Autor Tópico: Crime e família  (Lida 4254 vezes)

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Offline Buckaroo Banzai

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Re:Crime e família
« Resposta #25 Online: 29 de Maio de 2018, 19:24:52 »
A psicopatia não é considerada doença porque não causa sofrimento ao portador dessa condição.

Não gosto muito de argumentos semânticos, mas a questão é semântica, então... psico-pata. O morfema "pata" é "doente".

Citar
Singular   Plural
-pata   -patas
-pa.ta, adjetival, comum aos dois géneros

que advém manisfesto de uma doença
Ações psicopatas.
que advém manisfesto de uma adesão irracional
esquerdopatas, direitopatas.
-pa.ta, nominal, comum aos dois géneros

enfermo de uma doença
Um psicopata.

O contra-argumento mais-que-semântico seria que a definição de dicionário é "pobre", e que psicopatia seria na verdade somente um estado mas um extremo num espectro de personalidades normais. Ainda assim, deve ser argumentavel ser este extremo "doentio" levando em consideração uma definição mais social-mutualista de "doença". E o sofrimento impingido a outros, mesmo que o psicopata seja perfeitamente funcional sob uma ótica estritamente egoísta. Mas mesmo aí não necessariamente é, eles tendem a morrer mais cedo por mortes violentas.


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https://en.wikipedia.org/wiki/Disease [...] In humans, disease is often used more broadly to refer to any condition that causes pain, dysfunction, distress, social problems, or death to the person afflicted, or similar problems for those in contact with the person. In this broader sense, it sometimes includes injuries, disabilities, disorders, syndromes, infections, isolated symptoms, deviant behaviors, and atypical variations of structure and function, while in other contexts and for other purposes these may be considered distinguishable categories. [...]

Offline El Elyon

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Re:Crime e família
« Resposta #26 Online: 29 de Maio de 2018, 19:45:35 »
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O que a mim incomoda muito pessoalmente são pessoas que defendem as vidas de bandidos desse nível de barbárie, pondo-se contra a pena de morte, por exemplo.

Muitos se opõe á pena de morte não por qualquer simpatia com criminosos - mas porque não desejam delegar ao Estado o poder sob a vida e morte de pessoas.

Afinal, ao contrário de outras formas de penas, a morte é irreversível e exige um padrão de evidência altíssimo - e basta apenas um erro para que haja motivos mais que razoáveis para questionar seriamente a defesa do assassinato autorizado por agentes estatais.
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Offline pehojof

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Re:Crime e família
« Resposta #27 Online: 30 de Maio de 2018, 00:31:21 »
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O que a mim incomoda muito pessoalmente são pessoas que defendem as vidas de bandidos desse nível de barbárie, pondo-se contra a pena de morte, por exemplo.

Muitos se opõe á pena de morte não por qualquer simpatia com criminosos - mas porque não desejam delegar ao Estado o poder sob a vida e morte de pessoas.

Afinal, ao contrário de outras formas de penas, a morte é irreversível e exige um padrão de evidência altíssimo - e basta apenas um erro para que haja motivos mais que razoáveis para questionar seriamente a defesa do assassinato autorizado por agentes estatais.

Por enquanto, só tenho essas questões:

1 - É possível reverter o tempo de vida perdido no confinamento de uma cela?

2 - As "provas em contrário" de uns são mais em contrário que de outros?

3 - Você está dizendo que tem gente inocente presa só porque se houvesse pena de morte ela estaria solta?

4 - Basta um afogamento numa piscina ou um acidente automobolístico ou aéreo ou qualquer outro com mortes para justificar acabar ("questionar seriamente") o uso de todos esses itens necessários ou desejáveis?
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Offline pehojof

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Re:Crime e família
« Resposta #28 Online: 30 de Maio de 2018, 00:32:59 »
A psicopatia não é considerada doença porque não causa sofrimento ao portador dessa condição.

Não gosto muito de argumentos semânticos, mas a questão é semântica, então... psico-pata. O morfema "pata" é "doente".

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que advém manisfesto de uma doença
Ações psicopatas.
que advém manisfesto de uma adesão irracional
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-pa.ta, nominal, comum aos dois géneros

enfermo de uma doença
Um psicopata.

