Autor Tópico: O mal da Religião  (Lida 5191 vezes)

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Offline Agnostic

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Re: o mal da religião
« Resposta #25 Online: 20 de Novembro de 2006, 16:10:08 »
Um dos problemas é que quando se fala em religião vêm logo à mente as religiões abraâmicas, especialmente o cristianismo. Porém existem religiões seculares, que são universalmente muito mais saudáveis, mas pessoalmente não vejo necessidade de se usar o termo "religião" para elas.
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Re: o mal da religião
« Resposta #26 Online: 21 de Novembro de 2006, 08:46:26 »
Citação de: Huxley
A maioria das religiões utilizam o instrumento "espalhe minha mensagem, utilizando como incentivo a cenoura e os chicotes divinos".

Citação de: Sr.Jesus
Não é todo o mal, mas convenhamos  que o irracionalismo é bem inferior a investigação científica. A religião é um erro, um atraso, uma loucura que deve ser combatida sem tréguas, com o devido respeito à liberdade que todos devem ter de emitir opiniões.

Espalhai a mensagem  :histeria:

Mas, sempre com o politicamente correcto em mente, claro :!:


Citação de: Huxley
NÃO podem ser isentadas de culpa das ações das pessoas que as praticam
.


O ateísmo é terrorismo e nefasto á humanidade, a perseguição dos religiosos por uma corrente ideológica ateia não pode isentar a responsabilidade colectiva de todos os seguidores do ateísmo.

...já sei, o ateísmo verdadeiro... :histeria:

liberdade individual e responsabilidade individual pelos actos cometidos é um princípio de justiça em que acredito.

NÃO, as religiões não têm culpa por aquilo que seus seguidores fazem, pois isso seria poder estar a condenar inocentes.

Offline Mussain!

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Re: o mal da religião
« Resposta #27 Online: 21 de Novembro de 2006, 14:47:40 »
NÃO, as religiões não têm culpa por aquilo que seus seguidores fazem, pois isso seria poder estar a condenar inocentes.
E de novo voltaremos para o "não foram as pessoas... foram os braços delas"...
« Última modificação: 22 de Novembro de 2006, 09:52:57 por Mussolim Bucetê »

Offline Huxley

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Re: o mal da religião
« Resposta #28 Online: 21 de Novembro de 2006, 23:42:55 »

O ateísmo é terrorismo e nefasto á humanidade, a perseguição dos religiosos por uma corrente ideológica ateia não pode isentar a responsabilidade colectiva de todos os seguidores do ateísmo.

...já sei, o ateísmo verdadeiro... :histeria:

Analogia sarcátisca inválida.O ateísmo não é religião e nem corrente filosófica, então ela pode ser isentada de culpa sim da perseguição contra religiosos.Se o ateísmo é meramente a negação de Deus, podemos dizer que esta doutrina é TOTALMENTE amoral (não confundir com imoral).

Imagine duas situações.

(1)Eu defendo que o mundo seria melhor sem as religiões num fórum, e um ateu fanático ofende um religioso alegando ter sido influenciado pelo meu post...Eu posso facilmente me livrar desta acusação, porque o que eu disse nada tem a ver com o ato praticado.

(2)Eu tenho uma home page e digo nela que "devemos ofender os crentes idiotas para que eles parem de causar mal aos outros".Aqui a situação muda, e o que eu falei para as religiões vale para mim.

As pessoas alegam que algo semelhante a situação 1 acontece nas religiões...O problema é que algo semelhante a situação 2 também ocorre.

