Autor Tópico: UFSM sempre indo atrás da UFRGS  (Lida 12092 vezes)

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Offline Rodion

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Re: UFSM sempre indo atrás da UFRGS
« Resposta #25 Online: 08 de Agosto de 2007, 01:43:41 »
Claro, os negros aprovados em sistemas de cotas são incompetentes, vão destruir o ensino universitário. A imensa desproporção existente nas universidade é devido a superioridade intelectual dos brancos, são mais capazes, tem seus méritos.  ::)

O racismo não existe no Brasil, e os estudos que apontam isso são manipulados.  ::)



a sua opinião então é que há algum nazi eugenista por aqui. incomodaria-se em apontar, então, quem e quando disse que brancos são intelectualmente superiores aos negros?
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Offline Luis Dantas

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Re: UFSM sempre indo atrás da UFRGS
« Resposta #26 Online: 08 de Agosto de 2007, 08:16:39 »
O Adriano está só zoando.
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Offline Adriano

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Re: UFSM sempre indo atrás da UFRGS
« Resposta #27 Online: 08 de Agosto de 2007, 10:29:19 »
Claro, os negros aprovados em sistemas de cotas são incompetentes, vão destruir o ensino universitário. A imensa desproporção existente nas universidade é devido a superioridade intelectual dos brancos, são mais capazes, tem seus méritos.  ::)

O racismo não existe no Brasil, e os estudos que apontam isso são manipulados.  ::)



a sua opinião então é que há algum nazi eugenista por aqui. incomodaria-se em apontar, então, quem e quando disse que brancos são intelectualmente superiores aos negros?


Não tem nada disso Bruno, é realmente um exagero, igual o exagero das imagens de bronzeamento para facilitar o vestibular. Na mesma linha. Eu fiquei incomodado com a brincadeira e fiz um comentário sarcástico. Mas é que as brincadeiras me pareceram algo racista. Mas até aí tudo bem, eu já li aqui em alguns tópicos sobre o tema que quem apóia as cotas é racista, fica a impressão de cada um, de forma subjetiva, o tema é polêmico. 

Pelo que pesquisei, a proporção de negros em universidades é baixa, tem muita desigualdade, e considerando esses dados qual é o motivo dessa desproporção? Tem estudos que apontam o racismo da nossa sociedade, é uma possibilidade. Eu considero essa, mas fica realmente a provocação, caso não seja isso o que será?
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Offline Luis Dantas

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Re: UFSM sempre indo atrás da UFRGS
« Resposta #28 Online: 08 de Agosto de 2007, 10:34:59 »
Poucas gerações atrás quase todos os negros eram escravos e economicamente muito desfavorecidos.  Essa desvantagem econômica tende a se propagar de uma geração para outra e a prejudicar vários aspectos da formação das famílias, principalmente o educacional.

O problema não está no acesso ao ensino superior, e sim na dificuldade em garantir iguais oportunidades no ensino básico e médio.  E mesmo aí o problema é mais sócio-econômico do que étnico ou racista.
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Offline Adriano

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Re: UFSM sempre indo atrás da UFRGS
« Resposta #29 Online: 08 de Agosto de 2007, 10:53:44 »
Mas nem por isso a discriminação positiva é ineficaz na busca da igualdade de oportunidades para a diversidade étnica e racial. As cotas estão sendo uma experiência e serão avaliados os resultados posteriormente.

A desigualdade econômica se confunde com o racismo em muitos aspectos, mas são situações distintas. Existe o racismo e existe a pobreza, e as ações afirmativas não impedem ações voltadas a inserção social dos mais pobres.
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Offline Luis Dantas

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Re: UFSM sempre indo atrás da UFRGS
« Resposta #30 Online: 08 de Agosto de 2007, 10:58:39 »
Mas nem por isso a discriminação positiva é ineficaz na busca da igualdade de oportunidades para a diversidade étnica e racial. As cotas estão sendo uma experiência e serão avaliados os resultados posteriormente.

No dia em que a conclusão do ensino médio com bom proveito for uma realidade para todas as camadas sócio-econômicas, talvez até valha a pena pensar nisso.  Supondo que a tal discriminação positiva (contradição de termos) tenha a ver com oportunidades e não com diplomas, o que é outra distorção um tanto óbvia.

Sinceramente, por que esperar para avaliar um monstrengo como esse?  Não é como se houvesse grandes dúvidas.

Citar
A desigualdade econômica se confunde com o racismo em muitos aspectos, mas são situações distintas. Existe o racismo e existe a pobreza, e as ações afirmativas não impedem ações voltadas a inserção social dos mais pobres.

