Autor Tópico: O pico do petróleo e o fim do mundo como conhecemos  (Lida 6873 vezes)

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Offline Buckaroo Banzai

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O pico do petróleo e o fim do mundo como conhecemos
« Online: 09 de Novembro de 2008, 23:50:44 »
Ainda não se comentou sobre isso por aqui, não?

A idéia básica é que, o petróleo é um recurso finito, eventualmente chega a um pico de produção/descoberta, e daí por diante só irá diminuir. E diminuir muito rápido, porque o crescimento do consumo aumenta apesar do avanço tecnológico, com o aumento populacional, que continua muito alto apesar das taxas de natalidade decrescerem. Parte das inovações tecnológicas inclusive atrapalham o problema, na medida em que permitem que a população sobreviva mais e de forma mais barata. Quando se encontra uma nova reserva, em muitos casos, ela equivale ao que alguns países consumiriam em poucos dias.

Há as previsões apocalípticas, como a teoria Olduvai, e os que acham que as fontes alternativas de energia irão simplesmente substituir o petróleo sem uma transição drástica. Entre esses, há os que supõem que ocorrerão vários graus de transformação mais drástica, implicando em coisas como a aviação comercial começar a voltar a ser coisa mais de luxo, até praticamente talvez desaparecer, as pessoas viverem de forma mais local e menos global para economizar em transportes, necessidade da revitalização de coisas como linhas de ferro, e etc.

Diferentemente do aquecimento global, as previsões são para algo consideravelmente mais próximo. Segundo alguns, já atingimos os picos de produção de petróleo, cada vez se descobre menos e menos reservas, e o consumo só aumenta dia após dia. Alguns, mais otimistas, acham que pode haver ainda mais uma geração antes do pico.

http://en.wikipedia.org/wiki/Peak_oil

Offline Vito

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Re: O pico do petróleo e o fim do mundo como conhecemos
« Resposta #1 Online: 09 de Novembro de 2008, 23:51:38 »

Offline Wolfischer

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Re: O pico do petróleo e o fim do mundo como conhecemos
« Resposta #2 Online: 09 de Novembro de 2008, 23:56:54 »
Não podemos esperar o fim das reservas de petróleo.

O neolítico não acabou por falta de pedras.

Offline Eleitor de Mário Oliveira

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Re: O pico do petróleo e o fim do mundo como conhecemos
« Resposta #3 Online: 10 de Novembro de 2008, 00:08:18 »
Problema não é nem as fontes alternativas de energia, que existem aos montes e podem gradualmente substituir o petróleo. Problema mesmo são produtos mais nobres como o plástico, feitos de petróleo.

Offline guicn

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Re: O pico do petróleo e o fim do mundo como conhecemos
« Resposta #4 Online: 10 de Novembro de 2008, 00:53:38 »
Pois é, há uma outra infinidade de produtos feitos de petróleo.
Mas já não existe uma boa quantidade de plástico sendo feito com matéria-prima renovavel? Milho, cana de açucar...

Offline Eleitor de Mário Oliveira

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Re: O pico do petróleo e o fim do mundo como conhecemos
« Resposta #5 Online: 10 de Novembro de 2008, 01:43:33 »
Pois é, há uma outra infinidade de produtos feitos de petróleo.
Mas já não existe uma boa quantidade de plástico sendo feito com matéria-prima renovavel? Milho, cana de açucar...

Bem, eu já ouvi falar sobre o assunto. Mas há pontos a serem considerados:
- Se o gasto de energia para produzir tais produtos a partir de fontes alternativas é maior ou não que do petróleo.
- Se a variedade e a qualidade destes produtos é a mesma dos feitos de petróleo.
- Se a produção agrícola atual é suficiente para satisfazer a demanda ou seria necessário colonizar novas áreas.

No melhor dos cenários, os mesmos produtos feitos de petróleo podem sistematicamente serem substituídos por produtos feitos de restos agrícolas de forma que a qualidade e a satisfação da demanda estajam garantidas, sem que haja grandes avanços da área de platio para a área nativa.


