Não se pode definir antes da medição o spin que se vai medir (afinal, se você vei medir é, provavelmente porque você quer descobrir qual é o valor. Não há como definí-lo antes e medí-lo depois).
Então, se inventarem uma tecnologia então que permitisse já criar as partículas sabendo qual o seu spin, se teria um tipo de comunicação "instantânea", certo?
Errado. É possível, sim, criar feixes de partículas com spin determinado. Isso se chama feixe polarizado. Só que acontece que não se trata de um estado emaranhado.
Eu posso pegar um forno que emite partículas de prata e fazer esse feixe passar num campo magnético com características específicas de modo que apenas partículas com spin

na direção

passem (o resto colide com um anteparo, por exemplo). Só que esses são estados de partícula única.
O que acontece no estado emaranhado, que é um estado de duas partículas, é que eu tenho quatro possibilidades para um par de partículas de spin

, a saber:
- Três estados de spin total 1:
;
e
. - Um estado com spin total 0:
.
O estado de spin total 0 é um estado emaranhado: se uma partícula tem spin

, a outra tem spin

, mas o estado total é uma
combinação linear das duas possibilidades, com igual probabilidade para cada uma, ou seja, não sabemos
qual tem spin + e
qual tem spin -. Antes de fazermos qualquer medida, existe 50% de chance de obtermos cada uma das duas possibilidades. Uma vez que, por exemplo, Alice meça o spin e veja que sua partícula está no estado

(o que tem 50% de chance de acontecer), imediatamente o sistema sai do estado

e passa a se encontrar no estado

e com isso, sabemos que o estado da partícula do Bob é

. Se o Bob fizer uma medida em sua partícula depois de Alice obter + na outra, haverá 100% de chance de Bob medir -.