Nem devem ser confundidas com estas...
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Offline Adriano

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Re: UFSM sempre indo atrás da UFRGS
« Resposta #31 Online: 08 de Agosto de 2007, 11:16:33 »
No dia em que a conclusão do ensino médio com bom proveito for uma realidade para todas as camadas sócio-econômicas, talvez até valha a pena pensar nisso.  Supondo que a tal discriminação positiva (contradição de termos) tenha a ver com oportunidades e não com diplomas, o que é outra distorção um tanto óbvia.
O ensino superior público é uma das melhores oportunidades no país, tem bom resultado acadêmico e profissional, é onde a elite do país se forma. Eu penso que as ações afirmativas vão contribuir para as mudanças sócio-econômicas, devem ser medidas tomadas em conjunto.

Sinceramente, por que esperar para avaliar um monstrengo como esse?  Não é como se houvesse grandes dúvidas.
É necessário avaliar para comprovar a sua eficácia, nem todos acreditam que pode ser útil.

Citar
A desigualdade econômica se confunde com o racismo em muitos aspectos, mas são situações distintas. Existe o racismo e existe a pobreza, e as ações afirmativas não impedem ações voltadas a inserção social dos mais pobres.

Nem devem ser confundidas com estas...

Mas é exatamente o que ocorre com as críticas em relação as cotas. As críticas apontam os aspectos socio-econômicos relativos ao ingresso nas universidades como se isso anulasse a questão racial.
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Offline Luis Dantas

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Re: UFSM sempre indo atrás da UFRGS
« Resposta #32 Online: 08 de Agosto de 2007, 11:34:28 »
O ensino superior público é uma das melhores oportunidades no país, tem bom resultado acadêmico e profissional, é onde a elite do país se forma. Eu penso que as ações afirmativas vão contribuir para as mudanças sócio-econômicas, devem ser medidas tomadas em conjunto.

Justiça social não se consegue através de uma minoria privilegiada, Adriano.  Isso supondo que você esteja certo no restante de suas afirmações, o que é discutível no mínimo.  Facilitar (e até mesmo isso só relativamente) o alpinismo social não tem muito a ver com justiça a não ser por acidente.


Citar
Mas é exatamente o que ocorre com as críticas em relação as cotas. As críticas apontam os aspectos socio-econômicos relativos ao ingresso nas universidades como se isso anulasse a questão racial.

Não anula, quem me dera.  Pelo contrário, a questão racial é agravada pelas cotas devido à tentativa de confundir a questão sócio-econômica com a racial.
« Última modificação: 08 de Agosto de 2007, 11:40:15 por Luis Dantas »
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Offline Adriano

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Re: UFSM sempre indo atrás da UFRGS
« Resposta #33 Online: 08 de Agosto de 2007, 11:47:03 »
O sistema de cotas é apenas uma das medidas de ações afirmativas que podem contribuir para a justiça social. O chamado preconceito velado parece persistir:

Citar
Primeiro, apareceram os raciocínios do tipo “isso é racismo ao contrário. Só porque é negro, passa na frente de quem não tem notas melhores...”. Me parece que nesse tipo de atitude está implícita (em muitos casos, de forma inconsciente) a idéia de que o racismo não é tão forte assim para justificar medidas iguais a essa. Trata-se do velho mito do suave racismo nacional. Como todo mito, tem suas raízes em nossa cultura. Florestan Fernandes disse uma vez que no Brasil existe preconceito contra o preconceito. Ou seja, falar mal de negros não pega bem. A cordialidade para com os negros serve como uma nuvem de fumaça que encobre a desigualdade social. É feio ser racista no convívio social, mas na hora de pagar salários e impor condições de trabalho a coisa não é nem um pouco bonita. 

Sergio Domingues
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Offline Herf

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Re: UFSM sempre indo atrás da UFRGS
« Resposta #34 Online: 08 de Agosto de 2007, 12:51:19 »
Não tem nada disso Bruno, é realmente um exagero, igual o exagero das imagens de bronzeamento para facilitar o vestibular. Na mesma linha. Eu fiquei incomodado com a brincadeira e fiz um comentário sarcástico. Mas é que as brincadeiras me pareceram algo racista.