Veja:

"Se alguém ferir seu escravo ou sua escrava com um bastão e morrer sob suas mãos, seja punido severamente, mas se sobreviver um ou dois dias, não seja punido, porque é seu dinheiro" - Êxodo 21:20-21

"Servos, sedes submissos, com todo o temor aos senhores, não só aos bons e humanitários, mas também aos que são duros". - I Pedro 2:18

"Que a mulher aprenda em silêncio, com total submissão. A mulher não poderá ensinar nem dominar o homem." - I Timóteo 2:11-12

"Mulheres, sede submissas aos vossos maridos, como convém no Senhor" - Colossenses 3:18

Olha só o incentivo ao androcentrismo e a escravidão nestas mensagens.Como se não bastasse, ainda tem a cenoura no céu e o chicote de Deus como reforço a influência exercida.

liberdade individual e responsabilidade individual pelos actos cometidos é um princípio de justiça em que acredito.

NÃO, as religiões não têm culpa por aquilo que seus seguidores fazem, pois isso seria poder estar a condenar inocentes.

Você está levando em conta a frágil concepção que uma alma imaterial dotada de livre-arbítrio é a única responsável pelas nossas ações.Então, você acha mesmo que existiriam exércitos de homens-bombas ainda que  todos vissem as religiões como meras ilusões?

 
« Última modificação: 21 de Novembro de 2006, 23:57:07 por Huxley »
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Re: o mal da religião
« Resposta #29 Online: 22 de Novembro de 2006, 09:48:07 »
Huxley,

A bíblia não me interessa...
Mesmo assim,

Para cada trecho que alguém use para falar do mal da religião ( bíblica) ou mostrar a permissão de determinado tipo de comportamento, um cristão pode apresentar outros sobre respeitar o próximo, amar a todos ( inclusive o inimigo).
Poderá com isso invalidar-se a justificativa do individuo em apoiar-se na religião para não assumir suas responsabilidades.


"(1)Eu defendo que o mundo seria melhor sem as religiões num fórum, e um ateu fanático ofende um religioso alegando ter sido influenciado pelo meu post...Eu posso facilmente me livrar desta acusação, porque o que eu disse nada tem a ver com o ato praticado."

dois pesos duas medidas é o que isso significa...
Na realidade as coisas são muito complexas e o único responsável pelas acções é SEMPRE o próprio individuo, seja perante a justiça terrena ou divina.

e para terminar,

Vc afirmou que ateísmo é amoral, mesmo assim foi usar versículos onde existiu clara intenção de fazer um juízo moral.
É que mesmo ateus não são amorais...podem existir os imorais, mas amorais não creio.


Nota: você fez menção a sarcasmo, não o veja dessa forma, mas como um momento de prazer e puro divertimento. Isto não passa de um exercício para entender diferentes percepções do mundo.

Pug2

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Re: o mal da religião
« Resposta #30 Online: 22 de Novembro de 2006, 09:51:23 »
NÃO, as religiões não têm culpa por aquilo que seus seguidores fazem, pois isso seria poder estar a condenar inocentes.
E de novo voltaremos para o "não foram as pessoas... foram os braços delas"...
Um dos problemas é que quando se fala em religião vêm logo à mente as religiões abraâmicas, especialmente o cristianismo. Porém existem religiões seculares, que são universalmente muito mais saudáveis, mas pessoalmente não vejo necessidade de se usar o termo "religião" para elas.

Porque não?

Impressionante a aversão que se criou em torno da palavra religião.

Considero o ser humano religioso por natureza. Muitos não o reconhecem devido á essa manifesta e estranha aversão que se criou contra menção da palavra religião

Offline Luis Dantas

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Re: o mal da religião
« Resposta #31 Online: 22 de Novembro de 2006, 10:01:15 »
Impressionante a aversão que se criou em torno da palavra religião.

