Autor Tópico: Livros que não consegui ler  (Lida 9675 vezes)

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Offline Fenrir

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Re: Livros que não consegui ler
« Resposta #75 Online: 10 de Junho de 2009, 08:49:28 »
Qualquer livro de informatica traduzido (já vi traduzirem "Internet" como "inter-rede"...).
Um deles, sobre Struts, é um dos piores que já li até hoje. Simplismente não entendi 50% do que tinha no livro!
Nunca mais comprei livros traduzidos do que quer que seja que diga respeito a TI.

O evangelho segundo o espiritismo e a bíblia.

Qualquer livro do Augusto Cury e escritores correlatos.

Qualquer livro do Eckart Tolle e de escritores correlatos.

Livros na mesma linha dos do Augusto Cury e Eckart Tolle.

Na época em que li, achei o "Pau Brasil" de Oswald de Andrade muito, muito chato.

Dizem, a respeito de Leibniz, que ele leu tanto que provavelmente deve ter lido muitos livros ruins.
Ao que ele retrucou mais ou menos assim: "quando um livro chega até mim, tento extrair o que
ele tem de útil" (pena que não me lembro da referência).

No caso dos livros acima e de outros que não me lembro no momento, a única coisa de útil que
consigo pensar é que servem de reforço e lembrete, sempre que alguem tenta le-los, dos motivos
pelos quais eles não devem ser lidos!
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Offline Bruno Coelho

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Re: Livros que não consegui ler
« Resposta #76 Online: 11 de Junho de 2009, 19:29:09 »
Não cheguei até o final de O CAPITAL de Marx, e não pretendo ler  Heidegger pois ja vi varios exemplos de pessoas se perdendo nele.

Offline Zeichner

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Re: Livros que não consegui ler
« Resposta #77 Online: 11 de Junho de 2009, 20:36:20 »
Ulisses, de James Joyce.

sempre citado como a maior obra mega boga mundial da literatura universal, mas ainda não descobri se vale a pena. Algum corajoso que passou pela agrura do livro pode passar a opinião?

Offline Hugo

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Re: Livros que não consegui ler
« Resposta #78 Online: 11 de Junho de 2009, 21:29:35 »
Não cheguei até o final de O CAPITAL de Marx, e não pretendo ler  Heidegger pois ja vi varios exemplos de pessoas se perdendo nele.

Ué, não entendi. Voce não lerá Heidegger porque está com medo de se perder também?
"O medo de coisas invisíveis é a semente natural daquilo que todo mundo, em seu íntimo, chama de religião". (Thomas Hobbes, Leviatã)

Offline Dr. Manhattan

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Re: Livros que não consegui ler
« Resposta #79 Online: 12 de Junho de 2009, 17:47:32 »
Ulisses, de James Joyce.

sempre citado como a maior obra mega boga mundial da literatura universal, mas ainda não descobri se vale a pena. Algum corajoso que passou pela agrura do livro pode passar a opinião?

Esse livro me faz lembrar uma frase que ouvi pela rede: "That is the sort of thing you will like, if you like that sort of thing."
Nao é o meu caso.
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Alan Watts

Offline Lua

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Re: Livros que não consegui ler
« Resposta #80 Online: 12 de Junho de 2009, 19:43:52 »
O evangelho segundo o espiritismo e a bíblia.

Qualquer livro do Augusto Cury e escritores correlatos.

Qualquer livro do Eckart Tolle e de escritores correlatos.

Livros na mesma linha dos do Augusto Cury e Eckart Tolle.

Na época em que li, achei o "Pau Brasil" de Oswald de Andrade muito, muito chato.

Ratifico todos os livros citados pelo Fenrir... Augusto Cury é um porre... E pensar que dei uma coleção de livros dele para uma criatura... :nojo:

Não consegui terminar "Memórias de uma moça bem comportada", da Simone de Beauvoir... Tedioso demais... Quando eu não tiver absolutamente nada para ler, tentarei novamente... :hihi:
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Rhyan

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Re:Livros que não consegui ler
« Resposta #81 Online: 11 de Junho de 2015, 15:22:35 »
A Teoria do Desenvolvimento Econômico - Joseph Schumpeter

Offline DDV

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Re:Livros que não consegui ler
« Resposta #82 Online: 11 de Junho de 2015, 15:41:52 »
Os Sertões - Euclides da Cunha


Fui lê-lo para obter mais informações interessantes sobre a Guerra de Canudos, mas o livro é muito mal escrito: prolixo, rebuscado demais, com pouca ou nenhuma objetividade, cheio de divagações que atrapalham bastante quem está atrás de informações sobre o conflito de Canudos e seu background.

