Autor Tópico: "Pelo amor de Deus, parem de ajudar a África!", afirma economista do Quênia  (Lida 8300 vezes)

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Offline Buckaroo Banzai

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06/07/2005
"Pelo amor de Deus, parem de ajudar a África!", afirma economista do Quênia
Especialista explica que a ajuda internacional alimenta a corrupção e impede que a economia se desenvolva, o que destrói a produção agrícola e causa desemprego, mais miséria e mais dependência

Thilo Thielke
Em Hamburgo

O especialista em economia James Shikwati, 35, do Quênia, diz que a ajuda à África é mais prejudicial que benéfica. O entusiástico defensor da globalização falou com a SPIEGEL sobre os efeitos desastrosos da política de desenvolvimento ocidental na África, sobre governantes corruptos e a tendência a exagerar o problema da Aids.

DER SPIEGEL - Senhor Shikwati, a cúpula do G8 em Gleneagles deverá aumentar a ajuda ao desenvolvimento da África...

James Shikwati - Pelo amor de Deus, parem com isso!

DS - Parar? Os países industrializados do Ocidente querem eliminar a fome e a pobreza.

Shikwati - Essas intenções estão prejudicando nosso continente nos últimos 40 anos. Se os países industrializados realmente querem ajudar os africanos, deveriam finalmente cancelar essa terrível ajuda. Os países que receberam mais ajuda ao desenvolvimento também são os que estão em pior situação. Apesar dos bilhões que foram despejados na África, o continente continua pobre.

DS - O senhor tem uma explicação para esse paradoxo?

Shikwati - Burocracias enormes são financiadas (com o dinheiro da ajuda), a corrupção e a complacência são promovidas, os africanos aprendem a ser mendigos, e não independentes. Além disso, a ajuda ao desenvolvimento enfraquece os mercados locais em toda parte e mina o espírito empreendedor de que tanto precisamos. Por mais absurdo que possa parecer, a ajuda ao desenvolvimento é uma das causas dos problemas da África. Se o Ocidente cancelasse esses pagamentos, os africanos comuns nem sequer perceberiam. Somente os funcionários públicos seriam duramente atingidos. E é por isso que eles afirmam que o mundo pararia de girar sem essa ajuda ao desenvolvimento.

DS - Mesmo em um país como o Quênia pessoas morrem de fome todos os anos. Alguém precisa ajudá-las.

Shikwati - Mas são os próprios quenianos quem deveria ajudar essas pessoas. Quando há uma seca em uma região do Quênia, nossos políticos corruptos imediatamente pedem mais ajuda. O pedido chega ao Programa Mundial de Alimentação da ONU --que é uma agência maciça de "apparatchiks" que estão na situação absurda de, por um lado, dedicar-se à luta contra a fome, e por outro enfrentar o desemprego onde a fome é eliminada. É muito natural que eles aceitem de bom grado o pedido de mais ajuda. E não é raro que peçam um pouco mais de dinheiro do que o governo africano solicitou originalmente. Então eles enviam esse pedido a seu quartel-general, e em pouco tempo milhares de toneladas de milho são embarcadas para a África...

DS - Milho que vem predominantemente de agricultores europeus e americanos altamente subsidiados...

Shikwati - ... e em algum momento esse milho acaba no porto de Mombasa. Uma parte do milho em geral vai diretamente para as mãos de políticos inescrupulosos, que então o distribuem em sua própria tribo para ajudar sua próxima campanha eleitoral. Outra parte da carga termina no mercado negro, onde o milho é vendido a preços extremamente baixos. Os agricultores locais também podem guardar seus arados; ninguém consegue concorrer com o programa de alimentação da ONU. E como os agricultores cedem diante dessa pressão o Quênia não terá reservas a que recorrer se houver uma fome no próximo ano. É um ciclo simples mas fatal.

DS - Se o Programa Mundial de Alimentação não fizesse nada, as pessoas morreriam de fome.

