Autor Tópico: Bolsa-Família cresce porque mantém pobreza, diz Cristovam  (Lida 8067 vezes)

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Atheist

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Re: Bolsa-Família cresce porque mantém pobreza, diz Cristovam
« Resposta #75 Online: 18 de Setembro de 2009, 14:46:29 »
Eles (beneficiados do bolsa família) também pagam impostos quando compram alguma coisa com o dinheiro do bolsa família... Ou seja, devolvem o dinheiro pro governo... ::) É um programa magnífico...

Pois é... parte do dinheiro gasto o governo recebe de volta... uns 10 a 15% quando o indivíduo não gasta com cigarro e cachaça...

Offline Fabi

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Re: Bolsa-Família cresce porque mantém pobreza, diz Cristovam
« Resposta #76 Online: 18 de Setembro de 2009, 14:49:15 »
Eles (beneficiados do bolsa família) também pagam impostos quando compram alguma coisa com o dinheiro do bolsa família... Ou seja, devolvem o dinheiro pro governo... ::) É um programa magnífico...

Pois é... parte do dinheiro gasto o governo recebe de volta... uns 10 a 15% quando o indivíduo não gasta com cigarro e cachaça...
Quando ele gasta o dinheiro em cachaça e cigarro o governo sai no lucro. O cara gasta 100,00 e o governo ganha 110,00 em impostos.
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Offline André T.

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Re: Bolsa-Família cresce porque mantém pobreza, diz Cristovam
« Resposta #77 Online: 18 de Setembro de 2009, 15:02:23 »
Citação de: André T.
Enfim, não sou petista, estou longe de ser petista, mas parece que a paixão tomou conta de qualquer debate político por aqui. Vejam; o que o PT fez no governo, todos os escândalos de corrupção, é tudo uma vergonha, muita gente teria que ser _presa_. Mas eu também me lembro do FH 'pisando na constituição' pra votar a reeleição porque não tinham um candidato que prestasse, inclusive com várias acusações escondidas de compra de votos. Eu me lembro do Ricúpero contando pra todo mundo que ele fazia o que tinha que fazer, que não tinha escrúpulos.

Porque sempre que eu critico ou vejo alguém criticar o governo do Lula, acabam citando o FHC?
O que tem uma coisa a ver com outra? Comparação? Mas eu não defendo o FHC...

O que eu estava querendo dizer é que estamos nessa vala há muito tempo, não é de agora. E você há de concordar que muitas pessoas criticam um e defendem o outro, dos dois lados.

O pior de tudo é que parece que estamos num esquema de bipartidarismo, e os dois partidos falam as mesmas coisas!
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Offline Panthera

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Re: Bolsa-Família cresce porque mantém pobreza, diz Cristovam
« Resposta #78 Online: 18 de Setembro de 2009, 15:23:16 »
Citação de: André T.
O que eu estava querendo dizer é que estamos nessa vala há muito tempo, não é de agora. E você há de concordar que muitas pessoas criticam um e defendem o outro, dos dois lados.
Sim, sim. Disse isso, porque quando discuto sobre o governo com uma amiga que é Assistente Social, petista, ela não sabe defender muito bem o PT. Mas sabe atacar o FHC. Mas isso não quer dizer absolutamente nada.
Não é porque antes tava ruim, que agora automaticamente ficou melhor, se é que me entende.

Citação de: André T.
Eu acredito que o Estado deva começar a pensar em controle de natalidade em larga escala. Cuidado, cuidado, não estou pensando em sair por aí castrando ninguém. O que eu acho é que deve haver algum tipo de incentivo para diminuir a natalidade da população. Não sei como isso pode ser feito, mas é um caso a pensar.
Concordo!
Mas o bolsa-família vai exatamente na contramão disso, incentivando pais a criarem "times de futebol" pra garantir o sustento da família (não através do trabalho, como nas famílias rurais de antigamente) através do assistencialismo do governo.
« Última modificação: 18 de Setembro de 2009, 15:26:16 por Panthera »
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Offline Nina

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Re: Bolsa-Família cresce porque mantém pobreza, diz Cristovam
« Resposta #79 Online: 18 de Setembro de 2009, 15:50:27 »
Pode continuar falando o quanto quiser, eu só não tenho obrigação nenhuma de acreditar.

Claro que não tem que acreditar. Pode vir aqui e constatar. Mas até que faça isso, tomar uma "decisão" não será baseada em fatos, ou seja, não será uma postura cética.

É por isso que falo do espaço amostral que conheço.

E que diferença isso faz a intenção do PT ao abraçar o programa, tanto que ele seja bom e funcione?

