Antes de qualquer coisa, eu gostaria de pedir calma ao Fayman, pois eu não pretendi e nem pretendo afirmar nada de caráter pessoal do mesmo, muito menos ofender. Se alguma coisa nesse sentido pode ser lida ou deduzida dos meus posts, peço desculpas. Nestas partes, Fayman faz alguns comentários relativos à pessoas que defendem VO em fóruns, e eu apenas disse que o comportamento dele (no que concerne à defesa da sua interpretação da MQ, em avaliar as bizarrices das outras interpretações e da IC, etc) não foge tanto do que ele descreve ser os dos demais.
Uma outra coisa que deve ficar esclarecida (só para garantir) é que eu não estou discutindo sobre a MQ (os fenômenos observáveis), mas sobre interpretações ou modelos que procuram descrever o que está por detrás desses fenômenos observáveis. Há atualmente várias interpretações (Copenhaguen, "muitos mundos", transacional, etc) e há o modelo de Bohm. Me desculpe, Fayman, mas qualquer um pode checar o que você escreveu nos tópicos deste fórum relacionados à este assunto e poderá checar por si mesmo se você realmente divulgou ou não a interpretação que você defende (suas conclusões sobre a realidade) de uma forma que quem desconhece o assunto e as lê tomará estas conclusões sobre a realidade como coisas experimentalmente comprovadas. Em suma, você parece tentar vender uma teoria sobre a
realidade (o que ocorre por trás dos fenômenos, cujas diferentes interpretações procuram dar conta) como se fosse uma teoria sobre
fenômenos observáveis (que a MQ dá conta) . Não estou lhe acusando de propaganda, pois pode muito provavelmente ter sido algo involuntário.
Resumo o que estou contestando nessa frase: "A Mecânica Quântica não é a Interpretação de Copenhaguen". Ok?
Antes de responder só mais um comentário: eu sou leigo no assunto. Isso não quer dizer que eu (ou qualquer outra pessoa) deva aceitar qualquer tipo de coisa mal-explicada sem crítica e questionamento.
Por outro lado, pode ser que estes questionamentos sejam tão-somente produtos da minha ignorância sobre o assunto (que é complicado), que se eu soubesse todos os detalhes matemáticos e conhecesse todos os experimentos que já foram feitos, tais questionamentos simplesmente não iriam existir. Restaria a mim então procurar saber o que é consenso quase total nessa área e aceitá-lo; se a esmagadora maioria dos físicos fossem adeptos de uma determinada interpretação da MQ, maioria essa que aumentasse quanto mais premiados fossem os físicos (tal como ocorre com a Teoria da Evolução em relação aos biólogos), eu iria sacar que essa interpretação deve ter fortíssima comprovação empírica. No entanto não é isso que ocorre com as interpretações da MQ. Não me parece plausível que Einstein, Schrodinger, Bell, Bohm, dentre outros, possam ter seus questionamentos atribuídos à falta de conhecimento.
pois a interpretação que você defende não me parece (até o momento, para mim) menos bizarra, livre de artificialismos e ad hocs do que a de Bohm. Eu acho a Interpretação de Copenhague bem parecida com o modelo ptolomaico: possui vários ad hocs e artificialismos (cada caso é tratado individualmente e separadamente, ao invés de serem todos deduzidos de alguns princípios gerais)
Olá, Dono da Verdade. Vamos por partes.
Primeiramente, deve-se fazer uma distinção entre as interpretações da MQ e o modelo de Bohm.
Ok. Mas eu o incluí porque ele também procura fornecer uma explicação, mecanismo ou "substrato" para os mesmos fenômenos quânticos, uma explicação alternativa para os mesmos resultados experimentais. Como eu estava falando nesse post de alternativas à IC, a distinção é irrelevante
nesse caso
Segundo, você tem essa visão da MQ, o que não implica que ela seja assim ou que tal visão seja correta.
Concordo. Igualmente.
