Não entendo! Por que você simplesmente não responde de forma clara e direta a tudo o que foi postado (ou pelo menos à maioria), ao invés de ficar com joguinhos de retórica? Eu na verdade não me importo com a retórica e com as "gentilezas", desde que juntamente com elas venham as respostas e as explicações do porquê de eu estar errado (caso esteja), ao invés de se tentar fazer unicamente delas as respostas e "refutações".
Uma sugestão: tente responder apenas assim: "Você disse A, mas na verdade é B", ou "Você disse A, mas a IC na verdade fala B, logo, a conclusão C está errada", apenas isso e nada mais, OK?
Citação de: Buckaroo Banzai
qual a diferença de se interpretar que não há realidade fora do cone de luz no qual estamos, e geocentrismo?
Essa visão que o Fayman defende sobre a realidade nada mais é (com pouqíssimas diferenças) do que o Positivismo.
Basta eu ficar uns tempos sem aparecer, pela mais absoluta falta de tempo, da qual ainda sofro, achando que, quando desse para passar por aqui, o tópico teria evoluído, afinal, tanto já foi postado e repetido, mas em vez disso, me depara com estas coisas! Mas vamos lá:
Fayman, vamos fazer um trato: chega de retórica! Eu prometo que eu também procurarei evitá-las o máximo possível, Está OK?
O fato de você não ter tempo para postar é algo absolutamente irrelevante para o assunto que aqui está sendo discutido, sua única relevância é para justificar demoras em responder,
nada mais! Nada de se tentar usar isso para ganhar algum "crédito" ou "favor" na discussão. Eu também não tenho tempo, mas sempre quando a oportunidade surge eu venho aqui e respondo o máximo que eu posso dentro do que tenho disponível de tempo e não me lembro de ficar comentando isso. Se você acha que há problema demasiado em se demorar para responder, não se preocupe, ninguém aqui está com pressa. O que acho errado é se você tentar usar a falta de tempo como um "cheque-resposta" pré-datado para nunca.
Eu não comentarei os grifos, só ressalto que se você respondesse
integralmente e de forma
clara e
direta à todas as postagens (não necessariamente de forma rápida) na ordem em que aparecem, a frase sua “tanto já foi postado e repetido” seria verdadeira e o tópico talvez “evoluisse”( o que queira dizer com isso) mais.
NÃO, eu NÃO defendo NADA DISSO! Aqui eu me referia sobre o Cone de Luz, em uma resposta, e estava explorando para saber a opinião de quem estava postando, ou dos demais, como se faz para DEMONTRAR que existe uma realidade física fora do Cone, se essa região não nos afeta em ABSOLUTO ou interage de alguma maneira conosco. A mim, parece ser uma questão bem clara e que EM NADA envolve “visões filosóficas”. Por sinal, mantenho a pergunta.[/color]
É só nomenclatura. “Positivismo” é apenas o nome da visão que defende, no caso, que “não há realidade” fora do cone de luz ou que é “sem sentido” se falar em alguma realidade fora do cone de luz, ou ainda, que nada que esteja fora do nosso campo de percepção deve ser considerado real, etc etc etc. Se você no entanto achar que
pode haver realidade fora do cone de luz, então isso já não é Positivismo, é Realismo. São só nomes.
Se você não sabe, o ser humano tem o mau costume de dar nomes às coisas (inclusive idéias).
Nota: Eu fiz uma separação entre positivismo “fraco” e “forte”, e uma distinção interessante entre eles pode ser feita usando-se o cone-de-luz. O positivismo fraco afirma que, uma vez já observado algo (uma “galáxia”, por exemplo), esse algo que já observamos continuará existente (ou no mínimo poderá continuar existente) mesmo nos momentos e locais em que não os estamos observando (isso inclui a parte externa do cone-de-luz). Já o positivismo forte não.
Um exemplo: Para ambos os positivismos, não pode haver o dragão de Sagan nem dentro e nem fora do cone-de-luz. Para o positivismo fraco, pode haver galáxias dentro e fora do cone-de-luz. Para o positivismo forte, só poderá haver galáxias dentro do cone-de-luz.
O neopositivismo (da "Escola de Viena") teve papel vital na formulação da Interpretação de Copenhaguen da MQ.
Talvez, mas por favor, enumere os livros de onde esta afirmação é baseada, ou é somente o que você acha?