O contra-argumento mais-que-semântico seria que a definição de dicionário é "pobre", e que psicopatia seria na verdade somente um estado mas um extremo num espectro de personalidades normais. Ainda assim, deve ser argumentavel ser este extremo "doentio" levando em consideração uma definição mais social-mutualista de "doença". E o sofrimento impingido a outros, mesmo que o psicopata seja perfeitamente funcional sob uma ótica estritamente egoísta. Mas mesmo aí não necessariamente é, eles tendem a morrer mais cedo por mortes violentas.


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https://en.wikipedia.org/wiki/Disease [...] In humans, disease is often used more broadly to refer to any condition that causes pain, dysfunction, distress, social problems, or death to the person afflicted, or similar problems for those in contact with the person. In this broader sense, it sometimes includes injuries, disabilities, disorders, syndromes, infections, isolated symptoms, deviant behaviors, and atypical variations of structure and function, while in other contexts and for other purposes these may be considered distinguishable categories. [...]

Tem esse aspecto também. Até acho que o que eu disse é meio indireto, mas que soa estranho dizer que psicopatia não é doença, soa...
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Offline El Elyon

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Re:Crime e família
« Resposta #29 Online: 30 de Maio de 2018, 02:33:27 »
Citação de: pehojof
1 - É possível reverter o tempo de vida perdido no confinamento de uma cela?

Detalhe relevante - a pena é reversível, não o tempo dela. Se alguém receber uma pena de 15 anos de encarceramento, mas for inocentada em meio a isso, ele evitará anos de encarceramento - assim como se houver alguma forma de multa ou tomada de propriedade injusta, o valor financeiro pode ser restituído, se houver perda de reputação e honra, ela pode ser restaurada com o veredito de inocência. Não é o que ocorre com o assassinato autorizado por agentes estatais.

Citação de: pehojof
2 - As "provas em contrário" de uns são mais em contrário que de outros?

3 - Você está dizendo que tem gente inocente presa só porque se houvesse pena de morte ela estaria solta?

Não - sequer vejo a relevância de tais perguntas.

Citação de: pehojof
4 - Basta um afogamento numa piscina ou um acidente automobolístico ou aéreo ou qualquer outro com mortes para justificar acabar ("questionar seriamente") o uso de todos esses itens necessários ou desejáveis?

Não - mas cabe a você demonstrar que o assassinato autorizado por agentes estatais é algo desejável ou necessário. Entretanto, aqui eu pequei pela brevidade - o motivo na qual uma execução errônea põe em cheque a justificativa da pena de morte é pela expectativa que dada a irreversibilidade da pena de morte, é esperado que não haja dúvidas razoáveis ou falhas no processo investigativo e judicial que levaram a tal condenação - a ocorrência desse tipo de falhas põe em cheque a confiabilidade dos agentes estatais que levaram a condenação.

Além disso, algo que pergunto ocasionalmente a quem defende a pena de morte - no caso da execução de alguém que foi revelado inocente, nós temos aqui um crime sério, que é o assassinato a sangue frio de uma pessoa. Qual dos agentes estatais que falharam na aplicação da pena de morte deveriam ser processados (e mesmo sujeitos a pena de morte) no caso da execução de um inocente nas mãos do Estado?
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Offline JungF

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Re:Crime e família
« Resposta #30 Online: 30 de Maio de 2018, 20:05:34 »
Em princípio a pena de morte, dadas as possíveis falhas do processo penal, não deveria existir em países de organização social e cultural superiores, por ser brutal e carregar a imagem do primitivismo.
Mas em países em que frequentemente a brutalidade e selvageria passam ao largo da justiça, e se fosse aplicada apenas em caso de crimes realmente hediondos e nas circunstâncias de máxima evidência, tipo, um flagrante ou confissão espontânea, serviria como alívio, - " fez-se Justiça" -  para as vítimas ou seus familiares e reduziria o custo gerado pelo cárcere de longo prazo.

Offline El Elyon

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Re:Crime e família
« Resposta #31 Online: 30 de Maio de 2018, 20:16:39 »
Citação de: JungF
Mas em países em que frequentemente a brutalidade e selvageria passam ao largo da justiça, e se fosse aplicada apenas em caso de crimes realmente hediondos e nas circunstâncias de máxima evidência, tipo, um flagrante ou confissão espontânea, serviria como alívio, - " fez-se Justiça" -  para as vítimas ou seus familiares e reduziria o custo gerado pelo cárcere de longo prazo.

