Quando falou em "corrupto", eu até concordaria bastante. Já que seqüestro é uma forma de estorção.
Não acho que extorquir ditadores seja algo tão ruim assim. É claro que ao invés dele sequestrar um embaixador americano (que não tinha nada a ver com a história, ao menos teoricamente), ele poderia... digamos... matar um dos ditadores. Mas é o que eu disse, na época não havia nenhum governo legítimo, e havia algo como uma guerra acontecendo. Coisas desse tipo ou piores eram a regra na época.
Postei o texto mais por esse comentário do autor: "O fato de as pessoas acharem normal que um ex-seqüestrador possa ser deputado ou prefeito, ao mesmo tempo em que ostentam repulsa a criminosos do sistema financeiro, mostra o quanto o senso de proporções está perdido."
Quer dizer, um crime por uma "causa" é menos "crime" do que um crime para encher o bolso. O fato é que ninguém sequer levaria em consideração a possibilidade de perdoar um ex-desviador de verbas qualquer. Desviadores de verbas não podem se arrepender, mas criminosos que cometem crimes por "causas" podem. A não ser, é claro, que ele fosse um criminoso pertencente ao
outro lado, ou seja, do lado dos militares. Neste caso o sujeito também não seria passível de se "arrepender" de seus atos, como o Gabeira, e concorrer a um cargo qualquer. Se é do outro lado então é bom lembrar dele como um "torturador safado" ou "censor da PQP" para o resto da vida.
O senso de proporções realmente está perdido.