Autor Tópico: O que ensinam às nossas crianças  (Lida 11112 vezes)

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Offline Rodion

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Re: O que ensinam às nossas crianças
« Resposta #25 Online: 19 de Setembro de 2007, 19:29:05 »
tirar um livro de circulação não significa nada. o ensino vai continuar comunistóide, esse livrinho é só sintoma.
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Offline Ragnarok

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Re: O que ensinam às nossas crianças
« Resposta #26 Online: 22 de Setembro de 2007, 00:09:16 »
Olha, eu sou esquerdista ( apesar de não me considerar comunista)  mas acho totalmente errado uma coisa assim.

O estudo da história não pode ser ideológico. Ela deve ser um exemplo de pensamento crítico aplicado e motivar as pessoas a discutirem racionalmente o mundo onde vivemos.
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Re: O que ensinam às nossas crianças
« Resposta #27 Online: 22 de Setembro de 2007, 08:30:17 »
Sobre o livro citado pelo Ali Kamel, eu ouvi na CBN que o MEC está abrindo uma sindicância e o livro deve sair das recomendações e portanto não estará na lista dos livros recomendados de 2008.

Foi explicado que os livros são aprovados por conselhos de professores a partir de uma lista inicial de recomendações. Ou seja, na melhor das hipóteses, nem esse conselho dos professores conhece e le direito a lista que recomenda !!! E se lê, aprovou ... !!!

Sobre a Guerra do Paraguai:

-> Bartolomé Mitre (o presidente argentino durante o conflito) já não gostava de Solano López. Mas no caso da Argentina, o conflito começou quando paraguaios passaram por Argentina para ir para o Uruguai atazanar a vida do Brasil, que estava tentando invadir o Uruguai na marra (novamente, aliás, pois a partir de uma invasão é que nasceu o Uruguai).
-> Supostamente era para 'pacificar a terra' (o Rio Grande do Sul tinha se levantado contra o império tempo atrás, e supostamente caudilhos tinham fugido para o Uruguai e supostamente organizariam uma outra revolta 'à la farroupilha').

(Eu já ouvi este milênio essa história de invadir um outro país num ataque preventivo, não me lembro se eu estava atrás de um arbusto ou no Afeganistão...)

-> Ou seja, havia interesse de alguns uruguaios (partido blanco) e do Brasil de exterminar os 'colorados', e como nas brigas enrte conhecidos na rua, cada um foi chamar seus amigos e a coisa engrossou (qualquer semelhança com 'Gangues de Nova York' ou a guerra de Tróia não é mera coincidência)
-> Então, B invadiu U e P se meteu a ajudar a U; A não gostou e falou para B: vamos acabar com isso já.
-> Vendo os interesses de Brasil e Argentina na guerra, não posso pensar que sejam somente vítimas, embora seja verdade que a guerra tenha começado pelo Paraguai mesmo.
-> E fica difícil de dizer se quem começou a guerra foi Paraguai ou o Brasil... a menos que estejamos lendo estória diferentes. Agora o que é verdade é que houve várias propostas de paz, rechaçadas pelo Paraguai; sem dúvida apostou que o Brasil e Argentina não iam se aliar, ... apostou e perdeu.
-> Embora em quantidade de tropas o Brasil tenha perdido mais, proporcionalmente quem mais perdeu foi obviamente o Paraguai. Não sei como poderia ter perdido somente 20% da população se no fim da guerra só havia velhos e crianças, e depois da guerra passou a se aceitar a poligamia por um bom tempo.
-> Até onde sei (e não estou querendo tirar vantagem de ninguém) dos aliados quem perdeu mais tropas proporcionalmente a sua população foi a Argentina, muito embora tenha ganho mais território (a atual província de Formosa).
-> A suspeita sobre a intervenção inglesa tem um ponto verídico: Richard Burton (não o ator!) era espião a serviço da coroa britânica sim, estava no Paraguai sim, fazendo o quê, a gente ainda não tem certeza.
-> Sim, é o mesmo Richard Burton que já tinha explorado a África, e responsável pela difusão e 'tradução' das Mil e Uma Noites (assim entre aspas porque além de traduzir inseriu várias estórias de sua pena).

