Autor Tópico: Mortalidade e sentido da vida (era: Avó Crente, o que você faria?)  (Lida 8850 vezes)

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Offline Dr. Manhattan

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Mortalidade e sentido da vida (era: Avó Crente, o que você faria?)
« Resposta #50 Online: 14 de Maio de 2007, 14:37:59 »
Bem, primeiro acho importante separar (mais uma vez) os tipos de medo: existe o medo instintivo que nos ataca nos momentos de
perigo [1], do medo, digamos assim, neurótico, aquele que nos pega no meio da noite. O primeiro é impossível
evitar, e existe pelos motivos já discutidos aqui, mas o segundo é de natureza bem distinta, penso eu. E acredito que esse tipo de
medo é passível de ser derrotado. Eu diria até que eu já o derrotei (mas confesso que talvez eu só diga isso por estar com boa
saúde e não ter uma profissão perigosa :) ). Pelo menos posso dizer que, na única vez em que flertei seriamente com a morte, meus
únicos pensamentos eram: 1) "Que vergonha eu causar esse incômodo para meus colegas" e 2) "Como eu queria estar numa praia do
Nordeste agora!" [2]


[1] Por exemplo, morro de medo de turbulência em avião.
[2] Eu estava completamente encharcado... desidratado... a temperatura tinha caído para alguns gráus negativos... estávamos no meio de uma
floresta... sem rádio... e eu estava ficando azul [3].
[3] "I got by with a little help from my friends". E o dia nasceu azul, com tudo coberto de neve :)
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Alan Watts

Offline Galthaar

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Mortalidade e sentido da vida (era: Avó Crente, o que você faria?)
« Resposta #51 Online: 14 de Maio de 2007, 14:42:05 »


Concordo, vamos explicar melhor o tipo de medo que estamos discutindo.

É o medo do fim da consciência, de simplesmente não mais existir.
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Offline Daniboy

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Mortalidade e sentido da vida (era: Avó Crente, o que você faria?)
« Resposta #52 Online: 14 de Maio de 2007, 14:54:51 »


Concordo, vamos explicar melhor o tipo de medo que estamos discutindo.

É o medo do fim da consciência, de simplesmente não mais existir.
É a mesma coisa, pelo menos para a pessoa que morreu.
"Afirmar que "Deus fez isso" não é nada mais do que uma admissão de ignorância vestida enganadoramente como uma explicação."
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"Sou ateu apenas porque Deus não existe. Se existisse e fosse como dizem as religiões, eu o odiaria!"

"Os teístas distorcem seus conhecimentos devido a suas crenças, os ateus distorcem suas crenças devido a seus conhecimentos."

Offline Dr. Manhattan

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« Resposta #53 Online: 14 de Maio de 2007, 15:08:33 »


Concordo, vamos explicar melhor o tipo de medo que estamos discutindo.

É o medo do fim da consciência, de simplesmente não mais existir.
É a mesma coisa, pelo menos para a pessoa que morreu.
Não, para o morto é irrelevante, pois ele está... bem... morto. :)
O medo só é um problema para quem está vivo e saiba que, no caso de fobias, ele pode diminuir bastante sua qualidade de vida.
Um desses medos existe por um momento específico (seguido de alívio caso haja escapatória), enquanto o outro pode assombrar sua vítima
por bastante tempo...
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Mortalidade e sentido da vida (era: Avó Crente, o que você faria?)
« Resposta #54 Online: 14 de Maio de 2007, 16:18:43 »


Concordo, vamos explicar melhor o tipo de medo que estamos discutindo.

É o medo do fim da consciência, de simplesmente não mais existir.
É a mesma coisa, pelo menos para a pessoa que morreu.
Não, para o morto é irrelevante, pois ele está… bem… morto. :)
O medo só é um problema para quem está vivo e saiba que, no caso de fobias, ele pode diminuir bastante sua qualidade de vida.
Um desses medos existe por um momento específico (seguido de alívio caso haja escapatória), enquanto o outro pode assombrar sua vítima
por bastante tempo…

Que seja, deixar de existir, cessar a consciência etc, isso de forma irreversível. Falo isto antes que venha alguém falar em estado de coma etc.
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Offline Luis Dantas

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Mortalidade e sentido da vida (era: Avó Crente, o que você faria?)
« Resposta #55 Online: 14 de Maio de 2007, 19:04:40 »
38 anos, nenhum filho, nenhum medo da morte.
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Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

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« Resposta #56 Online: 14 de Maio de 2007, 19:07:41 »
Galthaar, parece que você está igualando o conteúdo dos genes à essência do ser em cada pessoa.  Acho isso questionável, principalmente em seres humanos que vão além da expressão genética e constroem culturas.