Resumindo: o assunto é interessantíssimo, mas o livro é muito ruim.
Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

Offline Sr. Alguém

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Re:Livros que não consegui ler
« Resposta #83 Online: 11 de Junho de 2015, 16:18:05 »
Os Sertões - Euclides da Cunha


Fui lê-lo para obter mais informações interessantes sobre a Guerra de Canudos, mas o livro é muito mal escrito: prolixo, rebuscado demais, com pouca ou nenhuma objetividade, cheio de divagações que atrapalham bastante quem está atrás de informações sobre o conflito de Canudos e seu background.

Resumindo: o assunto é interessantíssimo, mas o livro é muito ruim.
Tem o diário do Euclides da Cunha:



Ainda não li então não sei se a leitura é interessante. Contém inclusive as reportagens que ele enviava para o jornal O Estado de São Paulo.
Se você acha que sua crença é baseada na razão, você a defenderá com argumentos e não pela força e renunciará a ela se seus argumentos se mostrarem inválidos. (Bertrand Russell)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Humanismo_secular
http://pt.wikipedia.org/wiki/Liberalismo_social

Offline Diegojaf

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Re:Livros que não consegui ler
« Resposta #84 Online: 11 de Junho de 2015, 16:26:40 »
As Brumas de Avalon... é muito irritante ver o Arthur sendo manipulado de todos os lados possíveis e agir feito um bananão. Larguei no segundo livro.
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

http://umzumbipordia.blogspot.com - Porque a natureza te odeia e a epidemia zumbi é só a cereja no topo do delicioso sundae de horror que é a vida.

Offline Pedro Reis

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Re:Livros que não consegui ler
« Resposta #85 Online: 11 de Junho de 2015, 21:26:32 »
Tentei ler "O Ano 2000" de Herman Khan ( não sei se está correta a grafia do nome )

O cara foi um "futurólogo" nos anos de 1960 de muito prestígio e tinha uma fundação que recebia rios de dinheiro do governo americano para pesquisas. Quis ler para ver as bobagens que eles tinham previsto para o ano 2000 e realmente ele errou mais do que acertou mas o livro é muito chato, um compêndio de estatísticas, possíveis cenários, projeções com gráficos... mas ninguém conjecturou sobre a queda do comunismo e a desintegração da União Soviética.

Nem sobre o aquecimento global.

Offline FZapp

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Re:Livros que não consegui ler
« Resposta #86 Online: 13 de Junho de 2015, 19:06:12 »
O evangelho segundo o espiritismo e a bíblia.

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Não consegui terminar "Memórias de uma moça bem comportada", da Simone de Beauvoir... Tedioso demais... Quando eu não tiver absolutamente nada para ler, tentarei novamente... :hihi:

Dela gostei na época de 'Todos os homens são mortais', devo ter lido com uns 17 anos (faz tempo)  :vergonha:
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Si hemos de salvar o no,
de esto naides nos responde;
derecho ande el sol se esconde
tierra adentro hay que tirar;
algun día hemos de llegar...
despues sabremos a dónde.

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Offline Skeptikós

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Re:Livros que não consegui ler
« Resposta #87 Online: 13 de Junho de 2015, 23:55:38 »
O evangelho segundo o espiritismo e a bíblia.

Qualquer livro do Augusto Cury e escritores correlatos.

Qualquer livro do Eckart Tolle e de escritores correlatos.

Livros na mesma linha dos do Augusto Cury e Eckart Tolle.

