Autor Tópico: Economia no governo FHC  (Lida 4105 vezes)

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Economia no governo FHC
« Resposta #25 Online: 22 de Dezembro de 2008, 22:19:56 »
Helder, o Dolar não precisa de lastro. Desde 1944 em Breton Woods ele é o lastro da economia mundial por definição. Os países tinham que indexar sua moeda ao dolar que por sua vez era indexado ao ouro.

Na década de 70 Nixon suspendeu o lastro do dolar ao ouro, sendo o lastro do dolar hoje a confiança que as pessoas tem nos EUA.
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

Faisal Saeed Al Mutar


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Economia no governo FHC
« Resposta #26 Online: 23 de Dezembro de 2008, 16:25:09 »
Helder

O que você chama de operações de enxugamento de liquidez? E que tipo de operações internas são essas que você está criticando?

E em uma coisa concordamos: O Brasil poderia ser gerido de uma outra maneira. Mas o material de trabalho (nós mesmos) ainda tem que ser melhorado, e muito.


É a redução de dinheiro em circulação.

Após a implantação do Real, aumentou a entrada de capital  estrangeiro no Brasil ( um dos fatores de atração desse capital foi a taxa de juros interna  e a valorização do Real, que fazia com que um investimento em Real desse  um ótimo retorno).

Uma das frentes de combate à inflação que fazia parte do Plano Real (além da URV, do ajuste fiscal, do saneamento preventivo dos bancos, etc) era criar uma moeda forte, para que a concorrência dos produtos importados daí decorrente ajudasse a brecar a inflação. Foi como se houvesse uma "dolarização" da economia, porém gradual e temporária.

Para manter o Real valorizado, era necessário o lastro em dólares, ou seja, o governos vender dólares "baratos". Isso exigia a entrada de muitos dólares no país (daí a taxa altíssima de juros praticada para atrair o capital externo, além de sua função anti-inflacionária de praxe). Na época, se não me engano, o Brasil vinha de vários superávits no balanço de pagamentos (tenho dúvida se foi no balanço de pagamentos mesmo, ou se foi apenas na balança comercial), e tinha muitas reservas internacionais. Essas reservas foram gastas na manutenção do Real valorizado (a chamada "âncora cambial") e o governo passou a emitir títulos para obter as divisas que cobrissem o câmbio. Era uma política difícil (discute-se atualmente se era mesmo imprescindível para estabilizar a economia), pois a tendência era a queda das exportações.

Num momento em que o país mais precisava de capital externo, estourou as crises do México em 1995, da Ásia em 1997 e da Russia em 1998, o que tornou a política de câmbio fixo insustentável (o país teve que recorrer ao FMI, inclusive), sendo abandonada em 1999.

A Argentina prosseguiu na política de câmbio fixo e não se deu muito bem.


Citação de: Helder
Conforme a crença monetarista, deve-se evitar a todo custo  a expansão da base monetária .

Eu não sou monetarista, mas isso está incorreto. Não se deve evitar qualquer expansão da base monetária,  deve-se evitar a expansão sem lastro, acima das demandas da economia real.


Citar
Então para evitar essa expansão qual foi  o brilhante método que  a equipe econômica inventou ?

Foi o brilhante método  da  explosão  do endividamento interno. Como ?

Ao entrar, digamos, 2  bilhões de doláres  no Brasil,  e conseqüentemente  aumentar a quantidade de reais em circulação, o governo  emitia e vendia títulos da dívida interna a juros atrativos


Tá errado, Helder. Essa expansão de reais em circulação desse exemplo que você deu é lastreada, pois foi decorrente da entrada de dólares no país. Não cabe aqui emitir títulos para captar mais dólares, pois eles já estariam aí.

Digamos que com o câmbio flutuante (ou seja, decorrente apenas da demanda e oferta de dólares) o dólar valesse 3 reais na época. Foi para puxá-lo para 1 real que o governo emitiu títulos, aumentou os juros e torrou as reservas, nesse caso sim.

Tudo o que podemos discutir aqui é se isso foi mesmo imprescindível e aceitável para o combate à praga da inflação crônica, ou não




Citação de: Helder
( que teve picos de até 70% a.a), isto diminuia a quantidade de reais em circulação  ao mesmo tempo 

Pelo contrário: dentro de uma política de valorização do Real, juros altos atraem mais divisas externas, que servem como lastro para possibilitar haver mais reais em circulação, e não menos.