É possível defender a tese de que no ser humano houve um salto; a evolução deixou de ser genética e passou a ser (pelo menos potencialmente) memética.   O ser humano é _capaz_ de ser guiado pelos instintos de preservação genética que o trouxeram até aqui... mas também é capaz de transcender esses instintos conscientemente e escolher rumos que favoreçam outras coisas além dos próprios genes.

E na minha opinião deve fazê-lo.
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Offline Barata Tenno

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« Resposta #57 Online: 15 de Maio de 2007, 07:40:59 »
26 anos nenhum filho ( que eu saiba) e nenhum medo de "estar" morto, mas medo de sofrer na morte......
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline Dr. Manhattan

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« Resposta #58 Online: 15 de Maio de 2007, 08:21:27 »
34 anos, nenhum filho, e também nenhum medo de "estar" morto. Mas medo de doenças & sofrimento na morte.
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Mortalidade e sentido da vida (era: Avó Crente, o que você faria?)
« Resposta #59 Online: 15 de Maio de 2007, 08:40:04 »
56 anos (quase lá) ,dois filhos , sem medo da morte . Medo de ficar paralítico ou preso numa cama muito tempo , dando trabalho a outros .

Offline Galthaar

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« Resposta #60 Online: 15 de Maio de 2007, 11:42:12 »
Galthaar, parece que você está igualando o conteúdo dos genes à essência do ser em cada pessoa.  Acho isso questionável, principalmente em seres humanos que vão além da expressão genética e constroem culturas.

É possível defender a tese de que no ser humano houve um salto; a evolução deixou de ser genética e passou a ser (pelo menos potencialmente) memética.   O ser humano é _capaz_ de ser guiado pelos instintos de preservação genética que o trouxeram até aqui… mas também é capaz de transcender esses instintos conscientemente e escolher rumos que favoreçam outras coisas além dos próprios genes.

E na minha opinião deve fazê-lo.

Dantas,

Não estou igualando o ser ao conteúdo genético pelo simples fato que conheço a participação da evolução cultural, que é regida pelos mesmos princípios da evolução genética, ou seja, valores que influenciam na sobrevivência do indivíduo, sejam genéticos ou não, sofrem seleção do ambiente.

O medo da morte sofre influência cultural também, mas possui um princípio genético. Sempre defendi que ocorre a evolução cultural e isto é perceptível em meus posts. Mas não podemos negar que a "base" que é afetada pela cultura possui primórdios puramente genéticos; desta base participam os desejos mais fortes como sobrevivência e vontade de poder, por exemplo.

E concordo que o ser humano pode e deve transcender o instinto genético, como já falei anteriormente: conhecer um processo não significa defendê-lo ou desejar participar dele. Peço que não confundam opiniões e estudo sobre fatos com moralidade baseada neles.

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Offline Diegojaf

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Mortalidade e sentido da vida (era: Avó Crente, o que você faria?)
« Resposta #61 Online: 15 de Maio de 2007, 12:13:14 »
24 anos, absolutamente nenhum medo de morrer, mas nem por isso, com vontade de que ocorra... :hihi:

Também não quero ficar muito velho, pois minha família tem um histórico bem tenebroso na 3ª idade... ¬¬
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

http://umzumbipordia.blogspot.com - Porque a natureza te odeia e a epidemia zumbi é só a cereja no topo do delicioso sundae de horror que é a vida.

Offline Luis Dantas

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Mortalidade e sentido da vida (era: Avó Crente, o que você faria?)
« Resposta #62 Online: 15 de Maio de 2007, 14:40:56 »
Não estou igualando o ser ao conteúdo genético pelo simples fato que conheço a participação da evolução cultural, que é regida pelos mesmos princípios da evolução genética, ou seja, valores que influenciam na sobrevivência do indivíduo, sejam genéticos ou não, sofrem seleção do ambiente.

Isso é discutível - e depende do que você entende por sobrevivência do indivíduo e por seleção do ambiente.

Citar
O medo da morte sofre influência cultural também, mas possui um princípio genético.