... sério, confissão espontânea como "máxima evidência"? Você nunca ouviu falar dos famosos tribunais da URSS e China Maoísta?  :)

Mas já que somos tão expostos a brutalidade e selvageria, porque não aumentar o poder de dissuasão da pena de morte? Eu sugiro que toda execução seja feita em estádios de futebol, televisionada e exibida obrigatoriamente em todos canais de televisão - e também nas escolas, para que as crianças saibam desde cedo que o crime não compensa. Que acha?  :)
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Offline JungF

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Re:Crime e família
« Resposta #32 Online: 30 de Maio de 2018, 20:25:42 »
Estranho, partindo de você.
Parece argumento de obcecados pelo próprio ponto de vista. embutido de sarcasmo e
ironia na falta de coisa melhor.

Offline El Elyon

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Re:Crime e família
« Resposta #33 Online: 30 de Maio de 2018, 20:39:28 »
Citação de: JungF
Estranho, partindo de você.
Parece argumento de obcecados pelo próprio ponto de vista. embutido de sarcasmo e
ironia na falta de coisa melhor.

É uma consequência do argumento da dissuasão - se o uso de pena de morte é um dissuasor de crimes, especialmente aqueles violentos, porque realizar a execução de maneira praticamente privada, praticamente indolor e ás escondidas, de maneira que o poder de dissuasão é reduzido?

E, sim, obviamente eu coloquei uma dose de sarcasmo (em parte, porque considero surreal ver confissão como um critério de boa evidência, é algo mainstream em criminologia que testemunhos, ainda mais de quem é acusado e interrogado constantemente, são um tipo de evidência muito limitada) - mas isso não altera o argumento contido nela.
« Última modificação: 30 de Maio de 2018, 20:41:42 por El Elyon »
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Offline AlienígenA

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Re:Crime e família
« Resposta #34 Online: 30 de Maio de 2018, 20:42:02 »
Em princípio a pena de morte, dadas as possíveis falhas do processo penal, não deveria existir em países de organização social e cultural superiores, por ser brutal e carregar a imagem do primitivismo.
Mas em países em que frequentemente a brutalidade e selvageria passam ao largo da justiça, e se fosse aplicada apenas em caso de crimes realmente hediondos e nas circunstâncias de máxima evidência, tipo, um flagrante ou confissão espontânea, serviria como alívio, - " fez-se Justiça" -  para as vítimas ou seus familiares e reduziria o custo gerado pelo cárcere de longo prazo.
Sua convicção se baseia em suposições ou constatações?

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Crime e família
« Resposta #35 Online: 30 de Maio de 2018, 20:51:22 »
Até é mais efetivo terceiro-mundizar ainda mais para melhorar em algo uma situação terceiro-mundista.

Porque as penas não tem nenhum critério verdadeiramente científico, seja de psiquiatria, talvez nem mesmo de ciências sociais, e a coisa essencialmente funciona se prendendo uma maioria de pessoas não tão problemáticas e se colocando num ambiente que os tornará piores, e os libertando incondicionalmente depois disso.

Era melhor, do ponto de vista da sociedade em si, executar todo mundo, o maconheiro, o trombadinha, o ladrão de pote de margarina, o traficante paraplégico. Aí pelo menos não seriam libertos depois com reduzidas chances de emprego e um ódio pela sociedade, além de possíveis outras perturbações decorrentes de estupro e violência.

Certamente essa política seria bastante popular para uma população de terceiro mundo. Poderiam até legalizar linchamentos em praça-pública.


Porém o ideal seria consertar o problema na raiz, limitando prisão a criminosos que tenham feito uso ou ameaça de violência, e se ter programas baseados em dados empíricos sobre a recuperação/ressocialização (tanto dos violentos quanto dos outros), de acordo com o grau de periculosidade, que pode bem não permitir soltura para o resto da vida. Parte disso envolverá até tratamento psiquiátrico em boa parte do tempo, até mesmo medicamentoso.

Certamente não é algo com tanto apelo popular, já que não sacia da mesma forma a sede de "justiça". Como retroceder civilizacionalmente para o sistema de execuções generalizadas deve ser algo com muitos obstáculos legais, a tendência é que continuemos por muito tempo mantendo e piorando um sistema que satisfaz em algo ao povo ao dar murro em ponta de faca.