Outro ponto, o que eu passo são apenas alguns poucos fragmentos e espero, com isso, que aqueles que se sentirem despertados pelo assunto, passem a pesquisar mais. Mesmo porque, seria impossível ser diferente em um fórum de internet. Posso estar enganado, mas quando vc diz que “cada caso é tratado individualmente e separadamente, ao invés de serem todos deduzidos de alguns princípios gerais”, a mim parece que você desconhece a história da MQ e seus princípios e postulados. Basta dar uma pesquisada que você os encontrará facilmente. Contudo, para um melhor entendimento, eles requerem um conhecimento matemático bastante sofisticado, e este é mais um ponto que se deve levar em conta, quando se tenta descrever “em palavras”, coisas que são expressas matematicamente. Nesses casos, palavras não conseguem passar a idéia exata, daí a necessidade de se pesquisar muito mais.
Tudo bem. Com a única ressalva de que não estava me referindo à MQ quando falei dos ad hocs, mas
da IC.
Quanto às bizarrices, todas as interpretações da MQ as possui, e adotar uma interpretação e lugar de outra, de um modo geral, é tão somente uma opção. A minha se dá porque a IC é a que apresenta uma opção que NÃO FERE fatos experimentais estabelecidos. Neste caso, não há objetos reais se movendo ou transmitindo informação com velocidade maior que a luz
Como a IC explica o EPR? (estou fazendo essa pergunta só para esclarecer, já que o meu comentário se baseou nessa questão, e a resposta à mesma pode mostrar que meu questionamento não tem pertinência.)
, por exemplo. Outras interpretações (as Realista e Indeterministas), que admitem a realidade do quantum quando isolado, ou seja, quando não se efetuam medições, violam tais fatos estabelecidos. Isso significa que a IC é a interpretação correta? Não. Apenas significa que com as demais visões é necessário, por hora, se admitir tais violações e fim (os seus ad hoc), coisa que não acontece com a IC. Portanto, não há problema algum em se adotar qualquer uma delas, desde que se tenha em mente essas coisas.
É essa a minha dúvida e o que falei: enquanto as outras interpretações trabalham duro para buscar "soluções" para os enigmas quânticos, a "solução" da IC é simplesmente afirmar que o quantum não é real antes da observação?
Se a pergunta acima for uma asneira, poderia dizer o porquê após falar que é uma asneira? Agradeço.
Contudo, o modelo de Bohm NÃO É uma interpretação da MQ; é uma teoria concorrente que não funciona em sua plenitude, com um zoológico de coisas bizarras em uma quantidade absurda (esta sim, repletos de ah hoc), que sequer consegue explicar sem dificuldades o Spin. Os menos informados sempre argumentarão de que o Spin só é explicado pela equação de Dirac (o que não é verdade) e que até agora não há uma versão relativista do modelo de Bohm, mas que já estão trabalhando nisso, etc (para dizer a verdade, estão trabalhando nisso a 54 anos!!), mas já em 1927, Wolfgang Pauli já havia ampliado a equação de Schrodinger ao incluir o Spin do Elétron, o qual havia sido descoberto dois anos antes, em 1925.[/color]
Eu não estou afirmando e em nenhum momento afirmei que a Teoria de Bohm como atualmente está se encontra em pé de igualdade com a ortodoxa quanto à capacidade de dar conta de todos os fenômenos. O ponto que estou questionando é puramente epistemológico: enquanto a Teoria de Bohm tenta arduamente buscar explicações para os fenômenos, tentando descrever o que há por trás dos mesmos, a IC simplesmente afirma que os fenômenos só se tornam reais quando observados, assim se dá por satisfeita e "evita" problemas com os fatos experimentais, embora gere paradoxos.
Se o que eu disse for asneira, poderia dizer o porquê? Obrigado.
ela dá um privilégio à observação
Explique o que você entende por isso.
Vamos lá:
Existe uma questão na MQ que diz respeito à
completude da mesma, ou seja, se toda a realidade está contida em suas equações, ou se há elementos da realidade que ela não capta e descreve.