Não foi tanto um exagero. Se você tiver na pele a cor considerada pelas comissões de pureza racial presentes nas universidades, você não precisará mais de uma nota tão grande para ser aprovado...
« Última modificação: 08 de Agosto de 2007, 17:41:08 por Procedure »

Offline Adriano

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Re: UFSM sempre indo atrás da UFRGS
« Resposta #35 Online: 08 de Agosto de 2007, 13:15:41 »
Cotas na universidade: sobre brancos desonestos e negros “de alma branca”

Uma das críticas mais comuns à política das cotas é a que acha que brancos desonestos vão se declarar negros para entrar na universidade. Quem a faz não entendeu como o racismo funciona no Brasil.

Em seu livro Jacobinos Negros, C.L.R. James explica como era entendida a mestiçagem na Ilha de São Domingos, a futura república do Haiti. A descendência de brancos, pretos e mestiços tinha 128 divisões, diz James. Por exemplo, “um filho de um branco com uma mestiça negra era considerada um quadrarão, com 96 partes de branco e 32 partes de preto”. Essas frações relativas entre si iam se combinando conforme a “mistura” do sangue e podiam chegar a 127 partes brancas e uma parte negra. Mas mesmo neste último caso o indivíduo era considerado negro, ou melhor, “de cor”.

Nos Estados Unidos, uma pessoa de ascendência negra também é considerada negra, ainda que seu antepassado africano esteja tão afastado no parentesco que ninguém a reconheça como afro-descendente olhando sua aparência.

No Brasil, acontece o contrário. Pouca gente lembra que o maior escritor brasileiro era negro. Machado de Assis chegou, no máximo, a ser reconhecido como “mulato”. O mesmo pode-se dizer do padre José Maurício Nunes Garcia, talvez nosso maior compositor sacro. E contemporâneo do também “mulato” Aleijadinho.

Nossa classe dominante nacional, branca, européia e racista não conseguiu apagar a origem negra desses gênios. Então, deu um jeito de dizer que quando ela se manifesta, o faz em sua forma mulata. A contribuição negra original seria aquela ligada ao trabalho braçal. Sua transformação em manifestação espiritual somente se explica como produto da contaminação pela “cultura superior” do branco. Uma evolução em que negros tornam-se menos negros.

Os exemplos de Machado, José Maurício e Aleijadinho poderiam ser citados como casos em que o talento aflora apesar dos preconceitos. Portanto, provariam o contrário do que quer a política de cotas. Mas, dizer isso seria o mesmo que condenar milhões a permanecer no analfabetismo, na pobreza, na fome, porque os verdadeiros gênios vencem todas as dificuldades. Os três exemplos citados se fizeram notabilizar apesar de sua condição social de discriminados. Mas se a discriminação não existisse, talvez pudéssemos citar mais 10 ou 20 casos parecidos.

Por outro lado, conhecemos a famosa consideração branca para com o “negro de alma branca”. Ela foi inventada por racistas, mas assumida pela população negra em geral. Na verdade, o famoso mito da democracia racial é a ditadura do mito do branco cordial em relação ao negro submisso. Algo surgido após a abolição para compensar o fato de que não havia como integrar os negros libertos no sistema de produção, já ocupado pela força de trabalho européia. Nesta situação, restou para o ex-escravo dois caminhos. O da mendicância e do favor e o da resistência e da luta. Ambos foram trilhados. Mas, a classe dominante bloqueou o segundo com firmeza. Episódios como a Revolta da Vacina ou o Levante da Armada foram esmagados sem piedade. E a história dos vencedores os classificou como rebeldias de um populacho desesperado e ignorante. Não como movimentos liderados por negros lutando para dar um rumo único para semi-escravos e proletários recém surgidos.

Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura. O ditado popular dá bem conta do processo de internalização da inferioridade da condição de negro que atacou os filhos e netos da continente africano. Esmagadas as revoltas, o caminho do favor e da mendicância foi pavimentado pela cordialidade cínica daqueles que foram senhores e passaram a ser patrões. Uma cordialidade que deveria envergonhar o negro pela revolta que sentia em sua condição de excluído. Que procurava fazê-lo aceitar sua cor como brutalidade e desculpá-la assumindo a pretensa bondade branca. Que queria, enfim, combinar sua origem negra com a “alma branca” e o tornar digno da convivência com quem o escravizou.

É certo que na última década assistimos ao surgimento (ressurgimento, é provável) do orgulho negro. É o caso dos “manos” do rap. Mas está para ser provado que essa consciência tenha chegado à maioria da população negra. Na verdade, tais manifestações ainda fazem parte do caminho da resistência e luta sempre interrompido violentamente pela classe dominante.