Considero o ser humano religioso por natureza. Muitos não o reconhecem devido á essa manifesta e estranha aversão que se criou contra menção da palavra religião

Concordo.  Igualmente impressionante é como não se tenta definir melhor o que se entenderia por religião... eu também não entendo isso, companheiro.
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Offline Fred

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Re: o mal da religião
« Resposta #32 Online: 22 de Novembro de 2006, 19:57:26 »
Religião por si só não causa mal algum. As principais religiões do mundo baseiam-se em princípios universais de bom comportamento e de moral.
O problema é o uso que as IGREJAS fazem da religião e a interpretação de escrituras sagradas segundo conveniências de determinadas minorias.
Quando digo IGREJAS estou me referindo aos homens que se dizem seus representantes. Homens de carne e osso que têm fraquezas, interesses pessoais, sede de poder e todos os defeitos que qualquer ser humano carrega dentro de si, religioso ou não.
Não é culpa da RELIGIÃO que um bando de infelizes declare uma guerra santa, que acoberte um genocídio, que defenda o terrorismo, que seja contra o preservativo ou o aborto, que condene os homossexuais e por aí vai...
Se uma dúzia de participantes deste fórum não conseguem chegar a um consenso, imaginem seis bilhões de pessoas...
Também é muito simplista utilizar trechos de salmos ou de antigos escritos milenares para mostrar contradições religiosas ( principalmente a Bíblia, que é a mais fácil de ser atacada, não só pela fragilidade do que está escrito, mas por ser a mais conhecida em nosso meio Ocidental )
Seria o mesmo que utilizar os escritos do Copérnico, Galileu ou Da Vinci para mostrar suas incongruências nos dias de hoje.
Resumindo, se a RELIGIÃO não fosse utilizada pelas IGREJAS como meio de manipulação e dominação massiva e se elas soubessem conviver com os avanços da ciência em harmonia e respeito, certamente não fariam mal algum. Crença deveria ser algo de foro íntimo, sem necessidade de ser algo lógico, pois seu objetivo é apenas trazer conforto e não explicar o mundo ( que é a razão da ciência )
RELIGIÃO no sentido restrito da palavra é algo inerente do ser humano, quase uma necessidade vital para suas angústias. Pode não ser racional e até encobrir de certa maneira a realidade, mas não é necessariamente algo ruim, na minha opinião...
“Não tenho medo das perguntas difíceis: tenho pavor das respostas fáceis.” A. Malcot

Offline Huxley

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Re: o mal da religião
« Resposta #33 Online: 23 de Novembro de 2006, 00:14:49 »
Huxley,

A bíblia não me interessa...
Mesmo assim,

Para cada trecho que alguém use para falar do mal da religião ( bíblica) ou mostrar a permissão de determinado tipo de comportamento, um cristão pode apresentar outros sobre respeitar o próximo, amar a todos ( inclusive o inimigo).
Poderá com isso invalidar-se a justificativa do individuo em apoiar-se na religião para não assumir suas responsabilidades.

Não penso assim.Alguém que aceita a "verdade divina " tem que aceitar que sugerir a alguém a ser conivente com a escravidão pode ser considerado como um ato de amar o próximo, se aceitarmos a premissa que a Bíblia não admite conciliações, ao afirmar que "O temor do Senhor é o princípio da sabedoria; têm bom entendimento todos os que cumprem os seus preceitos; o seu louvor subsiste para sempre." (Salmos 111:10).

Veja o que já li no livro "e Disse Deus" (Shalom Publicações, p.88), do religioso Farid Aboud Rahme:

"Minha resposta é que isto é o que Deus disse na Bíblia, e se Ele quisesse dizer outra coisa Ele o teria dito.A Bíblia não está sujeita a interpretação humana.Com a ajuda do Espírito Santo, podemos explicar as Escrituras, mas não interpretá-las com nossas mentes falíveis e limitadas".


Na realidade as coisas são muito complexas e o único responsável pelas acções é SEMPRE o próprio individuo, seja perante a justiça terrena ou divina.

É claro que o próprio indivíduo sempre é o responsável pelas suas ações.O que estou dizendo é que ele não é o ÚNICO responsável.Da mesma forma,o fato de existir um casal de pais que espancou os filhos por trás de um agressor de mulheres, não desculpa ou retira a responsabilidade deste criminoso.Justificar um ato por um fator, não é desculpar.O que não se pode admitir é que se diga que uma alma imateral dotada de livre-arbítrio é o único responsável pelas nossas ações.