Citar
em que  aumentava  de modo galopante a dívida pública interna.  E para acompanhar esse aumento houve o correspondente aumento da carga tributária, que passou de 25% do PIB para 36% .

Ok.


Citar
Houve outros motivos para o governo emitir e vender títulos da dívida pública, como por exemplo o Proer , no qual foi emitido aproximadamente 50 bilhões em títulos de dívida pública .

Se mesmo com o Proer houve aquela quebradeira generalizada de bancos, imagine sem!

A econoimia sem sistema financeiro estaria bem pior, com certeza.

 

Citar
Resultado:  explosão da dívida interna  em   164  vezes    de  1993   a 2000.   

Imagine se um presidente de  de empresa  multiplicar  a dívida de uma empresa em 164 vezes  em 8 anos, sem um aumento correspondente  do patrimônio e renda da empresa. 

Ele seria conhecido como  um ótimo administrador ?


Por outro lado, o governo dele conseguiu acabar com uma inflação crônica de mais de 40 anos, tão crônica que passou a fazer parte da cultura brasileira, criando um componente a mais na frente de combate à inflação (o componente cultural ou psicológico) que necessitou da URV pra ser combatido.

O que podemos discutir estão é se o endividamento foi necessário ou justificável contexto.




 




« Última modificação: 23 de Dezembro de 2008, 16:38:07 por DDV »
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« Resposta #27 Online: 23 de Dezembro de 2008, 16:36:11 »
veja só . Eu realmente não conheço bem a questão dos esqueletos, mas a maior parte da crítica doutrinada sai repetindo o mesmo mantra sem realmente entender a complexidade do contexto da época.

O que importa é sair tagarelando FHC neo-liberal vendilhão do templo. E não usam o mesmo critério para detonar o Lula que como disse, faz um governo muito semelhante ao do FH.

Esperando o DDV para tentar aclarar mais o tema




Eu já ouvi falarv também desses "esqueletos", mas não conheço bem os detalhes pra falar aqui. É basicamente o que foi dito por Zeichner.

Mas realmente os "esqueletos" tiveram peso gigantesco no aumento da dívida pública, não há como negar.

http://www.direito2.com.br/acam/2005/mai/4/estados-municipios-e-esqueletos-elevam-divida-publica


__________________

Uma das partes mais importantes do Plano Real, se não a mais importante, era o ajuste fiscal, com grande redução dos gastos, reforma tributária, etc. Essa parte foi a menos implementada. Talvez o endividamento tivesse sido bem menor com ela.




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Offline DDV

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« Resposta #28 Online: 23 de Dezembro de 2008, 16:46:19 »
A outra foi acabar com a emissão de papel moeda sem o lastro dos dólares. Ou seja, para se emitir dinheiro, era preciso a entrada de recursos que cobrissem esta emissão, ou parte dela.


Zeichner,

Se a moeda brasileira precisa de lastro em dólares  para   se  sustentar, o que é que sustenta o dólar ??

Qual o lastro do dólar ??

A gigantesca confiança das pessoas na economia americana, que é devido ao gigantismo da mesma e ao "histórico" não comprometido do Banco Central de lá.


Citar
E aproveitando, qual o lastro da  libra  em 1800 e nos dias de hoje ??

Era o ouro, atualmente é a confiança das pessoas na economia e no sistema financeiro britânico.


Citar
Qual o lastro  do yene ??

A confiança das pessoas na economia e no sistema financeiro japonês.

Citar
Qual o lastro do euro ??

A confiança das pessoas na economia e no sistema financeiro europeu

Citar
Qual o lastro do rublo ??

A confiança das pessoas na economia e no sistema financeiro russo.




.
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Offline JJ

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« Resposta #29 Online: 23 de Dezembro de 2008, 20:22:21 »
Citação de: Helder
Conforme a crença monetarista, deve-se evitar a todo custo  a expansão da base monetária .

Eu não sou monetarista, mas isso está incorreto. Não se deve evitar qualquer expansão da base monetária,  deve-se evitar a expansão sem lastro, acima das demandas da economia real.


Citar
Então para evitar essa expansão qual foi  o brilhante método que  a equipe econômica inventou ?

Foi o brilhante método  da  explosão  do endividamento interno. Como ?

