Então vamos à resposta. Se for piada, como toda piada, é uma forma de crítica que pode ou não ser boa. Como qualquer expressão humana pode ser ruim ou boa, elevada ou baixa, trivial e grosseira ou sublime e indelével. A quem cabe os critérios de julgamento? A cada pessoa em particular. Elas vão colocar seus preconceitos, seus interesses, suas fraquezas, sua inteligência a serviço da avaliação. A conclusão é única e pessoal. É uma piada boa? Contém uma boa idéia? Transmite uma mensagem inteligente? Ou é apenas uma piada ruim? Contém um amontoado de preconceitos? Transmite uma mensagem pífia?
Ora, se minha mãe for puta e eu quiser esconder a minha vergonha indignando-me ante a verdade sou um pobre dum hipócrita que nada merece além do escárnio das pessoas. Se ela não for puta isso não deve ter importância, afinal ela não é. Mas esse é um caso muito pessoal, caso da mãe do Quereu. De que me vale ser filho da santa, melhor ser filho da outra... Lalalá, lalalá.
Pergunto-me quais os critério que tornarão impedidas as piadas. Quem se atreverá a fazê-lo? Talvez os amáveis muçulmanos; ou quem sabe um sábio possa estabelecer os critérios definitivos, um livro de regras como o corão ou a bíblia ou o talmude, só que em vez de preceitos santos, preceitos humorísticos tipo: "Não gracejarás em vão", "Não rirás dos anões", "Contemplará os palhaços de alma limpa sem um sorriso nos lábios", e coisas assim.
Eu, da minha parte, serei um pecador renitente. Continuarei rindo à socapa de toda a santidade desses homens que só produzem cloacas.