Offline Luis Dantas

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Re: O pico do petróleo e o fim do mundo como conhecemos
« Resposta #6 Online: 10 de Novembro de 2008, 02:31:44 »
Em um país como o Brasil, o problema mais evidente vai ser o impacto sócio-econômico.
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Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline Gaúcho

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Re: O pico do petróleo e o fim do mundo como conhecemos
« Resposta #7 Online: 10 de Novembro de 2008, 07:45:13 »
Biodiesel!! :)
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Re: O pico do petróleo e o fim do mundo como conhecemos
« Resposta #8 Online: 10 de Novembro de 2008, 09:54:33 »
Na verdade ainda não há solução, se a coisa acontecesse hoje (esgotamento do petróleo), a civilização entraria em colapso. Ainda não há meios de produzir insumos agrícolas sem petróleo, nem plásticos em larga escala para atender a demanda, muito menos meios de transporte.

Se nada for feito, vamos amargar alguns séculos de desordem e caos, algo parecido como que ocorreu entre o ano 500 e o ano 1000.

Pra mim, a primeira coisa, antes até de novas tecnologias, é um drástico controle populacional no mundo todo, sem exceção, para reduzirmos a população em mais da metade do que é hoje...
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Offline Gaúcho

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Re: O pico do petróleo e o fim do mundo como conhecemos
« Resposta #9 Online: 10 de Novembro de 2008, 10:09:23 »
Pra mim, a primeira coisa, antes até de novas tecnologias, é um drástico controle populacional no mundo todo, sem exceção, para reduzirmos a população em mais da metade do que é hoje...

Você acha que isso é possível?
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Offline JUS EST ARS

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Re: O pico do petróleo e o fim do mundo como conhecemos
« Resposta #10 Online: 10 de Novembro de 2008, 10:12:27 »


Possível é, desde que você trate o ser humano como um objeto; imponha limite de um filho por casal e mate os excedentes; puna sumariamente revoltas em sentido contrário.

Ou seja, já que o pior que pode acontecer é uma desgraça, vamos fazer a desgraça acontecer desde já, pra evitar a desgraça.



Offline Gaúcho

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Re: O pico do petróleo e o fim do mundo como conhecemos
« Resposta #11 Online: 10 de Novembro de 2008, 10:17:21 »


Possível é, desde que você trate o ser humano como um objeto; imponha limite de um filho por casal e mate os excedentes; puna sumariamente revoltas em sentido contrário.

Ou seja, já que o pior que pode acontecer é uma desgraça, vamos fazer a desgraça acontecer desde já, pra evitar a desgraça.




Se o jeito é esse, então não tem jeito.
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Offline JUS EST ARS

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Re: O pico do petróleo e o fim do mundo como conhecemos
« Resposta #12 Online: 10 de Novembro de 2008, 10:21:18 »


Exatamente. Plástico não é algo indispensável aos seres humanos, e salvo engano, há algumas alternativas ao plástico derivado de petróleo em desenvolvimento. Só não podemos querer adotar medidas arbitrárias e irrazoáveis que salvem o petróleo em detrimento de humanos.



Offline Gaúcho

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Re: O pico do petróleo e o fim do mundo como conhecemos
« Resposta #13 Online: 10 de Novembro de 2008, 10:41:17 »
Também nunca achei que petróleo fosse algo tão indispensável assim. Claro, posso estar redondamente enganado.
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Re: O pico do petróleo e o fim do mundo como conhecemos
« Resposta #14 Online: 10 de Novembro de 2008, 10:44:40 »
Pra mim, a primeira coisa, antes até de novas tecnologias, é um drástico controle populacional no mundo todo, sem exceção, para reduzirmos a população em mais da metade do que é hoje...

Você acha que isso é possível?

Só à força... isso implicaria em um forte revés democrático e uma nova visão da coisa: Os direitos coletivos se sobrepõe aos individuais de forma drástica.
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Re: O pico do petróleo e o fim do mundo como conhecemos
« Resposta #15 Online: 10 de Novembro de 2008, 10:48:07 »


Exatamente. Plástico não é algo indispensável aos seres humanos, e salvo engano, há algumas alternativas ao plástico derivado de petróleo em desenvolvimento. Só não podemos querer adotar medidas arbitrárias e irrazoáveis que salvem o petróleo em detrimento de humanos.