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Re: O que ensinam às nossas crianças
« Resposta #28 Online: 22 de Setembro de 2007, 09:00:38 »
Hmm... Pelo que sei, Sir. Richard Burton (que considero uma das figuras históricas mais fascinantes) era
consul no Brasil na época. Não deixa de ser estranho também que, para defender a independência do
Uruguai, o López tenha decidido invadir o Mato Grosso...


Sobre a mortalidade na guerra. Deixa ver... Se os homens correspondiam a 50% da população, então
uma redução de 90% no número de homens ia corresponder a 45% da população total. Em números
absolutos, isso corresponderia a 236250, de uma população inicial de 525000. Se a população do
Paraguai pós-guerra era de 221000  (segundo a wikipédia), isso corresponde a um total de 304000
mortos na guerra.
Sei não... Acho que existe alguma coisa errada com esses números, pois eles implicam que
apenas cerca de 68000 mulheres morreram na guerra (eu sei, esse já é um número gigantesco, mas
pequeno comparado ao dos homens). Como nessa época muito mais pessoas morriam em guerras em
consequência de doenças e  fome do que nas batalhas propriamente ditas, isso daria a entender que,
ou as mulheres paraguaias eram excepcionalmente resistentes, ou que a suposição de 90% de mortalidade
entre os homens está incorreta.
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Offline Rodion

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Re: O que ensinam às nossas crianças
« Resposta #29 Online: 22 de Setembro de 2007, 18:09:19 »
na série mitos-históricos-que-ainda-ensinam-no-colégio;

"Curiosamente, a única referência a Portugal na obra New Worlds, Ancient Texts, diz respeito ao infante d. Henrique e à escola para o estudo da geografia e navegação que ele supostamente fundou em Sagres, no sudoeste de Portugal, no início do século XV. A existência da escola foi há muito posta de lado como um mito do século XIX, revelando-se, contudo, um mito tenaz. De fato, o professor Charles Boxer, nas suas notas para o catálogo da exposição de 1990 na Biblioteca Pública de Nova York, que foi citado pelo professor Grafton na sua bibliografia, nega-a sucintamente."

chocolates, piratas e outros malandros - ensaios tropicais, kenneth maxwell.
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Offline Megazord

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Re: O que ensinam às nossas crianças
« Resposta #30 Online: 23 de Setembro de 2007, 10:09:46 »
Quando li esse tópico, achei que ia falar sobre a alta exposição das nossas crianças a violência, cenas de sexo, estupidez, banalidades que deixam-nas idiotas, corrupção, crimes, preconceitos etc.  :-)
É que se formos olhar bem não temos o que reclamar pelo rumo que a sociedade toma, ela é cada vez mais caótica. Mas isso fica para um outro tópico.

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Mas sobre Comunismo X Capitalismo eu não sei muito bem como me pronunciar. Estou tentando formar minha opinião a respeito.
Porém acho um absurdo as crianças serem expostas a esse tipo de coisa tão novas.

:-P
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mega

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Offline FZapp

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Re: O que ensinam às nossas crianças
« Resposta #31 Online: 23 de Setembro de 2007, 10:14:09 »
Esse não é o problema, Megazord. É que o livro 'didático' era pró-comunista até o último fio de cabelo, até o ponto de elogiar um ditador sanguinário como Mao-Tsé Tung, que só não é comparada o Hitler primeiro porque China ficoou do lado dos aliados, segundo porque não foram europeus que morreram na sua mão.

