos da escola da Universidade (Monetarista) de Chicago.
"A coisa mais importante da vida é saber o que é importante". Otto Milo

Meu blog: http://biologiaevolutiva.blogspot.com

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Re: Alckmin não leu o próprio programa de governo, ou então...
« Resposta #37 Online: 14 de Outubro de 2006, 21:14:45 »
Como já disse que não vejo problemas em se cortar gastos.
Inclusive ambas as candidaturas prevêem isso.

Mas entendo que o impacto disso sobre o déficit público é desprezível, além de gerar um enorme desgaste político-social.

Huxley, ao contrário do que você afirma, em todos os leilões de títulos recentes, o mercado se mostrou altamente receptivo a taxas menores e prazos mais dilatados.
Você pode conferir isso no site do Bacen.
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Offline Quereu

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Re: Alckmin não leu o próprio programa de governo, ou então...
« Resposta #38 Online: 15 de Outubro de 2006, 22:52:13 »
O PT defende que a máquina pública tenha estrutura reforçada e capacitada para regular setores que estão nas mãos da iniciativa privada, como o energético e o das telecomunicações, bem como assegurar políticas de distribuição de renda. O presidente Lula, em entrevista ao jornal O Globo, disse que o país tem condições de crescer sem precisar cortar gastos. Na sexta-feira, o coordenador de sua campanha, Marco Aurélio Garcia, contradisse o presidente e disse que “é evidente” que é preciso cortar gastos.

Extraído do link abaixo:
http://www.diegocasagrande.com.br/do=Wm14aGRtOXlKVE5FYldGdVkyaGxkR1Z6SlRJMmFXUWxNMFF4TWpjd05EUkxRUT09WnhQMko=

Talvez o único debate são desta campanha.
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Re: Alckmin não leu o próprio programa de governo, ou então...
« Resposta #39 Online: 15 de Outubro de 2006, 23:11:52 »
Citar
Talvez o único debate são desta campanha.

Concordo em gênero, número e grau.  :ok:

Pena que estamos na reta final.

E aqui, um texto do site Valor Econômico sobre o assunto:

Site Valor Econômico

O programa fiscal de um eventual segundo governo de Luiz Inácio Lula da Silva está praticamente pronto. Seria anunciado logo, se o candidato tivesse ganho a reeleição no primeiro turno. Nele, o governo pretende atacar nas duas frentes para garantir receitas e promover um corte das despesas.

- prorrogação da vigência da Desvinculação de Receitas da União (DRU) – que significa margem para realocações e eventuais cortes, a idéia seria elevar gradualmente seu alcance dos atuais 20% sobre a receita total que, no Orçamento de 2007, significaria R$ 79,25 bilhões, para até 40%;

- prorrogação da CPMF, se fixaria uma trajetória de alíquotas declinantes até que a contribuição se estacionasse numa taxa residual (algo como 0,08%), servindo, assim, mais como instrumento de fiscalização e combate à sonegação do que propriamente de arrecadação.

Ambas - DRU e CPMF - têm prazo de vigência, pela legislação atual, até dezembro de 2007 e uma das primeiras tarefas do novo governo será apresentar emenda constitucional para prorrogá-las. Aumentar ou mesmo dobrar a DRU representaria, assim, um golpe na estrutura de vinculação que engessa o Orçamento e deixa pouquíssimos recursos para uso discricionário, sobretudo para financiar investimentos em infra-estrutura, que têm representado somente 0,4% do PIB/ano.

- estabelecer um teto para o gasto corrente, que teria apenas a correção pela inflação medida pelo IPCA e nada de aumento real, o que representaria trajetória cadente frente ao PIB. E, no lugar da reforma da previdência social, sempre politicamente onerosa, o então presidente colocaria a reforma do mercado de trabalho. A lógica dessa troca é simples: com regras mais flexíveis que representem redução de custos sobre a folha de pagamento das empresas, a tendência à formalização da economia se acentuaria e, com isso, mais trabalhadores passariam a contribuir para a previdência social, reduzindo a velocidade de crescimento do déficit e adiando uma reforma mais estrutural por alguns bons pares de anos.

- todos os poderes - Executivo, Legislativo e Judiciário - passariam a operar com novos limites de despesas de pessoal, aquém dos fixados na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que se mostraram frouxos.