Vc afirmou que ateísmo é amoral, mesmo assim foi usar versículos onde existiu clara intenção de fazer um juízo moral.
É que mesmo ateus não são amorais...podem existir os imorais, mas amorais não creio.


Acho que você não me entendeu.Quando eu disse que o ateísmo era amoral, não falei que o ateu é amoral.O ateísmo, como doutrina, só diz respeito a negação de Deus.Ela não nada diz a respeito de ética.É possível ser uma ateu extremamente cruel e anti-ético, assim como pode existir um ateu extremamente bondoso e ético.

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Re: o mal da religião
« Resposta #34 Online: 23 de Novembro de 2006, 10:10:23 »
Sobre amoral.
O que conta são os indivíduos...

Sobre as escrituras, se tudo fosse fácil e esclarecido, aí sim, podia-se falar em rebanho obediente e não existiria a opção de escolher...prefiro a subjectividade que significa a possibilidade do ser humano reflectir...tudo contrário á tal cenourinha...


De resto, se vc for a mesma pessoa do fórum RéV.
Estranho ao ler lá suas intervenções recentes, onde defende a agressão e imposição pela força como meio legitimo para levar os seus valores, e que mesmo assim pense que pode ser ilibado de responsabilidades se por acaso alguém levar á letra sua intervenção ( pena de morte no Irão).

Pessoas com tendência á violência como meio legitimo de agir existem em todo o lado, quer se considere religioso ou não.


E, penso que já ficou claro o que ambos pensam...


Offline Mussain!

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Re: o mal da religião
« Resposta #35 Online: 23 de Novembro de 2006, 15:51:38 »
Religião por si só não causa mal algum.
Para facilitar a conversa:

O que significa religião? O que é a religião? Onde ela surgiu? Qual sua origem? E qual seu objetivo?


O problema é o uso que as IGREJAS fazem da religião e a interpretação de escrituras sagradas segundo conveniências de determinadas minorias.
Quando digo IGREJAS estou me referindo aos homens que se dizem seus representantes. Homens de carne e osso que têm fraquezas, interesses pessoais, sede de poder e todos os defeitos que qualquer ser humano carrega dentro de si, religioso ou não.
Não é culpa da RELIGIÃO que um bando de infelizes declare uma guerra santa, que acoberte um genocídio, que defenda o terrorismo, que seja contra o preservativo ou o aborto, que condene os homossexuais e por aí vai...

Eu discordo. A maioria das religiões têm seu "manual de conduta" (Seu guia), o qual é nitidamente encontrado “passagens” idiotas e insensatas (Bíblia, Alcorão, Avesta e etc).

Muitas pessoas dizem que uns interpretam diferente dos outros, mas na Bíblia, por exemplo, vemos nitidamente guerra, sangue, morte, estupros e etc, os quais estamos cansados de saber...
É nítido, logo, não há má interpretação...

Muitos dizem: "Não foi a Igreja Católica que matou milhares e milhares de pessoas nas Cruzadas. Foram as pessoas que mataram".

Aí eu te pergunto:

Qual foi a fonte de inspiração para isso tudo? Garanto que de muitas passagens bíblicas... e algumas manipulações dessa “Igreja”...




Se uma dúzia de participantes deste fórum não conseguem chegar a um consenso, imaginem seis bilhões de pessoas...
Também é muito simplista utilizar trechos de salmos ou de antigos escritos milenares para mostrar contradições religiosas
( principalmente a Bíblia, que é a mais fácil de ser atacada, não só pela fragilidade do que está escrito, mas por ser a mais conhecida em nosso meio Ocidental )
Seria o mesmo que utilizar os escritos do Copérnico, Galileu ou Da Vinci para mostrar suas incongruências nos dias de hoje.
Resumindo, se a RELIGIÃO não fosse utilizada pelas IGREJAS como meio de manipulação e dominação massiva e se elas soubessem conviver com os avanços da ciência em harmonia e respeito, certamente não fariam mal algum. Crença deveria ser algo de foro íntimo, sem necessidade de ser algo lógico, pois seu objetivo é apenas trazer conforto e não explicar o mundo ( que é a razão da ciência )
RELIGIÃO no sentido restrito da palavra é algo inerente do ser humano, quase uma necessidade vital para suas angústias. Pode não ser racional e até encobrir de certa maneira a realidade, mas não é necessariamente algo ruim, na minha opinião...