Além de pintar o capitalismo como um sistema prejudicial, quando não é bem assim...
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Offline Adriano

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Re: O que ensinam às nossas crianças
« Resposta #32 Online: 23 de Setembro de 2007, 12:02:11 »
Além de pintar o capitalismo como um sistema prejudicial, quando não é bem assim...
Aqui há controvérsias, há muito de prejudicial no capitalismo, ainda mais exemplos históricos, principalmente os observados por Karl Marx na sua época sobre a exploração do trabalho.

O capitalismo tem suas falhas assim como a democracia.

Falar que o capitalismo é só maravilhas e funciona perfeitamente também é uma ideologia, mas essa é mais difundida e muitos nem notam esse aspecto ideológico e o tomam como realidade.
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Offline FZapp

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Re: O que ensinam às nossas crianças
« Resposta #33 Online: 23 de Setembro de 2007, 12:46:43 »
Eu não falei que o capitalismo tem só maravilhas. Mas caracterizar o capitalismo como que 'as decisões econômicas são tomadas pela burguesia' é no mínimo esquecer das mudanças econômicas de um século inteiro.

Até dividir a sociedade em burguesia e proletariado já é uma visão antiquada e equivocada.
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Offline Herf

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Re: O que ensinam às nossas crianças
« Resposta #34 Online: 23 de Setembro de 2007, 12:52:25 »
Até dividir a sociedade em burguesia e proletariado já é uma visão antiquada e equivocada.
Apresento-lhe a patética esquerda latino-americana.

"No Brasil, em economia, ainda se discute o análogo em física sobre a Terra ser quadrada ou arredondada. E o pior é que vem vencendo a versão do cubo!" - Rodrigo Constantino

Offline Adriano

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Re: O que ensinam às nossas crianças
« Resposta #35 Online: 23 de Setembro de 2007, 17:30:47 »
Eu não falei que o capitalismo tem só maravilhas. Mas caracterizar o capitalismo como que 'as decisões econômicas são tomadas pela burguesia' é no mínimo esquecer das mudanças econômicas de um século inteiro.

Até dividir a sociedade em burguesia e proletariado já é uma visão antiquada e equivocada.

Os termos são outros, mas a questão da desigualdade social persiste. A mudança de estado liberal para estado democrático de direito contempla ideais do estado social. Enquanto o estado liberal garante a igualdade formal, o estado democrático de direito, um estado social, avança com a igualdade material, que é uma extensão da primeira.

A ideologia direitista, não acompanha essas atuais mudanças na concepção de estado, e lida no campo teórico apenas com a igualdade formal, mantida pelo direito negativo.

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Offline BetinhOzinhO

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Re: O que ensinam às nossas crianças
« Resposta #36 Online: 23 de Setembro de 2007, 17:33:01 »
Saiu uma matéria sobre esse livro na Época que acabou de chegar aqui em casa!!!
O GOOGLE NÃO É SEU AMIGO! HAHAHAHHOHOHOHO! http://www.google-watch.org/

Offline FZapp

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Re: O que ensinam às nossas crianças
« Resposta #37 Online: 23 de Setembro de 2007, 17:51:53 »
Citar
A ideologia direitista

Eu não estou falando em ideologia direitista nem ideologia esquerdista, estou falando em economia.  :|
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Offline Adriano

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Re: O que ensinam às nossas crianças
« Resposta #38 Online: 23 de Setembro de 2007, 18:03:16 »
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A ideologia direitista

Eu não estou falando em ideologia direitista nem ideologia esquerdista, estou falando em economia.  :|

Concordo, o ideal no caso da análise histórica e econômica é a isenção. Mas tal isenção não é perfeita e nem existe tanta exatidão das teorias econômicas.

Algo que está contribuindo muito são as pesquisas empíricas, como as que mostram as desigualdades sociais e étnicas. Mas mesmo assim a leitura e interpretação desses dados passa pelas correntes de pensamento.