- superávit primário de 4,25% do PIB nos próximos quatro anos, juros em queda e um crescimento econômico na casa dos 4% a 4,5% ao ano; o governo eliminaria os atuais 3,54% do PIB de déficit nominal ao final do próximo mandato, encerrando, assim, um longo ciclo de endividamento.


O programa do candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, também está centrado na remoção dos desequilíbrios fiscais e na força da idéia do déficit nominal zero. O diagnóstico dos tucanos não é muito diferente do que o PT faz: é preciso colocar um freio urgente nas despesas correntes do setor público, pois um país com uma carga tributária próxima a 40% do PIB - necessária para financiar os gastos -, uma dívida interna líquida de cerca de 50% do PIB e juros reais elevadíssimos está condenado a crescer de forma modesta.

- corte substancial das despesas, algo como 3% do PIB, segundo as contas de economistas ligados a Alckmin. Durante a gestão de Mário Covas no governo de São Paulo, lembra um tucano, Nakano demitiu devagar e sem qualquer alarde cerca de 120 mil funcionários públicos.

- ambos os programas coincidem no diagnóstico de que há um problema fiscal que precisa ser superado e quanto maior for o esforço do corte de gastos públicos, mais acelerado poderá ser o ritmo da redução da taxa de juros Selic, esta sim a grande anomalia da economia brasileira; e quanto menor a diferença entre os juros internos e os externos, menor será a tendência de valorização da taxa de câmbio.

- diferenças começam a surgir a partir daí, seja entre os dois possíveis governos, seja intra forças que os apóiam. O PT, por exemplo, não pretende colocar a reforma da previdência social no topo da sua lista de prioridades. Os economistas do PSDB, ao contrário, avaliam que essa é a principal raiz dos problemas fiscais.

- assessores do governo Lula acham que se reeleito, o presidente deveria passar os três primeiros anos do seu segundo mandato sem conceder qualquer aumento real ao salário mínimo, para colocar um freio nas despesas da seguridade social.

- os grandes dilemas macroeconômicos se encerrariam com uma nova equação fiscal de longo prazo, e as atenções do governo, seja Lula ou Alckmin, passariam a ser em questões mais microeconômicas: reforma tributária, uma agenda de inovação, melhoria substancial da educação, aumento dos investimentos públicos e privados, entre tantos outros temas que se descortinam e que precisam ser enfrentados para aumentar a produtividade da economia.

Em resumo, com inflação baixa e solidez externa, o momento é bastante oportuno para desobstruir os caminhos do crescimento.
Quem quer que seja o eleito, encontrará as condições dadas para levar o país a um novo patamar.


Pelo visto, de aumento/perpetuação de impostos não vamos escapar, ganhe quem ganhar.
E outra: se o crescimento não for retomado de forma sustentada em patamares em torno, pelo menos dos 5%, a coisa vai complicar. E aí sobra para quem assumir em 2010.

E é por apostar na possibilidade de retomada do crescimento que acho a proposta de corte forte e radical de Alckimin exagerada.
E continuo sustentando que corte de gastos não ajuda na redução do déficit. Se ajudar, o efeito é ínfimo, e os custos políticos e sociais são muito maiores.
« Última modificação: 15 de Outubro de 2006, 23:16:58 por HSette »
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Re: Alckmin não leu o próprio programa de governo, ou então...
« Resposta #40 Online: 15 de Outubro de 2006, 23:22:30 »
Ainda bem que ajudei a elevar o nível do diálogo, apesar do batismo do tópico...
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Re: Alckmin não leu o próprio programa de governo, ou então...
« Resposta #41 Online: 15 de Outubro de 2006, 23:33:51 »
Ainda bem que ajudei a elevar o nível do diálogo, apesar do batismo do tópico...

Tá bom!

O título faz parte da campanha eleitoral.  :lol:
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Offline Douglas

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Re: Alckmin não leu o próprio programa de governo, ou então...
« Resposta #42 Online: 16 de Outubro de 2006, 00:12:29 »
Aqui em Minas, o Procon tem ajudado muita gente em negocições de dívidas.
Conheço muita gente que conseguiu bons resultados.
(...)

Humberto,

Só se for em BH...aqui no interior o PROCON é vergonhoso...