Shikwati - Eu não acredito nisso. Nesse caso, os quenianos, para variar, seriam obrigados a iniciar relações comerciais com Uganda ou Tanzânia, e comprar alimento deles. Esse tipo de comércio é vital para a África. Ele nos obrigaria a melhorar nossa infra-estrutura, enquanto tornaria mais permeáveis as fronteiras nacionais --traçadas pelos europeus, aliás. Também nos obrigaria a estabelecer leis favorecendo a economia de mercado.

DS - A África seria realmente capaz de solucionar esses problemas por conta própria?

Shikwati - É claro. A fome não deveria ser um problema na maioria dos países ao sul do Saara. Além disso, existem vastos recursos naturais: petróleo, ouro, diamantes. A África é sempre retratada como um continente de sofrimento, mas a maior parte dos números é enormemente exagerada. Nos países industrializados existe a sensação de que a África naufragaria sem a ajuda ao desenvolvimento. Mas, acredite-me, a África já existia antes de vocês europeus aparecerem. E não fizemos tudo isso com pobreza.

DS - Mas naquela época não existia a Aids.

Shikwati - Se acreditássemos em todos os relatórios horripilantes, todos os quenianos deveriam estar mortos hoje. Mas agora os testes estão sendo realizados em toda parte, e acontece que os números foram enormemente exagerados. Não são 3 milhões de quenianos que estão infectados. De repente eram apenas cerca de um milhão. A malária é um problema equivalente, mas as pessoas raramente falam disso.

DS - E por quê?

Shikwati - A Aids é um grande negócio, talvez o maior negócio da África. Não há nada capaz de gerar tanto dinheiro de ajuda quanto números chocantes sobre a Aids. A Aids é uma doença política aqui, e deveríamos ser muito céticos.

DS - Os americanos e europeus têm fundos congelados já prometidos para o Quênia. O país é corrupto demais, segundo eles.

Shikwati - Temo, porém, que esse dinheiro ainda será transferido em breve. Afinal, ele tem de ir para algum lugar. Infelizmente, a necessidade devastadora dos europeus de fazer o bem não pode mais ser contida pela razão. Não faz qualquer sentido que logo depois da eleição do novo governo queniano --uma mudança de liderança que pôs fim à ditadura de Daniel Arap Mois--, de repente as torneiras se abriram e o dinheiro verteu para o país.

DS - Mas essa ajuda geralmente se destina a objetivos específicos.

Shikwati - Isso não muda nada. Milhões de dólares destinados ao combate à Aids ainda estão guardados em contas bancárias no Quênia e não foram gastos. Nossos políticos ficaram repletos de dinheiro, e tentam desviar o máximo possível. O falecido tirano da República Centro Africana, Jean Bedel Bokassa, resumiu cinicamente tudo isso dizendo: "O governo francês paga por tudo em nosso país. Nós pedimos dinheiro aos franceses, o recebemos e então o gastamos".

DS - No Ocidente há muitos cidadãos compassivos que querem ajudar a África. Todo ano eles doam dinheiro e mandam roupas usadas em sacolas...

Shikwati - ... e então inundam nossos mercados com essas coisas. Nós podemos comprar barato essas roupas doadas nos chamados mercados Mitumba. Há alemães que gastam alguns dólares para comprar agasalhos usados do Bayern Munich ou do Werder Bremen. Em outras palavras, roupas que algum garoto alemão mandou para a África por uma boa causa. Depois de comprar esses agasalhos, eles os leiloam na eBay e os mandam de volta à Alemanha -- pelo triplo do preço. Isso é loucura!

DS - ... e esperamos que seja uma exceção.

Shikwati - Por que recebemos essas montanhas de roupas? Ninguém passa frio aqui. Em vez disso, nossos costureiros perdem seu ganha-pão. Eles estão na mesma situação que nossos agricultores. Ninguém no mundo de baixos salários da África pode ser eficiente o bastante para acompanhar o ritmo de produtos doados. Em 1997 havia 137 mil trabalhadores empregados na indústria têxtil da Nigéria. Em 2003 o número tinha caído para 57 mil. Os resultados são iguais em todas as outras regiões onde o excesso de ajuda e os frágeis mercados africanos entram em colisão.