Mas talvez isso seja pessimismo... há alguns casos das coisas dando certo:

https://oglobo.globo.com/brasil/presidio-em-minas-adota-novo-modelo-consegue-recuperar-60-dos-presos-20806983

Quem sabe uma maioria (50%+1) das pessoas não possa vir a aceitar que algo que recupera mais presos e custa menos, é realmente melhor, independentemente dos seus sentimentos?

Offline JungF

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Re:Crime e família
« Resposta #36 Online: 30 de Maio de 2018, 21:48:02 »
Embora não necessário, em defesa de meu argumento lembro que não apelei para a pena de morte como dissuasor da criminalidade, visto que não há dissuasão possível para determinado tipo de criminoso, seja por seus desvios crassos da personalidade a expressarem-se sob a forma de variadas psicopatias ou pela formação do caráter em ambientes de promiscuidade e violência.
Todas as vitórias morais e intelectuais da humanidade foram gradativas e suas etapas, inevitáveis.
Se no passado as execuções em massa e os linchamentos, por motivos nem tão graves, eram frequentes, hoje nos causam repugnância... mas aqueles passos da história foram necessários, como escarmento para as gerações vindouras.

Além disso, respondendo ao caro AlienígenA, lembro que o estudo, a reflexão e a observação dos fatos, de forma imparcial, devem alicerçar nossas convicções todavia conscientes de que experiências futuras poderão mudá-las.

« Última modificação: 30 de Maio de 2018, 21:50:03 por JungF »

Offline AlienígenA

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Re:Crime e família
« Resposta #37 Online: 30 de Maio de 2018, 22:46:37 »
JungF - embora terceiro-mundista, não pude evitar a influência da invasão cultural primeiro-mundista, de forma que desenvolvi razoável sensibilidade - o que me leva a ser otimista quanto a experimentação na área das ciências naturais, mas bastante pessimista na das demais - devido, justamente, ao que elas tem a contar.

Offline pehojof

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Re:Crime e família
« Resposta #38 Online: 31 de Maio de 2018, 01:03:55 »
Enquanto não executamos nem o "Jack", vamos por partes...

Citação de: pehojof
1 - É possível reverter o tempo de vida perdido no confinamento de uma cela?

Detalhe relevante - a pena é reversível, não o tempo dela.

Qualquer tempo da pena é irreversível. Alguém pode fazer o tempo, seja um ano, um mês, um minuto ou um segundo voltar atrás? Alguém pode fazer alguém viver mais nas mesmas condições para compensar? A pena nunca é integralmente reversível; no máximo, parcialmente.

Só que...:


Se alguém receber uma pena de 15 anos de encarceramento, mas for inocentada em meio a isso, ele evitará anos de encarceramento

Mas não restaurará o que perdeu. Agora, pense... e se essa pessoa morrer na prisão antes de "ser inocentada"? É só mais um "jogo estatístico" que, nesse caso, é "válido"? Eu creio que dever-se-ia então extinguir absolutamente toda e qualquer punição em qualquer caso, pois "a mais residual chance de alguém ser inocente e morrer" durante e até em consequência da pena já é o bastante para também não a torturarmos com a privação da liberdade num ambiente como um presídio...




- assim como se houver alguma forma de multa ou tomada de propriedade injusta, o valor financeiro pode ser restituído,

Algum criminoso elegível a pena de morte seria alternativamente apenado com apenas multa ou confisco de bens? O grau de gravidade está em outro nível no caso, portanto excluamos o que não for alternativa de pena à execução.




se houver perda de reputação e honra, ela pode ser restaurada com o veredito de inocência.

E mesmo que a pessoa esteja morta, ainda que tenha ocorrido enquanto em cárcere antes de findada a pena "reversível". No entanto, há algum ordenamento jurídico que preveja "manchar honra e reputação" como punição para algum crime que em outra alternativa seria apenado com morte? Essa "hipótese", nem precisamos excluir, creio eu...




Não é o que ocorre com o assassinato autorizado por agentes estatais.

Apelo à emoção pelo drama vale? Devemos ser apelativos e dramáticos aqui? Eu até acho que é bom você incluir elementos emocionais na pauta, pois eu também os considero inseparáveis da questão, mas assassinato é o que é punido com pena de morte, não a pena de morte. Eu não vejo legítima defesa, seja pessoal ou social, como "assassinato", pelo menos não no sentido criminoso da palavra. Legítima defesa é "assassinato"? É crime? Assassinato = crime (sempre)?