Ao entrar, digamos, 2  bilhões de doláres  no Brasil,  e conseqüentemente  aumentar a quantidade de reais em circulação, o governo  emitia e vendia títulos da dívida interna a juros atrativos


Tá errado, Helder. Essa expansão de reais em circulação desse exemplo que você deu é lastreada, pois foi decorrente da entrada de dólares no país. Não cabe aqui emitir títulos para captar mais dólares, pois eles já estariam aí. 

A emissão de títulos a qual me referi era para  captar reais  em quantidade mais ou menos equivalente aos reais  que  entravam em circulação na economia brasileira  devido aos dólares que estavam  vindo para o Brasil .

Esta não é uma operação incomum feita pelo BC. Pesquise e verá que isso ocorreu.

Offline Moro

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« Resposta #30 Online: 23 de Dezembro de 2008, 20:29:43 »
não encontrei, pode me enviar o link?
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« Resposta #31 Online: 23 de Dezembro de 2008, 21:15:55 »
não encontrei, pode me enviar o link?

Agnóstico,

No momento não tenho  um link para passar,  na verdade nem lembro exatamente onde vi essa informação. Vou tentar achar  e se achar eu lhe passo o link.



.



Offline Moro

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« Resposta #32 Online: 23 de Dezembro de 2008, 21:19:39 »
segunda vez Helder...
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« Resposta #33 Online: 23 de Dezembro de 2008, 21:41:33 »
Aí está:

Não é à toa que o Banco Central tomou mais medidas para tentar desempoçar a liquidez no mercado financeiro brasileiro. Ontem, o BC teve de enxugar R$ 247 bilhões do mercado, um recorde, segundo números da Andima. Um claro sinal de que grande parte do compulsório liberado está concentrado nos empréstimos de curto prazo ao Banco Central e ainda não foi direcionado para o crédito. A autoridade monetária tomou R$ 94,480 bilhões por um dia, também um valor recorde para o prazo, pagando 13,67% ao ano. O valor dos empréstimos de um dia do BC vinha se mantendo entre R$ 70 bilhões e R$ 60 milhões nos últimos 30 dias. O BC retirou ontem ainda outros R$ 139,455 bilhões pelo prazo de 30 dias pagando 13,70% ao ano e R$ 13,08 bilhões de prazo de vencimento em 12 dias pagando juros de 13,70% ao ano.

http://www.debentures.com.br/informacoesaomercado/noticias.asp?mostra=5893&pagina=0



O motivo é a que a aplicação tradicional em TNotes dos EUA rende pouco, cerca de 4,5% ao ano em valores atuais, o que muitas vezes nem sequer remunera o custo interno de emissão de papéis de dívida para enxugar os excessos de liquidez, se todos os ingressos fossem monetizados. A Selic, por exemplo, está em 11,25% ao ano - e é ela que referencia boa parte das emissões dos papéis do Tesouro.

Pode-se dar destino mais rentável para um pedaço dessa reserva, sem que isso ameace as regras de liquidez e segurança. É o que se discute.

Os limites do fundo

O que se exclui por definição é a aplicação de reservas em obras e projetos no mercado interno, que equivaleria à conversão dos dólares de exportações, investimentos diretos ou para aplicações em portfólio em reais sem a concomitante esterilização por meio da emissão de títulos do Tesouro.

Isso o BC não faz para não colocar em circulação mais dinheiro do que a economia é capaz de absorver. Se não houvesse tal problema, não precisaria de fundo de reservas nenhum. A presunção do fundo de reservas, portanto, é que toda sua aplicação se faça fora do país, o que equivale a zerar os reais de sua contrapartida para o balanço de pagamentos.

http://cidadebiz.oi.com.br/paginas/41001_42000/41272-1.html 





1.   PDF]
A Recessão Econômica pode ser um Instrumento da Política Monetária?

http://www.fae.edu/publicacoes/pdf/revista_da_fae/fae_v3_n2/a_recessao_economica_pode_ser.pdf
Trecho do artigo :  pág 4

