Autor Tópico: Engenheiros de menos  (Lida 5689 vezes)

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Offline guicn

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Engenheiros de menos
« Online: 24 de Dezembro de 2008, 17:03:03 »
Engenheiros de menos
Renato Sabbatini

O ensino de engenharia está em crise. Segundo levantamento recente do Ministério de Ciência em Tecnologia, “todos os anos, cerca de 320 mil estudantes se matriculam em cursos de engenharias no país. Desse total, 34 mil, ou seja, pouco mais de 10%, chegam ao final da graduação.”. O Ministério e as associações vinculadas ao ensino de engenharia querem achar uma explicação, e propor remédios. Mas não é preciso “queimar muito fosfato” para saber quais são essas causas.

1. O curso é considerado muito difícil e longo pelos alunos, até mesmo em universidades de ponta, como a UNICAMP, onde desistências médias de 20% nas engenharias são verificadas. Cursos “difíceis” são cada vez mais evitados pelos alunos brasileiros, que acorrem em massa a cursos considerados mais fáceis e mais curtos, como humanas e biológicas.

2. A base matemática dos alunos que chegam do ensino médio é cada vez mais precária. Infelizmente muitos alunos não sabem que engenharia é um curso de matemática aplicada, basicamente. Mesmo os bons alunos de matemática são derrubados por Cálculo I e II, já no primeiro ano.

3. O problema é agravado pelas escolas particulares de engenharia, que estão baixando cada vez os níveis de exigência dos vestibulares, no afã de preencher vagas ociosas (se você souber somar 2 mais 2 sem errar, passa tranqüilo em muitos cursos de engenharia), e recebendo alunos sem a menor condição de fazer o curso. Soube de inúmeros casos de ex-pedreiros que fizeram o supletivo e entraram em engenharia, iludindo-se, ou sendo iludidos, que um dia serão engenheiros. Não é à toa que a desistência é fenomenal.

4. A oferta de emprego e os salários iniciais em engenharia são francamente patéticos, para valer a pena enfrentar 5 a 6 anos de estudo difícil. Um engenheiro recém formado ganha 1.500 reais, mesmo com as empresas reclamando que não acham gente talentosa. Porque não tornam os salários mais atrativos, então?

Nota: fui professor de engenharia biomédica da UNICAMP, e pai de dois engenheiros formados pela mesma universidade. Acho que conheço razoavelmente o problema.

Um reitor de uma das maiores universidades particulares brasileiras queixou-se comigo que, apesar de fazer enormes investimentos na infraestrutura dos seus cursos de engenharia e na qualificação dos professores, eles continuam tirando nota 1 (a pior) nos exames de avaliação do MEC. Diz não entender o por quê. Realmente, não são essas duas medidas que vão diminuir a evasão dos cursos de engenharia, se os alunos ingressantes continuarem sendo intelectualmente despreparados e sem vocação. Ai cria-se um curso vicioso para as instituições de ensino superior privado:

Seleção mais rigorosa dos alunos -> classes menores –> maiores valores de mensalidades –> menos alunos inscritos

Isso leva à inviabilidade financeira da maioria dos cursos de engenharia, sem contar os gastos maiores por conta da necessidade de laboratórios e bons professores.

Conclusão: o ensino de engenharia no Brasil deve ser bancado pelas universidades públicas, gratuitas e de qualidade.
Alguém duvida?

O Brasil jamais será um pais avançado tecnologicamente e competitivo mundialmente se não tiver engenheiros de alta qualidade e em número suficiente. Realmente é preocupante…

Fonte: http://www.sabbatini.com/renato/blog/?p=21

Offline Luis Dantas

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Re: Engenheiros de menos
« Resposta #1 Online: 24 de Dezembro de 2008, 17:11:51 »
Citação de: "Renato Sabbatini" topic=18712.0.html#msg399143 date=1230145383
Conclusão: o ensino de engenharia no Brasil deve ser bancado pelas universidades públicas, gratuitas e de qualidade.
Alguém duvida?

Acredito e espero que essa seja uma previsão, e não uma recomendação.