Está aí o ponto. Para muitos "imbecis que criticam o bolsa família" ele só é eficiente para ganho do votos. No resto, ele é prejudicial para a sociedade, passa a mensagem errada, não é profícuo (ou muito pouco profícuo).

É claro que existem objeções ao programa, muitas válidas, e todas elas tem que ser discutidas. Mas ficar falando 'aaah, o Lula tava com invejinha' é leitura mental e não muda nada o resultado final.

Cada coisa é uma coisa. O fato de o Lula ter copiado o programa e se apropriado dele mudando o nome, mesmo tendo criticado o mesma postura em tempo eleitoral fala muito sobre quem é o Lula. Pra mim isso é hipocrisia.

E os pontos negativos são mais que apontados, mas ainda tem gente aqui que vem e fala: "Ah, mas não pode criticar o PT!"

A questão é que esses pontos a corrigir não são meros detalhes. Estão na base fundamental do programa: a quem ele se destina, o motivo pelo qual é mantido e o que ele tem promovido de bom e ruim.

A pergunta é: 'ele deveria ter mantido o programa?'

Não sei, mas ele também não o manteve em sua integralidade... o Cristovam fala disso no primeiro post do tópico.

Pra dar um outro exemplo: se eu vejo o FH fazendo uma crítica ao Lula, julgo o valor da crítica, não os porquês do FH ter chegado nela. Até porque você pode julgar como invejinha, ciuminho e etc praticamente todas as motivações do que for feito politicamente - o que, por sinal, provavelmente é verdade.

E o que isso tem a ver? Eu não sou PSDBista, não sou FHCista. Eu sou cidadã e quando vejo alguém fazendo merda com o país, tenho o direito de criticar.

Pra mim, político é tudo farinha do mesmo saco. Estou esperando surgir ou ser descoberto um diferente (esperando anciosamente).

Citar
Ué, ele não disse que a maioria das famílias saiu da pobreza? Se saíram da pobreza, o programa já cumpriu sua função, a menos que haja "geração expontânea de pobres".
Você já viu quantos filhos as pessoas pobres tem?

Ótimo, chegamos a um ponto que me intriga.

Eu pago meus impostos, minha funcionária é registrada, pago seus direitos. Eu sei que filho é caro e faço controle de natalidade. Tenho uma filha, que provavelmente será a única.

Pobre também poderia fazer controle de natalidade... porque ao invés de pagar por cabeça, o bolsa família não incentiva o controle? Pra mim, receber por cabeça é o mesmo que o governo falar: tenha filhos!

Agora, voltando à questão de sair da pobreza.... se a famílias saem da pobreza unicamente por causa do auxílio, do valor recebido, então esse auxílio não está mudando a situação das famílias, está é as escravizando. Vocês falam que é preciso dar oportunidades... que oportundiades foram dadas se o cara volta a passar fome se tirar o auxílio? ZERO. É isso que o governo já teve tempo de fazer em 8 anos e não está fazendo.

Por que não obrigam as pessoas a fazerem cursos para poderem ter uma profissão, por exemplo?

Eu acredito que o Estado deva começar a pensar em controle de natalidade em larga escala.

Começar a pensar? Agora? Não, meu amigo, já passou da hora de planejar... já passou da hora de excecutar. Depois de 8 anos de governo perceberam que é preciso educar o povo?

Sabe porque não ensinaram essa lição ainda? Porque fazer o povo ter menos filhos significa mostrar pra ele que filho é caro e que ele tem que arcar com o custo desse filho. Hoje, a maior parte do custo dessas crianças é repassada ao governo. Eles ganham saúde, educação, comida e moradia de graça. Só tá faltando o bolsa-cerveja.

Cuidado, cuidado, não estou pensando em sair por aí castrando ninguém. O que eu acho é que deve haver algum tipo de incentivo para diminuir a natalidade da população. Não sei como isso pode ser feito, mas é um caso a pensar.

Eu também não acho que devam ser castrados, mas acho que o melhor incentivo é mostrar para o povo que se tiver filho, vai ter que trabalhar dobrado. Quero ver quem é que vai escolher ter filho se tiver que trabalhar mais, e não menos.

Essa perspectiva é uma grande crítica que pode ser feita ao programa, já que quanto mais filhos, mais $$ a pessoa ganha, até onde eu sei.

Viu, concordamos com algo! :P

E o que eu li no que ele escreveu era que a saída da situação de pobreza era um fato que está acontecendo, não que aconteceu:

Citar
Nao seria justo punir uma maioria que se beneficia  programa e sai da situacao de pobreza por causa de uma minoria que quer "levar vantagem". Acho mais coerente aparar as arestas.