Difícil total isenção, e esse livro que está sendo criticado, se não me engano, já existe há mais de 10 anos e só agora se deram conta desse exagero e abuso ideológico.
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Offline Fabi

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Re: O que ensinam às nossas crianças
« Resposta #39 Online: 23 de Setembro de 2007, 19:33:59 »
O adriano se esquece que no feudalismo (sistema anterior ao capitalismo) nem existia assenção social...
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Offline Adriano

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Re: O que ensinam às nossas crianças
« Resposta #40 Online: 23 de Setembro de 2007, 20:18:54 »
O adriano se esquece que no feudalismo (sistema anterior ao capitalismo) nem existia assenção social...
Me esqueço porquê? Isso não retira as mazelas do capitalismo, seus fatores negativos. A história continua e não adianta ficar insistindo em erros evidentes do sistema.

Um dos mais evidentes é a problemática da desigualdade social. Principalmente a desigualdade provocada pela discriminação. E isso não é opinião nem argumento, são as pesquisas empíricas que indicam.

Ficar defendendo uma ausência do estado em pról da "perfeição" do livre mercado é uma ideologia sem fundamentação. Até mesmo a noção de estado se alterou diante dos quadros sociais atuais, e estende e complementa a  igualdade formal com a igualdade material.
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rizk

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Re: O que ensinam às nossas crianças
« Resposta #41 Online: 24 de Setembro de 2007, 00:06:42 »
O adriano se esquece que no feudalismo (sistema anterior ao capitalismo) nem existia assenção social...
Saiba você que "feudalismo" é uma coisa que inventaram pra isso de transições de modo de produção fazer algum sentido.

Ahá te peguei DORME COM ESSA AGORA. :lol:

Os modos de produção que existiram naquele milênio que costumam achar que compreende a "idade média" eram dos mais diversos, mas resolveram que o ocorrido em meia dúzia de propriedades rurais se estendia a toda a Europa por 12 séculos.
(E eu não entendo o que se quer dizer por "não havia ascenção social", porque é óbvio que havia: não tem possibilidade ALGUMA, e digo de possibilidade prática, mesmo, de se manter uma estratificação social tão rígida. Naturalmente, havia diversas modalidades de trabalho - inclusive a do pequeno proprietário que ia "fazer bico pra complementar a renda" em grande propriedade, do plebeu proprietário de terra que era relativamente um homem de posses e casava suas filhas com a nobreza pobre, de gente que era plebéia e, por conquista militar, alcançava a nobreza. Tem diversas coisas que acontecem e que propiciam mobilidade entre os estratos. Afinal, é óbvio que o camponês pobre arrendatário não virava rei, mas também o camponês pobre do cuzinho do Oklahoma não vira CEO da Time Warner: a diferença está em que não havia tamanha promessa de prosperidade na Terra ao camponês pobre de então :lol: )

A propósito. Todo mundo adora falar dos "livros didáticos comunistas", mas me pergunto se a alternativa  "iluminista" tem mais base factual. Porque, sei lá, a Idade Média não foi como os iluministas disseram que era. Nem o século XVII, que todo mundo "lembra" como se fosse uma idadezinha média entre os descobrimentos e a revolução francesa. Enfim.

Sim sim Adriano todo mundo sabe que liberalismo indiscriminado não funciona. Não é bonito chutar cachorro morto. Vamos seguindo, hm.

Offline Adriano

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Re: O que ensinam às nossas crianças
« Resposta #42 Online: 24 de Setembro de 2007, 02:27:12 »
No contexto dessa discussão histórica, acho interessante acrescentar um trecho da resenha do livro Contra-história do capitalismo