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Ratifico todos os livros citados pelo Fenrir... Augusto Cury é um porre... E pensar que dei uma coleção de livros dele para uma criatura... :nojo:

Não consegui terminar "Memórias de uma moça bem comportada", da Simone de Beauvoir... Tedioso demais... Quando eu não tiver absolutamente nada para ler, tentarei novamente... :hihi:

Dela gostei na época de 'Todos os homens são mortais', devo ter lido com uns 17 anos (faz tempo)  :vergonha:
Cara, li dois do Eckart Tolle e dois do Osho, acho que podemos considera-lo correlato, já que ambos escrevem sobre filosofia da nova era, hehe. Na época estava aberto a qualquer coisa nova, e me senti atraído por filosofias da nova era, e até que gostei destes livros, eles foram até meio terapêuticos, me fizeram me sentir melhor e tudo, só não sei se teriam o mesmo efeito hoje.

Agora, Augusto Cury eu cheguei a ler umas 10 páginas no máximo de um livro que me emprestaram, achei horrível, um porre, não dei conta de ler mais do que isso.

Teve um do Ovídio que eu não consegui terminar de ler, mas acho que ai o problema estava na tradução porca da edição que comprei, Ovídio era romano, e por tanto escrevia em latim, a edição que comprei era uma tradução do inglês, e não do original em latim, ai já começavam os problemas; Além disso a tradução tinha uma introdução muito curta e mal escrita sobre o autor e a obra em questão, o que não serviu muito para contextualizar a obra e dar maior sentido ao leitor que não conhecia os costumes da época (eu por exemplo); Não trazia também quase nota nenhuma para explicar expressões e palavras que só faziam sentido para romanos da época (ou para quem é erudito a respeito da cultura romana, mas especificamente do tempo de Ovídio); Não respeitava a métrica da obra original e mais um monte de problemas, então antes do fim do livro, larguei a leitura pra lá.

"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline Skeptikós

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Re:Livros que não consegui ler
« Resposta #88 Online: 14 de Junho de 2015, 00:00:04 »
Há, o do Ovídio que não consegui terminar de ler é Metamorfoses, considerado sua obra prima, mas que eu dei o azar de comprar a tradução mais porca que tinha.
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline João da Ega

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Re:Livros que não consegui ler
« Resposta #89 Online: 18 de Junho de 2015, 15:24:48 »
Há, o do Ovídio que não consegui terminar de ler é Metamorfoses, considerado sua obra prima, mas que eu dei o azar de comprar a tradução mais porca que tinha.

Fora Nietzsche, já citado pra caramba aqui, um que nunca consegui terminar foi A Metamorfose, do Kafka.
Acho incrível isso, pois é um livrinho pequeninho... pelo número de páginas, dava pra terminar, estourando, nuns dois dias... Já comecei umas três vezes, (e ainda vou tentar de novo), mas é estranho demais, aquele cara acorda transformado num inseto, a coisa toda é tão, como dizer?, kafkiana...

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Offline Lakatos

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Re:Livros que não consegui ler
« Resposta #90 Online: 18 de Junho de 2015, 15:34:48 »
Jamais consegui terminar "Assim Falou Zaratustra", do Nietzsche. Comecei a ler com uns 13 anos e sem muita "maturidade", já que estava muito curioso pela obra dele mas ao mesmo tempo conhecia muito pouco, e o resultado foi um nocaute antes da metade do livro. Depois soube que é um dos piores livros para começar a estudá-lo.

Offline Johnny Cash

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Re:Livros que não consegui ler
« Resposta #91 Online: 18 de Junho de 2015, 15:36:35 »
Há, o do Ovídio que não consegui terminar de ler é Metamorfoses, considerado sua obra prima, mas que eu dei o azar de comprar a tradução mais porca que tinha.

Fora Nietzsche, já citado pra caramba aqui, um que nunca consegui terminar foi A Metamorfose, do Kafka.
Acho incrível isso, pois é um livrinho pequeninho... pelo número de páginas, dava pra terminar, estourando, nuns dois dias... Já comecei umas três vezes, (e ainda vou tentar de novo), mas é estranho demais, aquele cara acorda transformado num inseto, a coisa toda é tão, como dizer?, kafkiana...



A Metamorfose foi um dos livros que eu mais gostei. Inclusive, meu primeiro nick aqui no fórum foi Gregor Samsa.

