Tópico: Com licença , Por favor e Obrigado

[Dbohr]

Punição corporal na escola? Não, obrigado

Os pais têm que compreender que não adianta colocar as crianças em mil atividades extra-classe para ocupar-lhes o tempo, se eles mesmos não estiverem mais presentes.

[Tarcísio]

Por que respeitar um desconhecido que toma metade do seu dia útil? Não sei como eu respeitava... Acho que aprendi a respeitar no maternal com vários castigos... mas e vocês?

[Dr. Manhattan]

Por que respeitar um desconhecido que toma metade do seu dia útil? Não sei como eu respeitava... Acho que aprendi a respeitar no maternal com vários castigos... mas e vocês?

E por acaso precisamos ter motivos para respeitar os outros?

Já que estamos falando da sala de aula: eu esperava que os estudantes pedissem permissão
para entrar não para me sentir respeitado, mas para que eles respeitassem o ambiente
da sala de aula. Da mesma forma, eu pedia desculpas ao alunos nas poucas vezes em que
chegava atrasado, e sempre os tratava com a maior educação. E sabe de uma coisa? Os
estudantes apreciavam isso. Tanto que nunca precisei levantar a voz para pedir silêncio: eu
apenas me calava e olhava para quem estivesse conversando. Não se deve impor autoridade.
Ela é algo que se conquista.

Na verdade, acho que essa é a raiz do problema: mesmo em casa, percebo que muitas pessoas deixam
entendido aos filhos que se deve tratar as pessoas com respeito apenas para se conseguir
algo em troca. Existem também aquelas famílias em que os pais foram educados para acreditar que
qualquer forma de punição é "danosa", "opressiva". Não me refiro à punição corporal,
mas a qualquer tipo de castigo. O resultado? Milhões de adolescentes mimados.

[Tarcísio]

Por que respeitar um desconhecido que toma metade do seu dia útil? Não sei como eu respeitava... Acho que aprendi a respeitar no maternal com vários castigos... mas e vocês?

No "CA" você respeitava o ambiente? Diz ai como você aprendeu a respeitar então que eu fiquei curiosíssimo.

[Dbohr]

Para não dizer onde ocorre uma espécie perversa de combinação linear entre a permissividade e a repressão autoritária, ainda mais no final do ano: pais que deixam correr solto, não participam da vida escolar dos filhos e quando a aprovação ou reprovação depende de só uma prova, ficam bolando mil proibições e castigos.

[Dr. Manhattan]

Por que respeitar um desconhecido que toma metade do seu dia útil? Não sei como eu respeitava... Acho que aprendi a respeitar no maternal com vários castigos... mas e vocês?

No "CA" você respeitava o ambiente? Diz ai como você aprendeu a respeitar então que eu fiquei curiosíssimo.

CA? 

No meu caso, aprendi com o tempo. Não vou mentir dizendo que sempre fui respeitoso com
os professores do colégio, mas na maioria das vezes sim. Isso aprendi na escola,
na base da "cenoura e do chicote": prêmios para os mais educados, punições para os mau-educados.
Mas principalmente em casa. Tive a sorte de ser criados por pais que valorizam os bons modos.

Dbohr: é ainda pior. Quase todos os meus amigos que ensinaram em colégios particulares contam
histórias de pais que chegam para eles no final do ano dizendo: "quanto você quer para passar meu filho?"[1]
 

[1] Ao que um dos meus amigos respondeu: "Uma Ferrari F40 e um apartamento de luxo. Minha consciência
está à venda, mas não acho que você tenha condições de pagar por ela!" 

[Dbohr]

...

Sabe, eu sempre achei que uma coisa dessas pudesse acontecer. Mas é meio chocante ler o relato e confirmar a suspeita!

Se fosse comigo...

[Skorpios]

...

Sabe, eu sempre achei que uma coisa dessas pudesse acontecer. Mas é meio chocante ler o relato e confirmar a suspeita!

Se fosse comigo...

Ia pedir duas Ferrari ? 

[Dbohr]

Era capaz de correr o pai da sala debaixo de pancada. E aí eu seria preso, e serviria de péssimo exemplo para os alunos

[Rodion]

Punição corporal na escola? Não, obrigado

Os pais têm que compreender que não adianta colocar as crianças em mil atividades extra-classe para ocupar-lhes o tempo, se eles mesmos não estiverem mais presentes.

hoje o pessoal tá com essa mania de botar culpa em pai ausente. mas tem pai super zeloso e tem filho que continua pentelho. e aí?

[ReVo]

Aqui em PE é costume (pelo menos é o que noto) se oferecer para carregar o material (principalmente escolar) se você estiver em pé.

[rizk]

Bom bom, eu também acabei me confundindo com as coisas. Esclareço: estou fugindo de falar de "falta de educação" porque acho que isso é perfumaria.

