Imaginem a situação: um rei condenou um bando de criminosos à morte, mas fica com pena e mata o próprio filho em lugar deles, libertando-os a seguir.
Não consigo ver a lógica em um rei sacrificar um inocente (seu próprio filho, ainda por cima) para que ele possa se permitir perdoar criminosos que ele mesmo condenou. Por que ele não os perdoa sem matar um inocente se ele tem esse poder?
Não sou cristão mas deixa lhe mostrar como vejo isso (isto é, como se fosse cristão veria a coisa toda do sacrifício):

Deus é onipotente, mas não quer destruir as regras do seu universo (principalmente as morais).

Os homens carregam o pecado original, não cumpriram o regulamento interno e a convenção do Paraíso e foram expulsos por justa causa. Ou seja, ficamos 'sujos' aos olhos de Deus.

Mas Deus não quer isso, quer perdoar-nos. Como faz isso ? Tem um filho com uma mortal, filho este que conversa com o Deus Vivo, e aceita ser morto injustamente pelos homens, para nos livrar, nesse sacrifício, de morrernos e ficarmos sem paraíso. Como ele morre injustamente na mãos dos homens, é um sacrifício, como uma oferenda a Deus. A maior oferenda possível, seu herói, filho de uma mortal e ele mesmo. Os pecados são expiados porque ele também é um ser humano, ao menos morre como tal.

Feito o ritual de expiação, e de um jeito que o Deus Vivo sabe de antemão, a demonstração de desprendimento do seu filho o eleva aos céus.
The End
(eu adoro finais felizes!)
PS: é uma explicação que obedece as regras mitológicas do herói e resolve o dilema no qual ficaram os judeus imersos na culpa, sem redenção possível, o que os convertia em párias da sua própria crença.