Um trabalho forçado, especialmente um trabalho pesado como foi sugerido mais cedo, terá muito provavelmente o efeito contrário. E francamente, não é como se nossas cadeias não fossem brutalizantes de menos.
Concordo que há a possibilidade de o preso se rebelar com o trabalho forçado, mas há algo melhor? Eu não acho. A própria detenção também é contra a vontade do preso, e ninguém sugere que não se prendam pessoas havendo a possibilidade de rebelião.
Sobre trabalhos pesados como quebrar pedras, talvez estes serviços forçados mais pesados poderiam ser destinados aos presos mais rebeldes. Mas de qualquer forma, se há a necessidade de pedras para uma creche da comunidade, presos irão quebrar até o último pedregulho.
Só fico imaginando o absurdo que seria: o vagabundo que pichou prédios e depredou o patrimônio público se negando a trabalhar para pagar à sociedade e sendo sustentado na prisão pelo estado. Se ele se negasse a trabalhar, iria morrer de inanição.
Posso ter parecido radical, mas não sou a favor de abusos. Sou a favor de que o preso arque com os danos cometidos e que também saia da prisão reabilitado. Acho a maior sacanagem o preso ser tratado como um cidadão honesto qualquer. Há gente no mundo que só falta fazer carinho em detentos.
Quanto a pagar o preso… para falar a verdade a idéia não me agrada muito também, mas considere o seguinte: ao sair da cadeia o preso tipicamente encontra resistência e preconceito (pós-conceito, dir-se-ia). Uma quantia de dinheiro depositada poderia ser um incentivo a ele não cair em tentação por algum tempo logo depois de ser libertado.
Concordo que, nos casos em que ele não possui bens, ele sairia com uma mão na frente e outra atrás e isto seria um problema. Acho que o mais certo então seria a construção de albergues para abrigar este pessoal recém libertado, até que encontrassem trabalho e conseguissem moradia. Ou melhor: nestes albergues os recém libertados poderiam ter a oportunidade de trabalhar para o estado, agora sim, de maneira remunerada e com a livre escolha de trabalhar ou não.
Mas pagar para preso, de jeito nenhum.