Pode haver, como ilustrado por essas
considerações, argumentos para que o Banco
Central tenha uma forte preferência por controlar
a base, ao invés do multiplicador, mesmo que isto
implique custo maior para o contribuinte, na forma
de juros da dívida pública. O controle da base
monetária é feito por meio das operações de
mercado aberto, o que permite ao Banco Central
intervir no volume ofertado de moeda, seja a curto,
médio ou longo prazos. O principal movimento
do mercado aberto é a Colocação de Títulos do
Tesouro Nacional, quando então o Bacen vende
títulos da dívida pública na tentativa de reduzir os
meios de pagamento através da redução da base
.
Bacen, basicamente com o crédito da
receita tributária da União e o débito dos
gastos fiscais do governo federal. O gasto
do governo expande a base enquanto o
recolhimento de impostos a contrai.
2. Operações com títulos públicos
federais, sejam para administrar a
dívida pública ou para tentar controlar a
liquidez do mercado. A venda de títulos
contrai, enquanto a compra de títulos
antes vendidos “descontrai” a base.
3. Operações do setor externo. Referem-se
à compra e venda de divisas por conta

------------------------------------------

E olha que foi uma busca rápida.


.
« Última modificação: 23 de Dezembro de 2008, 21:44:28 por Helder »

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« Resposta #34 Online: 23 de Dezembro de 2008, 21:58:03 »
E aí  mais dois links (e trechos das páginas):


Padovani lista duas questões que o país precisa resolver: o tamanho da dívida e a forma de financiamento. Para ele, a medida é uma tentativa de começar a resolver uma parte do problema, o de financiamento. "Com uma tacada, o país reduz a dívida curta de qualidade ruim e, ao colocar papel doméstico para enxugar liquidez, o governo tem papéis pré-fixados com prazos mais longos". Ou seja: o Brasil continua devendo, mas troca o débito em moeda estrangeira que venceria logo por uma dívida interna com mais prazo para pagar. É o que os economistas chamam de "melhora na qualidade" da dívida.

http://noticias.uol.com.br/uolnews/economia/entrevistas/2006/02/23/ult2621u384.jhtm 


Na medida em que o déficit nominal (juros da dívida pública) é pago com aumento da dívida, e não com receita tributária na forma de superávit primário, as reservas bancárias aumentam, o que deveria traduzir-se por uma tendência de queda da taxa de juros. Aí é que o Banco Central entra. Para não deixar a taxa básica de juros cair, ele vende títulos públicos no mercado aberto, ou intermedia a venda de títulos do Tesouro no mercado financeiro. Do mesmo modo, o BC enfia mais títulos no mercado para enxugar o que considera excesso de liquidez proveniente do superávit comercial do balanço de pagamentos.

http://www.desempregozero.org.br/editoriais/carta_ao_vice_sobre_as_distorcoes_fiscais_tres.php   




Offline Moro

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« Resposta #35 Online: 23 de Dezembro de 2008, 22:02:01 »
Não estávamos falando sobre FHC e como você tinha dito que ele enxugou a liquidez do sistema?
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« Resposta #36 Online: 23 de Dezembro de 2008, 22:06:43 »
Não estávamos falando sobre FHC e como você tinha dito que ele enxugou a liquidez do sistema?


Eu não disse que foi só no governo FHC que essa política monetária era feita. Entretanto, indubitavelmente
houve uma explosão da dívida interna acompanhada de um grande aumento  da carga tributária durante o governo do Dom FHC.   :)

E aí vai mais um link:

IV PRÊMIO DE MONOGRAFIA TESOURO NACIONAL – 2º lugar
TEMA: Dívida Pública

http://www.bndes.gov.br/clientes/federativo/bf_bancos/e0001159.pdf 


Trecho da pág 70 :

Em conseqüência, a atuação do
Banco Central nos mercados primário e secundário freqüentemente perde coerência
como instrumento de política monetária quando a colocação de títulos é efetuada para
enxugar a liquidez que, não raro, o próprio Banco Central expande.

« Última modificação: 23 de Dezembro de 2008, 22:26:04 por Helder »

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« Resposta #37 Online: 23 de Dezembro de 2008, 22:27:19 »
Não estávamos falando sobre FHC e como você tinha dito que ele enxugou a liquidez do sistema?


Eu não disse que foi só no governo FHC que essa política monetária era feita.


Helder

O que você chama de operações de enxugamento de liquidez? E que tipo de operações internas são essas que você está criticando?

E em uma coisa concordamos: O Brasil poderia ser gerido de uma outra maneira. Mas o material de trabalho (nós mesmos) ainda tem que ser melhorado, e muito.


É a redução de dinheiro em circulação.