Infelizmente o mais provável é que os próprios negros tenham dificuldades em afirmar sua identidade. Que sintam constrangimentos em fazer valer seu direito às cotas. Que sejam chantageados pelo discurso de que as cotas são uma medida paternalista. Este tipo de chantagem tem que ser respondida com a verdade histórica. A verdade da condição de trabalhador escravo de um país que foi um dos últimos a abandonar essa forma de exploração da força de trabalho humana. A mais baixa e vil de todas. Mas esse será o tema de nosso próximo artigo, quando abordaremos as cotas como política de compensação e não apenas de afirmação.

Neste artigo faremos um ponto final dizendo que é importante considerar a reserva de vagas para negros na universidade uma política de afirmação. Afirmação porque leva a que as maiorias excluídas de um setor em desvantagem histórica como os negros se manifestem. Oferecer vagas em condições especiais para afro-descendentes em universidades é uma forma concreta de fazer pessoas que se escondem sob a condição de “parda”, “mulata”, “escura”, enxergarem a importância de se afirmarem negras. Ainda é pouco, em diversos sentidos. Mas de nenhuma maneira no sentido de impedir que tais políticas continuem a existir e sejam aplicadas.

A proverbial malandragem nacional fará das suas. Haverá aqueles de olhos claros, cabelos cor de palha e avós europeus que tentarão se aproveitar da situação. Mas serão minoria. Se é difícil para o negro se assumir como tal, que dirá para os brancos. Mas se entre esses últimos houver aqueles que falseiem sua origem étnica para tirar vantagem, sempre é possível fazer valer a lei, que prevê crime de falsidade ideológica e a correspondente punição. O que não se pode fazer é usar das possibilidades de fraude para considerar a regra como inaplicável.


http://www.espacoacademico.com.br/023/23cdomingues.htm

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Não foi tanto um exagero. Se você tiver na pele a cor considerada pelos comissões de pureza racial presentes nas universidades, você não precisará mais de uma nota tão grande para ser aprovado...

Fácil ver os possíveis problemas do sistema de cotas. Claro que tem aspectos negativos, mas a inserção social dos negros na elite brasileira, nos que determinam o rumo da sociedade é importante. A universidade pública tem um papel importante nessa formação. Ao meu ver negar a existência do racismo no país é a principal forma de preconceito, é o preconceito velado.
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Re: UFSM sempre indo atrás da UFRGS
« Resposta #36 Online: 08 de Agosto de 2007, 13:43:56 »
Puxa, mas que textozinho ruim esse que você citou Adriano! Eu gostaria de perguntar ao autor, porque seria, na sua visao, mais correto chamar alguem
que tem apenas um bisavô africano de negro, do que de mulato? Seria a "negritude" uma mácula, que passa de geracao a geracao? Acredito que chamar
algum mulato de mulato é algo até menos preconceituoso do que chamá-lo de negro [1].
E veja esse trecho:
Citar
Oferecer vagas em condições especiais para afro-descendentes em universidades é uma forma concreta de fazer pessoas que se escondem sob a condição de “parda”, “mulata”, “escura”, enxergarem a importância de se afirmarem negras.
Acho que a universidade deve oferecer vagas para pessoas que demonstrem competência. Nao importa a sua cor.
Pessoalmente, e acho que nao sou o único a pensar assim, estou pouco me lixando
se um engenheiro enxergou a importancia de se afirmar negro ao concluir seu curso. Estou interessado é em saber se as pontes e prédios que construiu
vao permanecer de pé.

[1] eu sou mulato, embora já tenha sido chamado de branco por muitos. [2]

[2] também já fui chamado de judeu (por um neonzista!) e de palestino... por palestinos.
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Offline Adriano

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Re: UFSM sempre indo atrás da UFRGS
« Resposta #37 Online: 08 de Agosto de 2007, 14:04:08 »
Acho que a universidade deve oferecer vagas para pessoas que demonstrem competência. Nao importa a sua cor. Estou interessado é em saber se as pontes e prédios que construiu vao permanecer de pé.

Esse é o ideal perseguido, mesmo com as cotas. Os que assim como eu acreditam que existe o racismo velado no Brasil, e tem diversos estudos apontando isso, percebem no ensino superior uma quantidade pequena de negros em relação aos brancos.

A cor da pele tem mais impacto do que a origem da pessoa, é isso que entendi desse texto e de outros. E sobre a competência dos negros que vão entrar no ensino superior, eu acho demagogia e sinceramente racismo. O que vai garantir a qualidade dos profissionais é o ensino oferecido. Tem muito mais pessoas competentes para cursar o ensino superior do que as quantidades de vagas oferecidas nas universidades públicas. 