Offline FZapp

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Re:Livros que não consegui ler
« Resposta #92 Online: 05 de Julho de 2015, 00:34:45 »
Também adorei A Metamorfose, inclusive li mais de uma vez. Mas um de Kafka que não consegui terminar foi 'O Castelo'.
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Si hemos de salvar o no,
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Offline Cinzu

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Re:Livros que não consegui ler
« Resposta #93 Online: 15 de Julho de 2015, 12:29:20 »
Pedagogia do Oprimido - de Paulo Freire

Embora o livro não seja extenso, com pouco mais de 100 páginas, a linguagem é confusa, com termos inventados ou palavras às quais o autor atribui um sentido peculiar, sem contudo definir claramente esse sentido. Muitas vezes, não há um encadeamento lógico entre um parágrafo e o seguinte, entre uma frase e a próxima, entre uma ideia e outra. Nesse aspecto, lembra muito o estilo do Alcorão. Paulo Freire tem um cacoete de separar os prefixos dos radicais das palavras (co-laboração, ad-mirar, re-criar). Há muitas passagens com sentido obscuro, muitas repetições, citações de supostas autoridades em educação (como Mao, Lênin, Che, Fidel e Frantz Fanon) e menções frequentes a que se vai voltar ao assunto depois ou a que já se tratou dele antes.

Logo na introdução, somos brindados com esta afirmação: “Se a sectarização, como afirmamos, é o próprio do reacionário, a radicalização é o próprio do revolucionário. Dai que a pedagogia do oprimido, que implica numa tarefa radical cujas linhas introdutórias pretendemos apresentar neste ensaio e a própria leitura deste texto não possam ser realizadas por sectários.”

O esforço para entender não vale a pena.
"Não é possível convencer um crente de coisa alguma, pois suas crenças não se baseiam em evidências; baseiam-se numa profunda necessidade de acreditar"

Offline Dr. Manhattan

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Re:Livros que não consegui ler
« Resposta #94 Online: 16 de Julho de 2015, 11:51:31 »
Pedagogia do Oprimido - de Paulo Freire

Embora o livro não seja extenso, com pouco mais de 100 páginas, a linguagem é confusa, com termos inventados ou palavras às quais o autor atribui um sentido peculiar, sem contudo definir claramente esse sentido. Muitas vezes, não há um encadeamento lógico entre um parágrafo e o seguinte, entre uma frase e a próxima, entre uma ideia e outra. Nesse aspecto, lembra muito o estilo do Alcorão. Paulo Freire tem um cacoete de separar os prefixos dos radicais das palavras (co-laboração, ad-mirar, re-criar). Há muitas passagens com sentido obscuro, muitas repetições, citações de supostas autoridades em educação (como Mao, Lênin, Che, Fidel e Frantz Fanon) e menções frequentes a que se vai voltar ao assunto depois ou a que já se tratou dele antes.

Logo na introdução, somos brindados com esta afirmação: “Se a sectarização, como afirmamos, é o próprio do reacionário, a radicalização é o próprio do revolucionário. Dai que a pedagogia do oprimido, que implica numa tarefa radical cujas linhas introdutórias pretendemos apresentar neste ensaio e a própria leitura deste texto não possam ser realizadas por sectários.”

O esforço para entender não vale a pena.

Você esqueceu de citar o link da resenha:
http://veja.abril.com.br/blog/rodrigo-constantino/cultura/pedagogia-do-oprimido-uma-resenha-devastadora-do-mais-famoso-livro-de-paulo-freire/

Tentei ler esse livro mas, de fato, ele é muito chato. Sem falar que fiquei realmente com a impressão de que se tratava menos de uma obra sobre educação do que sobre doutrinação marxista. Como não li, evitarei afirmar isso categoricamente, mas os seguintes trechos citados na resenha acima parecem emblemáticos:

Citação de: Paulo Freire
1) «Na verdade, não há eu que se constitua sem um não-eu. Por sua vez, o não-eu constituinte do eu se constitui na constituição do eu constituído. Desta forma, o mundo constituinte da consciência se torna mundo da consciência, um percebido objetivo seu, ao qual se intenciona. Daí, a afirmação de Sartre, anteriormente citada: “consciência e mundo se dão ao mesmo tempo”.»

Trecho confuso e, até onde percebi, pseudo-profundo.