Então... na minha leitura, o entendimento é que já aconteceu... até porque ele cita relatórios, e relatórios são relatos de algo que já aconteceu...

Citar
Mas acabar com ele sigficaria perder votos. Ou você acha que não?
Claro que sim. O que não muda em nada o fato do programa ser bom ou ruim.

Não muda, mas faz um programa ruim ser mantido, porque isso garante que os políticos se mantenham no poder. Esse é um problema seríssimo.

Na verdade, pra ser bem frio, o que eu acho é que o programa é bom por sua abrangência e seus resultados (pelo menos até onde eu vi, a quantidade de brasileiros abaixo da linha da pobreza extrema tinha diminuído bastante), mas tem que ser aperfeiçoado.

Eu realmente acho que o dinheiro faz muita diferença, sobretudo onde não há giro. Mas no formato em que está, eu realmente não acho que seja mais benéfico do que maléfico ao povo, porque nosso povo aprende rápido questões que lhe interessam. E uma delas é: "não preciso me preocupar com anticoncepção, será mais um no bolsa família." Outra é: "posso trabalhar só com bicos e de vez em quando, porque tem X do bolsa-família que não vai faltar nunca.

E é claro que isso não é a totalidade. Mas não me parece ser anedota também.
"A ciência é mais que um corpo de conhecimento, é uma forma de pensar, uma forma cética de interrogar o universo, com pleno conhecimento da falibilidade humana. Se não estamos aptos a fazer perguntas céticas para interrogar aqueles que nos afirmam que algo é verdade, e sermos céticos com aqueles que são autoridade, então estamos à mercê do próximo charlatão político ou religioso que aparecer." Carl Sagan.

Offline DehCapella

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Re: Bolsa-Família cresce porque mantém pobreza, diz Cristovam
« Resposta #80 Online: 18 de Setembro de 2009, 23:07:01 »
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Ou ainda, por que as maiores criticas a este programa nao sao oriundas das pessoas beneficiadas do programa?

Lei de Gerson em muitos casos.

Concordo que estes artifícios são importantes a curto prazo para uma parcela considerável da população. Mas e o que esta parcela está fazendo para sair do problema e deixar de ganhar o benefício? Existem números sobre isso? Existem programas do governo que pensem a longo prazo para um dia acabar com esse assistencialismo?

Segundo um post de um blog que vi quando procurava sobre o assunto, menos de 1% das pessoas deixaram de requisitar ou se descadastraram da ajuda desde 2004.

Ainda que hajam programas como o PRONAF, eles parecem ser totalmente desassociados do BF, que apenas dá de 20 a 200 reais (acho que por família, mas ouvi relatos de que poderiam haver mais de um assistido por família, mas pode ser desinformação plantada propositalmente, ou ignorância), só tendo como contrapartida cumprir com a vacinação das crianças e freqüência escolar.

Li que no Pará há uma "bolsa trabalho", que além da ajuda financeira forneceria cursos profissionalizantes, mas parece que não tem dado muito certo, no mesmo lugar que li sobre isso li reclamações de gente dizendo que não vinha o dinheiro (não falaram nada quanto aos cursos).

Buckaroo, aqui na nossa cidade a falta de frequência escolar não deixa ninguém de fora do benefício. A única coisa mesmo é a vacinação, e só vale mesmo para as crianças menores de 5 anos. As mais velhas praticamente não são assistidas pelo governo.

Sou professora (espero não ser uma daquelas que fazem parte da massa generalizada como "que não sabem nada e dão aula") e nas escolas da cidade onde já dei aulas há verdadeiro desespero por parte dos responsáveis pelos alunos com relação à frequência às aulas. Aqui a frequência conta sim. Agora, a vinculação do auxílio com a frequência por si só não leva a lugar algum. Não é manter um programa de bolsa-qualquer-coisa e oferecer ao cidadão serviços de quinta categoria. Isso já pode ter sido dito, mas reafirmo: não dá pra falar de "procurar emprego" ou "procurar oportunidades" se o sujeito saiu de um sistema educacional falido, em que ele jamais precisou estudar para seguir adiante e se formar. Ele só está lá pra compor índices de promoção altos e de evasão baixos, que demonstrem o grande sucesso do setor educacional.

