E tem outra coisa, também. A gente já estabeleceu que a maior parte das doenças é causada pelos hábitos do doente.
Agora, quem é recorre à saúde pública? Quem é que tem ACESSO às orientações para levar uma vida saudável? O pobre é que não é. Em certo grau, pagar o monte de impostos é distribuição de renda. Fosse o Brasil um país em que todos os cidadãos tivessem condições mínimas de sobrevivência, não ia precisar de um Estado gordão como o nosso, que cobra de todos o que nem todos usam. Mas é aquela coisa: são diversas etapas. Ainda que o Estado pesadão funcionasse, a gente ainda ia ter que trabalhar muito pra construção da igualdade liberal.
Quanto à pergunta inicial, o que resta, preto-no-branco, é o seguinte: ou se sobre-sobretaxa o consumidor de cigarro (e se cria taxas pra quem come gordura, açúcar, e se cria programas nacionais de prática de exercício físico e YOGA, etc); ou se cancela a saúde pública e o pobre que morrrrrra.
Agora, nós, nascidos no século XX, sabemos que essa polaridade (estatizar x liberalizar) é imbecil. Nenhum dos extremos é "justo".