Um princípio genético, e não raro um fim memético também... :)

Citar
Sempre defendi que ocorre a evolução cultural e isto é perceptível em meus posts. Mas não podemos negar que a "base" que é afetada pela cultura possui primórdios puramente genéticos; desta base participam os desejos mais fortes como sobrevivência e vontade de poder, por exemplo.

Mais fortes sempre, dogmaticamente e invariavelmente?  Isso foi provado?  Quando, onde, como?  Só porque algo está na base não se segue automaticamente que seja determinante.

Citar
E concordo que o ser humano pode e deve transcender o instinto genético, como já falei anteriormente: conhecer um processo não significa defendê-lo ou desejar participar dele. Peço que não confundam opiniões e estudo sobre fatos com moralidade baseada neles.

Está havendo essa confusão então?  Onde?
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Offline CyberLizard

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Mortalidade e sentido da vida (era: Avó Crente, o que você faria?)
« Resposta #63 Online: 15 de Maio de 2007, 21:47:10 »
Bem, eu tenho 20 anos, sem filhos e sem nenhum medo de estar morto e nenhuma revolta ou insatisfação com o fato que eu vou morrer.

Vocês já pensaram como seria viver para sempre? Acho que isso sim seria terrível. Para sempre é para sempre mesmo, não são 500 anos nem 500 milhões de anos, mas um tempo infinito. Isso sim, aquilo que afirmam muitas religiões é que seria uma coisa terrível. Imaginem o tédio de uma existência eterna. Para quê fazer qualquer coisa agora se eu tenho um tempo infinito pela frente e se, não importa o que eu faça, isso vai me entreter por um tempo finito e insignificante. A vida eterna, não importa se é passada em um vale vulânico cheio de enxofre ou um bosque florido com rios de mel, seria uma coisa terrível. Isso iria elouquecer qualquer um.

Acho uma existência finita uito mais agradável, pois ela coloca significado em nossas ações. Todos os dias eu acordo e levo adiante meus projetos porque sei que tenho um tempo finito e, portanto preciosíssimo que não deve ser desperdiçado, mas sim aproveitado em cada momento. Eu gosto de pensar na morte. Toda vez que eu lembro que irei um dia estar morto apodrecendo em um caixão, me sinto mais preparado para enfrentar o meu dia. A morte me lembra quais são as coisas realmente importantes em minha vida e quais são as coisas fúteis e desnecessárias.

É claro, que se eu pudesse escolher, eu viveria um período de talvez uns 200 anos. Mas como eu não posso mudar ou interferir nisso, acho uma perda de tempo idiota. Pensem que a vida é como um jogo de xadrez. Você pode se mostrar insatisfeito com a posição atual das peças no tabuleiro e se esforçar para mudar isso seguindo as regras do xadrez. Chamo isso de insatisfação produtiva. Por outro lado, você pode, se mostrar insatisfeito com a posição das peças no tabuleiro e começar a lamentar sobre as regras do jogo: "Que droga! Por que a rainha tem que ser tão poderosa? Se ela se movesse como um peão, eu não estaria perdendo o jogo!". Chamo isso de insatisfação cretina e infantil. Lamentar o fato de que não é imortal e passar a aproveitar cada momento da vida e cuidar da saúde é uma insatisfação produtiva. Agora ficar se lamentando com a mortalidade e ficar sentindo medo disso, eu chamo de insatisfação cretina e infantil. Acho uma imensa bobagem nos revoltarmos contra algo que não pode ser mudado, ou que dadas as condições atuais, não temos como alterar.

Offline Galthaar

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« Resposta #64 Online: 16 de Maio de 2007, 02:28:33 »

Dantas,

O desejo de sobrevivência deve ser mais forte em relação aos outros pelo simples motivo de que sem ele, não haveria multiplicação de entidades replicantes, e desta forma, outros desejos não derivariam dele, é uma consequência lógica.

Como uma entidade consciente cujo desejo mais poderoso não seja a sobrevivência e vontade de poder poderia existir? Ela conseguiria manter-se possuindo um desejo mais forte que estes?

O ser humano, queira ou não, possui uma pré-programação genética, que pode ser manipulada pelo ambiente, e como "ambiente" em evolução, considero tudo o que pode inluenciar na unidade evolutiva, inclusive a interação com outras unidades. Genes e memes não estão separados, pois evoluem em conjunto.




Cyber Lizard,

Como você sabe que a mortalidade não pode ser modificada?

E caso a imortalidade se torne possível, isso não significa necessariamente que o ser seja "obrigado" a viver para sempre.