Então o sujeito sai da escola depois de ficar anos amparado pelos programas assistenciais do governo. Percebe que está adulto, semianalfabeto, que não tem condições de frequentar uma universidade, de conseguir um emprego razoável (o razoável pra uma família pobre pode ser o meu chinfrim. Há toda uma massa de formandos cheios de expectativas sobre a estabilidade da carreira de professor em escolas públicas e imaginando um salário que eles nunca tiveram, e enquanto isso eu tento pular fora correndo porque tive oportunidades diferentes e sei que isso me dá grandes vantagens pra trocar de emprego e "mudar de vida"). Falta de perspectiva.

Não estou aqui caindo na armadilha maniqueísta do "coitadinho do pobre". Estou só tentando mostrar que não é só querer. São gerações inteiras de desamparo e de falta de perspectiva, sem vislumbre de uma melhora de vida. Tenho alunos que vêm da roça e os pais não assinam sequer o próprio nome, e como têm que trabalhar pra sustentar a família não conseguem estudar, "melhorar", etc. Ou não querem, inclusive porque não enxergam como isso pode representar algum tipo de ascensão social. Ainda assim os filhos frequentam a escola (com todos os problemas que ela tem, e que são cabeludos), e isso os salva de ir lá pegar na enxada e perpetuar esse ciclo todo. Porque na hora do cara ir lá procurar o empreguinho "razoavelzinho" dele, ele vai poder mostrar o histórico escolar atestando que ele terminou o Ensino Médio. Que habilidades e competências ele desenvolveu lá..aí é outra história.

Então assim, eu acho meio chato quando se menciona o tempo todo "gastar com cachaça" ou fazer mais filhos como uma preocupação de quem é alvo desses programas. Qualquer generalização é perigosa.

Offline Nina

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Re: Bolsa-Família cresce porque mantém pobreza, diz Cristovam
« Resposta #81 Online: 18 de Setembro de 2009, 23:27:38 »
Sou professora (espero não ser uma daquelas que fazem parte da massa generalizada como "que não sabem nada e dão aula") e nas escolas da cidade onde já dei aulas há verdadeiro desespero por parte dos responsáveis pelos alunos com relação à frequência às aulas. Aqui a frequência conta sim.

Pois é, eu sempre pensei que contasse também. Minha mãe é professora e no PR também é cobrado. Mas eu já vi gente aqui da cidade falando que até criança expulsa de escola continua recebendo... Não sei dizer que é um dos desvios já vistos (diretor de colégio, funcionário concursado de prefeitura e até vereador aqui já beliscou o bolsa família).

O apelo político aqui é muito grande. Tanto que há uma parte do comércio que é do PT e uma parte do comércio que é dos outros partidos. Quem é simpatizante de um lado não compra nos estabelecimentos do outro lado.

Agora, a vinculação do auxílio com a frequência por si só não leva a lugar algum. Não é manter um programa de bolsa-qualquer-coisa e oferecer ao cidadão serviços de quinta categoria. Isso já pode ter sido dito, mas reafirmo: não dá pra falar de "procurar emprego" ou "procurar oportunidades" se o sujeito saiu de um sistema educacional falido, em que ele jamais precisou estudar para seguir adiante e se formar. Ele só está lá pra compor índices de promoção altos e de evasão baixos, que demonstrem o grande sucesso do setor educacional.

Com certeza. Nossos alunos sabem que não precisam fazer nada para passar, assim como os pais não precisam fazer nada para receber assitencialismo.

Então o sujeito sai da escola depois de ficar anos amparado pelos programas assistenciais do governo. Percebe que está adulto, semianalfabeto, que não tem condições de frequentar uma universidade, de conseguir um emprego razoável (o razoável pra uma família pobre pode ser o meu chinfrim. Há toda uma massa de formandos cheios de expectativas sobre a estabilidade da carreira de professor em escolas públicas e imaginando um salário que eles nunca tiveram, e enquanto isso eu tento pular fora correndo porque tive oportunidades diferentes e sei que isso me dá grandes vantagens pra trocar de emprego e "mudar de vida"). Falta de perspectiva.

Total. E não há mais os cursos profissionalizantes em larga escala como existiam no passado. Parece que o governo acha que todos devem fazer faculdade, o que é incoerente numa sociedade. Precisa-se de profissionais em todas as áreas. Alguns deles devem ser técnicos.

Não estou aqui caindo na armadilha maniqueísta do "coitadinho do pobre". Estou só tentando mostrar que não é só querer. São gerações inteiras de desamparo e de falta de perspectiva, sem vislumbre de uma melhora de vida. Tenho alunos que vêm da roça e os pais não assinam sequer o próprio nome, e como têm que trabalhar pra sustentar a família não conseguem estudar, "melhorar", etc. Ou não querem, inclusive porque não enxergam como isso pode representar algum tipo de ascensão social. Ainda assim os filhos frequentam a escola (com todos os problemas que ela tem, e que são cabeludos), e isso os salva de ir lá pegar na enxada e perpetuar esse ciclo todo. Porque na hora do cara ir lá procurar o empreguinho "razoavelzinho" dele, ele vai poder mostrar o histórico escolar atestando que ele terminou o Ensino Médio. Que habilidades e competências ele desenvolveu lá..aí é outra história.