Se é pra falar de "respeito", acho que o problema não é nem falta dos dos pais - com o agravante de a maioria deles fazer tudo errado e achar que só se educa na porrada. E, parte 2, "educa" naquele esquema de baixe a cabeça, não tenha direitos, obedeça à hierarquia: você não tem valor nenhum porque é pivete, é o último que fala e o primeiro que apanha. Daí é um passo para esconder os erros e tentar convencer o mundo de que você é coitado pra escapar de uma responsabilidade que você mal sabia que tinha. Daí dá no Brasileiro Comum.

(Porrada é coisa que tem que acontecer entre adultos pra resolução de conflitos - se TIVER que acontecer, esse é o espaço menos inadequado. Não existe "conflito" de verdade entre um adulto e uma criança, em que um PRECISE vencer e tal)

Agora, a maioria das famílias vive em dinâmica paternalista, de obediência cega à hierarquia, e várias coisas que também não ajudam o jovem a viver no Mundo Civilizado.

Por isso, estou dizendo que não é falta de família, e bobeando é excesso.

[Dbohr]

Eu diria que o pai autoritário que tiraniza os filhos física e/ou moralmente é tão ausente quanto o pai que não está nem aí. É como o sujeito que resolve apelar para castigos para ver se o filho passa de ano ou no vestibular.

Por isso é importante saber o que se quer dizer quando falamos em "zeloso"

[Pregador]

A Mimi falou que fica brava quando falam mal da juventude, mas eu vou falar: A geração atual é horrível sim, é extremamente mal educada, é muito irresponsável e bastante cabeça vazia, isso de modo geral, há uma parcela que não é assim, reconheço. Os alunos de fato são um bando de bárbaros e a coisa é recente. Há 5 anos atrás em me formei no ensino médio em escola pública, lembro que nossa sala já achava o primeiro e o segundo ano um bando de bárbaros, eram de fato muito diferentes.

Mas também não são só os jovens, os adultos também são assim, mas em menor número, percebo que na verdade a grande maioria é relapsa, de fato não se importa com o que se passa com os filhos. Uma época cheguei a cogitar por ser esta a geração de hippies e do anos 70, afinal eles agora são os pais adultos, mas não me parece procedente.

Por fim, creio que estamos vivendo um processo de grave falência moral do povo brasileiro, o governo é corrupto por que grande parte do povo também é corrupto, a recíproca é verdadeira tanto para pais e filhos também.

[Agnostic]

Por tudo isso considero ter filhos ou um louvável ato de extrema bravura e coragem ou uma tremenda insensatez.

[rizk]

Ah sim sim, concordo com todos os três acima.

Amon, eu não neeego. Eu odeio a juventude do fundo do meu coração, mas não abro mão de que eles não seriam bárbaros se não fossem bárbaros com eles, e de que é muito fácil chamar eles de selvagens sentados no nosso sofá. Hmpf.

Eu digo mais. DIGO MAIS. O que se diz, com uma polícia que BATE na molecada? O que vocês querem, afinal?!?!

[Dbohr]

Não só isso, mas que reclama que o ECA não permite que batam mais...

Se tem uma coisa que eu desprezo é o Pânico Moral que certos crimes acabam engendrando. É por essas e outras que tem velhinhas recebendo a Medalha Pedro Ernesto por atirar em bandidos.

Enfim: eu reconheço que falo do alto da minha não-paternidade. Sou doido para ter um filho, mas por motivos diversos ainda não pude. E tenho um puta medo de falhar na criação do moleque. É muita responsabilidade.

[Tarcísio]

mimi qual é seu bordão sobre a juventude mesmo? São todos o quê? Mutantes? Estou tentando lembrar e não consigo.

[Rodion]

Bom bom, eu também acabei me confundindo com as coisas. Esclareço: estou fugindo de falar de "falta de educação" porque acho que isso é perfumaria.

Se é pra falar de "respeito", acho que o problema não é nem falta dos dos pais - com o agravante de a maioria deles fazer tudo errado e achar que só se educa na porrada. E, parte 2, "educa" naquele esquema de baixe a cabeça, não tenha direitos, obedeça à hierarquia: você não tem valor nenhum porque é pivete, é o último que fala e o primeiro que apanha. Daí é um passo para esconder os erros e tentar convencer o mundo de que você é coitado pra escapar de uma responsabilidade que você mal sabia que tinha. Daí dá no Brasileiro Comum.

(Porrada é coisa que tem que acontecer entre adultos pra resolução de conflitos - se TIVER que acontecer, esse é o espaço menos inadequado. Não existe "conflito" de verdade entre um adulto e uma criança, em que um PRECISE vencer e tal)

Agora, a maioria das famílias vive em dinâmica paternalista, de obediência cega à hierarquia, e várias coisas que também não ajudam o jovem a viver no Mundo Civilizado.

