Descreva a maneira que encara o atéismo, Raphael!
Tudo bem. Vou tentar ser sucinto.
Acredito que ateísmo, por si só, se defina como total "falta" de deus, mas acho que é algo além disso. Não sou absoluto em tudo o que afirmo. Acredito que a posição na qual mais me conforta é que deus nenhum existe, que deus nenhum criou nada do que vejo, que o que eu vejo são meras interpretações neuroquímicas geradas por células especializadas que fazem com que assim seja. Quando olho pra uma árvore, pro mar, pro mundo, ou pra um espermatozóide, não atribuo isso a alguma divindade. Acredito que acreditar em alguma divindade seja mais satisfatório, mas muito ingênuo.
O fator sentir-se bem é muito levado em conta aqui, mas não me sentiria bem em acreditar que um deus me criou, que um deus fez e faz o que vejo ou o que sinto, prefiro me contentar com uma verdade menos "egoísta".
Meu ateísmo não é dogmático como o de muitos (pois apesar de achar que não há coerência entre ser ateu e dogmático, eu respeito quem pense assim), meu atéismo é simples, aberto a dúvidas, sou livre-pensador, e por isso, minhas conclusões são auto-corretivas, não me satisfaço com respostas prontas e pouco complexas em relação a aquilo que tenho como verdade.
A minha crítica sobre o seu ponto é sobre a negação ou descrença em deus, é que ao afirmar isso, automaticamente estarei atribuindo à existência de algum deus, no qual eu não acredito nele e nego a sua existência.
Pra mim, deuses, por si só, não existem, por isso, não preciso negar nem desacreditar em deuses, simplesmente "sei" que não existem. Este sei está entre aspas para não conotar egocêntrico.
Bem, resumidamente, é isso.
Abraços.
Ps-A ciência também me ajuda em muito em ser ateu.