A IC, se eu não me engano (caso eu esteja enganado, favor desconsiderar o restante do que vou escrever), afirma que a equação de Schrodinger fornece a descrição completa das partículas (ou ondas), não há nada oculto que não esteja englobado pela equação. Portanto, as probabilidades que a equação atribui às partículas não são meros produtos de nossa incapacidade de observá-las: elas são reais, intrísecas às partículas. Daí segue que o comportamento descrito pela equação é o comportamento de fato das partículas. Logo,
antes da observação, o sistema está
de fato em um estado sobreposto e evolui segundo a função de onda, porém quando a observação é feita, o sistema que estava
de fato sobreposto adquire
de fato um novo estado que é definido, isso devido à observação. O que se vê é que o ato de observar tem a propriedadade especial de fazer um sistema
ntrisecamente sobreposto adquirir um estado definido. A dúvida é: porque as leis que governam a interação das partículas com o aparato de observação seriam diferentes das leis que governam as demais interações? Por que a interação com outros sistemas não fazem as partículas adquirirem estado definido, só a observação. Este questionamento só faz sentido se a IC realmente diz, como eu acho, que um sistema está
de fato sobreposto antes da observação. Caso ela não diga isso, favor desconsiderar o que eu disse.
Se eu falei asneiras, poderia dizer o porquê? Obrigado (eu só estou interessado em aprender, acredite).
e possui um "colapso" de função de onda obscuros
Talvez porque você ache que a Função de Ondas é alguma coisa real? São nestes casos que aparecem aquelas questões quanto às palavras, que me referi acima, e ao estudo e conhecimento dos conceitos que a MQ traz. Para falar a verdade, a IC exatamente EVITA o colapso da Função de Ondas, pois não a trata como um objeto real, enquanto outras interpretações realistas e indeterministas tratam.
Interessante, há uma versão da IC cujo colapso é real, talvez isso me tenha levado à confusão de termos. Quando eu falei em "colapso da função de onda" eu estava me referindo ao à essa passagem de um estado sobreposto
de fato para outro definido causado pela observação,conforme comentado na postagem anterior. Acho que houve uma confusão de termos minha, mas vou esclarecer o que quis dizer no post que se segue:
Sobre este assunto, o físico Sérgio M. M. Taborda diz:
Quando se fala informalmente com alguém sobre mecânica quântica é praticamente impossível que a expressão “colapso da função de onda” não seja usada. Isso a tornou tão comum, que quase a tornou importante. Mas o que significa esta expressão?
A função de onda contém todos os valores expectáveis, ou seja, todos os valores que
podemos esperar observar no sistema para uma qualquer grandeza. Mas que o sistema apenas “mostra” um deles de cada vez.
É isso: segundo a IC, o sistema está
de fato, ao mesmo tempo, antes da observação em todos esses "valores expectáveis", ou não?
O que eu falei sobre o obscuro privilégio da observação no outro post se baseia em uma resposta afirmativa à essa pergunta. E me referir à essa passagem de fato de um estado sobreposto para um definido como "colapso da função de onda" no post anterior. Mas não dê importância aos termos, eu estava me referindo à essa passagem de estado como algo obscuro e artificial da IC.
Por outro lado, não podemos, em geral, prever com anterioridade qual ele está “mostrando” em cada momento. O fato é que quando observamos o sistema só observamos um dos valores expectáveis. Do “catálogo” de todos os valores apenas observamos um deles de cada vez. Portanto, a “observacionalidade” do valor expectável implica na fixação do sistema num dos múltiplos valores possíveis. Essa fixação é o que normalmente chamamos de Colapso da Função de Onda. O numero de opções possíveis “colapsa” de muitos valores para um único “de repente”.[/b][/color]
Ah, Fayman, você fez jogo de palavras comigo?! Olhe a parte em negrito.
Quando eu falei em "colapso da função de onda", eu me referi a exatamente esse fenômeno que o autor falou. Eu não estava me referindo a uma onda real (como a onda-piloto de De Broglie- Bohm).