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Offline Thufir Hawat

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Re: UFSM sempre indo atrás da UFRGS
« Resposta #38 Online: 08 de Agosto de 2007, 14:12:19 »
Mas há uma forma muito melhor de se quantificar esse efeito do "racismo velado".
Invista-se em educação de qualidade, do ensino básico ao médio. Se de alguma forma negros (mulatos, pardos e etc.) continuarem não ingressando na faculdade, ou mesmo depois de formados não tiverem oportunidades de emprego E brancos pobres tiverem ambos, então sim poderá-se culpar unicamente o racismo.
Com a vantagem de que essa solução beneficia não apenas a negros, mas a brancos pobres também
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Offline Adriano

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Re: UFSM sempre indo atrás da UFRGS
« Resposta #39 Online: 08 de Agosto de 2007, 14:25:52 »
A questão é alimentar, esse monstrengo, que é a idéia de que não há racismo no Brasil. Eu vi muitos estudos apontando o racismo, além de que, o sistema de cotas não inviabiliza nenhum desses investimentos que citou. Mesmo na educação superior o PROUNI é útil para garantir acesso ao ensino superior, onde acontece uma parceria do governo com o investimento privado na educação. É uma alternativa para os "incompetentes" da sociedade. Eu acredito muito no crescimento do setor privado na educação, e da própria internet como tendo muita influência nesse setor.
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Offline Thufir Hawat

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Re: UFSM sempre indo atrás da UFRGS
« Resposta #40 Online: 08 de Agosto de 2007, 14:34:10 »
Que há racismo no Brasil, há. A questão é até que ponto é esse racismo o responsável pela pouco ingresso de negros na Universidade Pública. Ou pelo menos se ele é mais responsável do que a péssima qualidade da educação.
Aliás acho estranho, e racista também, que não haja estudos sobre a porcentagem de brancos da escola pública que são aprovados no vestibular. Isso poderia ajudar a dar uma idéia do quanto se deve ao racismo e quanto à péssima qualidade da educação.
E é verdade, o sistema de cotas não inviabiliza, em teoria, os investimentos em educação. Mas lembre-se de que estamos no Brasil e não é de hoje que os governos (e os brasileiros em geral) tendem a trocar soluções definitivas pelas paliativas, desde que essas sejam mais populares, ou visíveis.
« Última modificação: 08 de Agosto de 2007, 14:38:12 por Thufir Hawat »
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Offline Adriano

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Re: UFSM sempre indo atrás da UFRGS
« Resposta #41 Online: 08 de Agosto de 2007, 15:18:31 »
Que há racismo no Brasil, há. A questão é até que ponto é esse racismo o responsável pela pouco ingresso de negros na Universidade Pública. Ou pelo menos se ele é mais responsável do que a péssima qualidade da educação.
Aliás acho estranho, e racista também, que não haja estudos sobre a porcentagem de brancos da escola pública que são aprovados no vestibular. Isso poderia ajudar a dar uma idéia do quanto se deve ao racismo e quanto à péssima qualidade da educação.
Tem dados gerais sobre o acesso:
Citar
Só 2% dos jovens negros chegam à Universidade. Entre os brancos, são 11%

O resultado de tudo o que dissemos até agora vai se manifestar no ensino superior. Apenas 11% dos brancos entre 18 e 25 anos ingressam na universidade, um absurdo para a 10a economia do planeta. Mas um absurdo suave diante do fato de que na população negra esse índice cai para 2% (dados do Programa Diversidade na Universidade do ministério da Educação, 2002). http://www.espacoacademico.com.br/026/26cdomingues.htm

E outras pesquisas sobre o ingresso de alunos de escolas públicas no ensino superior. De onde tira que não existem pesquisas sobre o assunto? Por desconhecer? Pelo que sei as propostas de cotas estão bem embasadas em diversos estudos acadêmicos.

E é verdade, o sistema de cotas não inviabiliza, em teoria, os investimentos em educação. Mas lembre-se de que estamos no Brasil e não é de hoje que os governos (e os brasileiros em geral) tendem a trocar soluções definitivas pelas paliativas, desde que essas sejam mais populares, ou visíveis.