Por isso o problema da educação no Brasil envolve muito mais que matérias de livro. Mas tem gente que acha que não se pode mudar a cultura do povo, que seria uma agressão, e o que você narrou é uma questão de cultura.

Aqui a cultura é que trabalhar mata. Então a regra é o esforço mínimo. As pessoas não tem o que comer, seus filhos estão no bolsa família, mas de fazer manicure ninguém abre mão. É uma cultura estranha.

Então assim, eu acho meio chato quando se menciona o tempo todo "gastar com cachaça" ou fazer mais filhos como uma preocupação de quem é alvo desses programas. Qualquer generalização é perigosa.

Concordo, mas também é preciso ter em mente como é o nosso povo, a grande maioria dele. E para a grande maioria, dois meses de carnaval seriam o paraíso.
"A ciência é mais que um corpo de conhecimento, é uma forma de pensar, uma forma cética de interrogar o universo, com pleno conhecimento da falibilidade humana. Se não estamos aptos a fazer perguntas céticas para interrogar aqueles que nos afirmam que algo é verdade, e sermos céticos com aqueles que são autoridade, então estamos à mercê do próximo charlatão político ou religioso que aparecer." Carl Sagan.

Atheist

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Re: Bolsa-Família cresce porque mantém pobreza, diz Cristovam
« Resposta #82 Online: 18 de Setembro de 2009, 23:39:14 »
Vejam os números postados pelo outro forista na pesquisa: 77% dos desempregados não procurou emprego! Precisa de mais evidência do que isso para mostrar que este tipo de ajuda não educa ou leva a um futuro melhor?

Offline Nina

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Re: Bolsa-Família cresce porque mantém pobreza, diz Cristovam
« Resposta #83 Online: 18 de Setembro de 2009, 23:44:48 »
Bom, se não faz bem pro Brasil, então porque o governo o mantém?

Será porque rende votos? ::)
"A ciência é mais que um corpo de conhecimento, é uma forma de pensar, uma forma cética de interrogar o universo, com pleno conhecimento da falibilidade humana. Se não estamos aptos a fazer perguntas céticas para interrogar aqueles que nos afirmam que algo é verdade, e sermos céticos com aqueles que são autoridade, então estamos à mercê do próximo charlatão político ou religioso que aparecer." Carl Sagan.

Atheist

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Re: Bolsa-Família cresce porque mantém pobreza, diz Cristovam
« Resposta #84 Online: 18 de Setembro de 2009, 23:47:15 »
Não!!! O que rendia votos era a bolsa do tempo do FHC... a de agora não rende votos, de maneira alguma!

Offline Gaúcho

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Re: Bolsa-Família cresce porque mantém pobreza, diz Cristovam
« Resposta #85 Online: 19 de Setembro de 2009, 01:21:37 »
Eu acho que rende um mundão de votos.
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Offline Zeichner

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Re: Bolsa-Família cresce porque mantém pobreza, diz Cristovam
« Resposta #86 Online: 19 de Setembro de 2009, 01:24:23 »
será? Acho a Bolsa família uma faca de dois legumes.
No momento em que o povo perceber que não tem mais como perder o Bolsa, não importa o governo, vão votar em quem der na telha.

Povo é um povinho ingrato.

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re: Bolsa-Família cresce porque mantém pobreza, diz Cristovam
« Resposta #87 Online: 19 de Setembro de 2009, 21:29:23 »
será? Acho a Bolsa família uma faca de dois legumes.
No momento em que o povo perceber que não tem mais como perder o Bolsa, não importa o governo, vão votar em quem der na telha.

Povo é um povinho ingrato.

Mas então o ilustre voltará a vomitar contra o Bolsa-voto e milhares de petistas continuarão a falar mal da imprensa golpista que insiste em gravar e mostrar o que tudo o que ele fala e faz...

E alguns virão ao CC defender que agora sim o Bolsa-voto deve ser extinto, afinal o iluminado acabou com a miséria, fez milagres, andou sobre as águas e subiu aos céus onde reinará ao lado do Todo Poderoso.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Bolsa-Família cresce porque mantém pobreza, diz Cristovam
« Resposta #88 Online: 19 de Setembro de 2009, 21:45:34 »
Vejam os números postados pelo outro forista na pesquisa: 77% dos desempregados não procurou emprego! Precisa de mais evidência do que isso para mostrar que este tipo de ajuda não educa ou leva a um futuro melhor?

