Essa é uma generalização grosseira, as empresas que investem em pesquisa e desenvolvimento não são muitas, são mais as empresas de ponta. E existe uma grande parceria entre o setor científico (acadêmico) e as empresas, que consomem essa mão de obra qualificada.
Não há interesse em um boicote à ciência das empresas de forma geral.
Mas as empresas não são boas por natureza, elas tem o objetivo de lucro. Muitas falhas de mercado podem ocorrer como os oligopólios. A assimetria das informações é uma teoria muito forte que embasa essa ineficiência do mercado de uma maneira geral.
Tem muita coisa errada no mercado que impede o seu funcionamento perfeito e o principal deles é a assimetria de informações.
Demonstre.
Mas o mercado mais importante para uma análise política é o mercado de trabalho, que é muito desigual dependente de formação e qualificação.
Isso é um problema?
Sim, é um problema e demonstra a ineficiência de mercado. Muitas pessoas tem potencial e não podem exercer esse potencial devido a uma má formação originada de falta de condições de investir em educação.
Sem as bases legais e regulatórias do estado o capitalismo não existe. As agencias de regulação como a Anatel e a Anac funcionam efetivamente nos Estados Unidos há muito tempo.
A presença do Estado na minha opinião deve ser mínima, depende de muitos fatores, um deles é a realidade do setor em questão.
Também não vejo ninguém ficar defendendo empresas estatais e a planificação do mercado.
Entre os países com liberdade econômica existem muitos sociais democratas, típicos de esquerda, estados de bem estar social.
Absolutamente nenhum desses estados se desenvolveu com a social-democracia, apenas distribuiram as benesses adquiridas por anos de liberalismo pleno.
Suécia, Dinamarca, Noruega e Finlândia são estados do bem estar social (
welfare state), entre outros. Gunnar Myrdal é sueco e um dos opositores do neoliberalismo. (Neoliberalismo é usado para distinguir dos liberalismo clássico, da époda de Adam Smith e Jonh Locke). Sua análise econômica é feita juntamente com uma análise social.
A privatização no Brasil foi um viés liberal. Eu vejo uma certa ilusão em apontar países com altos índices de liberdade econômica como sendo liberais, defensores do estado mínimo.
Você vê como uma ilusão, eu já não vejo dessa forma.
Percebo mesmo, sempre estão usando o índice de liberdade econômica como se fosse algo ligado ao pensamento de direita. Os estados escandinavos são um exemplo de que não existe essa oposição prática.
Entendo que as políticas sociais vão ser reguladas pelo próprio mercado, pois na medida que as pessoas estejam melhor preparadas vão obter melhores oportunidades.
Não necessariamente visto que tais políticas geram um comodismo que não as faz integrarem no mercado de trabalho.
Essa é uma grande crença que vejo no liberalismo. De onde que se tira que vai existir um comodismo? Como pode ser comprovado isso empíricamente, de forma estatística e de forma significativa?
Dizer que as pessoas são comodas perante as políticas sociais e aptas para o mercado é incompatível. As políticas sociais visam contribuir com o mínimo necessário, e a partir desse nível o mercado dá conta.
O homem econômico usado como base nas teorias econômicas é uma pessoas que busca maximizar a sua satisfação pessoal e buscar o que é melhor para si mesmo.
Ou não, ele é o dono da sua vida, ele livre para tomar o rumo que quiser.
Mas essa é a base da economia de livre mercado. Lembra do liberal primeiro, Adam Smith? É do egoismo individual que surge a economia capitalista, cada um querendo tirar o melhor proveito beneficia a sociedade. Negar isso é negar o capitalismo.
Embora muitas teorias atuais estão examinando a questão comportamental, mostrando que o homem são age tão racionalmente como propostos nas teorias econômicas tracidionais. O doutorado do Eduardo Giannett fala sobre isso, está no livro
O Mercado das CrençasEntão não vejo sentido em pessoas que defendem a tese do livre mercado, considerarem pessoas inescrupulosas e sem interesse em desenvolvimento pessoal.
Se puder reformular, ficarei grato.
É o que tentei explicar acima. Demonstrar países com altos índices de liberdade econômica, economias desenvolvidas, e alegar que o comportamento de mercado é modificado quanto o indivíduo é beneficiado pelo governo através de políticas sociais é inconcebível para mim. Me parece uma discriminação social para com os menos favorecidos.
A família é um dos grandes valores sagrados da nossa sociedade. A herança é um benefício intra-familiar. A tributação sobre heranças já é um bom recurso que pode ser utilizado em favor da sociedade. Acontece que muitos liberais de direita consideram tributações como sendo um roubo a propriedade privada.
De fato é roubo sim, em um Estado inchado com o nosso, para onde você acha que vão a maior parte dos tributos?
Roubo numa linguagem ideológica. Juridicamente não é. Corrupção sim é roubo.
Mas devido ao entendimento de que a propriedade privada é fruto do trabalho pessoal e portanto algo sagrado. Quem elabora mais esse conceito é Robert Nozick, baseado em John Locke, esse que estabeleceu o princípio moral da propriedade privada. Mas na minha opinião a direita toma esses valores sem uma maior análise.
Tá certo, és livre para ter qualquer opinião que quiser. Mas se puder demonstrar como "a direita toma esses valores sem uma maior análise", ficarei agradecido.
Essa é uma longa questão também, envolve a teoria do valor-trabalho. Vamos ver como fica o encaminhamento do tópico.
Essa é uma grade discussão. A igualdade formal, legal, já é garantida nas mais diversas constituições do mundo todo, inclusive a nossa, cheia de garantias e direitos. Mas na prática não existe essa igualdade, ficou só no discurso.
Correto. Visto que o Estado é grande demais, logo há corrupção dos agentes efetivadores da lei.
A corrupção não tem nada a ver com o tamanho do estado. A europa tem altos tributos e um serviço de qualidade do governo. Penso que é um erro confundir a corrupção com o estado.
É uma falácia ad stadium
A minha percepção é de que a igualdade material é indispensável para a igualdade de oportunidades e por isso a deseja de políticas sociais para dar as condições materiais mínimas para igualar as oportunidades.
Igualdade material é algo totalmente sem lógica e nunca existirá, continuará existindo apenas no sonho dos socialistas.
Já está existindo de forma concreta, nos países nórdicos e no Brasil já temos dados, veja essa reportagem:
Brasil reduz a pobreza extrema pela metade. E as cotas já estão dando resultados numéricos, redemocratizando a sociedade na questão racial.