As situações se auto-regulam tendo livre mercado e concorrência.
Conforme Agnóstico já disse, uma deflação generalizada é sinal de prognóstico muito pior para a economia do que uma inflação, pois costuma refletir uma queda acentuada na demanda efetiva, o que gera desempregos e uma bola de neve daí resultante que leva à recessão. Deflações isoladas e pontuais costumam decorrer de redução de custos e/ou aumento da concorrência, e são benéficas, mas deflação generaralizada em um curto espaço de tempo quase sempre é mau sinal.
Discordo dessa frase "as situações se auto-regulam tendo livre mercado e concorrência", pois a racionalidade individual das empresas e indivíduos pode levá-las a tomar decisões que são péssimas para a economia como um todo, como deixar de consumir e/ou investir, sendo necessário um "empurrãozinho" ou estímulo por parte do governo. A Grande Depressão iniciada em 1929 não se auto-regulou apesar da longa espera, e só foi finalmente debelada com iniciativas estatais (New Deal e a Segunda Guerra).
Além disso, nem sempre há concorrência satisfatória, necessitando intervenções governamentais no sentido de melhorá-la.
Os economistas dizem que o New Deal foi a principal causa da continuidade da Grande Depressão, que só terminou com a Segunda Guerra Mundial.
" A retórica de Roosevelt era bastante populista, e seus constantes ataques aos negócios privados geraram um clima de insegurança generalizada. As medidas do New Deal dificultaram a vida das empresas ainda mais do que a crise já fazia. Os impostos aumentaram, o império da lei foi trocado pela arbitrariedade do governo, e as greves e salários maiores, resultados do Wagner Act, aumentaram os custos numa época em que era fundamental reduzi-los para a sobrevivência. O governo de Roosevelt sistematizou as políticas de grupos de interesse, e a menor minoria de todas – o indivíduo – era o “homem esquecido” que pagaria a conta. Roosevelt focava apenas naquilo que se vê, ignorando tudo aquilo que não se vê, para usar os termos de Bastiat. Os defensores do New Deal, muitos deles simpatizantes do modelo soviético, criaram um clima de hostilidade aos empresários, assim como um ambiente de polarização no país. Os duros ataques aos “ricos” – lembrando que FDR era um homem rico – serviam para alimentar a revolta dos pobres, mas não para reduzir a pobreza.
O protecionismo comercial, sempre tentador para políticos em épocas de crise, jogou a economia americana numa depressão ainda maior. Hoover assinou o Smoot-Hawley Tariff Act, mesmo com mais de mil economistas escrevendo uma carta aberta onde tal medida era duramente condenada. A medida se mostrou catastrófica, e retaliações ocorreram no mundo todo. As importações americanas caíram mais de 40%. Atualmente, o presidente Obama parece condenar verbalmente a cláusula protecionista do seu pacote multibilionário, mas se não vetar de fato esta medida, poderá estar dando o mesmo tiro no pé que Hoover deu no passado. Se fechar num momento de crise apenas agrava a crise."
"A máquina de gastos públicos estava ligada a todo vapor, mas a economia se negava a melhorar. Os gastos federais em 1935 eram o dobro do patamar de 1930, mas quase 12 milhões de americanos estavam sem emprego ainda. A centralização era outro ponto grave: pela primeira vez nos Estados Unidos em tempo de paz, o gasto federal ultrapassava o de todos os estados e localidades. A República americana, que preservara até então as liberdades individuais, dava lugar à Democracia de massas, uma espécie de “ditadura da maioria” com o poder concentrado no Executivo. Roosevelt iria ignorar os alertas dos “pais fundadores” e concorrer a um terceiro mandato. O estrago de Roosevelt às liberdades iria alcançar até mesmo o seu próprio conceito: “liberal” passava a significar, para os americanos, o defensor de mais governo, e não de um governo bastante limitado, como o liberalismo sempre pregou.
No entanto, nada disso parecia melhorar a vida dos americanos, especialmente os mais pobres, os tais “homens esquecidos”. A renda per capita americana, segundo a The Economist, estava no mesmo nível da inglesa no final dos anos 1930, sendo que havia sido um terço superior no começo da década. O índice de ações Dow Jones só iria retornar ao patamar de 1929 no final de 1954, quase uma década após a morte de Roosevelt. Em 1937, ocorreu outra depressão dentro da Grande Depressão, e o índice chegou a cair mais de 40%. O desemprego em 1938 ainda estava acima de 17%. De qualquer ângulo observado, o New Deal fracassou. Em vez de recuperar a economia, ele criou mais barreiras aos negócios, gerou mais incertezas e afastou investimentos produtivos, postergando a recuperação. "
Rodrigo Constantino
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