Citação de: Paulo Freire
2) «O ponto de partida deste movimento está nos homens mesmos. Mas, como não há homens sem mundo, sem realidade, o movimento parte das relações homens-mundo. Dai que este ponto de partida esteja sempre nos homens no seu aqui e no seu agora que constituem a situação em que se encontram ora imersos, ora emersos, ora insertados.»

Tradução: o ponto de partida está nos homens e no seu ambiente.

Citação de: Paulo Freire
3) «Sem ele [o diálogo], não há comunicação e sem esta não há verdadeira educação. A que, operando a superação da contradição educador-educandos, se instaura como situação gnosiológica, em que os sujeitos incidem seu ato cognoscente sobre o objeto cognoscível que os mediatiza.»

Tradução: ahm...eh...O diálogo é importante?

Citação de: Paulo Freire
4) «Esta é a razão pela qual o animal não animaliza seu contorno para animalizar-se, nem tampouco se desanimaliza.»

Tradução: creio que nem o autor sabia o que estava querendo dizer.

Citação de: Paulo Freire
5) «Somente na medida em que os produtos que resultam da atividade do ser “não pertençam a seus corpos físicos”, ainda que recebam o seu selo, darão surgimento à dimensão significativa do contexto que, assim, se faz mundo.»

Tradução: ?? Porém, neste caso dou ao autor o benefício da dúvida, pois não foi fornecido o contexto da frase.

Citação de: Paulo Freire
6) «Porque, ao contrário do animal, os homens podem tridimensionalizar o tempo (passado-presente-futuro) que, contudo, não são departamentos estanques.» Alguém pode me dizer como é possível tridimensionalizar o tempo?

Tradução: os animais vivem no presente. O resto é bullshit pseudo-profunda.

Citação de: Paulo Freire
7) «Uma unidade epocal se caracteriza pelo conjunto de idéias, de concepções, esperanças, dúvidas, valores, desafios, em interação dialética com seus contrários, buscando plenitude. A representação concreta de muitas destas idéias, destes valores, destas concepções e esperanças, como também os obstáculos ao ser mais dos homens, constituem os temas da época.»

Surpresa! Uma frase que faz sentido. Esquecendo a boçalidade do termo "unidade epocal", o autor está se referindo ao ambiente intelectual de uma época, usando a velha ideia Hegeliana de tese, antítese e síntese, que foi adotada por Marx.
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Alan Watts

Offline Sergiomgbr

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Re:Livros que não consegui ler
« Resposta #95 Online: 16 de Julho de 2015, 13:53:56 »
Pedagogia do Oprimido - de Paulo Freire

Embora o livro não seja extenso, com pouco mais de 100 páginas, a linguagem é confusa, com termos inventados ou palavras às quais o autor atribui um sentido peculiar, sem contudo definir claramente esse sentido. Muitas vezes, não há um encadeamento lógico entre um parágrafo e o seguinte, entre uma frase e a próxima, entre uma ideia e outra. Nesse aspecto, lembra muito o estilo do Alcorão. Paulo Freire tem um cacoete de separar os prefixos dos radicais das palavras (co-laboração, ad-mirar, re-criar). Há muitas passagens com sentido obscuro, muitas repetições, citações de supostas autoridades em educação (como Mao, Lênin, Che, Fidel e Frantz Fanon) e menções frequentes a que se vai voltar ao assunto depois ou a que já se tratou dele antes.

Logo na introdução, somos brindados com esta afirmação: “Se a sectarização, como afirmamos, é o próprio do reacionário, a radicalização é o próprio do revolucionário. Dai que a pedagogia do oprimido, que implica numa tarefa radical cujas linhas introdutórias pretendemos apresentar neste ensaio e a própria leitura deste texto não possam ser realizadas por sectários.”

O esforço para entender não vale a pena.

Você esqueceu de citar o link da resenha:
http://veja.abril.com.br/blog/rodrigo-constantino/cultura/pedagogia-do-oprimido-uma-resenha-devastadora-do-mais-famoso-livro-de-paulo-freire/

Tentei ler esse livro mas, de fato, ele é muito chato. Sem falar que fiquei realmente com a impressão de que se tratava menos de uma obra sobre educação do que sobre doutrinação marxista. Como não li, evitarei afirmar isso categoricamente, mas os seguintes trechos citados na resenha acima parecem emblemáticos:

Citação de: Paulo Freire
1) «Na verdade, não há eu que se constitua sem um não-eu. Por sua vez, o não-eu constituinte do eu se constitui na constituição do eu constituído. Desta forma, o mundo constituinte da consciência se torna mundo da consciência, um percebido objetivo seu, ao qual se intenciona. Daí, a afirmação de Sartre, anteriormente citada: “consciência e mundo se dão ao mesmo tempo”.»