"Não ter procurado emprego" implica em ter ficado só vagabundando, ou pode ter a ver com coisas como já ter alguma forma de rendimento informal, ou ser mulher, e ter que cuidar das tarefas domésticas? Ambas situações nas quais procurar emprego de forma mais ativa pode ser comprometedor. A bolsa família em si vai de 20 a 180 reais, não sei se por pessoa ou por família, me parece pouco provável que seja o suficiente para já fazer as pessoas se acomodarem. Mas talvez, não sei, no nordeste pelo custo de vida ser mais baixo, signifique mais do que parece significar tendo como referência o custo de vida no sudeste.

Esse é um tipo de coisa (custo de vida relativo à região) que acho que talvez também passe batida, tanto nessa questão quanto para o salário mínimo. Talvez, enquanto o salário mínimo tenha um efeito positivo, impedindo uma redução de custos que comprometesse a qualidade de vida da população (essa é basicamente a idéia por trás da própria existência dele, acho), sendo relativamente alto demais em algumas regiões, acaba tendo um efeito contrário, criando dificuldade à geração de empregos formais, jogando um monte de gente para a informalidade que vira praticamente o padrão não-oficial, e onde "vale tudo" e então os custos podem ser reduzidos até semi-escravidão, exatamente como se não houvesse o salário mínimo.

Offline Gabarito

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Re:Bolsa-Família cresce porque mantém pobreza, diz Cristovam
« Resposta #89 Online: 26 de Fevereiro de 2014, 10:32:44 »
Bolsa-Família inchando, aumentando, crescendo.
Mais um pouco e todos nós estaremos dentro da barriga dela.

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Em busca do bolsa família indígenas deixam comunidades e acampam em São Gabriel da Cachoeira em condições precárias
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Terra Indígena Alto Rio Negro

Tem se tornado frequente em São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, a presença de famílias indígenas das etnias Hupd'äh e Yuhupdëh. Elas vêm dos rios Tiquié e Papuri, de seus afluentes e do igarapé Japu em busca do acesso a benefícios sociais proporcionados pelo Estado brasileiro como aposentadoria, bolsa família e auxílio-maternidade. Os índios que já acessaram os benefícios vêm sacar dinheiro e comprar mercadorias como calções Adidas, sandálias havaianas e biscoitos recheados.

A abertura de uma agência do INSS este ano e os mutirões de documentação realizados no município no ano passado, foram estímulos adicionais à migração e à mudança nos hábitos dos Hupd'äh e dos Yuhupdeh. Só no início de 2014, cerca de 400 indígenas destas duas etnias ocuparam acampamentos nas imediações do porto Queiroz Galvão, conhecido como “beiradão”, em condições insalubres e com alta incidência de malária.

Boa parte dos Hupd’äh e Yuhupdeh não domina a língua portuguesa nem os modos de interação das instituições locais responsáveis pela emissão de documentos e pelo acesso aos benefícios. A fome, a doença e as não raras mortes de crianças desnutridas são parte deste cenário, incluindo-se nele situações de violência, endividamento junto aos comerciantes locais, que permanecem em posse de seus cartões e o roubo de suas embarcações e motores, o que muitas vezes inviabiliza a volta para as comunidades.

Enquanto isso, a Funai, que já demarcou a Terra Indígena Alto Rio Negro nos anos 90, não está lá prestando assistência. Está tentando demarcar mais áreas indígenas Brasil a fora.


Offline Diegojaf

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Re:Bolsa-Família cresce porque mantém pobreza, diz Cristovam
« Resposta #90 Online: 26 de Fevereiro de 2014, 10:36:24 »
Qual é a dos índios com calções da Adidas?
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

http://umzumbipordia.blogspot.com - Porque a natureza te odeia e a epidemia zumbi é só a cereja no topo do delicioso sundae de horror que é a vida.

Offline Gabarito

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Re:Bolsa-Família cresce porque mantém pobreza, diz Cristovam
« Resposta #91 Online: 26 de Fevereiro de 2014, 10:40:36 »
Calção Adidas serve para eles entrarem na cultura que hoje assola morros e favelas, quem sabe até um rolezinho.