Uma correção: não é “escola”, mas “círculo” de Viena.
Eu vi essa afirmação em um livro sobre método científico que eu li já faz algum tempo. Acho que é de Fernando Gewandsnajder (não sei escrever). Irei procurar depois outras referências.
Os postulados da IC sobre só as coisas diretamente mensuráveis terem “sentido” são
sem tirar nem pôr
exatamente o que diz o positivismo lógico do Círculo de Viena. Bohr e Heisenberg foram da mesma época e mantinham contato com os cientistas e filósofos do grupo, se eu não me engano. Mas pode ser que as idéias da IC tenham surgido independentemente (o que é improvável), mas algo “redescoberto” não deve necessariamente ganhar outro nome ou autor, concorda? Seria como “excluir” De Broglie da Teoria de Bohm.
uma vez provado que algo exista ou uma vez corroborada uma teoria, supomos que ela será existente e verdadeira mesmo quando não as estamos observando ou experimentando
De fato, uma vez demonstrada uma teoria, é será verdadeira, dentro de seus limites de atuação, até que se demonstre o contrário. Juro que não entendi o que isto tem a ver com o que estamos discutindo aqui!
A negação disso é o que chamo de “positivismo forte”
Como é que é? Isso que você chama de Positivismo Forte afirma que quando não realizamos um experimento, uma teoria deixa de ter validade ou usando o seu termo, deixa de “existir” (seja lá o que isso quer dizer!)? Ou seja, caso eu não faça uma medição qualquer em um campo elétrico, por exemplo, o Eletromagnetismo de Maxwell “não existe”? Mas que coisa idiota é esse tal de Positivismo Forte! E também não entendi o que isto tem a ver com o que se está discutindo aqui.
Percebe-se que há um componente temporal no positivismo forte: as coisas devem ser consideradas inexistentes não apenas se nunca foram ou tiveram conseqüências observadas, mas também quando não estiverem sendo observadas. Por exemplo: se deixarmos uma torneira aberta enchendo uma banheira, sair por alguns minutos e, ao voltarmos, a encontrarmos cheia, a idéia de que enquanto estávamos afastados a água de fato, realmente, continuou caindo e enchendo a banheira não é correta.
Ah, agora PF se refere a “coisas” e não mais teorias? Ceeeerrrrrto!
Então você é positivista (ou “instrumentalista”) em relação às “coisas” e realista em relação às teorias? È isso o que dá a entender essas postagens.
Se for o caso, então esqueça o que foi dito em relação às teorias e considere apenas o que foi dito em relação às “coisas”. Para mim dá no mesmo.
Um outro exemplo é a idéia de que apesar de detectarmos o elétron várias vezes em laboratórios, ele não existe (é “não-real”) nos períodos em que não estão sendo observados; ou que apesar de podermos detectar com precisão a posição ou o momento do elétron (apesar de nunca ambos ao mesmo tempo), a posição e o momento definidos do elétron não existem nos períodos em que não estão sendo observados.
É, estava demorando para chegar aqui.
Se isso for uma crítica, então eu pergunto: E DAÌ? Não é esse o tema do tópico? Não é isso o que está sendo discutido aqui?
Se for apenas um comentário com mera função “fática”, então eu respondo: “É mesmo! Que coisa, não!” Depois eu pergunto: há diferença entre o que eu falei sobre o elétron e o que eu falei sobre a banheira? Se sim, Qual? Por quê? Explique.
Não vejo como todas as ciências que estudam coisas que não são DIRETAMENTE observáveis possam continuar de pé se o positivismo forte for levado a sério (Ex: cosmologia, evolução biológica, geologia, história, paleontologia, arqueologia, etc)
Antes de responder, eu tive o cuidado de destacar uma palavra em maiúsculas no meu post.
Coisas que NÃO SÃO diretamente observáveis??????????????Sim. Tais coisas possuem evidências INDIRETAS. Nós construímos modelos ou teorias que produzam CONSEQUÊNCIAS observáveis. E é a partir do desempenho dessas conseqüências nos testes que vamos avaliando esses modelos ou teorias, seja ganhando mais confiança nos mesmo, seja modificando-os ou abandonando-os.