É preciso ter atenção que todos estes termos são forçosos abusos da linguagem. A função de onda é uma função matemática que não se altera pelo ato da observação. A observação apenas retira da função a informação para o instante em que a observação é feita.
Claro. Não me referi à função matemática, mas ao sistema físico. Se o sistema estava
de fato sobreposto antes da observação e adquiriu uma propriedade definida após a mesma, então de certa forma ocorreu um "colapso do sistema" causado pela observação, não acha? Se o que eu disse não for asneira (se for, favor dizer o porquê, obrigado), então troquemos "colapso da função de onda" por "colapso do sistema".
É comum ouvir-se dizer, ou ler, que quando o sistema é observado, a função de onda colapsa. Isso não significa muito, realmente. Significa apenas que de todos os valores possíveis de observar para o sistema, apenas observamos um. E mais do que isso, não sabemos qual, até que o observemos. Para dizer isto, não precisaríamos de “palavras bonitinhas” como COLAPSO, que no fim confundem mais do que ajudam; mas tornou-se comum usar essa expressão em textos de divulgação. Vá se lá saber porquê os autores usam expressões complicadas em textos de divulgação que supostamente deveriam ser o mais simples possível.[/b][/color]
ela gera paradoxos (como o do gato, cuja resposta que você deu sobre as "decoerências" são no mínimo bem ad hocs (o gato realmente ficou "vivo-morto", mas por um tempo imensurável!
Por favor, o que você entende exatamente por AD HOC?
Ad Hoc é uma explicação que é criada para o porquê de um fenômeno esperado se uma teoria for verdadeira não ocorrer. Essa explicação será Ad Hoc se não puder ser indepedentemente testável, se não gerar previsões extras (manter ou aumentar a falseabilidade da teoria) e só servir para o caso pelo qual foi criada.
A decoerência por si só não é algo ad hoc. Mas não entendi ainda como ela resolve o paradoxo do gato.
A vida-morte do gato está conectada à liberação-não liberação do cianeto, que por sua vez está conectada à desintegração-não desintegração do átomo. Não entendi como o gato "já teria entrado em decoerência há muito tempo" se o átomo ainda não foi observado e, portanto, continua "sobreposto".
Quanto para você é significativo que algo que é imensurável é real? O que quer dizer isso? Então, conforme a “fábula” de Sagan, em O Mundo Assombrado pelos Demônios, o “Dragão em minha garagem” é real?
Falsa analogia. O dragão de Sagan nunca foi observado, enquanto posições, momentos, trajetórias, leis determistas são observados o tempo todo no "macromundo" (e existem razões físicas para justificar a nossa incapacidade de observá-las no micromundo, o que não há no caso do dragão), por que no "micromundo" seria diferente? Se estas coisas
de fato não existem no micromundo, e não são simplesmente produto da "bagunça" que o ato de observar faz no objeto, então por que não ocorreriam também nos objetos "macro", por que só ocorrem no micromundo, onde coincidentemente podemos creditá-la puramente ao ato de observar (o que não poderíamos caso ocorressem no macromundo)?
A mim me parece que, se você achou minha resposta ad hoc, é simplesmente porque não continuou a pesquisar sobre o assunto. Mecanismos de Decoerência não tem absolutamente nada de ad hoc. No modelo de Gell-Mann, o mundo à nossa volta é tão somente uma aproximação de um mundo diferente, quântico. Inclusive, tais mecanismos foram monitorados. Veja um pouco de história através das palavras de Luiz Davidovich, do Instituto de Física – Universidade Federal do Rio de Janeiro, que poderia ser encontrado com uma pesquisa complementar:
Sobre o Gato de Schrodinger, em 1954, Einstein volta a esse problema, em carta endereçada a Max Born, questionando sobre a inexistência, no nível clássico, da maior parte dos estados permitidos pela mecânica quântica, quais sejam superposições coerentes de estados localizados. A ausência desses estados no mundo clássico levou físicos ilustres a postular a existência de uma “regra de superseleção”, que impediria a realização de experiências de interferência entre estados localizados, ou ainda de um termo não linear na equação de Schrödinger, cujo efeito seria muito pequeno no mundo microscópico, mas relevante para objetos macroscópicos.