Para o mundo moderno, o plástico é indispensável sim. É possível produzir plásticos a partir de álcool e outras coisas orgânicas, por exemplo. Mas esta produção agrícola demanda petróleo, ou seja, mais combustíveis fósseis.

Por isso algo tem de ser feito. Reduzir ao máximo possível o uso do petróleo (já que hoje não é possível abandoná-lo). Diminuindo a demanda, o petróleo durará por mais um século talvez, tempo suficiente para pensarmos em alternativas tecnológicas. Outra coisa,é controle da população, devíamos ser uns 3 bilhões, no máximo do máximo... Em 2050 seremos 9 bilhões...
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Offline JUS EST ARS

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Re: O pico do petróleo e o fim do mundo como conhecemos
« Resposta #16 Online: 10 de Novembro de 2008, 10:54:10 »


Não acho que é uma questão de direitos coletivos vs. individuais, mas sim de petróleo vs. pessoas.

Acabando o petróleo, na pior das hipóteses a humanidade terá que achar uma alternativa ou aprender a viver sem ela; diminuir as pessoas de forma arbitrária, na pior das hipótese se estará cometendo um genocídio.


E acho essas pesquisas de colapso global em razão de aumento da população altamente pessimistas. Primeiro porque no mundo todo o número de nascimento vem se estabilizando; e segundo porque já havia previsões apocalípticas para quando a população atingisse 6bi. Estamos com mais que isso e muito bem, obrigado.



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Re: O pico do petróleo e o fim do mundo como conhecemos
« Resposta #17 Online: 10 de Novembro de 2008, 11:15:41 »


Não acho que é uma questão de direitos coletivos vs. individuais, mas sim de petróleo vs. pessoas.

Acabando o petróleo, na pior das hipóteses a humanidade terá que achar uma alternativa ou aprender a viver sem ela; diminuir as pessoas de forma arbitrária, na pior das hipótese se estará cometendo um genocídio.


E acho essas pesquisas de colapso global em razão de aumento da população altamente pessimistas. Primeiro porque no mundo todo o número de nascimento vem se estabilizando; e segundo porque já havia previsões apocalípticas para quando a população atingisse 6bi. Estamos com mais que isso e muito bem, obrigado.

Não há alternativa (hoje) para o petróleo.O número de nascimentos vem se estabilizando, mas não importa, hoje já somos muito mais do que deveríamos ser. Menos pessoas, menos pressão sobre os recursos. É uma certeza que o petróleo vai acabar em no máximo trinta anos, ou o barril custará US$ 500,00 (correção monetária atual) o que faria o mundo entrar em colapso. Sem produção agrícola, sem manufaturas e sem dinheiro para pagar um absurdo pelo petróleo, o resultado será fome generalizada, pessoas fora de controle apelando para a pilhagem, ou seja, guerra civil, anarquia e violência. Governo após governo cairia, afinal, como conter os famintos nas suas fronteiras?
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Offline JUS EST ARS

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Re: O pico do petróleo e o fim do mundo como conhecemos
« Resposta #18 Online: 10 de Novembro de 2008, 11:35:26 »


Na questão petróleo como combustível, há várias alternativas em andamento (eletricidade, água, hidrogênio, solar, ar comprimido), e várias concretas desde já (álcool, biodiesel).

Na questão petróleo como plástico, salvo engano há pesquisas promissoras em andamento.

Como se vê, na pior das hipóteses ficaríamos sem plástico, que não vejo como recurso indispensável à humanidade.



Offline Galthaar

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Re: O pico do petróleo e o fim do mundo como conhecemos
« Resposta #19 Online: 10 de Novembro de 2008, 13:17:27 »

Jus, acredito que a redução populacional que se conclama não pode ser chamada de "genocídio"; pois um controle de natalidade principalmente através da educação, tornando a idéia de ter vários filhos imoral, pode ser muito eficiente.