Após a implantação do Real, aumentou a entrada de capital  estrangeiro no Brasil ( um dos fatores de atração desse capital foi a taxa de juros interna  e a valorização do Real, que fazia com que um investimento em Real desse  um ótimo retorno).  Conforme a crença monetarista, deve-se evitar a todo custo  a expansão da base monetária . Então para evitar essa expansão qual foi  o brilhante método que  a equipe econômica inventou ?

Foi o brilhante método  da  explosão  do endividamento interno. Como ?

...
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« Resposta #38 Online: 23 de Dezembro de 2008, 22:32:19 »
Antes de 1993  ( ano em que Dom FHC entrou como ministro da Fazenda ) a dívida interna era pequena !


Portanto não errei ao falar que ele ( e sua equipe econõmica) inventou a explosão do endividamento interno.



.
« Última modificação: 23 de Dezembro de 2008, 22:36:56 por Helder »

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« Resposta #39 Online: 23 de Dezembro de 2008, 22:38:59 »
1- Leia os posts, o que foi falado sobre o contexto da época

2- O link que te pedi claramente não é o que você passou nem sobre o assunto que tratávamos
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« Resposta #40 Online: 24 de Dezembro de 2008, 00:30:38 »
Não entendi, Helder citou agora as chamadas operações de open market, que são práticas cotidianas dos bancos centrais para regular a quantidade de moeda no país. Só que ele tá colocando como se o governo FHC tivesse tentado "deprimir" a economia reduzindo drasticamente a liquidez bem além do necessário para evitar inflação, praticando operações de open market de forma anormalmente alta nesse sentido, o que não é verdade. O governo FHC queria apenas manter o real valorizado frente ao dólar para permitir uma maior competitividade interna dos produtos importados, o que era outra arma contra a inflação. O governo FHC não "enxugava" os reais adicionados à economia decorrentes de entrada de dólares, pois esses dólares a mais implicavam automaticamente em desvalorização dos mesmos frente ao real.

O governo emitia títulos e utilizava as reservas para continuar oferecendo dólar barato. No caso, maior entrada de dólares no país é algo altamente favorável à manutenção dessa política, e não o contrário como você quis dizer. E de fato foi a entrada insuficiente ou fuga de de dólares, agravado pelas crises internacionais da época, que tornaram essa política insustentável.
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« Resposta #41 Online: 24 de Dezembro de 2008, 01:01:13 »
Antes de 1993  ( ano em que Dom FHC entrou como ministro da Fazenda ) a dívida interna era pequena !


Portanto não errei ao falar que ele ( e sua equipe econõmica) inventou a explosão do endividamento interno.



Voce percebe que é possível fazer essa mesma colocação em relação à inflação?

"Antes de FHC, o país convivia com uma inflação que chegava a 80% ao mês, depois de FHC a inflação passou a ser de 6 a 7% ao ano em média.

Ou seja, há lados positivos e negativos no governo dele. Citar só um dos lados não é coerente.

Suponho que você defenda um governo que melhore a situação dos pobres, ora: na situação de hiperinflação, as pessoas que viviam de rendas fixas tinham-na constantemente corroída pela inflação, era como se houvesse uma transferência de renda dos assalariados para os não-assalariados. Já na situação de endividamento há uma conta que, na pior das hipóteses, é paga igualmente por todos, seja assalariado ou não.
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« Resposta #42 Online: 24 de Dezembro de 2008, 12:06:48 »
Não entendi, Helder citou agora as chamadas operações de open market, que são práticas cotidianas dos bancos centrais para regular a quantidade de moeda no país. Só que ele tá colocando como se o governo FHC tivesse tentado "deprimir" a economia reduzindo drasticamente a liquidez bem além do necessário para evitar inflação, praticando operações de open market de forma anormalmente alta nesse sentido, o que não é verdade. O governo FHC queria apenas manter o real valorizado frente ao dólar para permitir uma maior competitividade interna dos produtos importados, o que era outra arma contra a inflação. O governo FHC não "enxugava" os reais adicionados à economia decorrentes de entrada de dólares, pois esses dólares a mais implicavam automaticamente em desvalorização dos mesmos frente ao real.

O governo emitia títulos e utilizava as reservas para continuar oferecendo dólar barato. No caso, maior entrada de dólares no país é algo altamente favorável à manutenção dessa política, e não o contrário como você quis dizer. E de fato foi a entrada insuficiente ou fuga de de dólares, agravado pelas crises internacionais da época, que tornaram essa política insustentável.


Aparentemente parece uma coisa boa ...