Mas a questão de mais demarcações, prioridade da Funai, não é a mais importante para os índios:

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BBC descobre o óbvio: Quem mata índio no Brasil é falta de asssitência e não falta de terra


A cada 100 índios mortos no Brasil, 40 são crianças

Matéria publicada hoje pela BBC Brasil mostra o abandono pelo qual passa os indígenas com áreas já demarcadas no Brasil. Usando dados conseguidos através da lei de acesso a informação, a BBC mostrou que a desnutrição matou 419 crianças indígenas nos último seis anos. A matéria da BBC é mais um evidência de que a Funai e o indigenismo radical escondem por trás da guerra fundiária sua completa indiferença na assistência aos índios com terras já demarcadas.

A matéria usa o exemplo de um curumim com menos de dois anos de idade, Júlio César Xavante, que já deveria falar, brincar e caminhar sozinho, mas ainda é tão frágil quanto um recém-nascido. Com 5 kg e desnutrição crônica, o pequeno Xavante tem perdido cabelo e exibe manchas na pele. O quadro do bebê é tão grave que, mesmo monitorado por uma nutricionista desde o início do ano, ele rejeita qualquer alimento exceto o leite materno e não consegue ganhar peso. O pediatra Lásaro Barbosa, que internou Júlio César no hospital de Água Boa, em Mato Grosso, explicou que casos como o dele são comuns entre índios da região.

Não é o primeiro exemplo de que os maiores problemas dos índios não estão relacionados com a questão fundiário, onde a Funai e o indigenismo centram o foco de suas ações.

Uma pesquisa do Datafolha feita diretamente com os índios a pedido da CNA mostrou exatamente isso. Enquanto você lê esse post a Secretaria Geral da Presidência da República está expulsando milhares de pequenos agricultores de uma área demarcada pela Funai no Marnahão para índios Awá-Guajá, mas a última morte de um índio Awá foi a de um recém nascido que morreu por falta de assistência médica. Levantamento feito pela Secretaria de Segurança Pública do Mato Grosso do Sul aponta que 94% dos homicídios de indígenas ocorridos entre 2007 e fevereiro do ano passado foram cometidos pelos próprios índios.

Relembre: Quem mata índio no Brasil e porque eles morrem

Os índios do Brasil precisam de ajuda, mas nem os indigenistas, nem a Funai não os ajudarão. Eles precisam da indigência dos índios para usar em seu interesse.

Leia matéria na íntegra na página da BBC Brasil: Desnutrição matou 419 crianças indígenas desde 2008

« Última modificação: 26 de Fevereiro de 2014, 10:50:05 por Gabarito »

Offline Gabarito

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Re:Bolsa-Família cresce porque mantém pobreza, diz Cristovam
« Resposta #92 Online: 26 de Fevereiro de 2014, 10:47:07 »
Está meio fora do tema do tópico, mas achei oportuno transcrever aqui essa importante conclusão a que se chega com a leitura de um dos links da matéria anterior:

Citar
São pelo menos duas as conclusões a que se pode chegar com esses números: A primeira é que os números do Cimi são lixo. E a segunda é que os índios aldeados do Mato Grosso do Sul precisam DESESPERADAMENTE de quem os proteja da Funai. É um espanto que certa imprensa tome os números do Cimi como verdade sem verificação como fez o O Globo.

http://www.questaoindigena.org/2013/06/quem-mata-indio-no-brasil-e-porque-eles.html



Vele a pena ler a notícia completa.

Offline JJ

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Re:Bolsa-Família cresce porque mantém pobreza, diz Cristovam
« Resposta #93 Online: 22 de Julho de 2018, 18:04:55 »

A diferença entre o Welfare State e os programas de transferência de renda

O Jornal de todos Brasis

A diferença entre o Welfare State e os programas de transferência de renda

JOÃO PAULO CALDEIRA
QUI, 31/10/2013 - 10:43
ATUALIZADO EM 31/10/2013 - 11:13
Por Arthur Taguti


Comentário ao post "Bolsa Família: dez anos que mudaram a face do Brasil"


Sem dúvidas, o Bolsa Família é um programa importantíssimo, trouxe efeitos econômicos benéficos e incontestáveis na última década, e a vitória foi selada quando o PSDB mesmo já fala em institucionalizar, incluir o programa no LOAS.


Só que é preciso contextualizar um pouco o BF.


Programas de transferência condicionada de renda, tal qual o BF, foram idealizados nos estertores do Banco Mundial não para "incluir", mas para amenizar a exclusão social causada pelas políticas neolibelês. Isto foi didaticamente descrito em (http://jornalggn.com.br/noticia/o-avesso-do-padrao-fifa).


