Há, no entanto, dois trechos de No caminho de Swann que, se não justificam a leitura do livro todo, pelo menos relativizam um pouco a chatice. Não por acaso são sobre música. Uma está na página 125, outra na 204, da edição da Abril. Não resisto a citar o final da segunda, que é um comentário a uma frase de um violino:"Talvez o nada é que seja a verdade e todo o nosso sonho não exista, mas sentimos que então essas frases musicais, essas noções que existem em função do sonho, não hão de ser nada, tampouco. Pereceremos, mas temos como reféns essas divinas cativas que seguirão a nossa sorte. E a morte com elas tem alguma coisa de menos amargo. de menos inglório, de menos provável, talvez".