Nos últimos anos, começaram a aparecer respostas diferentes a essa pergunta. Em particular, vários físicos mostraram que essa superposição de ondas é rapidamente destruída devido às interações do sistema com o resto do universo. Essa interação é responsável pelos efeitos dissipativos que provocam transferências de energia de forma desordenada. Vemos exemplos dessa dissipação em fatos cotidianos como o esfriamento de uma panela de sopa retirada do fogão ou o aquecimento de um pneu de automóvel pelo atrito com o solo. Esses efeitos são responsáveis não apenas pela variação da energia desses sistemas macroscópicos como também pela destruição da superposição coerente de estados que representam as diversas alternativas clássicas (fóton passando por uma fenda ou outra, gato morto ou vivo). Isto é, as componentes ondulatórias de um estado perdem o sincronismo, o que impossibilita o aparecimento do fenômeno de interferência.
Uma propriedade importante desse processo é fundamental para entender a transição do
mundo microscópico para o macroscópico: as escalas de tempo para a perda de energia
e para a perda da coerência das superposições de estados macroscópicos são muito
diferentes entre si. No mundo macroscópico, o tempo de perda de coerência é muito
menor que o tempo de perda (ou ganho, no caso do pneu) de energia.
Por exemplo, para uma pedra que pode estar em dois lugares ao mesmo tempo (isto é, a função de onda da pedra é a superposição coerente de duas componentes localizadas em torno de duas regiões distintas do espaço), separados por uma distância 'd', o tempo de perda de coerência é igual ao tempo de transferência de energia (ou tempo de dissipação)
dividido por um fator muito grande, que por sua vez é igual ao quadrado da razão entre
a distância 'd' e um comprimento extremamente pequeno, o comprimento de onda de de
Broglie da pedra (que é a distância entre dois máximos sucessivos da onda associada à
pedra).
Em resumo: para temperaturas ambientes (em torno de 30oC), e uma pedra de massa igual a um grama, que poderia ser localizada em duas regiões separadas por um centímetro, esse fator é igual a 1040 (o número um seguindo de 40 zeros!). Assim, o desaparecimento da coerência entre as funções de onda localizadas associadas às duas posições da pedra é tão rápida que é praticamente impossível observá-la.
A duração extremamente curta dessa superposição parece tornar irrelevante a segunda
parte da questão sobre como realizar um experimento de interferência que coloque em
evidência a coerência da superposição das funções de ondas. Recentemente, no entanto,
o desenvolvimento de técnicas experimentais levou à possibilidade de se produzirem e
se medirem estados desse tipo. Essas técnicas envolvem o aprisionamento de átomos em
armadilhas magnéticas, ou de campos eletromagnéticos em cavidades supercondutoras,
ou ainda a geração de correntes em anéis supercondutores. Nesses sistemas, é possível
controlar o processo de dissipação de energia, pois são sistemas muito bem isolados do
resto do universo.
No Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia dos Estados Unidos, em Boulder, no
Colorado, foi realizado em 1996 um experimento no qual se obteve um átomo,
aprisionado em uma armadilha magnética,[/color]
localizado em duas posições distintas ao mesmo tempo. A interferência entre esses estados foi claramente demonstrada.
Ainda em 1996, foi realizado um experimento na Escola Normal Superior de Paris [33]
– proposto em artigo que teve a participação deste autor – que não só levou à
construção de uma superposição coerente de dois estados classicamente distintos do campo eletromagnético em uma cavidade, bem como possibilitou, pela primeira vez, acompanhar em tempo real o processo de perda de coerência, além de medir o tempo característico desse processo.
Verificou-se nesse experimento que esse tempo decresce à medida que o número médio de fótons na cavidade aumenta, ou seja, à medida que o sistema se torna mais macroscópico. No experimento, os estados construídos continham um número pequeno de fótons (cerca de cinco) e portanto não poderiam ainda ser considerados como
macroscópicos.
