Empresário da PB quebra fêmur durante briga com funcionário da TAM em Cumbicada Folha Online
Um empresário de João Pessoa (PB) acusa de agressão um funcionário da TAM, que trabalha no balcão de check-in do aeroporto internacional de São Paulo, em Cumbica (Guarulhos, região metropolitana). Zaerson Guedes Torres, 49, está internado no hospital São Luiz, na unidade do Tatuapé (zona leste de São Paulo), com o fêmur quebrado em três lugares. O funcionário da empresa, de 28 anos, alega que revidou a agressão do passageiro.
De acordo com o empresário, ele chegou ao balcão do check-in por volta das 17h30 de sábado (28) e seu voo estava marcado para as 21h. Torres afirma que estava com a taxa de glicose muito alta --ele é diabético.
"Eu estava com a taxa muito alta e acharam que eu estava embriagado. Ele tomou meu bilhete e disse para eu ir tomar café e lavar o rosto porque eu estava embriagado. Então eu disse que não, peguei minha passagem de volta, pois já tinha feito meu check-in. Quando eu peguei na minha passagem ele partiu para a agressão. Ele saiu de dentro do guichê e veio para o lado de fora me agredir. Deve ter 'filmagem' mostrando isso", disse o empresário.
Torres afirma que foi derrubado pelo empregado da TAM e fraturou o fêmur, em uma parte próxima à bacia. "Estou sentindo horrores de dor. Não pude fazer cirurgia ainda porque sou diabético e minha taxa de glicose está alta", afirmou. O empresário disse que não revidou a agressão do empregado da TAM.
Segundo o empresário, seu comportamento fica alterado quando a taxa de glicose de seu organismo está alta. "Fica um pouco [alterado], fica meio 'leso'. O médico que prestou atendimento me examinou na hora e viu que [a taxa] estava acima de 300", disse Torres.
O empresário afirma que a TAM não o socorreu depois que caiu ao chão. "Acharam que eu estava fazendo drama. Não me deram a mínima atenção". Torres disse que foi auxiliado por uma pessoa que o conhecia da Paraíba. "Se não fosse ele, eu estava jogado lá até agora", afirmou o empresário.
Já o funcionário da TAM relatou no boletim de ocorrência que o passageiro aparentava estar embriagado e foi orientado a lavar o rosto e tomar um café. Torres teria se exaltado e começado a ofender o funcionário. O aeroviário o teria dito que o empresário estava proibido de embarcar. Com isso, segundo o boletim, Torres teria dado um soco no peito e outro no rosto do funcionário.
Para revidar a agressão, segundo o boletim, o funcionário da empresa deu um soco no rosto e um chute na perna do empresário, que caiu no chão.
De acordo com o boletim, Torres foi socorrido a um hospital e o funcionário da TAM --que aparece no documento como autor/vítima-- foi orientado a voltar em um prazo de seis meses se quiser abrir uma representação contra Torres. Ele foi o responsável pelo registro e foi submetido a exame de corpo de delito. Inicialmente o caso foi registrado como lesão corporal.
No entanto, o titular da delegacia de Cumbica, segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública), abriu um inquérito para investigar o caso após ter conhecimento do estado de saúde de Torres. A natureza criminal do boletim foi alterada para lesão corporal grave. A autoridade policial vai colher o depoimento do empresário e solicitar um exame de corpo de delito.
Outro lado
Por meio de nota, a TAM informou que seu funcionário foi agredido e se defendeu. A empresa afirma que vai aguardar a manifestação das autoridades e está à disposição para esclarecimentos.
Torres afirmou que já contratou um advogado e vai processar o funcionário e a TAM.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u543515.shtml