Eu nem posso dizer que eu era triste. Na verdade, eu era muito, muito feliz. Deus nunca foi um velho repressor que ficava anotando os meus pecados (exceto pelo breve tempo que passei na Igreja Adventista). Era um amigo com quem eu podia contar e a fé realmente me dava forças nos momentos difíceis.
Mas no momento mais difícil ela faltou e as perguntas e dúvidas que eu sempre tive começaram a se fazer ouvidas. E aí fui lentamente virando ateu 
Tem horas (perto do Natal, por exemplo) em que eu gosto de entrar em igrejas vazias e passar uns minutos em reflexão. Às vezes eu me pergunto por que Deus escondeu Sua face de mim. Mas lá está o diabinho do ceticismo para me lembrar que, ou Ele não existe, ou escolheu não Se revelar - e nesse caso, não importa o que façamos.
E às vezes eu acho que não seria necessário muito para que eu volte a ter fé...
(Começando a frase pela décima vez para ver se consigo ser entendido).
Imagino que todos nós precisamos de um momento de tranquilidade para pensar naquelas coisas que são impossíveis de traduzir mas refletem a nossa forma de ver as coisas, ou nossa forma de tratar outros, ou um problema que precisamos entender com calma sem música, distrações cotidianas e demais.
Uma igreja se presta para isso. Como se prestaria a oca do pajá, ou o Templo de Diana. Para mim era o meio do mato, onde ia sozinho ou com amigos para conversar, subir numa árvore, ou simplesmente ficar olhando uma formiga ou um fungo e esperar que essa contemplação nos inspire e nos faça conseguir de novo a perspectiva correta para encarar os problemas do dia-a-dia.
Eu não vejo nada demais nisso. Um bom padre, aliás, também não acharia. Não faz sentido que haja pessoas certas para entrar num recinto como esse. E o recinto é só o local onde a sua mente se acostumo a encontrar o estado de espírito correto. Isto é, não é 'fraquejar' entrar numa igreja como você o faz.
Aliás, não reconhecer essas forças seria ignorância para com a mente humana.
Hoje não sei mais.