Não obstante, esse número foi suficiente para permitir acompanhar o
processo pelo qual a superposição quântica transforma-se numa mistura estatística
clássica. Isso significa dizer que um sistema capaz de exibir interferência foi
transformado em um que exibe apenas uma alternativa clássica do tipo cara ou coroa de
uma moeda. Explorou-se assim a fronteira sutil entre o mundo microscópico e quântico
de um lado e o mundo macroscópico e clássico do outro
Vale lembrar que superposições coerentes de correntes macroscópicas foram obtidas em anéis supercondutores (junções de Josephson). Ver: J. R. Friedman, V. Patel, W. Chen, S. K. Tolpygo, and J. E. Lukens, Nature (London) 406, 43 (2000); C. H. van der Wal, A. C. J. ter Haar, F. K. Wilhelm, R. N. Schouten, C. J. P. M. Harmans, T. P. Orlando, S. Lloyd e J. E. Mooij, Science 290, 773 (2000).
A questão que se tem aqui é que possivelmente a realidade não seja aquilo que as pessoas pensam ou querem porque querem que a realidade seja!
O que eu falei é que simplesmente não vi como isso resolve o paradoxo. Esse paradoxo não existe nas interpretações ou modelos que dizem que a equação de Schrodinger não é uma descrição completa da realidade.
Se o estado do gato está conectada indiretamente ao estado do átomo, e se o átomo estava antes da observação sobreposto
de fato, como o gato poderia estar em estado definido antes da observação se o átomo não estava?
Se você mostrar claramente como o paradoxo é resolvido dentro da IC, então desconsidere o que eu disse.
EPR (ação instantânea à distância é incompatível com a relatividade, mas evita-se isso dizendo pura e simplesmente que a interpretação é "não-realística"(não sei e nem imagino como!) e que as duas partículas formam um "todo indissociável". Isso no mínimo é ad hoc.
Simplesmente, talvez, porque uma interpretação Não-Realista NÃO TRATA de objetos reais? E é exatamente os que seguem a interpretação realista é que tentam de todas às formas torná-los reais? Parece que para você, tudo em MQ é ad hoc! Talvez você devesse se aprofundar mais no tema.
Eu me refiro especificamente à IC, não à MQ.
Explique claramente como a IC dá conta do paradoxo EPR (eu estou pedindo isso porque você critica a Teoria de Bohm por ser não-local, sendo a IC igual. Só queria saber ou entender o "mecanismo" ou meio que a IC usa para dar conta disso sem violar a relatividade, se ele se encaixa ou não na classificação de "bizarrice" ou "ad hoc" que você tanto critica nas outras interpretações).
Pode-se simplesmente dizer que a relatividade é que é limitada, como você fez em um tópico, mas isso não impede que use a relatividade contra a teoria de Bohm, como você fez em outro)
Fiz, nada!! Você leu a resposta que lhe dei naquele tópico?
Li. Apesar de provavelmente não ter sido algo intencional de sua parte, o acontecido sugere algo como um grande "afã" seu de criticar a Teoria de Bohm e defender a IC meio "religiosamente", coisa da qual você acusa os defensores das VO.
Apesar disso, ela concorda perfeitamente com as observações
O modelo de Bohm concorda com ALGUMAS observações. Com uma GAMA LIMITADA de observações, e pelo simples fato de que ele foi CONSTRUIDO para que isso ocorresse. Já que você cita tantas vezes a palavras AD HOC, deveria estar horrorizado com o Potencial Quântico, as Ondas Vazias, etc, etc, etc! E pior ainda, é um ad hoc que NÃO TEM uma interpretação física!
A Teoria de Bohm pelo menos se preocupa em tentar explicar os fenômenos. A única coisa que defendo é a pertinência científica e epistemológica de sua empreitada, nada mais.
