Lançado há um ano, seu último livro, "The Genial Gene", aprofunda as críticas. Um dos principais alvos é o zoólogo Richard Dawkins, ex-professor da Universidade de Oxford e defensor da visão darwinista clássica. Para a bióloga, Dawkins e outros dão peso excessivo à competição no processo evolutivo.
Ela também critica a competição. Por isso falei da "ladainha".
Repare que ela não nega a competição, a crítica dela é que ela recebe um peso excessivo por parte de outros biólogos evolutivos, como Dawkins. Se ela está certa ou errada, não cabe a mim responder, mas acho que é uma ideia defensável e que merece ser tratada seriamente, e não desqualificada como ladainha.
Sobre ela, então, nesse trecho:
"Há mais de 300 espécies de vertebrados com registro de homossexualidade. Um terço dos peixes de recifes de coral pode trocar de sexo durante a vida. A seleção sexual não explica isso", diz.
A seleção sexual não explica. Mas ela intenciona explicar?
Pelo que entendi, é justamente o que ela deseja, explicar esse fenômeno que, em sua opinião, não é bem explicado no momento. Se ela vai conseguir ou não, é outra história.
Não teria como a seleção sexual explicar o hermafroditismo, por exemplo.
Ao meu ver, o que foi citado na reportagem, já é sabido.
Reportagens tendem a ser superficiais, teríamos que ler alguma publicação da pesquisadora para saber com mais detalhes o que ela propõe de mais extraordinário.
Citei a outra reportagem (da competição) porque essas parece que essas pesquisas querem enfraquecer a teoria evoltiva.
Pois bem, podem tentar.
Não me parece a intenção dela, pelo contrário. Mesmo teorias fortes como a Teoria da Evolução passa constantemente por pequenas revisões que só a fortalecem. Por exemplo, Darwin não escreveu e não sabia nada sobre genética. Hoje genética e evolução são teorias inseparáveis e uma não faz sentido sem a outra. A revisão das teorias de Darwin que levou ao Neodarwinismo só fortaleceu a ciência. Não estou dizendo que a teoria da moça está certa e muito menos que terá um impacto sobre a TE comparável ao da genética, estou dizendo é que a verdade sempre fortalece a ciência. Quem tem medo da verdade é a fé. Se a teoria da pesquisadora estiver certa, isso vai fortalecer a TE, e não enfraquecer, ela vai introduzir um novo mecanismo que explica melhor a natureza. E isso não seria novidade alguma, isso acontece o tempo inteiro com a TE.
Nope...
O curioso é o fato de ela(ele?) ser transexual e defender a fé cristã, e ser de uma área relacionada a evolução...
Ela não defende a fé cristã. Ou pelo menos a reportagem não afirma isso. O trecho que diz isso não é dessa reportagem, é um link para outra reportagem diferente. Infelizmente o link está quebrado, então não é possível lê-la. Mas não há evidência de que a bióloga transsexual é a mesma bióloga que defende a fé cristã. E acho que provavelmente não é mesmo, se fosse o jornalista que a escreveu não perderia a chance de escrever a manchete "Bióloga transsexual defende a fé cristã."
E além do mais, defender a fé cristã também não é a mesma coisa que ser criacionista, há vários cristãos evolucionistas e que são cientistas produtivos e competentes, como o ex-diretor do Projeto Genoma, por exemplo. É muito feio ter preconceito.