Descobri que o ceticismo militante é a rota mais rápida para atrair mal-estares. Ninguém está preparado para ouvir que aquele amigo astrólogo é um charlatão ou vítima de um delírio; todo mundo tem mil relatos de um bom uso da homeopatia e "sabe" que a acupuntura, essa nobre arte milenar, tem curado milhões de pessoas ao redor do mundo. Discorde disso e imediatamente você é visto com aquela condescendência arrogante de quem sabe que "o mundo é maior do que o que vemos", e que a "ciência não sabe de tudo".
Claro, aqueles que são realmente seus amigos (mas também são terminalmente crédulos) vão te respeitar. Talvez tratem seu ceticismo como uma extravagância, ou talvez façam piadas cada vez que o assunto aparecer, mas no final não dói mais do que isso. Aliás, de tanto passar por isso, decidi que não levanto mais essa bola - só se alguém me perguntar primeiro.
No frigir dos ovos, ser cético é como tentar discutir política com gente de esquerda ou de direita. Eles dizem estar abertos ao diálogo - desde que se concorde com o ponto de vista deles. O amor ao debate anda mais raro que honestidade no Congresso...