Podemos não chegar a um consenso absoluto, mas sempre estamos discutindo e tentando ganhar mais conhecimento e nunca rejeitamos um argumento só por ser da religião “X” ou “Y”...

Também não acho simplista mostrar e argumentar sobre as contradições das religiões. A religião influencia diretamente na vida de uma pessoa e em toda uma sociedade, por isso não é algo tão simples assim...

A religião tem por base a criação divina de todas as coisas, incluindo o ser humano, então como associar religião e ciência?

Vamos para a realidade... elas mesmas têm suas rivalidades infantis... quanto mais levar em consideração a ciência...

Eu fico com esse maluco aqui:

"Se as religiões fossem realmente reveladas pelos deuses, elas seriam perfeitas desde o primeiro momento e por toda a eternidade. Não seria necessário que evoluíssem ao longo dos séculos"
Robert Blatchford, "God and My Neighbor," 1903

E acrescento: “Não seria necessário que evoluíssem e se adaptassem de acordo com sua época...”

Até concordo com práticas de meditação e etc, mas se estas não estiverem vinculadas a nenhuma religião.



Só um lembrete: Não considero o Budismo uma religião e já expliquei isso em outro tópico:
É como se fosse aquela velha história da palavra "religião". Para muitos o budismo não é uma religião. A palavra vem do latim "Re-Ligare", que significa "religação", "religar" e, lógico, religar ao divino. Por isso eu também acho que o Budismo não é uma religião.

Offline Fred

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Re: o mal da religião
« Resposta #36 Online: 23 de Novembro de 2006, 17:47:04 »
Mussolim, não estou aqui defendendo benefícios da religião para a Humanidade, mas apenas observando-a por um prisma diferente do teu. Repare que na minha conclusão eu escrevo "religião não é necessariamente algo ruim..."
Não tenho nem como contestar o que você falou, pois é fato que as religiões foram responsáveis por muita coisa ruim na história do Homem. Eu acrescentaria que também existem coisas boas, principalmente no âmbito individual, de foro íntimo.
Religião, neste caso, seria a crença de cada um, visando apenas encontrar conforto para as angústias da vida.
Quando e onde surgiu a religião ? Provavelmente quando o primeiro hominídio viu um raio cair do céu próximo da sua caverna e não tinha como entender o fenômeno, deve ter surgido a primeira divindidade da história. Um deles mais esperto que os demais apropriou-se do fogo próximo de sua caverna e se auto-proclamou "O escolhido" para guardar o fogo e guiar os demais pela escuridão. O resto da história você já conhece...rs...
Mas voltando aos dias de hoje, independente das sandices e contradições das escrituras sagradas de cada religião, é inegável que a maioria dela prega atitudes boas como caridade, bondade, amor ao próximo, perdão, respeito, etc. Todas estas qualidades se fossem aplicadas de fato, certamente tornariam o mundo bem melhor do que é.
Não acho simplista questionar as religiões, mas sim ficar caçando bobagens na Bíblia, por exemplo. Isto até uma criança de 10 anos consegue fazer. E, na prática, é algo inútil.
A religião não tem que se associar à ciência, mas andar em paralelo com ela em harmonia. Cada uma na sua. A ciência explicando o mundo...a religião dando conforto às angústias metafísicas de cada um.
Deixemos a religião tapar aquele cantinho do Universo onde a ciência nunca conseguirá chegar. Deixem aqueles que não conseguem conviver com a dúvida se conformarem com explicações doces e simplórias que não bastam para outros como você ou eu, Mussolim.
A propósito...a citação do Robert Blatchford é excelente ! Fico com ela também ! :)
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Offline Mussain!