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Losurdo tenta, a certa altura, percorrer outro caminho para enfrentar a relação que se estabeleceu no Ocidente entre ideologia liberal-capitalista e trabalho compulsório. Lembrando que o número de escravos trazidos da África aumentou de modo extraordinário na primeira metade do século XIX, precisamente quando o liberalismo se convertia em ideal hegemônico além e aquém do Atlântico, o autor vai rastrear uma das razões então alegadas para justificar o cativeiro dos negros: a inferioridade racial. Os liberais, para manter a cara limpa em face da violência que os seus interesses os levavam a perpetrar, lançam mão do preconceito que a ciência do século já estava transformando em dogma. A discriminação permaneceria ainda mais viva depois da abolição, e aqui a observação de Tocqueville é de citação obrigatória: "Em quase todos os estados [dos Estados Unidos], nos quais a escravidão foi abolida, são concedidos aos negros direitos eleitorais, mas, se eles se apresentam para votar, correm risco de vida. Oprimido, pode até lamentar-se e dirigir-se à magistratura, mas encontra só branco entre os seus juízes". O que se conhece da discriminação racial ao longo dos séculos XIX e XX (linchamentos, apartheid...) só viria confirmar a reprodução dos limites internos da burguesia liberal que, chegando ao poder, sabe quem e como excluir.

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-40142007000100027&script=sci_arttext

O bom do livro é mostrar essa dicotomia entre defesa da liberdade de um lado e manutenção da escravidão de outro.

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Offline Fabi

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Re: O que ensinam às nossas crianças
« Resposta #43 Online: 24 de Setembro de 2007, 02:40:00 »
O adriano se esquece que no feudalismo (sistema anterior ao capitalismo) nem existia assenção social...
Saiba você que "feudalismo" é uma coisa que inventaram pra isso de transições de modo de produção fazer algum sentido.

Ahá te peguei DORME COM ESSA AGORA. :lol:
Algum nome eles tinham que dar para o que acontecia na época, mas eles dizem que não existia ascenção social, pelo menos não tão facilmente quanto hoje em dia...
Um dos mais evidentes é a problemática da desigualdade social. Principalmente a desigualdade provocada pela discriminação. E isso não é opinião nem argumento, são as pesquisas empíricas que indicam.
Desigualdades existem muito antes do capitalismo, querer por a culpa da desigualdade e da fome (num sistema que nem sequer existia quando tudo começou) é desonestidade do comunismo, afinal desigualdade existe desde que os homens habitavam cavernas...ou vai dizer que o mais forte não levava vantagem sobre os mais fracos? é assim desde que o mundo é mundo....
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Re: O que ensinam às nossas crianças
« Resposta #44 Online: 24 de Setembro de 2007, 02:59:51 »
Um dos mais evidentes é a problemática da desigualdade social. Principalmente a desigualdade provocada pela discriminação. E isso não é opinião nem argumento, são as pesquisas empíricas que indicam.
Desigualdades existem muito antes do capitalismo, querer por a culpa da desigualdade e da fome (num sistema que nem sequer existia quando tudo começou) é desonestidade do comunismo, afinal desigualdade existe desde que os homens habitavam cavernas...ou vai dizer que o mais forte não levava vantagem sobre os mais fracos? é assim desde que o mundo é mundo....

As desigualdades nunca foram tão grandes. E o capitalismo se baseia na acumulação de capital, logo a concentração de renda é intrínseca ao sistema. E simplesmente por que não existe a igualdade de oportunidades. Os direitos apenas no papel não possibilitam o ideal de democracia almejado. É necessário a igualdade material. Não adianta apenas os fortes levaram vantagem, os fracos também.



 
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Offline Fabi

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Re: O que ensinam às nossas crianças
« Resposta #45 Online: 24 de Setembro de 2007, 03:17:14 »
Um dos mais evidentes é a problemática da desigualdade social. Principalmente a desigualdade provocada pela discriminação. E isso não é opinião nem argumento, são as pesquisas empíricas que indicam.
Desigualdades existem muito antes do capitalismo, querer por a culpa da desigualdade e da fome (num sistema que nem sequer existia quando tudo começou) é desonestidade do comunismo, afinal desigualdade existe desde que os homens habitavam cavernas...ou vai dizer que o mais forte não levava vantagem sobre os mais fracos? é assim desde que o mundo é mundo....