Citação de: pehojof
2 - As "provas em contrário" de uns são mais em contrário que de outros?

3 - Você está dizendo que tem gente inocente presa só porque se houvesse pena de morte ela estaria solta?

Não - sequer vejo a relevância de tais perguntas.

Talvez você não tenha compreendido bem as questões... porque insisto em que me parece claramente que você está dizendo exatamente isso, e esclareço:

Você disse:

"Afinal, ao contrário de outras formas de penas, a morte é irreversível e exige um padrão de evidência altíssimo"

quantificando o grau de evidência exigido em cada caso. Ora, conclui-se que para condenar às penas "reversíveis" (segundo crença) exige-se evidência não tão "altíssima" e se aceita condenar um inocente mais facilmente num "jogo estatístico tolerável". Do meu ponto de vista, isso é uma aberração inconcebível e viola aquele princípio jurídico de "todos são inocentes até prova em contrário", sem quantificação. Assim, chego também à conclusão de que em vigência de pena de morte o cuidado maior para sentenciar levaria a um menor índice de condenações injustas.

O que está errado neste raciocínio?






Citação de: pehojof
4 - Basta um afogamento numa piscina ou um acidente automobolístico ou aéreo ou qualquer outro com mortes para justificar acabar ("questionar seriamente") o uso de todos esses itens necessários ou desejáveis?

Não - mas cabe a você demonstrar que o assassinato autorizado por agentes estatais é algo desejável ou necessário.

Perfeitamente, porém antes quero retificar que aquilo que defendo não é "assassinato autorizado", mas condenação à morte. Ou teremos que definir melhor entre nós o que seria "assassinato".

Desejável é porque eu e uma felizmente imensa quantidade de pessoas deseja. Se a declaração dessas não for suficiente, cabe a você determinar o que te convenceria (eu alegremente seria carrasco para comprovar).

Necessário por uma quantidade de razões que talvez possam ser divididas em morais ou emocionais e objetivas ou práticas. Das práticas vale o simples fato de o aprisionamento não garantir o impedimento do criminoso, que pode fugir e cometer crimes ou até cometê-los no cárcere mesmo ou de dentro dele. O bandido da luz vermelha consumiu recursos por décadas que poderiam suster necessidades de pessoas de bem ou serem revertidos aos cidadãos pagadores de impostos, só para ter que ser morto como devia desde o primeiro dia de prisão, logo após ser solto, para impedi-lo de voltar a cometer crimes. Tempo atrás foi noticiado que um criminoso saiu de um presídio só para matar e retornou em seguida. Bandidos comandando crimes de todos os tipos de dentro das celas é fato corriqueiro. Mortos não cometem mais nenhum crime. É garantido. Ou não é?

Quanto às morais ou emocionais, apenas digo que há muitas pessoas como eu que sentem-se mais infelizes na vida só por saber que uma Suzane von Richthofen vive, anda, respira e sai em indultos de dias das mães por aí, tudo com o beneplácito e a proteção do Estado que, dessa forma, entendo como conivente. Urge às pessoas justas punição suficiente para cada crime porque é uma afronta violenta a nós sabermos que criminosos são protegidos pelo Estado, não só para que possam ter a chance de cometer mais crimes, como também porque é um insulto violento à nossa moral e aspirações espirituais que simplesmente vivam sobre os cadáveres e as destruições por outras formas hediondas das vidas de suas vítimas. Afinal, somos seres emocionais e se há um bullying supremo no mundo é o que é perpetrado contra as pessoas de bem ao serem obrigadas a assistir ao espetáculo de horror que é a brandura de punição que elementos hediondos recebem como verdadeiros prêmios por terem cometido crimes inenarráveis.






Entretanto, aqui eu pequei pela brevidade - o motivo na qual uma execução errônea põe em cheque a justificativa da pena de morte é pela expectativa que dada a irreversibilidade da pena de morte, é esperado que não haja dúvidas razoáveis ou falhas no processo investigativo e judicial que levaram a tal condenação - a ocorrência desse tipo de falhas põe em cheque a confiabilidade dos agentes estatais que levaram a condenação.

A confiabilidade de absolutamente tudo está sempre em cheque, não sendo argumento válido.




Além disso, algo que pergunto ocasionalmente a quem defende a pena de morte - no caso da execução de alguém que foi revelado inocente, nós temos aqui um crime sério, que é o assassinato a sangue frio de uma pessoa.