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Re: o mal da religião
« Resposta #37 Online: 23 de Novembro de 2006, 18:04:52 »
Bem, eu acho que a religião poderia ser substituída por algo mais simples e de menos "acesso fanático", ou seja, talvez algo mais "Yoga" hehe, sem “escrituras absolutas” (Pois estas só servem para parar no tempo...) e essas coisas hehe.

Talvez algo mais filosófico... não sei...  :hihi:

Offline Huxley

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Re: o mal da religião
« Resposta #38 Online: 23 de Novembro de 2006, 22:16:33 »

De resto, se vc for a mesma pessoa do fórum RéV.
Estranho ao ler lá suas intervenções recentes, onde defende a agressão e imposição pela força como meio legitimo para levar os seus valores, e que mesmo assim pense que pode ser ilibado de responsabilidades se por acaso alguém levar á letra sua intervenção ( pena de morte no Irão).

Você está falando do caso do apedrejamento de mulheres adúlteras no Irã?Quanto a minha intervenção recente no ReV, acho que estaria se referindo a isso:

"Se a 'cultura dos outros' for desrespeitar a vida humana- considerado universalmente uma violação de um princípio ético- devemos não só desrespeitar a fé das pessoas, como teríamos todo o direito de obrigar estes ignorantes e covardes a responder a esses crimes numa corte internacional de justiça."

Bem, você fala em "agressão", mas a única agressão que eu vejo é aquela praticada contra as mulheres iranianas.Não falei em imposição pela força, eu penso que se existisse um meio de obrigar esse povo a cumprir uma punição numa corte internacional da justiça, não pensaria duas vezes em defendê-lo.O problema é que não existe viabilidade política para se fazer isso.Embargo econômico num país miserável como o Irã ou entrar em guerra para eles mudarem a constituição?Claro que isso traria mais problemas que soluções.Você fala em imposição de valores, mas o que as leis de todos os países fazem é justamente isso.A constituição de um país é soberana, porque ela tem a capacidade única de obrigar todos os cidadãos a cumprir determinadas regras, independente se isso viole ou não seus princípios morais.O ideal seria que nenhuma constituição violasse a Declaração Universal dos Direitos Humanosintituída pela ONU.A proibição de morte por apedrejamento é algo facilmente defensável como princípio ético, mais fácil que isso só entender que 2+2=4, assim não vejo nenhuma "polêmica" nisso.

E pela última vez, EU NÃO DEFENDO A ILIBAÇÃO DE RESPONSABILIDADES DE CRIMINOSOS.O comportamento humano não é aleatório, assim ele sofre influência de externalidades, mas isso não desculpa os crimes porque o comportamento humano é probabilístico e não determinístico.Ter a maior probalidade de praticar um crime por causa de um fator (como a religião), não significa que alguém JÁ cometeu o crime.
« Última modificação: 23 de Novembro de 2006, 22:18:38 por Huxley »
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Offline Luis Dantas

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Re: o mal da religião
« Resposta #39 Online: 24 de Novembro de 2006, 00:12:02 »
Bem, eu acho que a religião poderia ser substituída por algo mais simples e de menos "acesso fanático", ou seja, talvez algo mais "Yoga" hehe, sem “escrituras absolutas” (Pois estas só servem para parar no tempo...) e essas coisas hehe.

Talvez algo mais filosófico... não sei...  :hihi:


"Escrituras absolutas" são uma das maiores ameaças para qualquer religião.  Não servem para nada.
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Re: o mal da religião
« Resposta #40 Online: 24 de Novembro de 2006, 08:16:58 »
Huxley,

É a pena de morte que está em causa, aos meus olhos o método é irrelevante.
Sou contra a pena.