Como a morte coloca um significado na vida? A vida não teria significado sem a morte?

Se aproveitar cada momento é agradável, porque não querer mais momentos para experimentar?

« Última modificação: 16 de Maio de 2007, 02:32:07 por Galthaar »
"A dominação social no capitalismo, no seu nível mais fundamental, não consiste na dominação das pessoas por outras pessoas, mas na dominação das pessoas por estruturas sociais abstratas constituídas pelas próprias pessoas."

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Offline Luis Dantas

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« Resposta #65 Online: 16 de Maio de 2007, 02:45:45 »
O desejo de sobrevivência deve ser mais forte em relação aos outros pelo simples motivo de que sem ele, não haveria multiplicação de entidades replicantes, e desta forma, outros desejos não derivariam dele, é uma consequência lógica.

Se você está falando de uma forma geral ao longo da história da formação da humanidade, eu concordo. 

Mas essa é uma tendência geral da coletividade, útil na preservação da espécie que tem sido bem sucedida.

Não é uma lei universal irrevogável ou suprema, e não nos diz nada sobre o que acontece com indivíduos específicos.

Citar
Como uma entidade consciente cujo desejo mais poderoso não seja a sobrevivência e vontade de poder poderia existir?

Da mesma forma que efetivamente existe em grandes quantidades nas culturas contemporâneas: sendo protegido por outros.

Citar
Ela conseguiria manter-se possuindo um desejo mais forte que estes?

Enquanto o meio social o proteger com suficiente dedicação, sim, conseguiria.  A sociedade atual é bastante defensiva e até mesmo superprotetora em muitos sentidos.

Citar
O ser humano, queira ou não, possui uma pré-programação genética, que pode ser manipulada pelo ambiente, e como "ambiente" em evolução, considero tudo o que pode influenciar na unidade evolutiva, inclusive a interação com outras unidades. Genes e memes não estão separados, pois evoluem em conjunto.

Parte do conceito de meme é a constatação de que eles não são meras extensões dos genes, mas pelo contrário, podem impulsionar a favor de ações que não seriam recomendáveis para a preservação da informação codificada nos genes do mesmo indivíduo - e não é raro que o façam.

Citar
Cyber Lizard,

Como você sabe que a mortalidade não pode ser modificada?

Um pouco de raciocínio econômico, ecológico e filosófico mostra que a mortalidade não é apenas incontornável, mas também necessária e até mesmo desejável.

Citar
E caso a imortalidade se torne possível, isso não significa necessariamente que o ser seja "obrigado" a viver para sempre.

Como a morte coloca um significado na vida? A vida não teria significado sem a morte?

É possível que teria um vestígio de significado, mas só em situações francamente utópicas, fictícias até.  Ainda assim não seria mais do que uma caricatura do sentido que tem na situação presente de mortalidade.

Citar
Se aproveitar cada momento é agradável, porque não querer mais momentos para experimentar?

Porque o ser humano não tem de ser escravo dos próprios instintos animais que herdou de seus ancestrais sem capacidade de raciocínio abstrato... :)
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« Resposta #66 Online: 16 de Maio de 2007, 03:14:22 »


Dantas,

Creio que devo ter me expressado mal, pois por "entidade", pretendi que você entendesse toda a espécie e não um indivíduo. É claro que pode haver indivíduos sem estes desejos na sociedade, mas o ser humano não existiria se o desejo de sobrevivência não fosse mais forte. A evolução não selecionaria desejos que não estivessem relacionados a sobrevivência.
Estou falando que de modo geral, se você colocar o desejo de sobrevivência do ser humano em segundo plano, a humanidade tenderá a não existir.

Eu nunca disse que os memes são extensões dos genes, apenas que utilizam o meio criado por eles como substrato e que sem este meio não podem se propagar, pelo menos por enquanto.

Dantas, por favor, me demonstre como a mortalidade pode ser incontornável, e porque é necessária e desejável? Desejável por quem?

A vida tem algum significado que não seja o que queiramos dar para ela? Até onde sei, não há de onde extrair significado da vida senão do próprio ser.

Aproveitar cada momento não significa ser escravo de seus instintos, pois pode-se até manipulá-los, como de fato fazemos.

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« Resposta #67 Online: 16 de Maio de 2007, 03:34:18 »
Dantas, por favor, me demonstre como a mortalidade pode ser incontornável, e porque é necessária e desejável? Desejável por quem?