DS - Depois da Segunda Guerra Mundial a Alemanha só conseguiu se reerguer porque os americanos despejaram dinheiro no país através do Plano Marshall. Isso não se qualificaria como uma ajuda ao desenvolvimento bem-sucedida?

Shikwati - No caso da Alemanha, somente a infra-estrutura destruída tinha de ser reparada. Apesar da crise econômica da República de Weimar, a Alemanha era um país altamente industrializado antes da guerra. Os prejuízos criados pelo tsunami na Tailândia também podem ser consertados com um pouco de dinheiro e alguma ajuda à reconstrução. A África, porém, precisa dar os primeiros passos na modernidade por conta própria. Deve haver uma mudança de mentalidade. Temos de parar de nos considerar mendigos. Hoje em dia os africanos só se vêem como vítimas. Por outro lado, ninguém pode realmente imaginar um africano como um homem de negócios. Para mudar a situação atual, seria útil se as organizações de ajuda saíssem.

DS - Se fizessem isso, muitos empregos seriam perdidos imediatamente.

Shikwati - Empregos que foram criados artificialmente, para começar, e que distorcem a realidade. Os empregos nas organizações estrangeiras de ajuda são muito apreciados, é claro, e elas podem ser muito seletivas na escolha das melhores pessoas. Quando uma organização de ajuda precisa de um motorista, dezenas de pessoas se candidatam. E como é inaceitável que o motorista só fale sua língua tribal, o candidato também deve falar inglês fluentemente --e, de preferência, ter boas maneiras. Então você acaba com um bioquímico africano dirigindo o carro de um funcionário da ajuda, distribuindo comida européia e forçando os agricultores locais a deixar seu trabalho. É simplesmente loucura!

DS - O governo alemão se orgulha exatamente de monitorar os receptores de suas verbas.

Shikwati - E qual é o resultado? Um desastre. O governo alemão jogou dinheiro diretamente para o presidente de Ruanda, Paul Kagame, um homem que tem na consciência a morte de um milhão de pessoas --que seu exército matou no país vizinho, o Congo.

DS - O que os alemães deveriam fazer?

Shikwati - Se eles realmente querem combater a pobreza, deveriam parar totalmente a ajuda ao desenvolvimento e dar à África a oportunidade de garantir sua sobrevivência. Atualmente a África é como uma criança que chora imediatamente para que a babá venha quando há algo errado. A África deveria se erguer sobre os próprios pés.


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Offline Alenônimo

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Re: "Pelo amor de Deus, parem de ajudar a África!", afirma economista do Quênia
« Resposta #1 Online: 24 de Outubro de 2006, 04:49:40 »
Gostei do texto. Faz sentido.

Acho que essa "moda" de achar que a África é coitadinha deriva da mesma moda de achar que a Madre Tereza e Chico Xavier eram bonzinhos e santos.
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Offline Guinevere

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Re: "Pelo amor de Deus, parem de ajudar a África!", afirma economista do Quênia
« Resposta #2 Online: 24 de Outubro de 2006, 04:58:09 »
NOssa, faz bastante sentido.

Offline Alenônimo

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Re: "Pelo amor de Deus, parem de ajudar a África!", afirma economista do Quênia
« Resposta #3 Online: 24 de Outubro de 2006, 05:17:38 »
Eu nunca tinha parado para pensar dessa maneira. Estamos mesmo fazendo um desserviço aos africanos.