Toda e qualquer argumentação a respeito é apenas teoria, por isso a implementação é a parte prática e será avaliada após um determinado período. E não considero as cotas como uma solução paliativa, e sim com grande influência no desenvolvimento social. Soluções definitivas não existem, e nem vejo essa medida como popular e sim o contrário.
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Offline Thufir Hawat

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Re: UFSM sempre indo atrás da UFRGS
« Resposta #42 Online: 08 de Agosto de 2007, 15:41:16 »
Tem dados gerais sobre o acesso:
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Só 2% dos jovens negros chegam à Universidade. Entre os brancos, são 11%

O resultado de tudo o que dissemos até agora vai se manifestar no ensino superior. Apenas 11% dos brancos entre 18 e 25 anos ingressam na universidade, um absurdo para a 10a economia do planeta. Mas um absurdo suave diante do fato de que na população negra esse índice cai para 2% (dados do Programa Diversidade na Universidade do ministério da Educação, 2002). http://www.espacoacademico.com.br/026/26cdomingues.htm

E outras pesquisas sobre o ingresso de alunos de escolas públicas no ensino superior. De onde tira que não existem pesquisas sobre o assunto? Por desconhecer? Pelo que sei as propostas de cotas estão bem embasadas em diversos estudos acadêmicos.

A pesquisa diz respeito a brancos e negros em geral, tanto estudantes de escolas particulares quanto públicas (ou pelo menos o texto não mostrou essa divisão). Logo não é surpresa que o número de brancos é bem maior, já que a maior parte dos alunos de escolas particulares é de brancos
Quis dizer que não conheço nenhuma pesquisa que leve em conta apenas estudantes de escola pública brancos e qual sua proporção de aprovação no vestibular em universidades públicas. Afinal, se for mostrado que esses tem aprovação semelhante a dos negros que estudam em escola pública é um indício de que o racismo por si só não é suficiente para explicar a baixa porcentagem de negros na universidade pública.

Toda e qualquer argumentação a respeito é apenas teoria, por isso a implementação é a parte prática e será avaliada após um determinado período.
Isso bem lá é verdade. Ainda assim me preocupa que um governo qualquer reserve x% de vagas para os negros, ou mesmo para todos os estudantes de escola pública e então anuncie: Pronto, agora x% dos estudantes de universidade pública vêm da escola público, logo o problema da educação está resolvido.

E não considero as cotas como uma solução paliativa, e sim com grande influência no desenvolvimento social. Soluções definitivas não existem, e nem vejo essa medida como popular e sim o contrário.
Você acha que as cotas devem ser permanentes Adriano? Ou que mesmo um aluno negro que tenha dinheiro e tenha estudado a vida toda na rede particular deva ter acesso à universidade pública através das cotas?
E solução definitiva há sim (pelo menos para a questão do ingresso em universidade pública), basta melhorar as condições do ensino básico público, torná-lo competitivo em relação ao particular.
« Última modificação: 08 de Agosto de 2007, 16:13:40 por Thufir Hawat »
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Offline Johnny Cash

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Re: UFSM sempre indo atrás da UFRGS
« Resposta #43 Online: 08 de Agosto de 2007, 16:18:04 »
Calma lá, Adriano, você acha que alguém somente pelo fato de ser negro deveria ter seu ingresso nas universidades, facilitado?

Offline Adriano

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Re: UFSM sempre indo atrás da UFRGS
« Resposta #44 Online: 08 de Agosto de 2007, 19:09:35 »
Calma lá, Adriano, você acha que alguém somente pelo fato de ser negro deveria ter seu ingresso nas universidades, facilitado?
Sim, eu sou a favor das cotas raciais, das ações afirmativas e contra o racismo. E esse "somente" não é tão simples assim, isso é o chamado racismo velado, não se ater ao racismo existente, pensar que existe igualdade.
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline Rodion

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Re: UFSM sempre indo atrás da UFRGS
« Resposta #45 Online: 08 de Agosto de 2007, 19:14:30 »
sim, você entendeu certo, gregor. você é um racista.
"Notai, vós homens de ação orgulhosos, não sois senão os instrumentos inconscientes dos homens de pensamento, que na quietude humilde traçaram freqüentemente vossos planos de ação mais definidos." heinrich heine

Offline Dr. Manhattan

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Re: UFSM sempre indo atrás da UFRGS
« Resposta #46 Online: 08 de Agosto de 2007, 19:24:01 »
Calma lá, Adriano, você acha que alguém somente pelo fato de ser negro deveria ter seu ingresso nas universidades, facilitado?
Sim, eu sou a favor das cotas raciais, das ações afirmativas e contra o racismo. E esse "somente" não é tão simples assim, isso é o chamado racismo velado, não se ater ao racismo existente, pensar que existe igualdade.
Adriano, apesar de reconhecer que existe racismo, considero as cotas raciais (principalmente se aplicadas no Brasil!) um método contraproducente de
se tentar estabelecer a igualdade racial. Como já foi dito aqui, a pouca presenca de negros na universidade, além do preconceito racial, reflete também
a baixa qualidade do ensino público (ver um post meu anterior, sobre o cursinho da UFC). O fato é que o peso desse segundo fator, pode ser (e eu tenho certeza que é) muito maior do que o fator racial.
As cotas sao entao uma "solucao" que nao resolve quase nada. Pior: elas podem acabar aumentando o racismo.