Por isso, estou dizendo que não é falta de família, e bobeando é excesso.

alguns psicólogos endossam o psicotapa...

bom, eu acho o seguinte: em 1930, os educadores eram duros e a molecada decorava tabela periódica e aprendia latim. hoje o 'mestre também é aprendiz' e o pessoal não sabe o que é um advérbio.

[Partiti]

Em 1930 80% da população era anafalbeta. E quantos ainda sabiam latim com uns 30 anos e não eram padres? Educação na chibata para mim é adestramento no máximo.

[Rodion]

Em 1930 80% da população era anafalbeta. E quantos ainda sabiam latim com uns 30 anos e não eram padres? Educação na chibata para mim é adestramento no máximo.

é inevitável então que se perca qualidade ao dar abrangência?
isso vem de uma impressão subjetiva mesmo. ler os autores mais antigos reforça.

[Partiti]

Não é inevitável a perda de qualidade, só que esta fica mais fácil de se perder, quem você acha que fazia mais pressão no governo, um filho de um industrial rico ou o da faxineira dele? Só digo que é injusto comparar a minoria mais bem educada de uma época com a educação em geral hoje em dia. E a utilidade e a validade de se adestrar uma criança na marra a falar umas frazezinhas em latim há uns 70 anos é no mínimo questionável.

[Pregador]

Ah sim sim, concordo com todos os três acima.

Amon, eu não neeego. Eu odeio a juventude do fundo do meu coração, mas não abro mão de que eles não seriam bárbaros se não fossem bárbaros com eles, e de que é muito fácil chamar eles de selvagens sentados no nosso sofá. Hmpf.

Eu digo mais. DIGO MAIS. O que se diz, com uma polícia que BATE na molecada? O que vocês querem, afinal?!?!

Sim temos pais bárbaros, e de fato a educação com base na hierarquia militar é bastante nociva. Quanto a polícia, há casos e casos. Esta que bate em qualquer um simplesmente por estar na rua a noite a paisana é lamentável, agora, em relação a menores infratores, adolescentes de 14 a 18 anos a polícia tem problemas com eles. Primeiro por que eles raciocinam igual a qualquer bandido adulto e agem como tal, muitas vezes eles precisam ser repelidos com violência, por que sempre respondem com violência, atiram para matar mesmo. Mas eu sei que, uma vez preso, vai todo mundo para o tronco... aquilo pelo menos eu sei que é assim, normalemnte quem faz isso é a Polícia Militar e não tanto a civil. De fato é ridículo, não sei o que o PM ganha espancando o infrator... Na verdade isso ocorre por que o sistema falha, o menor infrator não é punido, já que o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) prevê penas bem mais leves para menores e é ineficiente em tomar medidas de correção ou educativas. Eu sinceramente não vejo também uma solução no horizonte, é uma questão cultural na verdade que só mudará com investimento pesado em educação e cidadania. Daí a pena é a seguinte, prende o menor infrator por uns 3 dias, espanca ele durante este tempo e solta.

[Pregador]

Não é inevitável a perda de qualidade, só que esta fica mais fácil de se perder, quem você acha que fazia mais pressão no governo, um filho de um industrial rico ou o da faxineira dele? Só digo que é injusto comparar a minoria mais bem educada de uma época com a educação em geral hoje em dia. E a utilidade e a validade de se adestrar uma criança na marra a falar umas frazezinhas em latim há uns 70 anos é no mínimo questionável.

Concordo, mas a educação perdeu, me parece, a seriedade. O método de ensino é bem falível e os alunos são muito difíceis. Por mais excelente que a estrutura seja, que o professor seja, se os alunos não quiserem colaborar, a coisa entra em colapso, como ocorre atualmente. É uam questão dificil de resolver. Não sei se uma escola mais rígida resolveria. Talvez uma escola com regras fixas, porém justas, que dê espaço para a manifestação do aluno, mas sempre que ocorra algum problema puna prontamente e sem misericórdia, conforme uma regra pré-estabelecida. Nada de penas corporais obviamente.

[Dbohr]

Amon, o ECA é uma lei muito boa. O problema não são as penas previstas para jovens infratores -- o problema é que as outras provisões da lei não são aplicadas! De que adianta recolher um moleque numa casa de custódia e amontoá-lo junto com outros tantos, deixando-o trancado por semanas ou meses? Nada. Isso não é ressocialização.

Daí o tráfico percebe que pode usar os meninos como soldados rasos, já que vão pegar penas leves e os coopta. A polícia, percebendo isso, e alimentada por uma sociedade presa do Pânico Moral que mencionei lá em cima, desce o cacete. O Bolsonaro acha lindo, os jornais apóiam a redução da maioridade penal e no fim todo mundo joga a culpa em cima do ECA, que é "gentil demais".

Isso me lembra um bocado a situação do marido que chega em casa e pega a mulher com o amante em cima do sofá e resolve o problema jogando fora o sofá...