Mimi: nada contra bacharelado. O que me incomoda, e muito, é o grau exacerbado em que se diferenciam os ganhos e prestígio entre a formação técnica e a assim chamada formação superior. E principalmente o exagero estonteante que é a supervalorização do Direito.
Amon: louco eu sou, mas por que está mudando de assunto?

Falando sério, o modelo atual de sistema jurídico, no qual advogado é uma profissão dedicada em vez de, digamos, uma perícia a ser ensinada no ensino médio, me preocupa sobremaneira porque alimenta o problema e cria um círculo vicioso no qual ter melhores noções de direito se torna cada vez mais necessário e mais caro. Apesar das boas intenções de alguns, não é solução, é combustível para o problema.
Uma das possibilidades de solução seria uma combinação de ênfase na formação profissional, redução do desnível da pirâmide sócio-econômica, cultivo de cidadania política e adoção do direito comum em vez do romano aqui no Brasil. Mas isso pode levar gerações, e nem mesmo há uma consciência de que tais mudanças sejam necessárias.