É por esses motivos que eu nunca fui a favor de coisas como Bolsa Família. Mendigagem não ajuda ninguém a se desenvolver.
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Offline Stéfano

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Re: "Pelo amor de Deus, parem de ajudar a África!", afirma economista do Quênia
« Resposta #4 Online: 24 de Outubro de 2006, 09:16:20 »
 :susto:
"Alternative and mainstream Medicine are not simply different methods of treating ilness. They are basically incompatible views of reality and how the material world works." Arnold S. Relman

Offline Guinevere

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Re: "Pelo amor de Deus, parem de ajudar a África!", afirma economista do Quênia
« Resposta #5 Online: 24 de Outubro de 2006, 09:21:21 »
com a gente ou com a entrevista?

Eriol

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Re: "Pelo amor de Deus, parem de ajudar a África!", afirma economista do Quênia
« Resposta #6 Online: 24 de Outubro de 2006, 09:40:42 »
tomo a liberdade de postar um ensaio meu, que me levou  (junto a 84) a uma viagem por Marrocos, Mauritania e Senegal. tá em Espanhol.

Cómo Trabajar Por El Desarrollo en África

Este ensayo busca explicar brevemente como África llegó a su situación actual e intenta proponer soluciones para la pobreza que afecta al continente.

Historia del pillaje

El África precolonial poseía quizás más de 10,000 diferentes grupos y estados con diversas formas de organización política: Desde cazadores-recolectores como los  San,  grupos más grandes y más estructurados, como los clanes Bantu, hasta reinos ricos y socialmente complejos como los Imperios de Malí,  Congo y Etiopía; ciudades-estado Suahilí tenían rutas comerciales que llegaban hasta China.

La esclavización territorial y económica del continente africano por las potencias europeas se dió a partir del siglo XVII. La situación, de parte de los pueblos, en gran medida arcaicos, empeoró de forma notable a partir de este momento. 

Con el reparto de África en el siglo XIX, Europa se benefició enormemente de las tierras fértiles, ricas minas y mercancías exóticas, de imposible producción en el frío continente; su comercialización hizo ricos a muchos. Latifundios  dónde predominaba el monocultivo dejaron una herencia de instabilidad económica y dependencia a los caprichos de la metrópoli.   

La presión interna, la influencia anti-imperialista de la URSS y principalmente la noción de que mantener colonias no era rentable, llevaron a que las potencias emancipasen a sus antiguas colonias.

Sin embargo, tras la descolonización, la antigua metrópoli todavía era capaz de adquirir productos y mano de obra baratos de sus ex-colonias;  Influencia financiera, militar y política siguieron siendo utilizadas para garantizar sus intereses.  Lo único que cambió es que desde entonces no tenían ninguna responsabilidad por lo que ocurriese en su “neo-colonia”.

Con el súbito éxodo de Europa y sus gobiernos coloniales, los estados Africanos si vieran plagados por instabilidad política, corrupción, violencia y autoritarismo. Los nuevos dictadores (en su mayoría militares poco instruidos) exacerbaron la tensión étnica ya fijada o creada durante el dominio colonial en su favor; dando paso a pueblos desunidos y en constante conflicto.
La guerra fría sólo consiguió empeorar la situación; entre 1960 y 1980 África sufrió más de 70 golpes de estado y 13 asesinatos presidenciales. Todavía hoy, pocos países africanos son capaces de mantener democracias estables.

África es hoy más pobre de lo que era 25 años atrás

Prácticamente todos los métodos de desarrollo han sido intentados en África, y en la vasta mayoría de los casos, no han tenido éxito. El intento de  economías más planificadas (Keynesianas o Marxistas) se vió fuertemente abalado por la crisis energética de 1973, y en 1991 vino el coup de grâce con la caída de la URSS, dejando a diversos países endeudados y sin una fuente de ayuda.
El continente se volvió a EEUU, y aceptó, esperanzado, todo lo que dictaban los idealizadores del Consenso De Washington y el FMI. África “liberalizó” su economía: privatizó, devaluó sus monedas y canceló subsidios y barreras aduaneras. El primero mundo no hizo lo mismo, y lucró enormemente por ello.  Aunque unos pocos países mejoraran su situación, el continente se vio más pobre, y tras encorajar la producción de productos como el cacao y el café por encima de los productos de subsistencia, más hambriento.