Aí já não estamos mais no campo do que é possível demonstrar cientificamente.  Mas a grosso modo a mortalidade é incontornável porque a vida individual é um processo, e processos tem um início e um fim.  Em alguns casos o fim é a transformação no início de outro processo, bem entendido.

A mortalidade é necessária e desejável porque o antigo deve eventualmente abrir espaço para o novo.  Isso é verdade tanto no sentido estético quanto no religioso.  Ou até mesmo no sentido ecológico e inclusive no sentido médico.

Citar
A vida tem algum significado que não seja o que queiramos dar para ela?

Pergunta profunda.  Não merece uma resposta apressada.

Citar
Até onde sei, não há de onde extrair significado da vida senão do próprio ser.

Qual ser?

O ser individual ou a coletividade? 

O indivíduo é o meio pelo qual se busca sintonia e participação no todo da coletividade.
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« Resposta #68 Online: 16 de Maio de 2007, 03:47:27 »

Respeitosamente, não concordo com a idéia de que o velho deve dar lugar para o novo; você me mostrou alguns cenários em que a morte pode ser desejável, sob alguns pontos de vista, mas isto de forma nenhuma é uma regra. Nada em lugar nenhum indica que o velho deva dar lugar ao novo senão o próprio processo evolutivo, mas creio que ambos concordamos que a moralidade não deve ser extraída de um processo inconsciente.

O significado da vida só faz sentido se analisado pelo ser, pois a coletividade não é consciente.

P.S.: Gostaria de propor a você, como editor, transportar esta discussão para um novo tópico, pois penso que o assunto deste já está sendo desvirtuado.

Um abraço caloroso,
Boa Noite.
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« Resposta #69 Online: 16 de Maio de 2007, 04:41:00 »
Respeitosamente, não concordo com a idéia de que o velho deve dar lugar para o novo;

A alternativa é estagnação e decrepitude.

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você me mostrou alguns cenários em que a morte pode ser desejável, sob alguns pontos de vista, mas isto de forma nenhuma é uma regra. Nada em lugar nenhum indica que o velho deva dar lugar ao novo senão o próprio processo evolutivo, mas creio que ambos concordamos que a moralidade não deve ser extraída de um processo inconsciente.

Mas autopreservação é um instinto inconsciente também, não?


Citar
O significado da vida só faz sentido se analisado pelo ser, pois a coletividade não é consciente.

A coletividade é mais sã (porque tem mecanismos de avaliação mútua e correção de rumo mais eficazes) do que o indivíduo, e potencialmente tão consciente quanto a soma de seus indivíduos.
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Offline CyberLizard

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Re: Mortalidade e sentido da vida (era: Avó Crente, o que você faria?)
« Resposta #70 Online: 16 de Maio de 2007, 10:27:01 »

Cyber Lizard,

Como você sabe que a mortalidade não pode ser modificada?

Bem, que eu saiba a medicina e a ciencia nao estao avancadas o suficiente para impedir a morte. Pode ate ser que no futuro isso mude. Mas esta eh a nossa realidade no presente.

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E caso a imortalidade se torne possível, isso não significa necessariamente que o ser seja "obrigado" a viver para sempre.
Realmente. O ideal seria que cada um escolhece o momento de sua morte, pois a vida eterna  seria um fardo, nao uma recompensa. Eu so escrevi aquilo criticando a visao religiosa de muitos de que a alma eh imortal. Acho que a maior parte das pessoas que acredita nisso, nunca parou ara pensar como seria viver para sempre.

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Como a morte coloca um significado na vida? A vida não teria significado sem a morte?
Nos lembrando de sermos humildes. Nos mostrando que no final, apesar de nossa aparente superioridade, no final de nossas existencias, temos o mesmo fim que qualquer bacteria, verme ou celenterado. Todos nos somos apenas produtos de um meio. Nao somos deuses como gostamos de pensar. A morte tambem nos lembra que nossa existencia eh finita e merece ser aproveitada em cada momento. Um dia perdido jamais podera ser recuperado. Por isso, carpe diem!  Nao se preocupe com coisas futeis e desnecessarias! Se preocupe apenas com aquilo que voce julga ser realmente imortante em sua vida.

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Se aproveitar cada momento é agradável, porque não querer mais momentos para experimentar?
Realmente, como comentei, o ideal seria poder escolher quando encerrar nossas existencias. O ideal seria ter a nossa vontade controlando o processo. O ideal seria ter uma existencia livre de problemas e sofrimento em um mundo no qual a justica (ou o nosso senso de justica particular) imperasse.