Abraços,

Douglas
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Offline HSette

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Re: Alckmin não leu o próprio programa de governo, ou então...
« Resposta #43 Online: 16 de Outubro de 2006, 17:21:52 »
Pois é, Douglas.
Aqui o Procon tem um trabalho conjunto com o Movimento das Donas de Casa, e parece funcionar bem.
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Re: Alckmin não leu o próprio programa de governo, ou então...
« Resposta #44 Online: 17 de Outubro de 2006, 12:02:24 »
Pelo lado das mentiras

 

        Pessoas comuns têm o direito de questionar: analistas e jornalistas econômicos passaram anos falando do superávit primário nas contas públicas brasileiras; de repente, estoura uma discussão sobre a conveniência ou não de se tentar zerar o déficit público nominal. Portanto, temos superávit ou déficit?

         As duas coisas – eis a confusão.

         Existe um superávit,  hoje equivalente a 4,25% do Produto Interno Bruto, ou, em números redondos, cerca de R$ 85 bilhões, para todo o setor público (governos federal, estaduais e municipais). De tanto que se fala nisso, passa a impressão para os leigos que está sobrando dinheiro. Mas é justamente o contrário: falta dinheiro.

Funciona assim: o superávit é primário, conceito que exclui o pagamento de juros. Assim, o governo recolhe impostos, taxas e contribuições, mais os dividendos pagos pelas estatais, e começa a gastar com as despesas primárias. São, basicamente: salários, pensões e aposentadorias, Bolsa Família e programas assemelhados de transferência de renda para pessoas; tudo o que se refere ao funcionamento da máquina, o custeio, o que inclui desde remédio no hospital até a gasolina do Aerolula; e investimentos.

Somadas todas as receitas e subtraídas essas despesas, sobra o superávit primário, neste ano de R$ 85 bilhões. Mas isso não é sobra. Todo esse dinheiro vai para o pagamento de juros da dívida. Em números redondos, a conta de juros neste ano deve ser de R$ 145 bilhões. Ou seja, utilizado todo o superávit primário, ainda resta uma conta de juros de R$ 60 bilhões. Esse é o tal déficit nominal, cerca de 3% do PIB.

Como o governo paga isso? Tomando mais dinheiro emprestado, de modo que a dívida pública aumenta todo ano. Mas se o PIB também cresce, a dívida como proporção do PIB pode cair.

Por exemplo: PIB de 100, dívida de 40, dívida de 40% do PIB; aí o PIB vai a 105 e a dívida a 41, e temos dívida de 39%.

Há um amplo entendimento segundo o qual o conceito mais importante é esse de Dívida/PIB. Por isso, não seria necessário pagar toda a conta de juros, apenas o necessário para ir diminuindo aquela relação.

Pois o grande bate-boca eleitoral da semana passada começou com a sugestão do economista Yoshiaki Nakano, colaborador e ex-secretário da Fazenda de Alckmin. Ele propôs que se definisse a meta de zerar todo o déficit nominal, isto é, fazer a economia necessária para pagar toda a conta de juros, até o último centavo. Seria um ajuste fiscal completo, que reduziria a zero o risco Brasil, reduziria a zero a necessidade do governo tomar novos empréstimos e, com isso, a taxa de juros iria ao chão.

Para fazer isso no próximo ano, seria preciso  uma economia (um superávit primário) de R$ 145 bilhões, ou 7,25% do PIB. Ou seja, ainda considerando números parecidos com o deste ano, seria fazer um corte adicional de gastos de R$ 60 bilhões.

Estão vendo? – pegou a deixa o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e decretou: eles (os tucanos) vão cortar os gastos sociais, salários e aposentadorias.


De fato, se fosse para zerar o déficit neste ano, ou no próximo, o ministro estaria certo. Tamanho corte de gastos, de uma só vez, é impossível sem causar uma sangria.

Mas é óbvio que a proposta de Nakano é para o prazo longo, como aliás observou o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.

Aliás, a proposta de Nakano é idêntica à que foi formulada há poucos meses pelo deputado Delfim Netto (com apoio de outros economistas), quando a idéia recebeu a simpatia do então ministro Antonio Palocci e do ainda ministro Bernardo. Foi também esse proposta que a ministra Dilma Roussef qualificou de rudimentar, antes de detoná-la dentro do governo.

Aliás, é interessante notar que no mesmo dia em todo o PT malhava Nakano, o presidente Lula e a cúpula do partido recebiam alegremente a adesão de Delfim Netto, para o qual um eventual governo Alckmin seria um retrocesso.

E aí, como ficamos?

Ficamos assim: com campanha ou sem campanha, o setor gasta muito e continua aumentando seus gastos, financiando-os com aumentos anuais de impostos, principalmente, e com aumento de dívida, secundariamente. Como a carga tributária já é asfixiante e a dívida, elevada sob qualquer critério, não há outro caminho senão iniciar um processo de redução de gastos.