O que mais me assusta nesse quadro é a ingenuidade que o tornou possível: é claro que não se conseguirá bons engenheiros sem salários competitivos, muito menos com deficiências tão sérias na formação de base em matemática.

Não adianta mistificar o "canudo" e achar que isso por si só resolve alguma coisa; é preciso levar a sério a formação em Engenharia, inclusive a preparação para ela via ensino médio e a manutenção da oferta de profissionais via salários condizentes.

(Ufa, quase não falei em Direito desta vez...  :P )
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Offline uiliníli

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Re: Engenheiros de menos
« Resposta #2 Online: 25 de Dezembro de 2008, 15:39:15 »
Sem esquecer que mesmo entre os engenheiros que se formam, cerca de dois terços não vão trabalhar com engenharia, mas em cargos administrativos, o que aumenta ainda mais o déficit.

Offline Luis Dantas

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Re: Engenheiros de menos
« Resposta #3 Online: 25 de Dezembro de 2008, 16:12:21 »
E isso não aconteceria principalmente devido à falta de salários (e planos de carreira) mais atraentes, Uili?
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Offline uiliníli

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Re: Engenheiros de menos
« Resposta #4 Online: 25 de Dezembro de 2008, 16:16:03 »
E isso não aconteceria principalmente devido à falta de salários (e planos de carreira) mais atraentes, Uili?

Com ceteza esse é um dos principais fatores, mas não é o único. Muitos de meus colegas simplesmente pegam ojeriza pela engenharia por considerar difícil e vêem a carreira administrativa como uma tábua de salvação. Aí a falta de base em matemática e a falta de qualidade de muitos professores tem um papel importante.

Offline Luis Dantas

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Re: Engenheiros de menos
« Resposta #5 Online: 25 de Dezembro de 2008, 16:35:06 »
Não te parece estranho que alguém que acha a área difícil e desagradável insista em pegar o canudo?

Sim, eu sei que se explica porque há outros usos para o diploma, mas ainda assim parece um desperdício.
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Offline guicn

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Re: Engenheiros de menos
« Resposta #6 Online: 25 de Dezembro de 2008, 16:41:25 »
Na verdade, acho que quando o cara pensa em fazer o curso sequer tem idéia do que vem pela frente, mas o status de Engenheiro lhe incentiva. Talvez fique na cabeça a idéia "romantica" da profissão e sequer se informa da dificuldade do curso.

Offline uiliníli

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Re: Engenheiros de menos
« Resposta #7 Online: 25 de Dezembro de 2008, 16:43:36 »
Não te parece estranho que alguém que acha a área difícil e desagradável insista em pegar o canudo?

Sim, eu sei que se explica porque há outros usos para o diploma, mas ainda assim parece um desperdício.

O diploma acaba fazendo diferença na hora de a pessoa conseguir emprego. Por ser universidade federal, e por engenharia estar em alta no mercado, as empresas são sedentas pelo pessoal que sai de lá - minha própria coordenadora de curso brinca que quem se forma lá não fica desempregado, mesmo aqueles alunos que ela própria não contrataria nem para fazer jardinagem na casa dela. Em algumas áreas, diploma ainda faz diferença sim, Dantas. Claro que não é qualquer diploma, um engenheiro pela UFSCar tem infinitamente mais vantagem no mercado do que um administrador de empresas pela UNIP. Mesmo o engenheiro da UFSCar sendo um bundão, como muita gente que eu conheço. Mas a culpa não é do estudante, que só está fazendo o melhor para si mesmo, a culpa é das empresas.

Offline Luis Dantas

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Re: Engenheiros de menos
« Resposta #8 Online: 25 de Dezembro de 2008, 16:45:35 »
Na verdade, acho que quando o cara pensa em fazer o curso sequer tem idéia do que vem pela frente, mas o status de Engenheiro lhe incentiva. Talvez fique na cabeça a idéia "romantica" da profissão e sequer se informa da dificuldade do curso.