Mas nao vivemos em um mundo ideal. Vivemos no mundo real. Nele, a imortalidade nao existe, tampouco existem deuses, anjos e demonios. Devemos aceitar que o mundo em que vivemos eh diferente do mundo no qual gostariamos de viver. Acho que ficar se lamentando quanto as regras de nosso mundo eh infrutifero. Eh perda de tempo ficar se entristecendo com isso.

Offline FxF

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Re: Mortalidade e sentido da vida (era: Avó Crente, o que você faria?)
« Resposta #71 Online: 16 de Maio de 2007, 18:47:53 »
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Mas nao vivemos em um mundo ideal. Vivemos no mundo real. Nele, a imortalidade nao existe, tampouco existem deuses, anjos e demonios. Devemos aceitar que o mundo em que vivemos eh diferente do mundo no qual gostariamos de viver. Acho que ficar se lamentando quanto as regras de nosso mundo eh infrutifero. Eh perda de tempo ficar se entristecendo com isso.
É, mas também tem que lembrar que esse não é o item nº 1 da lista de "mundo ideal" de todos…
Deixa eu ver, vida eterna não ficaria em primeiro lugar, ô coisa chata virar uma celebridade nos dias de hoje e ainda ser taxado de iluminado ou demônio…
Antes disso acho que eu iria pedir super-poderes.
Respeitosamente, não concordo com a idéia de que o velho deve dar lugar para o novo; você me mostrou alguns cenários em que a morte pode ser desejável, sob alguns pontos de vista, mas isto de forma nenhuma é uma regra. Nada em lugar nenhum indica que o velho deva dar lugar ao novo senão o próprio processo evolutivo, mas creio que ambos concordamos que a moralidade não deve ser extraída de um processo inconsciente.

O significado da vida só faz sentido se analisado pelo ser, pois a coletividade não é consciente.

P.S.: Gostaria de propor a você, como editor, transportar esta discussão para um novo tópico, pois penso que o assunto deste já está sendo desvirtuado.

Um abraço caloroso,
Boa Noite.
De certa forma pode estar certo, de certa forma errada.
Mudar de geração agora, por exemplo, tivemos a revolução sexual, destruindo vários tabús das gerações anteriores. Mas também devemos lembrar de problemas que grandes atualizações em governos geraram…

Offline CyberLizard

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Re: Mortalidade e sentido da vida (era: Avó Crente, o que você faria?)
« Resposta #72 Online: 17 de Maio de 2007, 11:21:24 »
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Mas nao vivemos em um mundo ideal. Vivemos no mundo real. Nele, a imortalidade nao existe, tampouco existem deuses, anjos e demonios. Devemos aceitar que o mundo em que vivemos eh diferente do mundo no qual gostariamos de viver. Acho que ficar se lamentando quanto as regras de nosso mundo eh infrutifero. Eh perda de tempo ficar se entristecendo com isso.
É, mas também tem que lembrar que esse não é o item nº 1 da lista de "mundo ideal" de todos…
Deixa eu ver, vida eterna não ficaria em primeiro lugar, ô coisa chata virar uma celebridade nos dias de hoje e ainda ser taxado de iluminado ou demônio…
Antes disso acho que eu iria pedir super-poderes.
É, eu também iria preferir ter superpoderes. O que eu mais queria era ter o poder de controlar o tempo. No meu mundo ideal, com um estalo de dedos, eu queria poder paralizar a passagem do tempo para tudo ao redor, menos para mim. E quando eu paralizasse o tempo, apesar de eu poder me mover e interagir com objetos, o meu envelhecimento deveria ser suspenso até que eu estalasse os dedos novamente e fizesse tudo voltar ao normal... Infelizmente, o mundo é bastante diferente do que seria o mundo ideal para mim.