O problema é que temos novelas, filmes e várias outras coisas mostrando como ter vários filhos é legal (programas sobre quadrigêmeos, novelas da Globo e filmes como "Doze é Demais" me vem à mente).

E a redução populacional resolveria tantos outros problemas no longo prazo, e aumentaria tanto o bem-estar das pessoas que é até desumano desistir desta idéia.

"A dominação social no capitalismo, no seu nível mais fundamental, não consiste na dominação das pessoas por outras pessoas, mas na dominação das pessoas por estruturas sociais abstratas constituídas pelas próprias pessoas."

Moishe Postone, Tempo, trabalho e dominação social

Offline Buckaroo Banzai

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Re: O pico do petróleo e o fim do mundo como conhecemos
« Resposta #20 Online: 10 de Novembro de 2008, 13:25:34 »
Problema não é nem as fontes alternativas de energia, que existem aos montes e podem gradualmente substituir o petróleo. Problema mesmo são produtos mais nobres como o plástico, feitos de petróleo.

Acho que o problema é mesmo a energia, não os derivados. Para derivados se pode criar alternativas com mais calma, sem energia o mundo pára. De qualquer forma, ambos apenas somam ao problema total, em vez de concorrerem como problema "verdadeiro".

Teoricamente é fácil dizer que existem fontes alternativas aos montes e podem gradualmente substituir o petróleo. Mas eu desconheço cálculos confiáveis sobre essa substituição "as fontes alternativas estão gradualmente ocupando N% do consumo de energia, com essa taxa de crescimento X, e vejam só, a projeção bate certinho com a projeção da escassez/encarecimento do petróleo", só vejo essas afirmações vagas de otimismo. Por outro lado nunca pesquisei muito sobre isso. Mas mesmo pessoal da turma dos "deniers" de aquecimento global e etc não chega a propriamente negar o problema, apenas a jogar uma geração adiante e culpar o(s) governo(s) por falta de acesso à reservas de petróleo existentes.

Ouvi, por exemplo, numa palestra em mp3 que alguém teria dito que o etanol do milho nos EUA seria a solução. Possivelmente é um semi-espantalho, alguém pegou uma afirmação bem ignorante e infeliz, porque o etanol do milho gasta tanta energia para ser produzido quanto ele mesmo representa em energia, para começar. É a política energética mais imbecil de todos os tempos. O palestrante contra-argumentou ainda que todo etanol que se produz é menos ou cerca de de 1% do que se consome em petróleo, e que não se tem espaço para cultivar tanto milho nos EUA inteiro.

Mesmo com etanol de cana, se fosse para substituir todo o petróleo utilizado, imagino que teriam que haver plantações descomunais. Mais o processamento.

Não acho que alguém saiba como será essa transição, como será essa substituição das matrizes energéticas não-renováveis (a propósito, o carvão mineral está em vias de chegar ao seu pico também), e, ainda que não tenha nenhuma razão para apostar nas hipóteses mais catastróficas, também acho o otimismo de achar que tudo vai continuar essencilmente como é bastante diferente. Acho que no mínimo, a energia será mais cara por uns tempos, puxando os níveis de consumo para algo como os anos 70 ou 60, não sei. E fazendo andar de carro algo bem mais caro, etc.

O que eu ouvi de interessante a esse respeito foi a idéia de um tipo de "new deal" preventivo para a energia. Possivelmente, com menores tendências à continuidade da guerra nos EUA com a eleição de Obama, mais a melhor aceitação dessas matérias científicas do que havia com os democratas (aida que Bush jr. tenha dito que os EUA precisam se livrar do "vício no petróleo"), talvez possamos ver um investimento pesado do governo em combustíveis alterntivos. Algo que talvez seja um bom exemplo do que o mercado por si só não resolve, uma vez que, por hora, é mais barato o petróleo e vai continuar a ser até que ele seja tão escasso que encareça e fiquemos sem energia.