Posso te garantir que isso acontece em Ciência da Computação também.
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Offline Luis Dantas

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Re: Engenheiros de menos
« Resposta #9 Online: 25 de Dezembro de 2008, 16:46:42 »
Em algumas áreas, diploma ainda faz diferença sim, Dantas.

"Algumas"?!?  "Ainda"?!? :)
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Offline uiliníli

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Re: Engenheiros de menos
« Resposta #10 Online: 25 de Dezembro de 2008, 16:48:30 »
Bom, tem áreas em que ter o diploma específico, ou mesmo algum diploma é irrelevante. Jornalismo, por exemplo. Ou Artes em geral.

Offline Pregador

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Re: Engenheiros de menos
« Resposta #11 Online: 25 de Dezembro de 2008, 19:50:33 »
Minha capacidade matemática me impediu de fazer engenharia... Sempre me perguntei se o ensino é deficitário (óbvio que é), mas será que boa parte dos humanos não tem realmente aptidão matemática avançada? Talvez não aprendam nem com ótimos professores e métodos. Aprendem apenas o básico, até certo limite.
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Offline Luis Dantas

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Re: Engenheiros de menos
« Resposta #12 Online: 25 de Dezembro de 2008, 19:57:34 »
Sempre há alguns que não tem jeito para a coisa mesmo, assim como há quem não dê conta de dirigir carros.  Mas na minha opinião o problema real está nos métodos de ensino. 

Matemática exige um domínio real da matéria, coisa que a maioria dos seres humanos é capaz de aprender, mas uma triste minoria das escolas e professores sabe ensinar.

Veja este texto sobre o método socrático para ilustrar a questão (é a respeito de uma aula sobre aritmética binária).  Agradecimentos ao Buckaroo Banzai, que me chamou a atenção para o mesmo:

http://www.garlikov.com/Soc_Meth.html


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Offline uiliníli

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Re: Engenheiros de menos
« Resposta #13 Online: 25 de Dezembro de 2008, 22:03:15 »
Acho que esse método tem aplicação limitada, não dá para ensinar alguns conteúdos desse jeito. Já pensou uma aula de inglês "E como vocês acham que se diz 'oi' lá em Londres?"

Offline Luis Dantas

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Re: Engenheiros de menos
« Resposta #14 Online: 25 de Dezembro de 2008, 22:39:08 »
Limitação bem leve, porém.
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Offline CyberLizard

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Re: Engenheiros de menos
« Resposta #15 Online: 25 de Dezembro de 2008, 23:40:33 »
Na verdade, acho que quando o cara pensa em fazer o curso sequer tem idéia do que vem pela frente, mas o status de Engenheiro lhe incentiva. Talvez fique na cabeça a idéia "romantica" da profissão e sequer se informa da dificuldade do curso.

Posso te garantir que isso acontece em Ciência da Computação também.

Nem me fale! Esse é um problema enorme. Quase todas as pessoas que inventam de fazer Ciência da Computação não fazem idéia do quê seja ciência da computação. Depois que estão no curso, não entendem porque precisam estudar Cálculo, Geometria Analítica, matemática discreta... Afinal, pra fazer um programinha de computador que gerencie uma video-locadora não precisa destas coisas!

Quanto ao método socrático, me interessei bastante por ele. Tenho um professor que de vez em quando tenta usá-lo. O problema é que os estudantes estão tão condicionados a só ficarem calados ouvindo que demora um bom tempo até que alguém crie coragem para responder alguma pergunta que ele faça.

Offline Andre

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Re: Engenheiros de menos
« Resposta #16 Online: 25 de Dezembro de 2008, 23:53:26 »
Sempre há alguns que não tem jeito para a coisa mesmo, assim como há quem não dê conta de dirigir carros.  Mas na minha opinião o problema real está nos métodos de ensino. 

Matemática exige um domínio real da matéria, coisa que a maioria dos seres humanos é capaz de aprender, mas uma triste minoria das escolas e professores sabe ensinar.