E já estou satisfeito com o que obtive sobre sua visão..


Offline Mussain!

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Re: o mal da religião
« Resposta #41 Online: 24 de Novembro de 2006, 09:29:39 »
Bem, eu acho que a religião poderia ser substituída por algo mais simples e de menos "acesso fanático", ou seja, talvez algo mais "Yoga" hehe, sem “escrituras absolutas” (Pois estas só servem para parar no tempo...) e essas coisas hehe.

Talvez algo mais filosófico... não sei... :hihi:


"Escrituras absolutas" são uma das maiores ameaças para qualquer religião. Não servem para nada.
:ok:

Offline Fred

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Re: o mal da religião
« Resposta #42 Online: 26 de Novembro de 2006, 11:58:35 »
Mussolim, acabei de postar um comentário sobre este mesmo assunto no tópico "Importância da Igreja" e creio que seria interessante você dar uma olhada.
Abraço.
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Offline Guinevere

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Re: o mal da religião
« Resposta #43 Online: 29 de Novembro de 2006, 22:02:41 »
Bem, eu acho que a religião poderia ser substituída por algo mais simples e de menos "acesso fanático", ou seja, talvez algo mais "Yoga" hehe, sem “escrituras absolutas” (Pois estas só servem para parar no tempo...) e essas coisas hehe.

Talvez algo mais filosófico... não sei... :hihi:


"Escrituras absolutas" são uma das maiores ameaças para qualquer religião. Não servem para nada.
Sei não, Dantas. Isso me soa como dizer que livros e a escrita não servem pra nada. Eles mantém as idéias preservadas. E a religião viva por alguns milênios.

Offline Luis Dantas

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Re: o mal da religião
« Resposta #44 Online: 01 de Dezembro de 2006, 17:36:54 »
Citar
Sei não, Dantas. Isso me soa como dizer que livros e a escrita não servem pra nada. Eles mantém as idéias preservadas. E a religião viva por alguns milênios.

Escrituras tem seu uso, mas esse uso é ajudar a manter uma perspectiva histórica da doutrina.  Não são e nunca poderiam ser absolutas, infalíveis e muito menos imutáveis, pois não fazem qualquer sentido sem um contexto cultural.

O que mantém a religião viva não é a escritura, nunca foi.  Pelo contrário, o que sei da história das religiões mostra que elas são a primeira coisa a perder a validade.  Só a compreensão viva das doutrinas nos corações e mentes de pessoas concretas é capaz de corrigir os desvios de rumo das doutrinas - que inevitavelmente se acumulam à medida que o contexto cultural muda.

Não é por coincidência que o Cristianismo teve Lutero e São Francisco de Assim, ou que o Budismo teve Bodhidharma e Shinram Shonim.  Sem gente que questione e reinvente a relação entre a religião e o praticante, aquela perde toda a razão de ser.
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Re: o mal da religião
« Resposta #45 Online: 01 de Dezembro de 2006, 18:20:19 »
Lendo o que o Luiz escreveu, eu lembrei deste vídeo:


Ele diz tudo.
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Alan Watts

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Re: o mal da religião
« Resposta #46 Online: 05 de Dezembro de 2006, 01:02:54 »
Impressionante a aversão que se criou em torno da palavra religião.

Considero o ser humano religioso por natureza. Muitos não o reconhecem devido á essa manifesta e estranha aversão que se criou contra menção da palavra religião

Concordo.  Igualmente impressionante é como não se tenta definir melhor o que se entenderia por religião... eu também não entendo isso, companheiro.

Talvez porque amplamente no ocidente, parte da oceania, atualmente uma  parte dos países orientais, e em quase a totalidade do oriente-médio, ou seja, mais da metade do mundo, religião é um conceito intrínseco a crenças fantasiosas, dogmas alucinantes e uma moral baseada no humor de determinada divindade. Além disso a origem latina do vocábulo religião (religio) está ligada a "sobrenatural[principalmente a isso], tabu, obrigação, louvor, ritual, santidade, reverência etc".