As desigualdades nunca foram tão grandes. E o capitalismo se baseia na acumulação de capital, logo a concentração de renda é intrínseca ao sistema. E simplesmente por que não existe a igualdade de oportunidades. Os direitos apenas no papel não possibilitam o ideal de democracia almejado. É necessário a igualdade material. Não adianta apenas os fortes levaram vantagem, os fracos também.
As desigualdades no mundo já foram maiores que hoje, é só você olhar o que a história teve: escravidão, colonização, império, monarquia e etc, com certeza essas coisas faziam o mundo muito mais desigual. O capitalismo se baseia na acumulação de capital pela parte de todo mundo, mas nós gastamos e não ficamos só acumulando como você imagina, é assim que funciona o mercado, dinheiro não fica todo acumulado, ele muda de mãos toda hora....e todo mundo quer ter dinheiro...ninguém é inocente....
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Re: O que ensinam às nossas crianças
« Resposta #46 Online: 24 de Setembro de 2007, 09:57:58 »
Um dos mais evidentes é a problemática da desigualdade social. Principalmente a desigualdade provocada pela discriminação. E isso não é opinião nem argumento, são as pesquisas empíricas que indicam.
Desigualdades existem muito antes do capitalismo, querer por a culpa da desigualdade e da fome (num sistema que nem sequer existia quando tudo começou) é desonestidade do comunismo, afinal desigualdade existe desde que os homens habitavam cavernas...ou vai dizer que o mais forte não levava vantagem sobre os mais fracos? é assim desde que o mundo é mundo....

As desigualdades nunca foram tão grandes. E o capitalismo se baseia na acumulação de capital, logo a concentração de renda é intrínseca ao sistema. E simplesmente por que não existe a igualdade de oportunidades. Os direitos apenas no papel não possibilitam o ideal de democracia almejado. É necessário a igualdade material. Não adianta apenas os fortes levaram vantagem, os fracos também.



 

Você pode apontar e provar em que data (tirando a pré-história), a degualdade era menor? Já vou dizendo que quero a informação com base na pobreza. É melhor tem milhões que não sejam pobres e alguns mega ricos, do que ter milhões de miseráveis e um rico.

Diz aí, em que época éramos mais iguais que hoje de maneira equitativa na distribuição de riqueza?       
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Re: O que ensinam às nossas crianças
« Resposta #47 Online: 24 de Setembro de 2007, 12:52:06 »
Um dos mais evidentes é a problemática da desigualdade social. Principalmente a desigualdade provocada pela discriminação. E isso não é opinião nem argumento, são as pesquisas empíricas que indicam.
Desigualdades existem muito antes do capitalismo, querer por a culpa da desigualdade e da fome (num sistema que nem sequer existia quando tudo começou) é desonestidade do comunismo, afinal desigualdade existe desde que os homens habitavam cavernas...ou vai dizer que o mais forte não levava vantagem sobre os mais fracos? é assim desde que o mundo é mundo....

As desigualdades nunca foram tão grandes. E o capitalismo se baseia na acumulação de capital, logo a concentração de renda é intrínseca ao sistema. E simplesmente por que não existe a igualdade de oportunidades. Os direitos apenas no papel não possibilitam o ideal de democracia almejado. É necessário a igualdade material. Não adianta apenas os fortes levaram vantagem, os fracos também.
As desigualdades no mundo já foram maiores que hoje, é só você olhar o que a história teve: escravidão, colonização, império, monarquia e etc, com certeza essas coisas faziam o mundo muito mais desigual. O capitalismo se baseia na acumulação de capital pela parte de todo mundo, mas nós gastamos e não ficamos só acumulando como você imagina, é assim que funciona o mercado, dinheiro não fica todo acumulado, ele muda de mãos toda hora....e todo mundo quer ter dinheiro...ninguém é inocente....

Os sistemas econômicos foram diferentes. E muitas pessoas que se negam a ver a desigualdade social no mundo se comporta como inocentes, fechando os olhos para a miséria mundial. Não estou questionando o capitalismo em relação aos sistemas anteriores, mas sim sobre a sua ineficácia em relação aos objetivos políticos propostos pela democracia.

