Todas as discussões sobre a possibilidade de vida extraterrestre envolvem o debate sobre a validade da equação Drake, equação criada por Carl Sagan e Frank Drake, para demostrar que é plausível até encontrar vida inteligente em buscas científicas por ela:
N=R* x fp x ne x fl x fi x fc x L
N= número de civilizações em nossa galáxia capazes de se comunicar
R*= velocidade de formação de uma estrela durante a existência de uma galáxia
fp= fração de estrelas que possuem planetas em sua órbita
ne= média dos planetas, por estrela, com as condições para garantir o surgimento e a evolução da vida.
fl= fração de planetas em que a vida de fato vai surgir
fi= fração de planetas em que a vida inteligente se desenvolverá
fc= fração desses planetas que desenvolverão civilizações técnicas, com potencial para se comunicar
L=duração dessa civilização
Ernst Mayr, biólogo evolucionista falecido em 2005 e crítico da equação Drake diz que "fi" e "fc" são superdimensionados:
"O desenvolvimento do cérebro humano é uma mutação que não necessariamente trouxe vantagens evolutivas à espécie. Foi uma aposta que deu certo até agora, mas nada indica que continuará dando*".E conclui:
"Quando se coloca na equação a variável de que os homens só desenvolvem cultura quando vivem em sociedades humanas e, antes, são cuidados por mães e pais até o fim da puberdade, a complexidade dos processos de produção de uma civilização tecnológica atinge um grau tal que talvez não possa ser repetido em nenhum outro lugar*".
Não deixo de concordar com Mayr e adiciono a complexidade de uma outra variável: a probabilidade da origem da vida.Quão plausível é surgir vida em condições ambientais de outros planetas?Se temos dificuldades para saber quais eram as condições iniciais da Terra primeva (fato que traz complicações ao programa de pesquisa sobre a abiogênese), quem dirá a de outros planetas.Outra coisa: até agora, nossas ondas de rádios mais "antigas" já percorreram mais de 70 anos-luz e nada de resposta de ETs.
Referência:
*Corrêa cit.Mayr(2007)."Uma nova Terra".Veja, edição 2006, 2 de maio de 2007.