Para mim isso tudo é motivo suficiente para não chamar, e muito menos caracterizar, por exemplo, o humanismo secular como religião.
Who cares?

rizk

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Re: o mal da religião
« Resposta #47 Online: 05 de Dezembro de 2006, 02:08:45 »
("Religio" tem 2 origens. O "religare", que é entrar em comunhão com o universo, ou algo do gênero, e o "relegere" que é a conduta correta na res publica romana, ou algo do gênero. DIZEM.)

Tenta-se definir SIM o que é religião. Não tem consenso, aparentemente, mas o 'sistema complexo de crenças e práticas que organizam o cosmos' (ou algo do gênero) parece deixar todo mundo satisfeito. Não se fala muito em "religião" hoje em dia, mas em "cosmologia": o problema de isso servir de denominador comum pra todas as COISAS do mundo permanece.
Tenho uma citação boa à mão:

Citar
“a aporia de uma antropologia que não queira compartilhar da idéia da universalidade do homo religiosus é a impossibilidade de analisar “fatos” religiosos a não ser utilizando um conceito de religião (e os conceitos anexos: mito, ritual, festa, magia, etc.) que ultrapassa a realidade histórica específica em que supostamente se manifesta. A utilização desse conceito “externo” acaba levando a uma separação formal arbitrária do domínio do religioso, o que constitui um problema lógico para uma ciência que tem por objeto sistemas culturais que supostamente nada têm a ver com as elaborações intelectuais do Ocidente e por esforço conceitual a eliminação de qualquer etnocentrismo”.

Está num livro chamado "deus na aldeia", p 114 (daí eu também tirei essa coisa do religare/relegere), mas muita gente reclama em outros livros que estão aqui. Aparentemente é um problema grande pra essas pessoas. Aí tem o problema de definir "fé": diz o mesmo texto que "fé" sai de "foedus", lealdade - que deu naturalmente em "feudo". Fé, pra nós ocidentais cristãos, tem a ver com pacto, com escolha, com conversão, com abandono das práticas antigas (e daí faz todo sentido o "re" no "religare"), etc; mas não necessariamente para o Outro. Aí tem diveeersos problemas horrendos que ocupam a literatura pelo menos pelos últimos 90 anos. 

Aparentemente ninguém concorda com o Pug, e todos têm bons motivos, hm.

Offline Agnostic

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Re: o mal da religião
« Resposta #48 Online: 05 de Dezembro de 2006, 16:32:12 »
Enfim, não preciso de qualquer religião porque consigo possuir noções básicas de humanidade por mim mesmo. Assumir-se religioso é para mim negar essa capacidade. Mas não que isso seja algo negativo em si. Realmente muita gente precisa de um código moral/ético vindo de algum deus/profeta/iluminado para não serem completos bárbaros ou ainda para terem algum sentido em suas vidas. Porém o pior é quando acontece (e muitas vezes acontece!) de os códigos e escritos religiosos atentarem contra aspectos individuais e naturais básicos: tal como invadir o espaço/direito alheio, por exemplo, mesmo quando este não interfere o do outro.
Who cares?

Offline Geisa

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Re: O mal da Religião
« Resposta #49 Online: 18 de Dezembro de 2006, 04:26:07 »
Não preciso de religião, exatamente pelos motivos expostos por Agnostic, mas é fato que as pessoas que precisam de um "código moral/ético vindo de algum deus/profeta/iluminado" têm a absoluta certeza que você é infeliz e necessita disto tanto quanto ela!
Penso que uma das muitas razões para esta raiva de religião vêm deste tipo de comportamento... Falando por mim, cansei de ouvir "respeito sua opinião, mas lamento por ti" Ai eu fico com aquela cara, sabe como?
"Não há no mundo amor e bondade bastantes, para que ainda possamos dá-los a seres imaginários." Friedrich Nietzsche

 

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