No contexto da sociedade brasileira, concordo. Em outros países não há essa expectativa insana e hipócrita de que seja preciso um curso superior para merecer um salário digno.
Mas eu propus a sociedade brasileira e inclusive citei o valor em real para sobressaltar isso. E tenho receio de citar outros países porque não conheço.
Cabe examinar que tipo de exclusão é essa. Eu não poria CD-ROMs no mesmo grau de necessidade "legítima" que um salário de subsistência digna tem.
O que pega é que o Brasil tem uma pirâmide sócio-econômica de fazer chorar.
Todo tipo de exclusão, Luis. Não apenas as necessidades básicas devem ser pesadas, mas claro, principalmente elas. O exemplo do CD foi bem fútil sim e propositalmente.
Nós somos humanos - a gente não quer só comer, a gente quer comer e quer fazer amor.
O legal não é justo, embora o ilegal também não seja. O justo é que as pessoas tenham oportunidade, não somente de sobreviver, mas também de viver, e legalmente - isso não está ao alcance de todos.
Por exemplo: um pai pobre e honesto pode não ter oportunidade de presentear o filho legalmente, mas pode ter a aoportunidade de fazê-lo ilagalmente, comprando um brinquedo falsificado. O que é legal, nós sabemos.
Mas o que é justo: que esse pai presentei o filho, mesmo que de forma ilegal, que é o que ele pode fazer ou que ao dê filho, junto com a frustração, o exemplo de que o legal deve sempre ser respeitado, embora não seja justo?
E o que é mais delicado: nada prova que um bom exemplo seja melhor que um bom presente. Ambos podem surtir tanto bons quanto maus efeitos. Talvez a questão seja a "medida" das coisas, mas até é isso é difícil de determinar.