Mas qual o percentual desses dólares  que efetivamente viraram investimento produtivo ??

Qual o percentual desses dólares que vieram atraídos pelas taxas de juros  e pela valorização do Real  e permaneceram  girando no mercado financeiro, sem serem investidos em produção industrial  e depois foram embora maiores do que entraram ??

Se era uma coisa tão legal , porque não se sustentou ?? Porque  quando veio a crise asiática  o Real teve uma grande devalorização ??

Se o ReaL tivesse tido uma valorização fundamentada em um sólido aumento da produção industrial interna, ele não teria se desvalorizado grandemente quando houve a crise asiática.

Era uma valorização ilusória,  fundamentada em maior oferta de moeda estrangeira, e não no aumento em quantidade e qualidade da produção industrial. 

De modo semelhante tivemos novamente a atual desvalorização do Real.


 :no:




.

Offline Luis Dantas

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« Resposta #43 Online: 24 de Dezembro de 2008, 14:01:35 »
Dividimos o tópico?
Wiki experimental | http://luisdantas.zip.net
The stanza uttered by a teacher is reborn in the scholar who repeats the word

Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline Moro

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« Resposta #44 Online: 24 de Dezembro de 2008, 16:24:08 »
Esse Helder

A evolução é um processo. O período iniciado com o real, mesmo com todos os seus problemas, foi importantíssimo para que gozássemos a estabilidade de agora.

Não se sustentou com a crise na Asia porque o país estava em transformação, porque tínhamos uma oposição irresponsável que não votava questões extremamente importantes que, logo depois de assumirem, quiseram votar (ex mais óbvio é a reforma -incipiente- da previdência, que passou com a ajuda da oposição a este governo)

O passo inicial foi dado naquela época, o segundo está sendo dado agora. Tomara que possamos eleger alguém que de o terceiro passo.


Mas como disse, você parte de um pressuposto equivocado de que as pessoas de então eram ladras, incapazes e mal caráter. Típico de pensamento doutrinado tosco.
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

Faisal Saeed Al Mutar


"To claim that someone is not motivated by what they say is motivating them, means you know what motivates them better than they do."

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I'm not convinced that faith can move mountains, but I've seen what it can do to skyscrapers."  --William Gascoyne

Offline JJ

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« Resposta #45 Online: 24 de Dezembro de 2008, 16:49:28 »
Esse Helder

Típico de pensamento doutrinado tosco.


Agnóstico, sinto informá-lo mas este seu argumento é apenas uma falácia Ad hominem.

Offline Herf

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« Resposta #46 Online: 24 de Dezembro de 2008, 16:51:42 »
Dividimos o tópico?
Pela segunda vez... hehe.

Offline Renato T

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« Resposta #47 Online: 24 de Dezembro de 2008, 17:47:56 »
Tem que renomear esse tópico aqui para "mãe de todas as discussões na área de Política". Acho que além dessas duas dava pra ter dividido mais umas 3 vezes..

Offline JJ

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« Resposta #48 Online: 24 de Dezembro de 2008, 19:36:57 »
Esse Helder

A evolução é um processo. O período iniciado com o real, mesmo com todos os seus problemas, foi importantíssimo para que gozássemos a estabilidade de agora.

Não se sustentou com a crise na Asia porque o país estava em transformação, porque tínhamos uma oposição irresponsável que não votava questões extremamente importantes que, logo depois de assumirem, quiseram votar (ex mais óbvio é a reforma -incipiente- da previdência, que passou com a ajuda da oposição a este governo)


Não se sustentou e não se sustenta, porque  o que dá valor sólido e garantido para uma moeda é a quantidade e a qualidade da produção de riquezas de um país (principalmente riquezas geradas pela indústria). 


Aumentar a oferta de moeda considerada forte  via atração por juros de rolagem de dívida pública não leva nenhuma moeda a ser forte de modo sólido e permanente.



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Offline Moro

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« Resposta #49 Online: 25 de Dezembro de 2008, 22:12:44 »
que parte você não entendeu que a estratégia utilizada foi para acabar com a inflação endêmica, essa sim um dos principais geradores de pobreza e desigualdade? Não quer realmente entender o contexto da época e parar de ficar tagarelando FHC vendilhão do templo e se igualar aos que falam Lula estúpido o tempo todo?

não é ad hominen por causa disso. A explicação é o seu maniqueísmo e falta de informação.
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

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