Trecho confuso e, até onde percebi, pseudo-profundo.

Ora, eu diria que há aí uma paráfrase claramente delineada dos contornos de uma intenção límbica tácita no confronto entre a ação do âmago e a sua projeção distorcida no eu alterno como extrínseco do "si" mesmo.

Citação de: Paulo Freire
2) «O ponto de partida deste movimento está nos homens mesmos. Mas, como não há homens sem mundo, sem realidade, o movimento parte das relações homens-mundo. Dai que este ponto de partida esteja sempre nos homens no seu aqui e no seu agora que constituem a situação em que se encontram ora imersos, ora emersos, ora insertados.»

Tradução: o ponto de partida está nos homens e no seu ambiente.

Sim, mas não é tão simples. Veja que há um hiato entre a objetificação e o que se poderia chamar de "transumância" da intencionalidade nesse interim. Mundo-homem. Homem-homem. Mundo-homem-mundo!

Citação de: Paulo Freire
3) «Sem ele [o diálogo], não há comunicação e sem esta não há verdadeira educação. A que, operando a superação da contradição educador-educandos, se instaura como situação gnosiológica, em que os sujeitos incidem seu ato cognoscente sobre o objeto cognoscível que os mediatiza.»

Tradução: ahm...eh...O diálogo é importante?

Citação de: Paulo Freire
4) «Esta é a razão pela qual o animal não animaliza seu contorno para animalizar-se, nem tampouco se desanimaliza.»

Tradução: creio que nem o autor sabia o que estava querendo dizer.

Bom, o "animal" a que o autor se refere na verdade é a precipitação do julgamento arcano da consciência frente ao julgamento ponderado, já imerso culturalmente que destila um componente paradoxalmente renovador de toda essa conjuntura antropocêntrica da consciência, não há como negar.

Citação de: Paulo Freire
5) «Somente na medida em que os produtos que resultam da atividade do ser “não pertençam a seus corpos físicos”, ainda que recebam o seu selo, darão surgimento à dimensão significativa do contexto que, assim, se faz mundo.»
Confirmação do meu arrazoado anterior!

Citação de: Paulo Freire
6) «Porque, ao contrário do animal, os homens podem tridimensionalizar o tempo (passado-presente-futuro) que, contudo, não são departamentos estanques.» Alguém pode me dizer como é possível tridimensionalizar o tempo?

Tradução: os animais vivem no presente. O resto é bullshit pseudo-profunda.
Bom, nomeadamente não se vive no presente. Aliás, se vive, mas toda funcionalidade é orientada no passado. Nem a luz que vemos de uma lâmpada  é no presente.

Quanto à dúvida sobre tridimensionalidade expressa pelo autor, é interessante que se perceba que a unidimensionalidade é observada através da bidimensionalidade(e pelas outra dimensionalidades sucedâneas) e esta pela tridimensionalidade e esta pela quadridimensionalidade mas a dimensão responsável pela observação da quadridimensionalidade não é observável, o que talvez indique que há uma quinta dimensão mas não uma sexta.

Citação de: Paulo Freire
7) «Uma unidade epocal se caracteriza pelo conjunto de idéias, de concepções, esperanças, dúvidas, valores, desafios, em interação dialética com seus contrários, buscando plenitude. A representação concreta de muitas destas idéias, destes valores, destas concepções e esperanças, como também os obstáculos ao ser mais dos homens, constituem os temas da época.»

Surpresa! Uma frase que faz sentido. Esquecendo a boçalidade do termo "unidade epocal", o autor está se referindo ao ambiente intelectual de uma época, usando a velha ideia Hegeliana de tese, antítese e síntese, que foi adotada por Marx.
Mas a palavra "epocal" foi sublime!
« Última modificação: 16 de Julho de 2015, 13:59:47 por Sergiomgbr »
Até onde eu sei eu não sei.

 

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