Veja este texto sobre o método socrático para ilustrar a questão (é a respeito de uma aula sobre aritmética binária).  Agradecimentos ao Buckaroo Banzai, que me chamou a atenção para o mesmo:

http://www.garlikov.com/Soc_Meth.html

Durante o Ensino Médio, eu às vezes ajudava colegas a estudarem e sempre usei algo que se assemelha ao método socrático. Digo “que se assemelha” porque eu não o conhecia, mas eu sempre gostei de ir construindo o pensamento até chegar nos finalmentes.

Enfim, não querendo insinuar que sou um ótimo professor (até porque não me lembro de ter sido criticado ou elogiado; quando muito, lembro de terem agradecido algumas poucas vezes), mas é complicado aplicar esse método em alguém do segundo, terceiro ano do Ensino Médio, mesmo conhecendo bem a matéria.

Geralmente, a pessoa não espera uma pergunta e começa a ficar ansiosa. Ela espera receber o conteúdo já pronto, sem que ela tenha que pensar. Não sei o quanto disso foi culpa minha por não ter "as manhas" de aplicar o método e quanto disso é culpa do método de ensino das escolas, que acaba fazendo o contrário do que devia, impede o aluno de pensar.
Se Jesus era judeu, então por que ele tinha um nome porto-riquenho?

Offline uiliníli

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Re: Engenheiros de menos
« Resposta #17 Online: 26 de Dezembro de 2008, 01:39:31 »
Limitação bem leve, porém.

Acho que não. Acho que ele vai falhar sempre que for preciso passar informação completamente nova para os estudantes.

Offline Luis Dantas

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Re: Engenheiros de menos
« Resposta #18 Online: 26 de Dezembro de 2008, 01:46:29 »
Acho que ele vai falhar sempre que for preciso passar informação completamente nova para os estudantes.

Só se essa informação não for logicamente encadeada com a anterior (o que praticamente nunca acontece em Exatas), e ainda assim apenas se a cultura anterior dos alunos não proporcionar suficientes exemplos do assunto (o que não deveria acontecer em Ensino Superior de uma forma geral).
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Offline uiliníli

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Re: Engenheiros de menos
« Resposta #19 Online: 26 de Dezembro de 2008, 01:58:39 »
Só se essa informação não for logicamente encadeada com a anterior (o que praticamente nunca acontece em Exatas), e ainda assim apenas se a cultura anterior dos alunos não proporcionar suficientes exemplos do assunto (o que não deveria acontecer em Ensino Superior de uma forma geral).

Praticamente nunca? Tá brincando? Acontece com freqüência, na verdade. Pelo menos em disciplinas mais técnicas de engenharia, como controle ou operações unitárias.

Offline Luis Dantas

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Re: Engenheiros de menos
« Resposta #20 Online: 26 de Dezembro de 2008, 02:07:01 »
É mesmo?  Eu tinha outra impressão.
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Offline uiliníli

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Re: Engenheiros de menos
« Resposta #21 Online: 26 de Dezembro de 2008, 02:11:54 »
Não dá para deduzir tudo de primeiros princípios.

Offline Luis Dantas

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Re: Engenheiros de menos
« Resposta #22 Online: 26 de Dezembro de 2008, 02:36:08 »
Não dá para deduzir tudo de primeiros princípios.

Não exatamente, claro.  Mas conheço gente que chega bem perto disso, a ponto de por exemplo recriar certas fórmulas a cada nova prova da faculdade.

DEVERIA ser mais comum :)
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Offline uiliníli

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Re: Engenheiros de menos
« Resposta #23 Online: 26 de Dezembro de 2008, 02:40:09 »
Dependendo da fórmula, até dá para deduzir. Mas várias coisas em engenharia são correlações empíricas ou semi-empíricas (e não dá para fazer um experimento durante a prova) ou dados tabelados ou que precisam de diagramas ou que não têm solução analítica.

Não dá para ser diferente, engenharia lida com o mundo real, e o mundo real costuma deixar os matemáticos na mão.

Offline Herf

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Re: Engenheiros de menos
« Resposta #24 Online: 26 de Dezembro de 2008, 10:28:04 »
Conclusão: o ensino de engenharia no Brasil deve ser bancado pelas universidades públicas, gratuitas e de qualidade.
Alguém duvida?
Eu.

 

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