Las ayudas recibidas han disminuido gradualmente desde 1973 y su eficacia ha estado siendo muy debatida. Los alimentos enviados, por ejemplo, acababan bajando los precios locales y finalmente destruyendo la agricultura local, mientras el agro-business Norte-Americano, que sobreproduce, conseguía una nueva fuente de ingresos en los cofres de ONGs y organizaciones humanitarias. A la vez, es triste recordar que países que “ayudan” al África, le vendan armas para sus guerras civiles, beneficiándose de la sangre que corre por todo el continente.

El futuro

La velocidad con que la información se transmite ha dado paso a ciudadanos más conscientes de lo que ocurre en el mundo. Se cuestiona cada vez más el poder e influencia de grandes corporaciones en los gobiernos occidentales, y sus efectos en países sub-desarrollados, completamente dependientes de la inversión extranjera. La creación de estructuras básicas y una economía auto-suficiente en sectores primarios tendría un coste insignificante comparado a los intereses de deudas externas pagados anualmente.

Ejemplos históricos muestran que el desarrollo económico está firmemente asociado a la consolidación de una clase media capaz de invertir (y ahorrar), pero persiste la corrupción y las siempre-crecientes  fortunas de dictadores guardadas a siete llaves en bancos suizos, inhibiendo tal posibilidad, manteniendo una elite con condiciones de vida ridículamente superiores a la mayoría miserable.

Las sociedades de los países desarrollados deben parar de ver a los africanos como mendigos hambrientos a los que hay que alimentar mediante donaciones, y verlos como iguales; demostrar su solidariedad demandando a sus propios gobernantes para que actúen.

El pillaje, beneficioso sólo para el gran capital debe acabar. Los gobiernos africanos, aún dentro del modelo en que vivimos pueden, y deben, aumentar impuestos y control sobre sus recursos minerales y energéticos; tales acciones no tienen porque llevar a represalias internacionales si hechas de forma racional y diplomática. A la vez se mantienen las barreras a los productos africanos; los países ricos, bajo la presión de los lobbies y contrarios a cualquier déficit, crean exorbitantes tarifas a productos extranjeros, en cuanto intentan imponer el “libre mercado” a estas naciones. África no puede aprovechar su propia riqueza en cuanto le sea prohibido vender y se le fuerce a comprar productos que no necesita.

En el corazón de estos problemas está la urgente necesidad de educar e informar a los jóvenes africanos del pasado y presente de su propria tierra y ayudarles a sobrepasar las barreras impuestas a que tengan una vida mejor.

Mientras a nadie le interese que explotar al África y a los africanos sea rentable, prosperará la corrupción y la miseria, y continuará la explotación del continente más rico del mundo.

 “Radix malorum est cupiditas”

por Rodrigo De Rezende

Eriol

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Re: "Pelo amor de Deus, parem de ajudar a África!", afirma economista do Quênia
« Resposta #7 Online: 24 de Outubro de 2006, 11:11:18 »
*. na entrevista, se faz menção ao Plano Marshall. Não muita gente sabe que o total de "ajuda" à França é igual ao montante gasto na repressão aos movimentos independentistas na Argélia. E para receber a ajuda, foram forçados a expulsar os comunistas do governo. Democracia...

Offline Stéfano

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Re: "Pelo amor de Deus, parem de ajudar a África!", afirma economista do Quênia
« Resposta #8 Online: 24 de Outubro de 2006, 15:27:55 »
Sei lá, se a ajuda parar a situação pode piorar ainda mais...
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Offline Guinevere

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Re: "Pelo amor de Deus, parem de ajudar a África!", afirma economista do Quênia
« Resposta #9 Online: 24 de Outubro de 2006, 15:31:06 »
eu acredito que se deva ajudar. e muito. mas não da forma atual.

tem que se pensar em alguma outra coisa.