Offline Buckaroo Banzai

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Re: O pico do petróleo e o fim do mundo como conhecemos
« Resposta #21 Online: 10 de Novembro de 2008, 13:27:05 »
Matéria sobre um documentário, "como Cuba sobreviveu ao pico do petróleo"

http://globalpublicmedia.com/the_power_of_community_how_cuba_survived_peak_oil

O embargo econômico acelerou o pico do petróleo para eles, e tiveram que dar um jeito, adotando modos mais primitivos/alternativos de existência.

Offline Eremita

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Re: O pico do petróleo e o fim do mundo como conhecemos
« Resposta #22 Online: 10 de Novembro de 2008, 13:44:20 »
Quer fazer hidrocarboneto em casa? Simples, oras. Pega gorduras e outros ácidos orgânicos, um agente redutor fodônico, reage e separa.

Petróleo é mistura de hidrocarbonetos; ácidos carboxílicos (gorduras), quando reduzidos ao máximo, geram... hidrocarbonetos.

Dá pra gerar p.ex. etano a partir de ácido acético (é, vinagre - o nome IUPAC "ácido etanóico" não o é sem motivo). E, nesse caso, nem precisa ter muito trabalho pra separar, basta fazer tudo em solução aquosa (etano é gás).

O problema é que agentes redutores não são exatamente baratos. Unh, vejamos... lítio? Nem a pau. Sódio, potássio metálicos? Caros pra dedéu. Talvez alumínio, mas primeiro, você precisaria ativar a birosca.

Ou, então, produz hidrogênio pra isso. Passe água gasosa a 400°C por carvão, e você obtém uma mistura de monóxido de carbono e hidrogênio (vulgo gás d'água).

Tá, carvão é combustível fóssil, e daí? Bah, se faltar, é só queimar meia dúzia de porcarias orgânicas (sim, lixo) e vira carvão, oras.

Sim, isso tudo requer pesquisa. Sim, são mais caros que petróleo. Mas, a partir do momento que petróleo começar a ficar escasso, e o preço subir (oferta menor e demanda crescente), vai começar a ser compensável energeticamente.



O que me preocupa, entretanto, não é a escassez de petróleo, mas o que levou a ela.

O esquema de sempre: consumo não-planejado de recursos, superpopulação, ausência de programas de reutilização e reciclagem (e isso inclui educação popular), et cetera.
Latebra optima insania est.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: O pico do petróleo e o fim do mundo como conhecemos
« Resposta #23 Online: 10 de Novembro de 2008, 16:35:30 »
O problema não é tanto a viabilidade, não é isso o crucial. Mas o quanto as fontes alternativas serão acessíveis à população crescente, hoje sustentada por energia comparativamente barata.

O fato de que o petróleo ser barato, e outras coisas tantas terem se tornado gradualmente mais baratas, permite uma explosão populacional, explosão de uma população totalmente dependente de uma fonte de energia barata, que de repente se vê gigantesca e sem mais essa energia barata. OK, não de repente, mas gradualmente se torna mais cara e mais escassa, ao mesmo tempo em que a população cresce, mesmo com taxas decrescentes de fertilidade.

Offline JUS EST ARS

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Re: O pico do petróleo e o fim do mundo como conhecemos
« Resposta #24 Online: 10 de Novembro de 2008, 17:21:02 »



Jus, acredito que a redução populacional que se conclama não pode ser chamada de "genocídio"; pois um controle de natalidade principalmente através da educação, tornando a idéia de ter vários filhos imoral, pode ser muito eficiente.

O problema é que temos novelas, filmes e várias outras coisas mostrando como ter vários filhos é legal (programas sobre quadrigêmeos, novelas da Globo e filmes como "Doze é Demais" me vem à mente).

E a redução populacional resolveria tantos outros problemas no longo prazo, e aumentaria tanto o bem-estar das pessoas que é até desumano desistir desta idéia.



Desde que se trate de uma campanha educacional e de conscientização, acho muito ótimo. O problema surge quando se cria algo parecido com um crime, como na China, onde os pais matam os bebês mulheres porque querem ter homens e o governo só autoriza um filho por casal.



 

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