No futuro, se ou quando ficar definitivamente provado os postulados da IC sobre a realidade por trás dos fenômenos quânticos (no caso dela, a "não-realidade"), essa pesquisa de VO perderá sua pertinência.
O que eu quero dizer disso tudo é que eu até o momento não vi essa superioridade, simplicidade, obviedade e nenhum apoio de observações que favoreça a Interpretação de Copenhaguen em prol das demais
Em relação as demais interpretações da MQ, eu entendo, muito embora não concorde, pelo que expus acima.
Ok.
inclusive a de Bohm,
Bom, aí não é culpa minha. Parece-me que você não está analisando teorias científicas; você tem a sua fé que a realidade é de uma determinada maneira, assim como Einstein tinha fé na maneira que ele pensava. Já expus porque prefiro no momento a IC frente às demais interpretações, e que o Modelo de Bohm NÃO É uma interpretação da MQ, é um modelo concorrente.
Tudo bem. Se os paradoxos e da IC (ou suas "soluções" obscuras) são satisfatórias para você, é escolha e direito seu. Ok?
No entanto, Fayman, qualquer leigo que lê suas postagens irá depois dormir ou fazer os seus afazeres convicto de que a Interpretação de Copenhaguen é a própria Mecânica Quântica, que já foi provada rigorosamente pelos experimentos e que é superior às demais (se você citar que existem, claro) em todos os quesitos.
Mas que ótimo!!!!!! Melhor do que ir dormir achando que um modelo que não funciona é “cientificamente provado” e está em pé de igualdade com a TODAS as demais interpretações da MQ, e só não é o modelo “adotado” pela Comunidade Científica porque a Comunidade Científica é composta e dominada por um bando de vigaristas, salafrários, que promove uma verdadeira Teoria da Conspiração contra a teoria!
Eu não me encaixo nisso. (Isso é Espantalho)?
Eu considero a Teoria de Bohm uma tentativa plenamente justificada de se criar um modelo...
Sem dúvida! Caso contrário, eu não saberia tanto sobre as VO, bem como Bohm não seria um de meus grandes heróis! Óbvio que é justificado se pesquisar, mas isso é muito diferente de afirmar, como muitos fazem, que o modelo de Bohm está correto, é factível, e em pé de igualdade com a MQ.
Eu não estou entre esses.
A única coisa que acho é que se deve tentar "algo mais" para entender os fenômenos do que a simples afirmação de que não tem sentido em se falar do que ocorre por trás dos fenômenos. E também que se deva tentar resolver os paradoxos disso resultantes.
que o modelo seja o menos ad hoc possível
Desculpe-me, se você pensa isso sobre as VO, então só posso concluir que você desconhece o modelo, que ignorou todos os comentários do texto que postei, e desconhece MQ.
Mas um problema com termos: nesse caso, troque "ad hocs" por "artificialismos" ou coisa congênere.
O que eu estou dizendo é que se devem procurar modelos cujos fenômenos sejam o máximo possível deduzíveis de seus princípios, e evitar ao máximo os "privilégios" obscuros (como o da observação).
Sejam eles quais forem. (não estou afirmando nada sobre nenhum modelo em particular). A IC não apresenta essa ausência de artificialismos toda que torne criticável a busca de novas interpretações ou modelos. Só isso que eu estou dizendo. Espero que tenha entendido e não me atribua nenhuma afirmação sobre os méritos relativos dos modelos em questão.
levando-se em conta que nenhuma interpretação se mostrou superior até agora e que todas também têm seus buracos.
Ok, façamos assim: depois de ler as respostas que postei, caso você continue pensando dessa forma, por favor, liste os “buracos” da MQ!
Pela terceira vez: Não estou falando da MQ, mas da IC!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
J.S. Bell... foi o principal defensor da Teoria de Bohm nos anos 70 e 80!
He he, verdade! Na realidade, pelo que sei, Bell sempre foi partidário do modelo, salvo o Potencial Quântico que, como Pessoa Jr mostrou, tentou “não tocar no assunto”, quando procurou desenvolver seus trabalhos mais recentes.
OK.