Não necessariamente. Somente quando houver negligência ou dolo dos agentes, qualquer prevaricação, será crime. Caso contrário, mera falha operacional como uma cirurgia bem conduzida mas lamentavelmente mal sucedida que não deve carregar o cirurgião de culpa alguma.



Qual dos agentes estatais que falharam na aplicação da pena de morte deveriam ser processados (e mesmo sujeitos a pena de morte) no caso da execução de um inocente nas mãos do Estado?

Agora sou eu quem não vê a relevância de tal pergunta. Não deveriam ser todos que tiverem cometido o crime? Ademais, me parece ser um bom ponto para também eu perguntar: e não deveriam os agentes estatais serem apenados com as penas com que os inocentes que eles condenaram foram apenados, quaisquer sejam elas?
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Offline pehojof

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Re:Crime e família
« Resposta #39 Online: 31 de Maio de 2018, 01:16:15 »
Em princípio a pena de morte, dadas as possíveis falhas do processo penal, não deveria existir em países de organização social e cultural superiores, por ser brutal e carregar a imagem do primitivismo.
Mas em países em que frequentemente a brutalidade e selvageria passam ao largo da justiça, e se fosse aplicada apenas em caso de crimes realmente hediondos e nas circunstâncias de máxima evidência, tipo, um flagrante ou confissão espontânea, serviria como alívio, - " fez-se Justiça" -  para as vítimas ou seus familiares e reduziria o custo gerado pelo cárcere de longo prazo.

Mas se você condena a pena de morte exatamente em sociedades que você julga "superiores", onde seria esperável maior organização e menor índice de falhas, não é um contrassenso defendê-la em "países onde brutalidade e selvageria" passam, não só ao largo mas dentro da justiça, dado que seu critério é o "índice de falhas no processo"?
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Offline pehojof

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Re:Crime e família
« Resposta #40 Online: 31 de Maio de 2018, 01:20:31 »
Mas já que somos tão expostos a brutalidade e selvageria, porque não aumentar o poder de dissuasão da pena de morte? Eu sugiro que toda execução seja feita em estádios de futebol, televisionada e exibida obrigatoriamente em todos canais de televisão - e também nas escolas, para que as crianças saibam desde cedo que o crime não compensa. Que acha?  :)

Ideia tentadora... ou atentadora... Pena que meu mote não é a dissuasão...
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Offline pehojof

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Re:Crime e família
« Resposta #41 Online: 31 de Maio de 2018, 01:40:15 »
Mas talvez isso seja pessimismo... há alguns casos das coisas dando certo:

https://oglobo.globo.com/brasil/presidio-em-minas-adota-novo-modelo-consegue-recuperar-60-dos-presos-20806983

Quem sabe uma maioria (50%+1) das pessoas não possa vir a aceitar que algo que recupera mais presos e custa menos, é realmente melhor, independentemente dos seus sentimentos?

Casualmente até gosto de usufruir de uma leitura de conto de fadas, mas nessa especialmente senti falta do capítulo onde se demonstra a metodologia da comprovação da suposta "recuperação" dos anjinhos... Eu já estava até me preparando para reler tudo ao som de "Imagine", mas desisti ao notar a falta do capítulo principal e mais emocionante da tocante estória. Então não vou nem questionar sobre os outros "40%"...  ::)
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Offline JJ

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Re:Crime e família
« Resposta #42 Online: 31 de Maio de 2018, 08:54:48 »
Citação de: JungF
Mas em países em que frequentemente a brutalidade e selvageria passam ao largo da justiça, e se fosse aplicada apenas em caso de crimes realmente hediondos e nas circunstâncias de máxima evidência, tipo, um flagrante ou confissão espontânea, serviria como alívio, - " fez-se Justiça" -  para as vítimas ou seus familiares e reduziria o custo gerado pelo cárcere de longo prazo.

... sério, confissão espontânea como "máxima evidência"? Você nunca ouviu falar dos famosos tribunais da URSS e China Maoísta?  :)

Mas já que somos tão expostos a brutalidade e selvageria, porque não aumentar o poder de dissuasão da pena de morte? Eu sugiro que toda execução seja feita em estádios de futebol, televisionada e exibida obrigatoriamente em todos canais de televisão - e também nas escolas, para que as crianças saibam desde cedo que o crime não compensa. Que acha?  :)



Eu sugiro decapitações públicas como são feitas na  amada e protegida (pelo Chefão)  e hiper mega  democrática  Arábia Saudita, inclusive decapitações por crime de bruxaria. 