Offline Alenônimo

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Re: "Pelo amor de Deus, parem de ajudar a África!", afirma economista do Quênia
« Resposta #10 Online: 24 de Outubro de 2006, 16:47:35 »
eu acredito que se deva ajudar. e muito. mas não da forma atual.

tem que se pensar em alguma outra coisa.

O problema não é querer ajudar ou efetivamente ajudar. O problema é como a ajuda chega lá. Ela pára na mão dos governos corruptos e aqueles precisando de ajuda vão continuar precisando de ajuda.

Se pararem de ajudar, os únicos afetados negativamente serão os corruptos. Os agricultores e a indústria têxtil serão os primeiros a apresentar crescimento por lá, gerando empregos e diminuíndo efetivamente a pobreza.

Errados estamos nós aqui, que achamos que eles não podem se virar sozinhos.
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Offline Alenônimo

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Re: "Pelo amor de Deus, parem de ajudar a África!", afirma economista do Quênia
« Resposta #11 Online: 24 de Outubro de 2006, 17:00:42 »
Uma pesquisa mais detalhada na rede me diz que a fonte do texto está em uma área restrita do UOL:

http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/derspiegel/2005/07/06/ult2682u38.jhtm

Alguém pode acessar e confirmar se é o texto do tópico?
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Offline Vito

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Re: "Pelo amor de Deus, parem de ajudar a África!", afirma economista do Quênia
« Resposta #12 Online: 24 de Outubro de 2006, 17:18:19 »
Uma pesquisa mais detalhada na rede me diz que a fonte do texto está em uma área restrita do UOL:

http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/derspiegel/2005/07/06/ult2682u38.jhtm

Alguém pode acessar e confirmar se é o texto do tópico?

Acessado e confirmado:


Offline Alenônimo

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Re: "Pelo amor de Deus, parem de ajudar a África!", afirma economista do Quênia
« Resposta #13 Online: 24 de Outubro de 2006, 17:21:26 »
Bom mesmo. Odiaria ter descoberto que o texto é falso. :)
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DIG

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Re: "Pelo amor de Deus, parem de ajudar a África!", afirma economista do Quênia
« Resposta #14 Online: 24 de Outubro de 2006, 17:37:42 »
Sim!
Muito bom mesmo.

Offline Südenbauer

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Re: "Pelo amor de Deus, parem de ajudar a África!", afirma economista do Quênia
« Resposta #15 Online: 24 de Outubro de 2006, 20:52:04 »
A Veja não tinha uma entrevista parecida?

danieli

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Re: "Pelo amor de Deus, parem de ajudar a África!", afirma economista do Quênia
« Resposta #16 Online: 24 de Outubro de 2006, 21:02:05 »
É faz sentido não tinha olhado por esse ângulo economico. Se bem que é bem de praxe país subdesenvolvido esse tipo de safadisse governamental  :erm:

Offline Huxley

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Re: "Pelo amor de Deus, parem de ajudar a África!", afirma economista do Quênia
« Resposta #17 Online: 24 de Outubro de 2006, 21:43:10 »
Esse economista também já deu entrevista a Veja e repetiu esse mesmo discurso.Não cocordo com ele.A África não pode se levantar se puxando pelos próprios cabelos.Deve haver ajuda externa para a educação e a infra-estrutura desses países.O dinheiro seria condicionado a melhorias nos indicadores nessas áreas, caso contrário a ajuda seria cancelada.Acho que os corruptos e burocratas iriam abrir mão de parte da mamata com isso.
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Meu blog: http://biologiaevolutiva.blogspot.com

Offline Südenbauer

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Re: "Pelo amor de Deus, parem de ajudar a África!", afirma economista do Quênia
« Resposta #18 Online: 24 de Outubro de 2006, 22:47:49 »
Esse economista também já deu entrevista a Veja e repetiu esse mesmo discurso.Não cocordo com ele.A África não pode se levantar se puxando pelos próprios cabelos.Deve haver ajuda externa para a educação e a infra-estrutura desses países.O dinheiro seria condicionado a melhorias nos indicadores nessas áreas, caso contrário a ajuda seria cancelada.Acho que os corruptos e burocratas iriam abrir mão de parte da mamata com isso.
Mas você não acha que muitas vezes a "esmola" poderia ser substituída por um incentivo econômico?

