A evolução capacitou-nos totalmente durante meio bilhão de anos e a sua utilidade é incontestavel e mesmo soluços ou arrotos querem nos dizer "algo" evolutivamente falando
A evolução funciona da seguinte forma: previlegia características adaptativas, sim, mas também deixa passar qualquer coisa que pode ser completamente inútil, desde que não incapacite significativamente a reprodução. Em muitos casos, pode até deixar passar verdadeiros estorvos, desde que estejam associados, ainda que bem indiretamente, a outras vantagens.
Alguma dessas coisas, podem ser inclusive efeitos colaterias de adaptações. Soluços podem ser inúteis, serem um tipo de defeito/"bug" do sistema nervoso que foi possibilitado por causa da estrutura selecionada para outra função mais defensável. Como soluços não matam, e não afetam suficientemente negativamente na quantidade de descendentes que as pessoas podem ter, eles continuarão existindo, mesmo que não signifiquem absolutamente nada.
Igualmente as sensações tidas em EQMs não precisam representar qualquer vantagem adaptativa para evoluírem, basta que o sistema nervoso e sensorial que foi efetivamente selecionado por suas capacidades mais comumente usadas no mundo real (inteligência, cognição), possibilite esse bug eventual, e que esse bug eventual não represente uma mortalidade suficientemente grande para eliminar todos os indivíduos com a estrutura nervosa que permite esse bug.
De forma similar, humanos ainda tem os dentes do siso em muitos casos. Eles são desde ausentes, até presentes e minimamente incômodos, até incômodos medianos, e apenas em casos excepcionais, podem matar. Mas são inúteis, e estão aí. Não tem como defender que a evolução selecionou populações que tenham os dentes do siso apenas de vez em quando porque nessas proporções de ausência, presença mínima e fatalidade eles formam um conjunto adaptativo. Não, não é necessário supor nada disso. Temos os dentes do siso porque descendemos de animais com o maxilar maior, que diminuiu (por outras razões, possivelmente relacionadas a coisas como dieta, volume craniano, ou seleção sexual) ficando num tamanho médio que de vez em quando permite um espaço para mais um dente.
E se existissem tais mecanismos geneticos eu posso afirmar conclusivamente que posso ter genes "teistas" ou "espiritualistas" ou mesmo genes que me tenderiam a ser "ateista", o que acho absurdo do ponto de vista genetico. Ou se houvesse genes de "EQM" ou aprendizados evolutivos neste campo, realmente poderiamos acreditar conclusivamente que as experiencias "religiosas" são algo confortador e que tiveram realmente efeitos beneficos a evolução humana pois a evolução capacitou genes a reproduzi-la em nossos descendentes.
EQM não tem provavelmente qualquer causa genética, como umas pessoas especificamente terem genes para EQM; isso na verdade é raro para quase todos os caracteres, que são produtos de uma soma de vários outros genes, e do desenvolvimento. Os "genes para EQM" são os genes do cérebro humano normal, compartilhados por todos os seres humanos, e em boa parte compartilhados por vários outros animais.
E praticamente não tem mais nada a ver com o que foi dito anteriormente, mas realmente pode ser que religiões ou predisposição genética ao comportamento religioso tenha evoluído por representar aptidão (mais numerosidade da prole com as mesmas características). Religiões são um fenômeno social, e temos certamente os genes para um cérebro de um animal social; eu apostaria que não há nada especificamente no cérebro para o comportamento social da religião, me parece mais apenas um dos comportamentos possibilitados dentro de um espectro mais amplo de possibilidades dadas pelo cérebro, mas pode ser que tenha mesmo algo um pouco mais específico, o que de forma alguma chegaria ao nível de especificidade de haver genes para religiões específicas, e bem possivelmente nem mesmo que o fato de uma pessoa ser religiosa ou não, teísta ou não, seja um reflexo de alguma variação genética, porque o desenvolvimento mental é muito mais que a divisão celular formando o tecido cerebral.
Outro ponto a ser considerado é que muitas pessoas que tiveram EQM puderam comprovar a veracidade de suas observações pelos sons da sala, pessoas que sairam ou chegaram, objetos que entraram ou foram retirados que foram comparados com os relatos dos pacientes.
Isso só diz que a pessoa estava consciente do que acontecia ao seu redor, não diz que de fato a consciência saiu flutuando do cérebro, e que se a pessoa morresse, não iria "apagar".