« Última modificação: 31 de Maio de 2018, 09:15:07 por JJ »

Offline JJ

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Re:Crime e família
« Resposta #43 Online: 31 de Maio de 2018, 08:57:55 »



É super interessante  constatar que no geral os  fanboys  brasileiros do Chefão omitem de forma super conveniente essa gritante omissão  do Chefão em relação ao excesso de democracia da Arábia Saudita.

Offline Euler1707

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Re:Crime e família
« Resposta #44 Online: 31 de Maio de 2018, 11:51:35 »



É super interessante  constatar que no geral os  fanboys  brasileiros do Chefão omitem de forma super conveniente essa gritante omissão  do Chefão em relação ao excesso de democracia da Arábia Saudita.
Moderação, se isso não se caracteriza como trollismo, então eu não sei o que mais é trollismo.

Offline JJ

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Re:Crime e família
« Resposta #45 Online: 31 de Maio de 2018, 12:40:21 »
E isso aqui:


"Os esquerdinhas têm muita raiva do sucesso do agronegócio, que permitiu baixar tanto o custo da alimentação que acabou com a miséria extrema na qual eles baseavam sua ideologia."


"ódio absolutos ao bando de vagabundos da esquerda"



É trollismo ? 


Offline Euler1707

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Re:Crime e família
« Resposta #46 Online: 31 de Maio de 2018, 12:53:13 »
E isso aqui:


"Os esquerdinhas têm muita raiva do sucesso do agronegócio, que permitiu baixar tanto o custo da alimentação que acabou com a miséria extrema na qual eles baseavam sua ideologia."


"ódio absolutos ao bando de vagabundos da esquerda"



É trollismo ?
Não, é só ataque de ódio, mesmo, mas nos explique, JJ, em que contexto contido nesse tópico se justificaria esse seu comentário:
É super interessante  constatar que no geral os  fanboys  brasileiros do Chefão omitem de forma super conveniente essa gritante omissão  do Chefão em relação ao excesso de democracia da Arábia Saudita.

Offline JJ

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Re:Crime e família
« Resposta #47 Online: 31 de Maio de 2018, 13:08:45 »
E isso aqui:


"Os esquerdinhas têm muita raiva do sucesso do agronegócio, que permitiu baixar tanto o custo da alimentação que acabou com a miséria extrema na qual eles baseavam sua ideologia."


"ódio absolutos ao bando de vagabundos da esquerda"



É trollismo ?
Não, é só ataque de ódio, mesmo, [...]




Legal manifestação de ódio é de boa, pode.    :ok:    Mas, uma ironia  genérica  contra um subconjunto genérico  não pode. 


« Última modificação: 31 de Maio de 2018, 13:24:08 por JJ »

Offline JJ

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Re:Crime e família
« Resposta #48 Online: 31 de Maio de 2018, 13:14:28 »
Sem falar que teve uma acusação genérica contra um grupo (não foi só a manifestação de ódio):


"Os esquerdinhas têm muita raiva do sucesso do agronegócio"


Mas como é um ataque direcionado contra a esquerda, então tá de boa.  Não é  contra a regras, só se fosse um ataque genérico (uma ironia) contra a direita (aliás não foi sequer bem contra a direita como um todo, e sim apenas contra um genérico subgrupo  "fanboys  brasileiros do Chefão" )   é que seria contra as regras.


 :ok:



« Última modificação: 31 de Maio de 2018, 13:23:20 por JJ »

Offline Euler1707

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Re:Crime e família
« Resposta #49 Online: 31 de Maio de 2018, 13:20:12 »
E isso aqui:


"Os esquerdinhas têm muita raiva do sucesso do agronegócio, que permitiu baixar tanto o custo da alimentação que acabou com a miséria extrema na qual eles baseavam sua ideologia."


"ódio absolutos ao bando de vagabundos da esquerda"



É trollismo ?
Não, é só ataque de ódio, mesmo, [...]




Legal manifestação de ódio é de boa, pode.    :ok:    Mas, uma ironia  genérica  contra um conjunto genérico (de direita)  não pode.
Ainda bem que você entendeu o que eu disse, sem fazer um espantalho sobre o meu comentário.

 

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