Um exemplo: a universidade em que estudei costumava (nao sei se isso ainda ocorre tanto) receber muitos alunos de medicina que entravam através de
transferências de outras universidades. Essa era, na grande maioria dos casos, uma forma marota de evitar a concorrência de um vestibular bastante
difícil. O resultado é que os alunos de medicina (e muitos professores também) tratavam esses transferidos como "estudantes de segunda classe". A
hostilidade era tao palpável, que alguns alunos "legitimos" chegavam a usar camisetas com críticas nada veladas aos transferidos. Sei também que alguns
professores mandavam esses alunos para o fundo da sala de aula.
Imagine agora essa situacao com alunos beneficiados pelas cotas?

P.S. Sugiro também que você evite ficar rotulando seus interlocutores. Na boa.
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Offline Adriano

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Re: UFSM sempre indo atrás da UFRGS
« Resposta #47 Online: 08 de Agosto de 2007, 20:09:07 »
sim, você entendeu certo, gregor. você é um racista.
Não tem nada disso, racismo velado é o preconceito do preconceito. É dizer que não se tem preconceito. Eu peço desculpa ao Gregor se ficou uma má impressão, mas eu também não gostei da pergunta, pois depois de expor bastante a minha opinião nesse tópico, ficou uma pergunta no sentido de eu justificar a minha postura. Eu acharia melhor ele postar a opinião dele e argumentar a favor.

Mas não liga não Gregor, vai perceber que sou um pouco chato, faz parte do meu perfil psicológico  :P

Calma lá, Adriano, você acha que alguém somente pelo fato de ser negro deveria ter seu ingresso nas universidades, facilitado?
Sim, eu sou a favor das cotas raciais, das ações afirmativas e contra o racismo. E esse "somente" não é tão simples assim, isso é o chamado racismo velado, não se ater ao racismo existente, pensar que existe igualdade.
Adriano, apesar de reconhecer que existe racismo, considero as cotas raciais (principalmente se aplicadas no Brasil!) um método contraproducente de
se tentar estabelecer a igualdade racial. Como já foi dito aqui, a pouca presenca de negros na universidade, além do preconceito racial, reflete também
a baixa qualidade do ensino público (ver um post meu anterior, sobre o cursinho da UFC). O fato é que o peso desse segundo fator, pode ser (e eu tenho certeza que é) muito maior do que o fator racial.
As cotas sao entao uma "solucao" que nao resolve quase nada. Pior: elas podem acabar aumentando o racismo.
O fator socio-econômico não exclui o fator racismo. Negro não é sinônimo de pobreza. As cotas não aumentão o racismo vão apenas expor o racismo da elite intelectual brasileira, dos jovens estudantes. É como a polícia federal que ao meu ver está atuando mais, e temos a impressão de que a corrupção está maior proporcionalmente. Eu penso que antes tinhamos mais corrupção acobertada, por baixo dos panos, e com o racismo penso que será assim também.

Um exemplo: a universidade em que estudei costumava (nao sei se isso ainda ocorre tanto) receber muitos alunos de medicina que entravam através de
transferências de outras universidades. Essa era, na grande maioria dos casos, uma forma marota de evitar a concorrência de um vestibular bastante
difícil. O resultado é que os alunos de medicina (e muitos professores também) tratavam esses transferidos como "estudantes de segunda classe". A
hostilidade era tao palpável, que alguns alunos "legitimos" chegavam a usar camisetas com críticas nada veladas aos transferidos. Sei também que alguns
professores mandavam esses alunos para o fundo da sala de aula.
Imagine agora essa situacao com alunos beneficiados pelas cotas?
Puro preconceito contra os outros transferidos. Mas eu penso que nesse embate, de valorização do negro como pessoa capaz tanto quanto os demais que será válido para amenizar o racismo. A própria instituição das cotas traz essa possibilidade de discussão. Os negros vão fazer o vestibular e apesar da concorrência menor vão fazer a mesma prova e terão as mesmas aulas. De qualquer maneira é melhor sofrer preconceito estudando e ganhando uma formação de qualidade.