Offline Partiti

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Re: "Pelo amor de Deus, parem de ajudar a África!", afirma economista do Quênia
« Resposta #19 Online: 24 de Outubro de 2006, 23:14:37 »
A África só está onde está pelo abandono pós-colonialismo e pós-guerra fria. Com conflitos étnicos, anarquia, fronteiras artificiais, epidemias, excesso de armamentos, corrupção e tudo mais é difícil imaginar que ela se saia sozinha do buraco.

É ingenuidade demais achar que todo país pode se levantar com as própias pernas do nada simplismente se cortarmos ajuda, se isso acontecer, por mais improvável que seja, será em no mínimo uns 200 anos, até lá ja morreu mais de 100 milhões... Mas tudo bem, é na África mesmo, ninguém liga pra África, poucas pessoas sabem sequer citar 10 países da África subsaariana...

Se há corrupção, o caminho não é cortar a ajuda, mas sim fiscalizar como ela é aplicada, e divulgar abusos. Ninguém vai ajudar uma ONG que dá grana pra ditador corrupto, por mais bonitinha que fosse a proposta original. Falta ONG fiscalizadora no caso.
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rizk

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Re: "Pelo amor de Deus, parem de ajudar a África!", afirma economista do Quênia
« Resposta #20 Online: 25 de Outubro de 2006, 10:34:25 »
Pois é, cortem a ajuda e mandem as crianças deles pra serem criadas pela Madonna.

Corrupção hoje em dia tá na moda, né? Em vez de combater causa de corrupção, vem o neoliberalismo burro querer tirar o pouquinho que ainda se consegue. Vai entender.

DIG

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Re: "Pelo amor de Deus, parem de ajudar a África!", afirma economista do Quênia
« Resposta #21 Online: 25 de Outubro de 2006, 13:13:03 »
Esse economista também já deu entrevista a Veja e repetiu esse mesmo discurso.Não cocordo com ele.A África não pode se levantar se puxando pelos próprios cabelos.Deve haver ajuda externa para a educação e a infra-estrutura desses países.O dinheiro seria condicionado a melhorias nos indicadores nessas áreas, caso contrário a ajuda seria cancelada.Acho que os corruptos e burocratas iriam abrir mão de parte da mamata com isso.
Mas você não acha que muitas vezes a "esmola" poderia ser substituída por um incentivo econômico?


Exato.Muito ajuda quem não atrapalha :ok:
« Última modificação: 25 de Outubro de 2006, 13:15:19 por DIG »

Offline Stéfano

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Re: "Pelo amor de Deus, parem de ajudar a África!", afirma economista do Quênia
« Resposta #22 Online: 25 de Outubro de 2006, 17:08:45 »
Acho que o melhor mesmo seria ajuda externa com uma intervenção efetiva na política interna. Mas isso se a ONU não estivesse no estado atual.
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Offline Guinevere

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Re: "Pelo amor de Deus, parem de ajudar a África!", afirma economista do Quênia
« Resposta #23 Online: 25 de Outubro de 2006, 17:28:37 »
Mas isso fere o princípio da autodeterminação dos povos e a Primeira Diretriz. Ok, ok, até mandar ajuda fere a Primeira Diretriz. Quero dizer que é feio chegar lá e sair mandando no país. O negócio é ajudar. Mas não do jeito que é hoje.

Offline Partiti

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Re: "Pelo amor de Deus, parem de ajudar a África!", afirma economista do Quênia
« Resposta #24 Online: 25 de Outubro de 2006, 17:39:10 »
A Primeira Diretriz só se aplica à planetas isolados, num continente onde abundam Avtomat Kalashnikova (nome bem africano, não?) é algo meio anômalo...
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