Interessante, que dizer que NÃO OBSERVAMOS a Radiação Cósmica de FundoObservamos a Radiação Cósmica de Fundo, não o Big-Bang.
,
NÃO OBSERVAMOS a evolução (para você, evolução é tão somente um conceito útil??)Observamos a evolução em pequena escala. Observamos as mutações. Observamos as colunas de fósseis. Mas ninguém observou diretamente os dinossauros e nenhum outro ser vivo antigo, e nem viu eles evoluírem. Como para o “positivismo forte” (e a IC) as coisas só são reais QUANDO são observadas, então estes acontecimentos da história evolutiva não são reais, pois não havia ninguém os observando.
, NÃO OBSERVAMOS nenhum dos processos físicos, químicos e físico-químicos que levaram o planeta a ser tal como é, Observamos sim esses processos. O que não observamos foi o planeta se formando através dos mesmos.
NÃO OBSERVAMOS (e nem vivenciamos, que absurdo!!) nenhum fato histórico, nenhum relato, nenhum documento, nenhum registro,Observamos os relatos, os documentos e os registros, mas não observamos os fatos que ocorreram antes do nosso nascimento, ou fora do local em que estávamos.
NÃO OBSERVAMOS fósseis ou qualquer outro vestígio de vida ou de organismos passados (bem, para quem não observa a História, esta aqui é tão somente uma questãozinha, né?),Observamos os fósseis e os vestígios, mas não observamos a vida e os organismos do passado.
NÃO OBSERVAMOS os vestígios de civilizações e culturas, etc, etc, etc…Observamos os vestígios, mas não observamos estas civilizações e culturas.
Grande!Pois é...
Acho também que 99% dos adeptos da Interpretação de Copenhaguen não levam essa posição a sério até suas últimas conseqüências, quando são “apertados”.
Errado! Nenhum deles (os sérios, pelo menos) simplesmente não têm essa poisição, porque eles NÃO LEVAM A SÉRIO tanta bobagem!
Bom, então você diz que a IC não afirma nada igual ao que o positivismo forte afirma. Já que você mesmo considera o PF uma grande bobagem (ainda bem!), e já que você defende a IC, então segue-se que a IC não defende que as coisas só são reais QUANDO as estamos observando. Se for esse o caso, então a IC é “realista”. Se não, Por quê? Explique.
Vou agora fazer uma confissão de fé. Os “credos” da minha fé são:
Fantástico! Fatos históricos, descendência biológica, astronomia, etc, etc, são verdades por “profissão de fé??!!!!! Ok, acho que todos de algum modo se surpreenderam com esta sua declaração, se revelando um crédulo, mas por mais que tal posição possa parecer fascinante para alguns, pelo que me consta, esta é uma área de CIÊNCIAS, e não se prestar para discutirmos (ou confessarmos!) profissão de fé ou crendices pessoais.
Se acreditar que existe uma realidade externa e independente de mim, e que essa realidade existia antes de eu nascer e continuará existindo após eu morrer for “fé”, então eu confesso: realmente sou crédulo. E acho que 99,9% dos foristas daqui também são.
Não entendo seu comentário. Foi você quem começou aqui com essas contestações à existência da realidade independente do observador, não eu.
Acredito que a mecânica quântica descreve “uma outra realidade”, e não “ausência de realidade” (nos períodos em que as entidades não estão sendo observadas).
Esta vale o destaque. Quer dizer que você ACHA, ACREDITA, ou seja lá o termo que você ache mais apropriado, que a IC afirma que MQ descreve uma “ausência de realidade”, seja lá o isso for e seja lá como você imagina que isso seria possível?? Mais uma vez, não seria conveniente você se aprimorar um pouco mais sobre o que DE FATO a IC afirma, antes de afirmar / insinuar / achar o que você vem dizendo?
Ótimo. Aqui é onde está o cerne de tudo isso que está sendo discutido. Vou tentar fazer as perguntas da forma mais clara que eu conseguir fazer e esperarei que você as responda da forma mais clara que conseguir. Caso isso ocorra, tudo isso que está sendo discutido poderá ficar esclarecido de uma vez, OK?
1- Para a IC, como está
de fato um sistema antes dele ser observado? O que existe
de fato nos períodos em que os sistemas não estão sendo observados? Como
de fato eles estão? O que
de fato acontece quando eles são observados? Como? Por quê?