Um Estado que adota o "Welfare State" costuma gastar de 25% a quase 40% (caso da Dinamarca) do PIB em despesas de Bem-Estar. Ou seja, é caro manter educação, saúde, transporte urbano, saneamento e previdência social públicos. Já políticas focalizadas (como o BF) são sensivelmente mais baratas (0,5% do PIB).


Não causa surpresa, assim, quando constatamos que o "precursor" do Bolsa Família foi criado e idealizado por FHC, através dos seus diversos "Vales". Ele seguia direitinho a Cartilha. Primeiro, a redução da margem de manobra para o Estado intervir na economia, por meio da privatização de estatais, abertura indiscriminada da economia ao capital externo e o atrelamento do Estado ao rentismo via tripé-financeiro.


Os "Vales" de FHC, e o Bolsa Família de Lula, são a constatação de que o Estado brasileiro não fornece nem (i) ambiente econômico liberal (tal qual ocorre nos EUA) para os indivíduos conseguirem se manter via empregos formais; e (ii) não gasta suficientemente com despesas de Bem-Estar, igual ocorre (ou pelo menos, ocorria, antes da crise) com os países da Europa Ocidental.


No caso de Lula, algumas coisa devem ser destacadas.


Primeiro, uma coisa é o sujeito que na Espanha tinha um padrão de vida ótimo, e é tragado pela crise ao desemprego e à miséria e após isto vira beneficiário de um programa de transferência de renda. Outra completamente diferente é um brasileiro que nunca teve nada, que sempre ficou suscetível às caridades dos "coronés" para sobreviver, e agora recebe Bolsa Família.


Para quem sempre teve tudo, ainda continuará enfezado e pressionando o Estado, pois almeja retomar o estilo de vida de outrora. Para o miserável, o agradecimento será eterno, e o seu voto fidelizado. Só que em ambos os casos, independente do seu efeito psicológico, a inclusão precisa ser completada, por meio de políticas voltadas ao emprego, educação, qualificação, etcétera.


Que Lula recebeu herança maldita, e em 2003 o BF precisava ser criado, não tenha dúvidas.


Mas vejo com apreensão que, 11 anos depois, não esteja havendo o que se chama de redução lenta e gradual de beneficiários, em decorrência da sua inclusão ao mercado formal. Pelo contrário, Lula, em seu discurso no Programa do PT, disse algo como "enquanto eles reclamam, o Bolsa Família só cresce".


40 milhões de dependentes, ou seja, 20% da população brasileira que hoje necessita de um programa de transferência de renda para sobreviver não é um número a ser comemorado. São estatísticas que deveriam acender o sinal amarelo, pois após uma década, ainda temos um contingente enorme de pessoas que passariam fome caso o Estado não os ajudasse.


Que o programa tenha seus méritos indiscutíveis, é fato.


Só que, passado já tempo suficiente para cobrarmos mudanças efetivas (já são 11 anos, mais da metade da ditadura militar, quase chegando no tempo da "Primeira Era Vargas"), o que se espera é que mantenha-se sim, o tom laudatório igual o do editorial de hoje do Nassif, mas que também se questione que tipo de planejamento o governo federal faz em relação a este programa.


A expectativa é aumentar o número de beneficiários mesmo, igual transpareceu na fala do Lula? Existe algum programa prioritário do governo, voltado aos benefíciários do BF, para que diminua gradativamente o número de dependentes? Qual o percentual de beneficiários, que lá em 2003 começaram a receber BF, e que já deixaram o programa?


Não vale falar da história de um ou outro, o importante são dados percentuais. Na eleição de 2010, falou-se muito da "porta de saída", de indivíduos que tinham conseguido deixar o programa, mas pelo que observamos o número de beneficiários só fez crescer. O que explicaria isto? Miseráveis ainda não atingidos ou incapacidade do Estado de garantir a autonomia financeira dos dependentes?


Pois o que parece haver é uma certa má vontade de superar-se o "trunfo Bolsa Família" e começarmos a falar de uma "segundo onda inclusiva", inevitavelmente atrelada a despesas de Bem-Estar. O beneficiário do Bolsa Família parece um eleitor muito mais "pacífico" do que o chamado "Classe C", que conseguiu seu emprego formal na era Lula, mora nas grandes cidades e saiu para as ruas pedindo melhores serviços públicos.


Já quem depende do Estado, infelizmente fica muito mais suscetível ao discurso do medo, seja de perder a assistência do "coroné", seja de algum opositor cancelar o benefício.


Louvar o Bolsa Família sim, mas de olho no futuro. A não ser que quermos que se torne política social eterna.


https://jornalggn.com.br/noticia/a-diferenca-entre-o-welfare-state-e-os-programas-de-transferencia-de-renda


 

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