(Enquanto eu escrevia aparecerema várias outras respostas)
A resposta é sim ou não.
Calma, não deem risada.
A resposta é sim ou não de acordo com o ponto de vista de uma pessoa. Para alguém que acredita e segue um ser superior, seu conceito de moral estará ligado a este ser que segue, seja ele qual for. E o que este ser lhe ordenar, lhe servirá de limite.
Se não acreditar em nenhum ser, fica absurdo tentar estipular qualquer conceito de moral absoluta. Simplesmente não haveria argumento para tal. Qualquer argumento seria subjetivo.
Ou seja, eu creio que não há como estabelecer um padrão moral sem se agarrar em algum absoluto, seja ele qual for.
Concordo em parte com você.

Em parte porque nao acredito que seja realmente necessário se ater a algum absoluto para se estabelecer um padrao moral. É preciso ater-se a
princípios, que sao como axiomas a partir dos quais as regras morais sao deduzidas (algo que Espinoza entenderia bem).
A diferença é que esses princípios podem ser atualizados. Numa sociedade dinâmica como a nossa, novos desafios éticos surgem constantemente (clones, células-tronco embrionárias, o uso da energia nuclear, etc.) e por esse motivo, agarrar-se a absolutos - nas circunstâncias atuais [1] - nao só é algo desaconselhável, como até mesmo contraproducente (por exemplo, os tabus contra a dissecaçao de cadáveres atrapalharam o avanço da medicina). Por isso que penso que,
hoje em dia, a maioria das pessoas segue, na maioria das vezes, uma moral utilitária - mesmo que nao se dêem conta disso.
A dificuldade entao é que muitos sentem uma espécie de saudosismo por princípios absolutos, justamente pela sensaçao de estabilidade que eles fornecem. Além disso, é muito mais fácil disseminar e controlar o comportamento das pessoas se estas acreditarem que eles sao absolutos e, portanto, inquestionáveis.
Luz: acho estranho esse seu argumento. Concordo que as pessoas parecem nao ver problemas em usar software pirata (e isso é no mundo inteiro).
Mas penso que isso ocorre porque nosso sentido de moral nao consegue lidar com essa nova circunstância criada pela facilidade de disseminaçao de
informaçao. Isso tem a ver com o que eu afirmei acima: os princípios morais que estamos acostumados a usar nao cobrem (de forma clara) essa
nova circunstância. Dizer que "somos menos morais" por causa disso é como dizer que as pessoas do século XVIII eram melhores motoristas

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[1] Isto é, no contexto de uma revoluçao tecnológica.