Nota: Acho que você entende o que eu quero dizer com a palavra “de fato”: estou me referindo ao que acontece com o sistema, e não
ao que vemos acontecer no sistema. Infelizmente eu não conseguir encontrar palavra mais adequada, portanto espero que você use de boa-vontade e não fique perdendo tempo (deixando de responder em conseqüência) me perguntando o que eu quero dizer com a palavra “de fato”. Há um post nesse tópico onde eu falo claramente o que quero dizer com “de fato”.
2- É a “observação” (através de um ser com consciência) que faz o sistema ficar definido (se tornar real), ou é simplesmente a “interação” (de qualquer tipo, inclusive entre coisas inanimadas) que faz essa definição?
Se for a segunda opção, então a IC não acabaria sendo “realista” (pois admitiria a “realidade” de coisas à margem da observação, já que nem todas as interações “definidoras” de um sistema terão algum ser consciente observando-as). Se não, Por quê? Como? Explique.
3- Como a IC explica o EPR? Você disse que as teorias realistas têm problemas com o EPR por que o consideram um fenômeno envolvendo “coisas reais”. Que tipo de “coisas” a IC considera envolvendo o EPR? Explique. De que forma isso evita o paradoxo EPR.
Respostas para essas perguntas com certeza farão tudo ficar esclarecido.
Poderia, se possível, responder diretamente ao invés de postar links? Não me parece que estas respostas devam necessariamente ser extensas.
Então a IC, para não ser “realista”, terá que dar um privilégio incrível e estupendo para a observação: ela cria a realidade! Esse “poder” da observação de tornar as coisas reais em detrimento de outras interações além de não ter nenhum tipo de base física, levaria a precisarmos repensar bastante o lugar do homem no universo. Seria uma revolução copernicana ao contrário.
Idem resposta anterior.
Caso a IC seja correta, seguirá-se necessariamente que a consciência dos seres vivos e em especial a do ser humano sejam algo muito mais do que simples interações neuroquímicas. E além disso, será especial e “central” no universo.
NÃO EXISTE nenhum papel para a CONSCIÊNCIA na IC!!!! NUNCA houve!!!! Tente a Interpretação Ondulatória de von Neumann.
E quanto à sua “análise” e conclusão, apenas reitero meus comentários sobre você se informar (bem) mais sobre a IC.
Finalizando: a IC JAMAIS afirmou que a Lua, por exemplo, não exista quando não olhamos para ela. Bohr nunca afirmou nada sequer parecido com isso, muito menos Heisenberg, Born, e outros. Wheeler tem uma posição um tanto diferente, mas essa é a visão dele, possivelmente influenciado pelos Experimentos de Escolha Retardada, não sei. Eu usei propositalmente várias colocações diferentes exatamente para mostrar que as coisas não são como você acha, que tudo é consenso e fim. Contudo, parece que de nada adianta colocar indicações, pois a impressão que se tem é que eles são ignoradas, e voltamos sempre no mesmo ponto e as coisa simplesmente se repetem.
Você afirmou tudo isso sobre a IC, mas procurou saber através de livros, artigos, etc, o que Bohr, Heisenberg, etc, pensavam a respeito disso. Você acha que as coisas foram como você descreveu, de que havendo um problema, tomaram a decisão de combinar que as coisas “não existiam de fato” e pronto, problema resolvido? Você acha que em simples postagens é possível, mesmo que resumidamente e correndo um risco fenomenal de ser altamente impreciso, passar a história da MQ?
Você afirmou todas estas coisas sobre a IC, mas em nenhum momento fez qualquer menção aos comentários de Bohr sobre “mecanismos que impediriam a amplificação”. Mais que isso. Sobre os Mecanismos de Decoerência, você simplesmente descartou-os como ad hoc, pouco importando, e não tecendo nenhum comentário, em relação ao artigo da postagem do Ângelo sobre Decoerência por Emissão de Radiação Térmica, bem como todos os comentários que postei referente ao Luiz Davidovich, do Instituto de Física da Universidade do Rio de Janeiro.
E com tudo isso, você ainda finaliza com:
É claro que eu mudarei de idéia se tudo isso que foi dito for esclarecido ou refutado
Você está de brincadeira, né?
Tudo isso ficará “resolvido” com as respostas àquelas perguntas que eu fiz.