Ser livre de influência religiosa é diferente de ser ateísta ou deísta. Uma pessoa religiosa pode muito bem preferir a moral utilitarista ou a kantiana à lista de podes e não-podes da sua igreja, pois nenhuma dessas opções é incompatível com a existência de Deus e a fé em Jesus Cristo. Por isso o correto é dizer que essa forma de moral é secular.
Um cristão pode ser deísta, sem dar importância à Bíblia como sagrada, e tendo uma religião muito pessoal e flexível.
Existem hoje muitas pessoas que se designam católicos não praticantes, que nem sequer conhecem a Bíblia e são laicos, liberais, racionalistas e, como consequência, têm a sua moral aprendida pela experiência.
Os gnósticos incentivam a independência, ao rejeitarem livros como autoridades absolutas e acreditarem que cada pessoa pode ter uma revelação particular, destinada à sua própria pessoa.
Os gnósticos cristãos acreditavam (não sei como é agora) que o deus que criou o mundo é malévolo (acho que associam ao Javé), e que um outro deus colocou uma potência de de divindade nos humanos, por misericórida, com oportunidade de libertarem-se deste mundo.
A História mostra que diversas personalidades importantes na Ciência, eram religiosos (talvez muitos tivessem aparência por determinadas circunstâncias, mas há muitos casos que mostram não ser assim, como em Newton e Kepler). Mas elas pareciam ter um certo afastamento em relação às doutrinas impostas ou da moda, e eram flexíveis em relação às suas crenças e moralidades.
Há quakers (que são cristãos místicos, ou seja, tolerantes e flexíveis em relação às crenças e aceitando revelações pessoais) foram importantes em certas descobertas científicas, nomeadamente na química e medicina (por exemplo, John Dalton e Lavoisier eram quakers), e os membros dessa religião foram muito apoiantes da libertação dos escravos negros americanos, segundo diz Carl Sagan em "The Demon-Haunted World" com um exemplo e citações.