Mas acho que meio que inconscientemente, a maioria das pessoas deseja sim que elas tenham uma alma imortal (sem pensar muito no que isso significa) e que existam deuses, anjos (que atuem como super-heróis e resolvam seus problemas) e demônios (é preciso alguém para jogar a culpa pelas suas falhas). Isso explica o sucesso das religiões. Mesmo que não seja o número 1 da lista, a imortalidade ou o controle da morte é algo que muitos realmente desejam. E diante do fato de que isso não é possível, muitas pessoas começam a ficar tristes e a se lamentar. "Oh! Mundo cruel! Eu vou morrer um dia! Eu não queria que fôsse assim!". Acho isso uma estupidez. Eu nunca fico me lamentando "Oh, que droga de realidade! Eu queria poder paralizar o tempo, mas as leis da física não deixam! Droga de realidade, droga de mundo!" Acho isso insensatez. As pessoas tem que se lembrar de que são adultas e que é inútil tentar se rebelar contra leis da física ou contra o metabolismo e desenvolvimento de organismos. Devemos nos resignar às regras da realidade.

Offline Daniboy

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Re: Mortalidade e sentido da vida (era: Avó Crente, o que você faria?)
« Resposta #73 Online: 17 de Maio de 2007, 13:47:44 »
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Mas nao vivemos em um mundo ideal. Vivemos no mundo real. Nele, a imortalidade nao existe, tampouco existem deuses, anjos e demonios. Devemos aceitar que o mundo em que vivemos eh diferente do mundo no qual gostariamos de viver. Acho que ficar se lamentando quanto as regras de nosso mundo eh infrutifero. Eh perda de tempo ficar se entristecendo com isso.
É, mas também tem que lembrar que esse não é o item nº 1 da lista de "mundo ideal" de todos…
Deixa eu ver, vida eterna não ficaria em primeiro lugar, ô coisa chata virar uma celebridade nos dias de hoje e ainda ser taxado de iluminado ou demônio…
Antes disso acho que eu iria pedir super-poderes.
É, eu também iria preferir ter superpoderes. O que eu mais queria era ter o poder de controlar o tempo. No meu mundo ideal, com um estalo de dedos, eu queria poder paralizar a passagem do tempo para tudo ao redor, menos para mim. E quando eu paralizasse o tempo, apesar de eu poder me mover e interagir com objetos, o meu envelhecimento deveria ser suspenso até que eu estalasse os dedos novamente e fizesse tudo voltar ao normal… Infelizmente, o mundo é bastante diferente do que seria o mundo ideal para mim.

Mas acho que meio que inconscientemente, a maioria das pessoas deseja sim que elas tenham uma alma imortal (sem pensar muito no que isso significa) e que existam deuses, anjos (que atuem como super-heróis e resolvam seus problemas) e demônios (é preciso alguém para jogar a culpa pelas suas falhas). Isso explica o sucesso das religiões. Mesmo que não seja o número 1 da lista, a imortalidade ou o controle da morte é algo que muitos realmente desejam. E diante do fato de que isso não é possível, muitas pessoas começam a ficar tristes e a se lamentar. "Oh! Mundo cruel! Eu vou morrer um dia! Eu não queria que fôsse assim!". Acho isso uma estupidez. Eu nunca fico me lamentando "Oh, que droga de realidade! Eu queria poder paralizar o tempo, mas as leis da física não deixam! Droga de realidade, droga de mundo!" Acho isso insensatez. As pessoas tem que se lembrar de que são adultas e que é inútil tentar se rebelar contra leis da física ou contra o metabolismo e desenvolvimento de organismos. Devemos nos resignar às regras da realidade.
No meu mundo ideal não existiria corrupção, nem pobreza, não só no Brasil como no mundo todo, aliás, que Brasil o que? Não existiriam paises, o mundo seria unido e não haveriam guerras, nem religiões para separar as pessoas, empresas que doam tudo que lucram...

Seria um comunismo utópico que na realidade é improvável.
"Afirmar que "Deus fez isso" não é nada mais do que uma admissão de ignorância vestida enganadoramente como uma explicação."
Peter Atkins

"Sou ateu apenas porque Deus não existe. Se existisse e fosse como dizem as religiões, eu o odiaria!"

"Os teístas distorcem seus conhecimentos devido a suas crenças, os ateus distorcem suas crenças devido a seus conhecimentos."

Offline FxF

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Re: Mortalidade e sentido da vida (era: Avó Crente, o que você faria?)
« Resposta #74 Online: 18 de Maio de 2007, 03:07:30 »
Como não existiriam barreiras e religiões, quando se trata de seres humanos?

Aliás, há questões mais profundas quanto a mudar a realidade... não é "malvado" um mundo onde organismos morrem e tem de se alimentar de outros? Mas aí não estaríamos derrubando o funcionamento da seleção natural e evolução? Dá para esquentar a cabeça... =)

 

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