O preconceito existe mesmo para quem não estuda, sempre os que estão nas universidades públicas se consideram melhores que os demais, e o mercado de trabalho também vê dessa forma. Vale a pena o esforço, e mesmo quem não quiser não se cadastra nas cotas, não é obrigatório.


P.S. Sugiro também que você evite ficar rotulando seus interlocutores. Na boa.
Tem razão, mas não tive intenção nenhuma de rotular. Eu falei de racismo velado, pois eu interpretei de forma ofensiva também, como se eu tivesse sendo racista, e sei que muitos pensam assim, é intuitivo. Como a sua opinião de que as cotas pioram o racismo, e já vi nesses tópicos declarações de quem é a favor das cotas é racista. Demorei um bom tempo para participar desse tipo de discussão, até por que não tinha opinião formada.   :|
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Offline Johnny Cash

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Re: UFSM sempre indo atrás da UFRGS
« Resposta #48 Online: 08 de Agosto de 2007, 22:09:18 »
Calma lá, Adriano, você acha que alguém somente pelo fato de ser negro deveria ter seu ingresso nas universidades, facilitado?
Sim, eu sou a favor das cotas raciais, das ações afirmativas e contra o racismo. E esse "somente" não é tão simples assim, isso é o chamado racismo velado, não se ater ao racismo existente, pensar que existe igualdade.

sim, você entendeu certo, gregor. você é um racista.
Não tem nada disso, racismo velado é o preconceito do preconceito. É dizer que não se tem preconceito. Eu peço desculpa ao Gregor se ficou uma má impressão, mas eu também não gostei da pergunta, pois depois de expor bastante a minha opinião nesse tópico, ficou uma pergunta no sentido de eu justificar a minha postura. Eu acharia melhor ele postar a opinião dele e argumentar a favor.

Mas não liga não Gregor, vai perceber que sou um pouco chato, faz parte do meu perfil psicológico  :P

Antes de externar minha opnião sobre tudo isso...
Só mais uma pergunta...

Adriano, então você acha que independente de origem, de onde estudou e  qualquer outra coisa, negros em geral, somente por serem negros são menos capazes de ingressarem em alguma universidade e devem ser favorecidos por algum esquema?

Offline Adriano

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Re: UFSM sempre indo atrás da UFRGS
« Resposta #49 Online: 08 de Agosto de 2007, 22:32:22 »
Calma lá, Adriano, você acha que alguém somente pelo fato de ser negro deveria ter seu ingresso nas universidades, facilitado?
Sim, eu sou a favor das cotas raciais, das ações afirmativas e contra o racismo. E esse "somente" não é tão simples assim, isso é o chamado racismo velado, não se ater ao racismo existente, pensar que existe igualdade.

sim, você entendeu certo, gregor. você é um racista.
Não tem nada disso, racismo velado é o preconceito do preconceito. É dizer que não se tem preconceito. Eu peço desculpa ao Gregor se ficou uma má impressão, mas eu também não gostei da pergunta, pois depois de expor bastante a minha opinião nesse tópico, ficou uma pergunta no sentido de eu justificar a minha postura. Eu acharia melhor ele postar a opinião dele e argumentar a favor.

Mas não liga não Gregor, vai perceber que sou um pouco chato, faz parte do meu perfil psicológico  :P

Antes de externar minha opnião sobre tudo isso...
Só mais uma pergunta...

Adriano, então você acha que independente de origem, de onde estudou e  qualquer outra coisa, negros em geral, somente por serem negros são menos capazes de ingressarem em alguma universidade e devem ser favorecidos por algum esquema?
A análise não é de modo individual e sim social. Eu considero os negros muito capazes tanto quanto qualquer outra pessoa, e por isso sou a favor das cotas. Não penso que os negros favorecidos pelas cotas vão fazer menos que outros.

O que eu não considero adequado é dizer que o vestibular é um meio de seleção perfeito e inviolável. O vestibular ao meu ver seleciona os mais preparados e não os mais capazes. O preparo é decorrente de diversas situações sociais e históricas que privilegiam alguns (brancos) em detrimento de outros e o motivo de negros não estarem proporcionalmente no ensino superior significa que tiveram um preparo menor, mas não que seja insuficiente para o bom aproveitamento de um curso de ensino superior.

Quanto a questão da pobreza como fator contrubuinte, é válido, mas esse é um dos fatos que indicam ainda mais o racismo de nossa sociedade pois a maioria dos pobres é negro. E ser negro não é sinônimo de pobreza, embora alguns queiram tratar o tema assim. Pobreza e racismo são problemas diferentes embora se relacionem no caso de negros pobres.
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