Você pode apontar e provar em que data (tirando a pré-história), a degualdade era menor? Já vou dizendo que quero a informação com base na pobreza. É melhor tem milhões que não sejam pobres e alguns mega ricos, do que ter milhões de miseráveis e um rico.

Diz aí, em que época éramos mais iguais que hoje de maneira equitativa na distribuição de riqueza?       

Vou apontar a desigualdade atual. Quero eu saber em que parte da história houve melhor distribuição da riqueza que hoje, considerando as características de cada sistema econômico.

Dados de uma reportagem da folha, sobre o livro A exclusão no mundo lançado na 11ª Unctad.

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O mundo tem 2,14 bilhões de pessoas excluídas socialmente. Essa população de excluídos vive em 60 países com os piores índices de exclusão social. Esses países, que concentram 35,5% da população mundial, detêm apenas 11,1% de toda a riqueza produzida no mundo.

No lado oposto, 871,7 milhões de pessoas, ou seja, só 14,4% da população global, possui 52,1% do PIB (Produto Interno Bruto) mundial, estimado em US$ 45 trilhões.



Mais da metade de toda a riqueza mundial está concentrada em 28 países. Esses 28 países detêm 52,1% do PIB (Produto Interno Bruto), estimado em US$ 45 trilhões. No lado oposto, 147 países possuem apenas 47,9% da riqueza mundial.

De acordo com o livro, os 28 países mais ricos do mundo têm as melhores colocações no IES. No ranking mundial, os países com menor índice de exclusão social são o Canadá (1º), Japão (2º) e Finlândia (3º).

Outros 60 países --que detém 11,1% do PIB mundial-- estão entre os últimos no ranking mundial de IES. Entre os piores estão a Namíbia (173º), Lesoto (174º) e Honduras (175º).
Há 87 países com IES intermediário, que detêm 36,8% da riqueza mundial.


http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u85621.shtml

E tem outra questão que muito tem a ver com o aumento da qualidade de vida atual, que não é exatamente o sistema econômico, mas principalemnte os avanços científicos e tecnológicos.

Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline Pregador

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Re: O que ensinam às nossas crianças
« Resposta #48 Online: 24 de Setembro de 2007, 13:03:04 »
Os dados atuais eu sei. Quero saber de dados melhores que os atuais do passado... Aliás, a China hoje é uma ditadura abrindo-se ao capitalismo. Não é mais um país comunista e nem socialista. Lá você poderá ver que mais de R$ 100 milhões de pessoas saem da pobreza anualmente... Compare com a antiga China comunista e socialista, totalmente fechada as práticas capitalistas...

A culpa da desigualdade não está no capitalismo integralmente, afinal, é ele quem tirou muita gente da miséria até hoje.
"O crime é contagioso. Se o governo quebra a lei, o povo passa a menosprezar a lei". (Lois D. Brandeis).

Offline Fabi

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Re: O que ensinam às nossas crianças
« Resposta #49 Online: 24 de Setembro de 2007, 13:51:49 »
Os sistemas econômicos foram diferentes. E muitas pessoas que se negam a ver a desigualdade social no mundo se comporta como inocentes, fechando os olhos para a miséria mundial. Não estou questionando o capitalismo em relação aos sistemas anteriores, mas sim sobre a sua ineficácia em relação aos objetivos políticos propostos pela democracia.
Claro que foram diferentes, não é culpa do capitalismo as desigualdades, aliás o caítalismo nunca se propos a eliminar a pobreza e distribuir riquezas como promete o socialismo, não sei qual é o problema...

E eu quero ver a sua resposta para o Amon...
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“Deus me dê a serenidadecapacidade para aceitar as coisas que não posso mudar, a coragem para mudar o que posso, e a sabedoria para saber a diferença” (Desconhecido)

 

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