Autor Tópico: O Milagre do Emprego  (Lida 10740 vezes)

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Offline Pilantrólogo

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Re:O Milagre do Emprego
« Resposta #75 Online: 02 de Dezembro de 2014, 18:20:57 »
Se não estão, é porque não querem. Nada as impede de captar os profissionais mais capacitados, mas mal remunerados, destas empresas. Se outras empresas não são proibidas de oferecerem um salário justo e os profissionais não são proibidos de trabalharem em outras empresas que ofereçam salários melhores, no que diabos o Estado se meteria? Obrigaria as empresas a oferecerem o salário que ele acha justo? Obrigaria os empregados a trabalharem em outra empresa que ofereça salários melhores?

(Apenas um parêntese: O que foi referido como sendo "apenas um punhado de empresas" é representado por gigantes da indústria. Empresas que têm tentáculos crescendo em todas a direções e que vira e mexe absorvem outras companhias).

A prática ilegal dessas empresas tem impacto não somente sobre os salários daqueles que já estão no mercado como também daqueles que estão entrando. São pessoas à quem, em sua grande maioria, não são oferecidos o salário e os benefícios de um funcionário experiente da Google/Disney, e que acabarão por ganhar menos do que deveriam caso tal conlúio não existisse.

Ok. Existe a hipótese/possibilidade de que empresas menores (i.e. os donos de empresas menores) poderiam se aproveitar dos efeitos dessa prática para se beneficarem. Qual seria a relevância dessa hipótese para o caso? É um tipo de compensação? É um efeito secundário positivo para a indústria?
 
O Estado, via Departamento de Justiça Americano, se vira como pode, levando o caso a julgamento e impondo o pagamento de multas (que, nesse caso, estão na casa dos bilhões) por violação de leis antitruste. No mais, no caso dos EUA, eu sinceramente não sei.
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Offline Geotecton

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Re:O Milagre do Emprego
« Resposta #76 Online: 21 de Dezembro de 2014, 09:26:49 »
Ué, são apenas um punhado de empresas, não TODAS as empresas. Se isso está ocorrendo, ótimo para empresas um pouco menores, que têm a chance de conseguir profissionais super capacitados das empresas que estão fazendo "cartel" de salários baixos.
Haveria alguma evidência de que essas "empresas um pouco menores" estão realmente se beneficiando, ao ponto de compensar a prática ilegal de conlúio entre as empresas maiores para manter os salários da indústria baixos?

Esta "prática" é considerada ilegal no EUA?
Foto USGS

Offline Pilantrólogo

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Re:O Milagre do Emprego
« Resposta #77 Online: 21 de Dezembro de 2014, 10:02:02 »
Ué, são apenas um punhado de empresas, não TODAS as empresas. Se isso está ocorrendo, ótimo para empresas um pouco menores, que têm a chance de conseguir profissionais super capacitados das empresas que estão fazendo "cartel" de salários baixos.
Haveria alguma evidência de que essas "empresas um pouco menores" estão realmente se beneficiando, ao ponto de compensar a prática ilegal de conlúio entre as empresas maiores para manter os salários da indústria baixos?

Esta "prática" é considerada ilegal no EUA?

Meu pobre conhecimento da legislação americana não me permite afirmar se, dentro do código deles, haveria uma descrição da dita "prática".
Eu acredito que viole as leis antitruste deles devido aos efeitos (esses sim, previstos) [e pelo fato de ter havido intenção da parte dos dirigentes das empresas de se obter tais efeitos]* , que é justamente por onde o U.S. Department of Justice está avançando no processo.

*Adicionado na edição
« Última modificação: 21 de Dezembro de 2014, 10:35:08 por Pilantrólogo »
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Offline Gauss

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Re:O Milagre do Emprego
« Resposta #78 Online: 11 de Dezembro de 2016, 14:51:31 »
Tem a ver com o tema... Eu acho.

Citar
Por que as leis trabalhistas prejudicam o trabalhador?


(Imagem meramente provocativa. E real. :twisted: :twisted: )

Nossas leis trabalhistas estão reunidas na chamada CLT. Foram inspiradas na Carta del Lavoro do fascismo italiano e surgiram em nosso país na ditadura de Vargas, da mesma maneira que surgiram na Argentina na ditadura peronista. A nossa Constituição de 1988 sancionou as leis laborais de Vargas; nos dois casos impera a visão paternalista do legislador, provavelmente cheia de boas intenções, mas de consequências ruinosas para os trabalhadores e toda a sociedade brasileira.

As leis trabalhistas brasileiras mais do que duplicam o valor das folhas de pagamentos, comprometendo a competitividade dos produtos brasileiros no exterior e estimulando a substituição do fator relativamente menos escasso (o trabalho) pelo mais escasso (o capital na forma de máquinas e tecnologia). Na realidade, elas conspiram contra o nível de emprego e a eficiência média da economia nacional, mantendo o padrão de vida dos brasileiros abaixo do que poderia ser na ausência daquelas leis.

O salário mínimo tem por finalidade “assegurar” um mínimo de renda de subsistência para o trabalhador menos qualificado. É exatamente esse trabalhador que tende a ser despedido nos momentos de dificuldade de qualquer empresa (ou não ser contratado). O salário mínimo prejudica especialmente os mais pobres, que são os menos qualificados.

A legislação relativa à mulher empregada tem a nobre finalidade de proteger o sexo “frágil”, mas acaba discriminando-o. Ao encarecer enormemente a remuneração devida às trabalhadoras, as leis trabalhistas levam os empregadores a contratar homens no lugar de mulheres.

Deformações como essas, que dramatizam as diferenças entre boas intenções e más consequências, são típicas da nossa legislação trabalhista, que engessa, entorpece e entorta o mercado laboral.

Não há espaço aqui para ir além dos poucos exemplos. Mas o espaço restante comporta ainda algumas críticas adicionais. O paternalismo das leis trabalhistas brasileiras é tal que chegou a inspirar-se nas leis penais que privilegia o réu: in dubio, pro reu, ou seja, havendo dúvida, é o trabalhador que deve ser privilegiado, em detrimento do empregador. É o mesmo tipo de orientação que os partidários da Justiça Alternativa adotam.

Mais ainda, o empregado não pode abrir mão de seus “direitos”, o que torna ainda mais engessado o mercado de trabalho que no caso brasileiro, não é a rigor um mercado, e cada vez vê mais reduzida a sua capacidade de empregar. Esse impedimento gera, entre outras coisas, desemprego, economia informal e crimes. (…)

É preciso que se compreenda que o mercado de trabalho, para ser mercado e gerar eficiência, deve propiciar a livre pactuação de contratos eficazes e assegurar a liberdade de entrada de novos trabalhadores no mercado, o que implica a inexistência das reservas de mercado, criadas pela regulamentação de profissões. O sindicalismo deve ser voluntário, e o imposto sindical deve ser abolido.

Países europeus estão passando por dificuldades atuais em seus mercado de trabalho devido às suas leis paternalistas que geram desemprego. Por que motivo o resultado seria diferente entre nós?


Nota: Artigo retirado do livro de crônicas Og Leme, um liberal, editado pelo Instituto Liberal em 2011.

https://www.institutoliberal.org.br/blog/por-que-leis-trabalhistas-prejudicam-o-trabalhador/
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

 

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