Isso tem que ser feito com uma combinação de políticas, desde maior eficiência no gasto, melhor gerência, reforma administrativa do setor público e, sim, inescapável, outra reforma da previdência, com necessariamente elevação da idade mínima de aposentadoria.

         A proposta Nakano/Delfim, essa de zerar o déficit nominal das contas públicas, pode ser definida como radical, uma idéia xiita fiscal. Em circunstancias normais, déficits inferiores a 3% do PIB são aceitáveis. Mas a situação das contas públicas brasileiras não é normal há muito tempo. Estamos quase completando 20 anos de aumentos seguidos de gastos e impostos.

         A idéia de déficit zero – definida em um programa de governo de médio prazo, fixado em lei aprovada pelo Congresso Nacional – passaria a seguinte mensagem: basta! as contas serão definitivamente equilibradas.

         Para fazer isso sem reduzir o volume de investimentos necessários à manutenção do crescimento econômico, será necessário abrir espaço e condições para o investimento privado, já que o setor público deve encolher em relação ao tamanho da economia.

         Ou seja, será necessário, sim, privatizar empresas e, sobretudo, serviços: conceder estradas, portos, ferrovias e aeroportos a empresas privadas.

         Tanto é verdade que Lula tratou de colocar de pé o sistema das Parcerias Público Privadas – que é uma espécie de privatização disfarçada ou envergonhada. Enquanto isso, na campanha, acusa Alckmin de ser o “grande privatizador”.

          Eis aí, gastos públicos e privatização entraram na campanha, mas pelo lado das mentiras eleitorais.


Publicado em O Estado de S.Paulo, 16 de outubtro de 2006
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Re: Alckmin não leu o próprio programa de governo, ou então...
« Resposta #45 Online: 17 de Outubro de 2006, 17:22:19 »
Citar
Para fazer isso no próximo ano, seria preciso  uma economia (um superávit primário) de R$ 145 bilhões, ou 7,25% do PIB. Ou seja, ainda considerando números parecidos com o deste ano, seria fazer um corte adicional de gastos de R$ 60 bilhões.
Quem dizer que pode-se fazer isso no período de um ano está completamente insandecido.
Assim, a continha vai por água abaixo.

A falácia é corrigida mais a fretne:

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A idéia de déficit zero – definida em um programa de governo de médio prazo,...

Bem dito. Médio prazo.

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Re: Alckmin não leu o próprio programa de governo, ou então...
« Resposta #46 Online: 17 de Outubro de 2006, 17:30:25 »
Perdoe-me, mas as falácias todas são dos petistas.

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Mas é óbvio que a proposta de Nakano é para o prazo longo, como aliás observou o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.

Foram os petistas que relevaram o plano. Agora que se o explica o argumento é falacioso.

Vá entender petista...
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Re: Alckmin não leu o próprio programa de governo, ou então...
« Resposta #47 Online: 17 de Outubro de 2006, 18:21:28 »
Já na Folha de São Paulo:

Já o ministro Paulo Bernardo (Planejamento) disse não acreditar que Nakano tenha sugerido um corte drásticos nas despesas do governo já a partir do ano que vem. "Com toda sinceridade deve ser um mal entendido. Nakano é da maior classificação técnica. Eu duvido que ele tenha falado isso", disse o ministro.


http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u85014.shtml

Entre "observar" e "dizer que duvida" vai uma longa diferença.
"Eu sei que o Homem Invisível está aqui!"
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Chaves

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Re: Alckmin não leu o próprio programa de governo, ou então...
« Resposta #48 Online: 17 de Outubro de 2006, 18:35:43 »
Não tenho vontade de discutir os sentidos conotativos e denotativos da linguagem.
A Irlanda é uma porca gorda que come toda a sua cria - James Joyce em O Retrato do Artista Quando Jovem

Tarcísio

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Re: Alckmin não leu o próprio programa de governo, ou então...
« Resposta #49 Online: 17 de Outubro de 2006, 18:46:29 »
Pensei que o debate estava evoluindo.

Evoluir como?

O que você postou ali atrás foi resposta sobre uma hipótese, que eu não vi nem lógica em se levantar, já que não temos o programa em mãos.

Arruma o programa pra gente HSette que ai sim evoluirá...(eu procurei, também fui lá no site do PSDB... e nada.)

Abraços

 

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